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2
UniSALESIANO ARAÇATUBA
CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
ALEXANDRE ROBERTO SANTOS FERREIRA
ANA FLÁVIA CORREIA TONCHIS
CARYNE DO CARMO MARTOS RAMOS
EMILLI GARCIA DE SENA
GABRIELA DE ANDRADE TELES LIBOREDO
CRIAÇÃO DE RÃ
ARAÇATUBA, 2022
ALEXANDRE ROBERTO SANTOS FERREIRA
ANA FLÁVIA CORREIA TONCHIS
CARYNE DO CARMO MARTOS RAMOS
EMILLI GARCIA DE SENA
GABRIELA DE ANDRADE TELES LIBOREDO
CRIAÇÃO DE RÃ
Trabalho de Aquicultura apresentado ao terceiro termo curso de Medicina Veterinária do UniSALESIANO, Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, sob a orientação do Professor Carlos Eduardo Cunha Belluzzo.
ARAÇATUBA, 2022
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	4
2	CAPTURA DE RÃ	7
3	MANEJO REPRODUTIVO	8
4 	CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS	9
5 	SISTEMA DE CRIAÇÃO	10
5.1 	Sistema de criação na rerodução	Erro! Indicador não definido.
5.2	Sistema de criação de girinos	Erro! Indicador não definido.
5.3	Sistema de rimagos e rãs adultos	Erro! Indicador não definido.
6	 ÁGUA E CONDIÇÕES DO AMBIENTE	13
7 	MANEJO ALIMENTAR	10
7.1 	Manejo alimentar de reprodutores	Erro! Indicador não definido.
7.2	Manejo de acasalamento natural	Erro! Indicador não definido.
7.3 	Manejo de embrionagem	Erro! Indicador não definido.
7.4 	Manejo de girinos	Erro! Indicador não definido.
7.5 	Manejo alimentar de imagos e rãs	Erro! Indicador não definido.
8	ABATE	10
9 	COMERCIALIZAÇÃO	210
10 CONCLUSÃO 	22
REFERÊNCIAS	23
 INTRODUÇÃO
O presente trabalho investiga a criação de rã no Brasil, desde os primórdios do início da ranicultura, até os dias atuais. Para a realização desta pesquisa foram de suma importância os argumentos utilizados por AFONSO, CRIBB, FERREIRA (2013) em sua obra de Manual Técnico de Ranicultura.
No tocante às técnicas de pesquisa e ao procedimento adotados, adota-se a técnica de pesquisa bibliográfica, com fundamentação em artigos científicos. Foram consultadas, além das fontes secundárias, fontes primárias.
Para adentrar no tema, faz-se necessário abordar a história da Ranicultura no Brasil. A introdução da Ranicultura no Brasil iniciou na década de 30 quando Tom Cyrril Harrison trouxe 300 animais da espécie Rana catesbeiana Shaw advindos do Canadá, em 1802 ficou conhecida com rã-touro na linguagem popular. (FERREIRA, 2002, p.3)
O primeiro ranário implementado de forma comercial no Brasil ocorreu no ano de 1935, conhecido como Ranário Aurora, localizado no município de Itaguaí-RJ. Dessa forma, outros ranários foram construídos com objetivo comercial a partir do ano de 1975. (FERREIRA, 2002, p.3)
 No tocante aos sistemas de criação intensiva de rãs utilizados no Brasil na década de 1970, Ferreira dispõe
O sistema proposto pelo Prof. Dr. Luiz Dino Vizotto em 1975, que concedeu a ele o título de “Pai da Ranicultura Brasileira”. Consistia em um sistema de baias estreitas, com uma projeção em forma de plataforma em uma das laterais, onde eram depositados substratos orgânicos atrativos para moscas (carcaça e/ou vísceras de animais). Os dípteros e suas larvas constituíam-se no alimento básico das rãs que era suplementado com pedaços de pulmão de boi (i.e. bofe) flutuando sobre a água. Sistema Tanque-Ilha proposto pelo Dr. Dorival Fontanello e sua equipe em 1980. Este sistema utilizava baias com uma ilha central, onde eram depositados produtos orgânicos destinados à proliferação de insetos. O alimento era representado pelos insetos mais girinos da própria espécie, aproveitando a alta prolificidade deste animal. Alves de Oliveira da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) propôs em 1984, um sistema denominado Confinamento, composto de de alvenaria, medindo