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Cálculo Avançado A - Equações Diferenciais 1 CAPÍTULO VI – APLICAÇÕES DA TRANSFORMADA DE LAPLACE ÀS EQUAÇÕES DIFERENCIAIS 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS COM COEFICIENTES CONSTANTES: A principal aplicação da transformada de Laplace é a resolução de Equações Diferencias Ordinárias Lineares com Coeficientes Constantes. Por exemplo, se queremos resolver uma equação diferencial linear de segunda ordem da forma: ( )tf)t(y)t( dt dy)t( td yd 2 2 =β+α+ , (1.1) ou, simplesmente, ( )tf)t(y)t(y)t(y =β+′α+′′ , (1.2) sujeita as condições iniciais y(0) = A (1.3) e B)0(y =′ , (1.4) onde α , β , A e B são constantes reais dadas. Para resolver este problema, aplicamos a transformada de Laplace, na variável t, nos dois lados da igualdade em (1.1), usando as propriedades da transformada de Laplace da derivada e as condições iniciais (1.3) e (1.4). Com isto, obtemos uma equação algébrica para a determinação de ℒ ( ){ } )s(Yty = , ou seja, ( ) )s(F)s(YA)s(sYBsA)s(Ys2 =β+−α+−− , (1.5) onde ℒ ( ){ } )s(Ftf = é conhecida. Assim, β+α+ + β+α+ α++ = ss )s(F ss ABsA)s(Y 22 . (1.6) Então, após obtida a função Y(s), aplicamos a transformada inversa de Laplace na Eq. (1.6), resultando a função incógnita y(t). Procedendo desta forma, obtemos: Cálculo Avançado A - Equações Diferenciais 2 y(t) = ℒ + � � � � � � � � β+α+ α++ − ss ABsA 2 1 ℒ � � � � � � � � ⋅ β+α+ − )s(F ss 1 2 1 , (1.7) onde a primeira parcela do lado direito desta equação é a transformada inversa de Laplace de uma função racional (pode ser obtida pelos teoremas de Heaviside ou por completamento de quadrados) e a segunda parcela é resolvida usando-se o teorema da convolução, sendo que a primeira função é a transformada inversa de Laplace de uma função racional e a segunda é a função conhecida f(t) (para maiores informações vide o capítulo 5 deste material). Em outras palavras, é razoavelmente simples calcular a função y(t) em (1.7). Observação 1: Em engenharia, uma equação diferencial linear é vista como um Sistema Físico Linear (vide Fig. 1.1), onde f(t) é dita fonte, excitação ou entrada (input) do sistema e y(t) é dita resposta ou saída (output) deste sistema. Este sistema físico pode ser, por exemplo, um circuito elétrico ou um sistema mecânico do tipo massa - mola - amortecedor (exemplos destes tipos de sistema serão vistos abaixo). Quando a EDO tem coeficientes constantes, dizemos que o sistema físico é invariante no tempo, pois qualquer atraso na excitação resulta numa mesma resposta, apenas igualmente atrasada. Figura 1.1: A idéia de um Sistema Físico Linear No exemplo em questão, como em geral, as duas parcelas do lado direito da equação (1.7) são estudadas separadamente. A primeira parcela é denominada Resposta Transiente, pois depende apenas das condições iniciais do sistema e tende a zero com o passar do tempo t, e a segunda parcela é dita Resposta Permanente, pois é a resposta do sistema a fonte f(t) e permanece atuando enquanto a fonte estiver ligada. Observação 2: A inversão da transformada de Laplace das duas funções racionais que aparecem na equação (1.7) pode ser feita pelo teorema de Heaviside ou por completamento de quadrados. O método a ser adotado é escolhido pelo tipo das raízes do polinômio β+α+= ss)s(Q 2 . Assim, se Q(s) possui duas raízes reais distintas, 1α e 2α , usamos o teorema de Heaviside, resultando: )t(feeeB)(AeB)(A)t(y 21 tt t 12 2t 21 1 2121 ∗ α−α − + α−α +α−α + α−α +α−α = αα αα . (1.8) y(t)f(t) Sistema