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1 Usinagem dos Metais Capítulo 11 DESGASTE E MECANISMOS DE DESGASTE DAS FERRAMENTAS DE CORTE 2 “Por maior que seja a dureza e a resistência ao desgaste das ferramentas de corte, e por menor que seja a resistência mecânica da peça de trabalho, a ferramenta de corte sofrerá um processo de destruição que mais cedo ou mais tarde exigirá a sua substituição” Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte • Avaria • Desgaste • Deformação plástica 3 Avaria é um processo de destruição da ferramenta de corte que ocorre de maneira repentina e inesperada, causado pela quebra, lasca ou trinca da ferramenta de corte Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Desgaste é a destruição de uma ou de ambas superfícies que compõem um sistema tribológico, geralmente envolvendo perda progressiva de material”. Deformação Plástica é a mudança da geometria da ferramenta de corte pelo deslocamento de massa 4 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte DUAS CAUSAS PARA TROCA DA ARESTA DE CORTE: (i) Ocorrência de uma avaria - trinca - lasca - quebra (ii) O desgaste atinge proporções elevadas que pode comprometer o bom andamento do processo 5 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte “No corte interrompido (fresamento), o desenvolvimento do desgaste uniforme na superfície de folga ou saída, será dominante apenas se a ferramenta de corte possuir tenacidade suficiente para resistir aos choques mecânicos e térmicos inerentes a tais processos”. 6 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte No corte interrompido as avarias podem ocorrer devido aos choques mecânicos na entrada da ferramenta na peça, na saída da ferramenta da peça, ou ainda por choques térmicos (ou fadiga térmica), em conseqüência da flutuação cíclica da temperatura. 7 • Peça • • Fase ativa • Fase inativa • Fresa Representação esquemática das fases ativa e inativa da aresta de corte num processo de fresamento frontal Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Corte interrompido 8 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Avarias no corte contínuo são muito raras, a não ser que: As condições de corte são abusivas; Geometria da ferramenta inapropriada; Defeito de fabricação de ferramenta. 9 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Figura 11.1. Variação cíclica da temperatura de corte no processo de corte interrompido 10 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Distribuição da temperatura e de tensões em pastilhas de metal duro, no corte interrompido 11 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Sulcos desenvolvidos em forma de pentes 12 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Sup. saída Sup. folga 13 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Superfície de saída Superfície de folga 1 2 Superfície de saída Superfície de folga 14 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Números de sulcos em forma de pente em função do percurso de corte por dente para o fresamento com diversos avanços por dente 15 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Influência da velocidade de corte sobre a formação de sulcos no fresamento 16 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Número de sulcos em função do percurso de corte para diversos materiais de ferramentas 17 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Formação do pé Ângulo de direção de saída 18 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte As trincas de origem térmicas são, geralmente, perpendiculares à aresta de corte e prevalecem quando usinando à altas velocidades. As trincas de origem mecânica são, geralmente, paralelas à aresta de corte e prevalecem quanto usinando à baixas velocidades. 19 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte TRÊS FORMAS DE DESGASTE (i) Desgaste de cratera (ii) Desgaste de flanco (iii) Desgaste de entalhe (notch wear) 20 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte DESGASTE NAS FERRAMENTAS DE CORTE Principais áreas de desgaste de uma ferramenta de corte 21 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Parâmetros utilizados para medir os desgastes das ferramentas de corte 22 Fotos através de microscopia eletrônica de varredura da cratera analisada. Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte 23 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Interferometria Laser 24 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte CRITÉRIO DE FIM DE VIDA DA FERRAMENTA SEGUNDO A NORMA ISO 3685, PARA FERRAMENTAS DE AÇO-RÁPIDO, METAL DURO E CERÂMICAS: (i) Desgaste de Flanco Médio, VB B = 0,3 mm; (ii) Desgaste de Flanco Máximo, VB Bmax = 0,6 mm (iii) Profundidade da cratera, KT = 0,06 + 0,3f (iv) Desgaste de Entalhe, VN = 1,0 mm* (v) Falha Catastrófica * Este não especificado pela norma. 25 quebra * I II III Tempo D e s g a s t e Comportamento do desgaste de uma ferramenta de corte com o tempo de corte. Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte 26 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Mecanismos de Desgaste 1. Deformação plástica superficial por cisalhamento a altas temperaturas. 2. Deformação plástica da aresta de corte sob altas tensões de compressão. 3. Desgaste difusivo. 4. Desgaste por aderência e arrastamento - Attrition. 5. Desgaste abrasivo. 6. Desgaste de entalhe. 