de 10 a 15 m2 cada. Nele seriam praticadas altas densidades e seleção periódica de rãs pelo tamanho, alimentando-as com dípteros e suas larvas. Em 1984 Roberto de Castro Aleixo e colaboradores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sugeriram, conforme recomendava a bibliografia estrangeira, que as rãs em fase de engorda fossem alimentadas com larvas de dípteros misturadas a rações. As larvas funcionavam como indutores biológicos, condicionando as rãs a ingerirem alimentos inertes. Este fato representou um avanço técnico muito significativo, redirecionando os rumos das pesquisas sobre nutrição de rãs, além de proporcionar novos posicionamentos técnicos no tocante a tipos de cochos e abrigos. Em 1988, os Professores Samuel Lopes Lima e Claudio Angelo Agostinho, também da UFV, publicaram o livro "A Criação de Rãs" no qual indicaram um sistema denominado Anfigranja, totalmente de alvenaria, onde o maior destaque técnico é dado ao setor de engorda de rãs, ressaltando principalmente a forma dos cochos, abrigos e piscina. Em 1988 o Dr. Dorival Fontanello e sua equipe comunicaram a possibilidade de se promover a engorda de rãs em um sistema denominado Gaiolas, com as mesmas características de baias só que com dimensões menores. Eles ressaltaram a importância de sua utilização em experimentos relacionados com nutrição, principalmente em razão da maior facilidade de manejo e maior precisão na coleta de dados, proporcionados por este sistema. Por seu diminuto tamanho o uso desse sistema possibilitaria uma maior produção por área. Entretanto, sugeriu-se na ocasião, o aprimoramento técnico destas gaiolas no que se refere ao manejo físico e alimentar, antes da sua utilização pelos ranicultores. Em 1990 surgiu o Sistema Ranabox proposto pelo Sr. Haroldo Aguiar, de Betim (MG). Este sistema adaptou as características do sistema de Gaiolas, até então utilizado apenas experimentalmente, para o uso comercial dos produtores. Em 1993, novamente o Dr. Fontanello e sua equipe, comunicaram os resultados de pesquisas comparativas com a engorda de rãs, realizadas entre os sistemas Tanque-Ilha, Confinamento, Anfigranja e Gaiolas e a utilização de estufas agrícolas para aumentar a temperatura ambiente. Criou-se então o “Sistema Climatizado”, porque os autores também sugeriram que a engorda de rãs em qualquer sistema deve ser feita em estufas agrícolas, pois, dessa forma, podem-se ter produções mais regulares ao longo do ano, o que permitiria maior e melhor fluxo de produção comercial. Descrito pela primeira vez na literatura brasileira por Mazzoni e colaboradores em 1995, o Sistema Inundado1 foi originalmente desenvolvido em Taiwan e trazido para o Brasil por criadores argentinos nesta mesma época. Trabalha com altas densidades e apresenta-se totalmente preenchido por água (0,05 m), eliminando a presença de abrigos e cochos (MAZZONI et al., 1995). Atualmente é uma forte tendência entre as criações comerciais. Em 2002 o Sr. Luiz Carlos Dias Faria, de São José dos Campos (SP), após encontrar dificuldades no desenvolvimento de projetos tradicionais de ranários em alvenaria, criou o Sistema Rana Piscina, que se baseia na criação das rãs em piscinas de lona. Trata-se de uma derivação do sistema inundado. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p. 13-18)
Portanto a ranicultura no Brasil iniciou em cativeiros de forma independente pelos produtores, posteriormente o Instituto de Pesquisas e Universidade adentrou no processo de criação. Ocorreu um processo de evolução do sistema de criação tendo sido adequado as necessidades de manejo alimentar, cuidados com a água, manejo nutricional, ambiente conforme houve o crescimento comercial desse empreendimento. 