Linear Cálculo Avançado A - Equações Diferenciais 3 Por outro lado, se Q(s) possui duas raízes reais repetidas 1α , usamos o completamento de quadrados, resultando que: y(t) = ℒ + � � � � � � � � α− α+α++α− − 2 1 111 )s( )(ABA)s( ℒ � � � � � � � � ⋅ α− − )s(F )s( 1 2 1 1 , (1.9) ou seja, [ ] )t(fetetB)(AeA)t(y tt1t 111 ∗++α+α+= ααα . (1.10) Por último, se Q(s) possui duas raízes complexas conjugadas, devemos usar também o completamento de quadrados, obtendo-se que: y(t) = ℒ ( ) ( ) + � � � � � � � � � � � � � � � � α −β+α+ α++α+ − 42s A2BA2s 22 1 ℒ ( ) � � � � � � � � � � � � ⋅ � � � � α −β+α+ − )s(F 42s 1 22 1 , (1.11) onde 04 22 >α−β=λ , pois Q(s) tem raízes complexas. Então, )t(f)tsen(e)tsen( 2 AB)tcos(Ae)t(y 2/t2/t ∗ λ λ +� � � � � � λ λ � � � � α ++λ= α−α− . (1.12) Devemos observar que α > 0 é uma constante de amortecimento da solução harmônica y(t) e que λ é a freqüência desta harmônica. Os resultados obtidos nas equações (1.8), (1.10) e (1.12) podem ser obtidos com certa facilidade e ficam como exercício. Exemplo 1: Resolva o seguinte problema diferencial: ( ) ( )�� � � � −=′ = =+′′ 20y 10y t)t(y)t(y . Aplicando a transformada de Laplace na EDO acima, obtemos, de forma semelhante a Eq. (1.6), que: ( ) 1s 31s ss11s 1s11s 2s1ss 11s 2s)s(Y 222222222 +−++=�������� +−++−=+++−= , (1.13) sendo que na equação acima foi aplicada a decomposição em frações parciais. Assim: y(t) = ℒ )tsen(3)tcos(t 1s 3 1s s s 1 222 1 −+=� � � � � � + − + +− . (1.14) Cálculo Avançado A - Equações Diferenciais 4 Para mais exemplos resolvidos, vide Theory and Problems of Laplace Transforms, Schaum's Outlines, Murray R. Spiegel, pag. 82. Da mesma forma, a transformada de Laplace pode ser utilizada na resolução de problemas de contorno. Por exemplo, seja a equação diferencial linear ( )t2cos)t(y9)t(y =+′′ , (1.15) sujeita as condições de contorno y(0) = 1 (1.16) e ( ) 12y −=π . (1.17) Aplicando a transformada de Laplace na EDO (1.15), obtemos, após algumas operações algébricas, que: ( )( )9s4s s9s )0(ys)s(Y 222 ++++′+= , (1.18) pois y'(0) não é conhecido. Aplicando a decomposição em frações parciais na segunda parcela do lado direito da Eq. (1.18), ou seja, fazendo ( )( ) 9s DCs4s BAs9s4s s 2222 +++++=++ (1.19) e calculando a transformada inversa de Y(s), resulta que: )t2cos( 5 1)t3sen( 3 )0(y)t3cos( 5 4)t(y + ′ += . (1.20) A incógnita y'(0) na Eq. (1.20) é obtida calculando-se esta equação em t = π/2 e usando-se a condição de contorno (1.17), a qual ainda não tinha sido usada no processo de resolução. Assim, obtemos que 5 12)0(y =′ , ou seja, que )t2cos( 5 1)t3sen( 5 4)t3cos( 5 4)t(y ++= . (1.21) Finalizando, a transformada de Laplace também pode ser utilizada na resolução de sistemas de equações diferenciais, a qual consiste na mais poderosa aplicação desta ferramenta. Para tanto, vejamos o seguinte exemplo. Cálculo Avançado A - Equações Diferenciais 5 Exemplo 2: Resolva o sistema de equações diferenciais lineares � � � −=′ −=′ )t(x2)t(y)t(y )t(y3)t(x2)t(x , sujeito as condições iniciais x(0) = 8 e y(0) = 3. Aplicando a transformada de Laplace na variável t do sistema de EDO acima, considerando que ℒ ( ){ } )s(Xtx = e ℒ ( ){ } )s(Yty = , resulta que: ( ) ( )�� =−+ =+− 3)s(Y1s)s(X2 8)s(Y3)s(X2s . (1.22) Resolvendo simultaneamente as equações acima, usando o Método de Cramer, temos: ( )( ) 4s 3 1s 5 4s1s 17s8 4s3s 17s8 1s2 32s 1s3 38 )s(X 2 − + + = −+ − = −− − = − − − = (1.23) e ( )( ) 4s 2 1s 5 4s1s 22s3 4s3s 22s3 1s2 32s 32 82s )s(Y 2 − − + = −+ − = −− − = − − − = , (1.24) onde foi utilizado o teorema de Heaviside. Assim, aplicando a transformada inversa de Laplace, obtemos que t4t e3e5)t(x += − e t4t e2e5)t(y −= − . 