27 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Mecanismos e processos de desgaste que podem estar presentes nas ferramentas de corte 28 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Deformação Plástica Superficial por Cisalhamento a Altas Temperaturas Ocorre mais provavelmente na usinagem de metais com alto ponto de fusão, em ferramentas de aço rápido. As tensões cisalhantes na interface cavaco-ferramenta são suficientes para causar deformação plástica superficial. Devido às altas temperaturas ali desenvolvidas, a resistência ao escoamento do material da ferramenta, próximo à interface, é reduzida. Como conseqüência, material é arrancado da superfície da ferramenta, formando-se assim uma cratera 29 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Deformação Plástica da Aresta de Corte sob Altas Tensões de Compressão Ocorre na usinagem dos materiais de alta dureza. A combinação de altas tensões de compressão, com altas temperaturas na superfície de saída, pode causar a deformação plástica da aresta de corte das ferramentas de aço-rápido ou metal duro. Geralmente, ocorre, a altas velocidades de corte e avanço e leva a uma falha catastrófica. 30 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Deformação Plástica 31 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Desgaste Difusivo Este mecanismo envolve a transferência de átomos de um material para outro e é fortemente dependente da temperatura e da solubilidade dos elementos envolvidos na zona de fluxo (zona de cisalhamento secundário). Como se processa a nível atômico, no microscópio as áreas desgastadas por difusão tem uma aparência muito lisa. 32 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Desgaste Difusivo 33 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastesdas Ferramentas de Corte Desgaste por Aderência e Arrastamento - Attrition Este mecanismo ocorre, geralmente, a baixas velocidades de corte, onde o fluxo de material sobre a superfície de saída da ferramenta se torna irregular. Sob estas condições, fragmentos microscópicos são arrancados da superfície da ferramenta e arrastados junto ao fluxo de material adjacente à interface. Como este mecanismo se processa a nível de grãos, no microscópio, as áreas desgastadas por attrition tem uma aparência áspera. 34 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte DESGASTE ABRASIVO O desgaste abrasivo envolve a perda de material por microsulcamento, microcorte ou microlascamento, causados por partículas de elevada dureza relativa. Estas partículas podem estar contidas no material da peça (e.g., carbonetos e carbonitretos), ou podem, principalmente, ser partículas da própria ferramenta que são arrancadas por attrition, por exemplo. Este mecanismo de desgaste é muito importante na usinagem com ferramentas de aço rápido, ferramentas revestidas, cerâmicas puras e cerâmicas mistas. 35 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte DESGASTE ABRASIVO 36 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Desgaste de Entalhe Ocorre na usinagem de materiais resistentes a altas temperaturas (tais como: ligas de níquel, titânio, cobalto e aço inoxidável). Geralmente, nas regiões onde ocorrem este tipo de desgaste, as condições de escorregamento prevalecem e o mecanismo de desgaste, provavelmente, envolve abrasão e transferência de material (difusão e attrition) e eles são bastante influenciados pelas interações com a atmosfera. Existem evidências para sugerir que óxidos se formam continuamente e se aderem na ferramenta naquelas regiões, e a quebra das junções de aderência entre os óxidos e a ferramenta pode, ocasionalmente, remover material da superfície desta última . 37 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Desgaste de Entalhe 38 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte CAUSAS DE FORMAÇÃO DE DESGASTE DE ENTALHE PROPOSTAS: 1. Presença de uma camada encruada de material na superfície da peça usinada previamente. 2. Concentração de tensão devido à um gradiente de tensão na superfície livre. 3. Formação de trincas térmicas devido a um alto gradiente de temperatura na superfície livre. 4. Presença de uma rebarba na aresta da superfície previamente usinada. 5. Uma velocidade maior na altura da profundidade de corte onde o diâmetro é maior (obviamente esta é descartável, pois o desgaste de entalhe acontece também na ponta da ferramenta, onde a velocidade é menor). 6. Presença de uma camada de óxido abrasiva na superfície previamente usinada. 7. Fluxo de material de aresta postiça de corte, paralelo, à aresta de corte (obviamente esta também é descartável, pois quanto maior a velocidade de corte, incluindo as velocidades onde a APC inexiste, mais problemática é a formação do desgaste de entalhe). 8. Fadiga da ferramenta devido à flutuação de força na superfície livre que acompanha os pequenos movimentos laterais das arestas dos cavacos. 9. Partículas da ferramenta depositadas na superfície da peça previamente usinada, que agem como pequenas ferramentas de corte para induzir o desgaste. 39 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte Em geral os três primeiros mecanismos (processos) são mais importantes à altas taxas de remoção de material, onde há o desenvolvimento de altas temperaturas. Os três últimos são mais importantes à baixas velocidades, onde a temperatura de corte é baixa o suficiente para prevenir os três primeiros. 40 Capítulo 11: Desgaste e Mecanismos de Desgastes das Ferramentas de Corte PROCEDIMENTO INDICADO PARA A ANÁLISE DOS MECANISMOS DE DESGASTE DAS FERRAMENTAS: 1) Considerar o processo como um todo 2) Análise visual 3) Análise microscópica ótica e eletrônica 4) Outras
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