No tocante ao valor nutricional da carne das rãs, elas possuem um alto teor proteico, baixo valor calórico e lipídico quando comparado a carne bovina e ao pescado. Essa carne é de fácil digestão, desse modo é recomendada para pacientes convalescentes e aos que possuem intolerância alimentar a proteína de origem animal. (CRIBB, CARVALHO, MENDONÇA, 2009, p.11)
O presente trabalho divulga os resultados da pesquisa organizados em capítulos. Em seguida a este primeiro introdutório, o segundo capítulo aborda a discussão sobre o manejo com a captura de rã, no terceiro capítulo aborda o manejo reprodutivo da rã, por sua vez, o quarto capítulo apresenta as característicasanatômicas da rã, adiante, o quinto capítulo, apresenta as condições do ambiente, no sexto capítulo apresenta o manejo alimentar, posteriormente no sétimo capítulo abate, no oitavo capítulo aborda as questões quanto a comercialização. Em seguida, são tecidas considerações conclusivas.
2	CAPTURA DE RÃ
São animais encontrados perto de água limpa parada, por serem naturalmente presas na natureza, são ariscos, por conta disso é necessário um maior cautela e calma na captura e manejo desses animais.
Usar uma rede simples é a maneira mais pratica de capturar esse animal. O manuseio desse animal desse ser feito em um ambiente com água para diminuir o fator estressante. (BELLUZZO, RODRIGUES, CRIBB, QUARTAROLI, 2010, p. 4)
	
3	MANEJO REPRODUTIVO
A reprodução começa com a presença de água, em baias de manutenção, onde machos e fêmeas aptos para reprodução são separados. Assim que a fêmea termina a postura de seus ovos, o casal é direcionado para o setor de acasalamento (os motéis). Os girinos resultantes desse processo são levados aos tanques de crescimento inicial, onde são alimentados com rações, ate concluirem o processo de metamorfose. 
Nas baias de reprodução os casais recebem um ração especifica e balanceada para melhorar o seu desempenho reprodutivo. Assim como em todas as fases de desenvolvimento do animal. (CRIBB, AFONSO, FERREIRA, 2013, p. 35 - 38)
O período reprodutivo desses animais acontece no verão, principalmente entre os meses de outubro e março. Para os motéis podem ser levado um macho para cada duas fêmeas, porém é sempre melhorar aproveitado quando levado apenas casais monogâmicos, pois assim impede a o processo de disputa por machos. (LOPES, SAMUEL, 2017)	
 
4 	CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS 
Identificam-se nas rãs, pele fina que é algo característico de anfíbios e sua epiderme úmida com a presença de glândulas (muco), narinas, possuem quatro membros utilizados para nadar e locomover-se, contam também com a terceira pálpebra nos olhos, utilizadas como proteção e umidificação deles, sua língua é viscosa e pode se alongar para frente facilitando a busca pela presa (insetos, roedores, outros anfíbios, e as vezes até girinos), sua cavidade bocal dispõem de dentes vomerianos e dentes afinalados, sua fertilização é externa, designada oviposição (ato de expelir ovos) isso ocorre na água, os ovos que saem da desova apresentam cor escura e formato esférico e é revestido por uma massa gelatinosa.
Já em relação ao sistema respiratório, enquanto girino a respiração é realizada através de brânquias. A rã adulta respira através de pulmões, mucosa da cavidade bucal (respiração buco-faríngea) e pele (respiração cutânea), sendo esta última a principal estratégia evolutiva dos anfíbios modernos (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p.24).
Anfíbios de modo geral são ectotérmicos, ou seja, para conseguir manter sua temperatura necessitam de fontes externas, em outras palavras, está inteiramente dependente do clima do ambiente.