2. RESOLUÇÃO DE SISTEMAS FÍSICOS: APLICAÇÃO À CIRCUITOS ELÉTRICOS: Seja um simples circuito RCL, como no desenho abaixo (figura 2.1), onde vemos uma resistência R (em ohms), uma indutância L (em henrys), uma capacitância C (em farads) e um gerador ou bateria, fornecendo uma força eletromotriz E(t). Quando a chave K é fechada, ou seja, o circuito é fechado, uma carga q(t) (em coulombs) fluirá nas placas do capacitor, gerado uma corrente )t( dt dq)t(I = (em amperes). O tempo t é medido em segundos. Devemos lembrar que podemos definir a diferença de potencial no resistor, indutor, capacitor e gerador, respectivamente, por: Cálculo Avançado A - EquaçõesDiferenciais 6 )t( dt dqR)t(RIVR == , )t( dt qdL)t( dt dIL)t(V 2 2 L == , )t(qC 1)t(VC = e )t(E)t(VG −= . Assim, pela lei de Kirchoff, temos que: )t(E)t(q C 1)t( dt dqR)t( dt qdL 2 2 =++ , (2.1) ou )t( dt dE)t(I C 1)t( dt dIR)t( dt IdL 2 2 =++ . (2.2) Através do uso da transformada de Laplace, podemos resolver as equações diferenciais acima, sujeitas a condições iniciais do tipo carga e corrente conhecidas em t = 0. Figura 2.1: Um circuito elétrico RCL. Exemplo 1: Um indutor de 2 henrys, um resistor de 16 ohms e um capacitor de 0.02 farads estão conectados em série à uma força eletromotriz de E(t) volts. Em t = 0, a carga sobre o capacitor e a corrente no circuito são nulas. Encontre a carga e a corrente num tempo t > 0 qualquer, se: (a) E(t) = 300 V; (b) E(t) = 100 sen(3t) V. Sejam q(t) e I(t) a carga e a corrente, respectivamente, no circuito, num dado tempo t. Assim, pela lei de Kirchoff, temos a seguinte EDO, )t(E)t(q 02,0 1)t(I16)t( dt dI2 =++ , (2.3) sujeita as condições iniciais: ( ) 00q = (2.4) e Cálculo Avançado A - Equações Diferenciais 7 ( ) ( ) 00q0I =′= . (2.5) Usando a transformada de Laplace, onde Q(s) = ℒ{q(t)} e F(s) = ℒ{E(t)}, temos que: ( ) ( )( ) ( ) )s(F 2 1)s(Q25)0(q)s(sQ80q0sq)s(Qs2 =+−+′−− . (2.6) Usando as condições iniciais (2.4) e (2.5), isolando Q(s) e aplicando a transformada inversa de Laplace, obtemos que: 2 1)t(q = ℒ � � � � � � ++ 25s8s F(s) 2 1- . (2.7) Vamos, então, calcular q(t) e I(t) em cada uma das alternativas para E(t): a) Para E(t) = 300V, resolveremos a Eq. (2.7) usando a decomposição em frações parciais e o completamento de quadrados, ou seja, q(t) = 150 ℒ 150 )25s8s(s 1 2 1- = �� � � � �� � � � ++ ℒ 6 94)(s C)4s(B s A 2 1- = �� � � � �� � � � ++ ++ + ℒ = �� � � � �� � � � ++ ++ − 94)(s 4)4s( s 1 2 1- [ ])t3sen(8)t3cos(6e6 t4 +−= − . (2.8) E, ( ) )t3sen(e50)t( dt dqtI t4−== . (2.9) b) Agora, se )t3sen(100)t(E = V, também resolveremos a Eq. (2.7) usando a decomposição em frações parciais e o completamento de quadrados, ou seja, q(t) = 150 ℒ 150 )25s89)(s(s 1 22 1- = �� � � � �� � � � +++ ℒ �� � � � �� � � � ++ ++ + + + 94)(s D)4s(C 9s BAs 22 1- 52 75 = ℒ [ ] [ ]{ }1e)t3cos(31e)t3sen(2 52 25 94)(s 2)4s( 9s 2s- t4t4 22 1- −++= �� � � � �� � � � ++ ++ + + + −− . (2.10) Derivando q(t), obtemos I(t), ou seja, ( ) [ ] [ ])t3cos(6)t3sen(17e 52 25)t3sen(3)t3cos(2 52 75tI t4 +−+= − . (2.11) Para mais exemplos e exercícios, vide Theory and Problems of Laplace Transforms, Schaum's Outlines, Murray R. Spiegel, pags. 92 e 106. Cálculo Avançado A - Equações Diferenciais 8 APLICAÇÃO À MECÂNICA: Vamos considerar uma mola comum resistente a compressão e a extensão. Vamos supor que esta mola está