5 	SISTEMA DE CRIAÇÃO
	
As rãs passam por períodos que vão desde a desova até o abate, passando pelo processo de evolução do girino até a metamorfose, partindo para a engorda desses anfíbios até sua finalização, denominado engorda final. Todos esses processos ocorrem nos ranários. Após a finalização da recria são encaminhadas para abatedouros especializados em rãs. (FERREIRA, PIMENTA, NETO, 2002, p.6)
Para chegar até a sua terminação as rãs precisam atingir um peso vivo acima de 50g após passar por sete etapas, que são: Reprodução, girinagem (4 fases), recria(imagos) e a engorda final para que possam ser enviadas as indústrias especializadas. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p.33).
5.1 Sistema de criação na reprodução
No âmbito de reprodução, os reprodutores situam-se no decorrer do ano nas baias de mantença, assim divididos entre machos e fêmeas, comumente com peso medial em volta de 400 a 500g e são transferidos para as baias de acasalamentos, quando ocorrer as desovas, de acordo com os princípios da estratégia reprodutiva que se deseja introduzir.
Já na zona de acasalamento é utilizado baias de acasalamento comunitário, onde encontra-se uma abundância de piscinas com intuito de constituir casais, este arquétipo de reprodução é designado Reprodução natural, pois, como o próprio nome já diz, ocorre de maneira natural, não necessitando de uma intervenção humana. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p. 38).
5.2 Sistemas de criação de girinos
Neste tópico será abordado os sistemas de formação dos girinos, conforme estes se desenvolvem suas necessidades vão se adaptando, portanto, ocorre a diversidade do setor. Conforme descreve Cribb abaixo:
Inicia-se com a área de embrionagem, regularmente composta por tanques pequenos ou caixas de água onde são depositadas as desovas provenientes do setor da reprodução (Cribb et al., 2013).
Os ovos provenientes do setor de reprodução são introduzidos em quadros flutuantes, estes são feitos com materiais como PVC, madeira ou até mesmo com bambu, buscando redução de custos aos produtores, estes quadros têm como função principal dar aporte a uma tela de nylon que se assemelha a uma peneira ficando em contato direto com a água do tanque, até que as larvas saiam e atinjam a dimensão total do tanque. É necessário que haja telas cobrindo estes tanques para evitar ataques de predadores. 
As espécies desempenham melhor o ganho de peso quando os viveiros em que são criadas imitam suas condições naturais e possibilitam o acesso a alimentação natural da linhagem, mas, desta forma a um aumento na fuga dos mesmos e perturbação de predadores prejudicando assim a criação.
Os girinos são subdivididos em tanques feitos de lona ou alvenaria, ou até mesmo outros tipos de materiais, na fração de 1 girino/ 2L água. Após a metamorfose dos girinos, eles migram do espaço aquático para o terrestre. 
A seção da girinagem estabelece os girinos desde o nascimento até o fim da metamorfose, quando são mudados para o setor de imagos. O reaproveitamento de água filtrada é algo primordial na produção de girinos, proporcionando economia para os criadores e colaborando com a melhoria da qualidade de água dos efluentes, contribuindo com a natureza e estando dentro da legislação. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p.40).
5.3 Sistemas de criação de imagos e rãs adultas
 	Existem vários tipos de sistemas intensivos de produção na criação de imagos e rãs adultas, e esses se sobressaem por serem inundados ou semi secos. Entre os sistemas semi secos ressalta-se os sistemas: tanque-ilha, confinamento e anfigranja. 
Atualmente, existe a mescla do sistema vertical com o sistema inundado, a alimentação é fornecida pela água, pois, as bandejas são dispostas na água, inundadas totalmente. Mas, também existem os sistemas verticais, ou ranabox, onde a criação é realizada em bandejas aquáticas lisas, construídas em poliestireno e dispostas verticalmente. 
Visando a redução na disputa por alimento e até mesmo o esforço desses anfíbios, o sistema de anfigranja promove alta produtividade, um manejo mais racional e uma maior densidade, estas baias dispõem de instalações com componentes básicos para a criação de rãs, como: piscinas, cochos, abrigos.
Esse sistema apresenta instalações desenvolvidas para o manejo metódico em cada uma das seções que constituem o ranário, como a reprodução, girinagem e recria, obtendo índices zootécnicos efetivos, pois disponibiliza aos anfíbios condições adequadas para um melhor desempenho. 