suspensa verticalmente, que sua extremidade superior está presa em um suporte fixo e que na sua extremidade inferior está fixado um corpo de massa m muito maior que a massa da mola, a ponto da massa da mola poder ser desprezada (vide figura 2.2 abaixo). Puxando esta massa m verticalmente para baixo uma certa distância e, então, soltando-a, este corpo passará a se movimentar. Sabemos, pela segunda lei de Newton, que a resultante das forças que atuam sobre um corpo é igual a Força de Inércia, ou seja, o produto da massa pela aceleração deste corpo. Analisemos as forças que atuam sobre este corpo de massa m: Figura 2.2: Um sistema massa-mola-amortecedor 1) Força da gravidade: g.mF1 = , onde g é a aceleração da gravidade. 2) Força da mola: É a força exercida pela mola quando deformada. Esta força é proporcional a deformação (quando mais rígida a mola, maior a constante de proporcionalidade k). Quando o corpo está em repouso (posição de equilíbrio), esta mola tem uma alongamento 0s devido a força da gravidade que atua sobre o corpo. Esta força age no sentido para cima, contrário à 1F e é igual em módulo à g.mks0 = . Chamamos de x(t) o deslocamento instantâneo da massa m num tempo t a partir de sua posição de equilíbrio, com sentido positivo voltado para baixo. Assim, pela lei de Hooke, a força da mola correspondente a um deslocamento x(t) é a resultante da força da mola na posição de equilíbrio e a força causada pelo deslocamento, ou ( )tkxksF 02 −−= . Assim a força que atua sobre o sistema é dada por: ( ) ( ) ( )tkxtkxmgmgtkxksmgFFF 021 −=−−=−−=+= . (2.12) Logo, se o amortecimento do sistema é tão pequeno que pode ser desprezado, segue que )t(kx− é a resultante de todas as forças que agem sobre o corpo. Assim, de acordo com a lei de Newton: "Força é igual a massa vezes a aceleração", temos que: 0)t(xk)t(xmou)t(xk)t( dt xdm 2 2 =+′′−= . (2.13) Cálculo Avançado A - Equações Diferenciais 9 3) Força de Amortecimento: Se levarmos em conta o amortecimento viscoso do sistema, temos ainda no somatório das forças que atuam sobre o corpo uma força de amortecimento que possui sentido contrário ao movimento, e que supomos proporcional a velocidade do corpo. Para pequenas velocidades, esta hipótese constitui em uma boa aproximação. Assim a força de amortecimento é da forma )t(xF3 ′β= . Logo, a equação do movimento da mola pode ser escrita como: 0)t(xk)t(x)t(xmou)t( td dx)t(kx)t( td xdm 2 2 =+′β+′′β−−= , (2.14) onde a constante de proporcionalidade β é chamada de constante de amortecimento. Podemos, ainda, ter uma força externa dependente de t, denotada aqui por f(t), atuando sobre o sistema. Neste caso, temos que )t(f)t(xk)t(x)t(xmou)t(f)t( td dx)t(kx)t( td xdm 2 2 =+′β+′′+β−−= . (2.15) Através do uso da transformada de Laplace, podemos resolver as equações diferenciais acima, sujeitas a vários tipos de condições iniciais, que são de interesse físico. Por exemplo, Exemplo 2: Sabe-se que um peso de 5 kg estica uma mola de 1/12 m. O amortecimento exerce uma força de 0.02 kg para uma velocidade de 1/6 m/s. Um peso de 613,125 g é ligado à mola e solto de uma posição 1/6 m abaixo da posição de equilíbrio. Determine a posição deste corpo, em relação à posição de equilíbrio, em um dado instante t. Pelo que vimos acima, a massa do corpo será de: m s.kg 16 1 s/m81.9 kg613125.0 g Pm 2 2 === (2.16) e as constantes da mola e de amortecimento assumirão os valores: m kg60 m kg5 s Pk 12 10 === (2.17) e m s.kg12.0 s/m kg02.0 Velocidade Força 6 1 ===β . (2.18) Consequentemente, pela fórmula (2.14), temos que Cálculo Avançado A - Equações Diferenciais 10 0)t(x60)t(x12.0)t(x 16 1 =+′+′′ , (2.19) onde x é medido em metros e t em segundos. As condições iniciais são 61)0(x = e 0)0(x =′ . A equação (2.19) será resolvida usando a transformada de Laplace na variável t. Assim, [ ] [ ] 0)s(X60)0(x)s(sX12.0)0(x)0(xs)s(Xs 16 1 2 =+−+′−− (2.20) ou, multiplicando a Eq. (2.20) por 16 e usando as condições iniciais, 960s92.1s 92.1s 6 1)s(X0)s(X960 6 1)s(sX92.1 6 s)s(Xs 2 2 ++ + =�=+�� � �� � −+�� � �� � − . (2.21) Finalmente, x(t) é reconstruído utilizando-se a transformada inversa de Laplace e a técnica do completamento de quadrados, ou seja, 6 1)t(x = ℒ ( )( ) �� � �� � +≅ � � � � � � � � ++ ++ − − )t97.30sen( 97.30 96.0)t97.30cos( 6 e 0784.95996.0s 96.096.0s t96.0 2 1 . (2.22) O mesmo raciocínio é aplicado à molas com deslocamento horizontal. Para exemplos desta situação, vide Theory and Problems of Laplace Transforms, Schaum's Outlines, Murray R. Spiegel, pag. 88. A transformada de Laplace também pode ser aplicada a problemas de vibrações (osciladores harmônicos), de vigas (problemas de contorno), de difusão (equações diferenciais parciais) e problemas de transporte (equações integro-diferenciais), entre outros. Para exemplos destes problemas, vide Theory and Problems of Laplace Transforms, Schaum's Outlines, Murray R. Spiegel, capítulos 3 e 8, Equações Diferenciais Elementares e Problemas de Valores de Contorno, William E. Boyce e Richard C. Diprima, seções 3.7 - 3.8 e capítulo 10, ou ainda a tese de doutorado de Augusto V. Cardona, pelo PROMEC - UFRGS, intitulada "MétodoGenérico de Solução Analítica para Aproximações da Equação Linear de Transporte", Porto Alegre (1996). 3. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS COM COEFICIENTES VARIÁVEIS: A Transformada de Laplace também pode ser usada para resolver algumas EDOs com coeficientes variáveis. Num caso particular, o método se mostra bastante útil quando os termos da Cálculo Avançado A - Equações Diferenciais 11 EDO tem o formato ( )( )tyt nm , com m e n naturais, cuja transformada de Laplace é dada por ( ) [ ])0(y)0(sy)0(ys)s(Ys ds d1 )1n()2n(1nnm m m −−− −−−−− � . Vejamos um exemplo: Exemplo 1: Resolva o seguinte problema diferencial: ( ) ( )�� � � � =π = =+′+′′ 0y 10y 0)t(ty)t(y2)t(yt . Aplicando a transformada de Laplace na equação acima, obtemos que: [ ] [ ] 0)s(Y ds d)0(y)s(sY2)0(y)0(sy)s(Ys ds d 2 =−−+′−−− , (3.1) ou, usando a condição y(0) = 1 e considerando que y'(0) é constante, 1s 1)s(Y01)s(Y)1s(0)s(Y2)s(sY21)s(sY2)s(Ys 2 22 + −=′�=−′+−�=′−−++−′− . (3.2) Integrando a última igualdade da Eq. (3.2) em relação à variável s, obtemos que: � � � � � � =− π =−= s 1arctg)s(arctg 2 )s(arctgA)s(Y , (3.3) pois, pela propriedade 11, seção 4, da transformada de Laplace, 0)s(Ylim s = +∞→ e, então, 2 A π= . Assim, aplicando a transformada inversa de Laplace e usando o exemplo 18, seção 4 do capítulo V, reconstruímos a solução y(t), dada por: t )tsen()t(y = . (3.4) Devemos observar que esta solução satisfaz a condição de contorno 0)(y =π , ainda não usada. Para mais exemplos, vide Theory and Problems of Laplace Transforms, Schaum's Outlines, Murray R. Spiegel, capítulo 3. 1. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS COM COEFICIENTES CONSTANTES: 2. RESOLUÇÃO DE SISTEMAS FÍSICOS: APLICAÇÃO À CIRCUITOS ELÉTRICOS: APLICAÇÃO À MECÂNICA: 3. EQUAÇÕES DIFERENCIAIS ORDINÁRIAS COM COEFICIENTES VARIÁVEIS:
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