Há também, o sistema inundado que suprime a utilização de cochos e abrigos, pois, os animais ficam com a parte corpórea dentro da água ficando apenas a cabeça pra fora assim conseguindo subtrair o alimento quando jogado a eles, os mesmos se mantêm boiando sobre a água do tanque.
Como os criadores têm tido um volume prejudicial de rãs machucadas por conta de tanques constituídos de alvenaria, estão buscando outros meios para a formação deles, é viável a utilização de lonas ou outros tipos de materiais e com excelentes sistemas de drenagem, reduzindo resíduose maior circulação de água nos tanques.
 	Esse sistema utiliza ração diretamente na água, é realizado a alimentação desses locais contínuas vezes ao dia melhorando assim o ambiente para que o animal se desenvolva rapidamente, não sendo necessária a utilização de larvas de mosca como alimento. Com a modernização, o uso de alimentadores instantâneos programados auxilia os criadores na alimentação dos animais aumentando a quantidade de vezes ao dia e a quantia igualitária de ração a todos animais, visando economia e diminuição na perda de ração.
6	 ÁGUA E CONDIÇÕES DO AMBIENTE
Na ranicultura muitos fatores são levados em conta para uma boa criação. As condições ambientais e características físicas, como umidade relativa do ar juntamente com temperatura e qualidade da água e do ar são fatores que podem ser citados como um dos mais importantes para produção de rãs.
A produção de rãs é feita em ranários, cativeiro onde elas desenvolvem todas as suas fases de crescimento, desde a desova, desenvolvimento dos girinos, metamorfose até a fase de recria. Para que haja uma instalação para ranicultura é necessário que os recursos hídricos atinjam determinadas características. A água precisar ser em abundância, limpa e com pH variando entre 6,5 e 8 e além do mais outros parâmetros devem estar dentro dos valores indicados na tabela abaixo. (FILHO; PEREIRA; MELLO, 2017, p. 23-24) 
Tabela 1: Parâmetros físicos e químicos da água de tanques de girinos de rã-touro em criação comercial. 
Fonte: Adaptado de Ferreira (2003) presente no livro “Manual de Ranicultura para o Produtor”.
Além desses parâmetros devem ser levados em conta a origem da água, podendo ser da rede pública, nascentes ou origem subterrânea, a qualidade da água com controle da turbidez, sólidos em suspensão, excesso de matéria orgânica e a poluição por esgoto entre outros fatores. (FILHO; PEREIRA; MELLO, 2017, p. 68-69)
Na captação de água para os tanques é necessário filtros ou telas que impeçam a entrada de hospedeiros indesejáveis, comporta para o controle da entrada e saída de água e caso haja reutilização da água do tanque é de extrema importância a presença de filtros mecânicos e biológicos, sendo que a renovação e limpeza dos tanques são indispensáveis para remoção de excretas dos animais que, sem manutenção, podem ser fonte de doenças. A reutilização na aquicultura é viável alternativa para manter a oferta de água com economia do recurso e racionalização da água, além de diminuir a possibilidade de água poluída pelo esgoto, sendo que o sistema é fechado. (FILHO; PEREIRA; MELLO, 2017, p.31-32; 47)
A temperatura da água usada de preferência precisa ser constante, pois são considerados animais ectotérmicos, o que significa que a variação de temperatura deles depende da temperatura do ambiente, sendo que o valor ideal para um bom desenvolvimento das rãs é entre 25°C e 28°C, de acordo com Mazzoni (2001). Entre 18°C e 25°C esses animais podem apresentar desenvolvimento tardio e pode paralisar duas atividades. Condições de temperatura mais elevadas, causa crescimento mais acelerado desses girinos que podem atingir a metamorfose antes do período total. Em regiões com variação de temperatura menor, é indicado a instalação de retenção de calor para que as rãs possam desenvolver de acordo com o esperado, completando seu ciclo sem irregularidade. (RODRIGUES; QUARTAROLI; CRIBB; BELLUZZO, 2017, p. 9)
A pressão atmosférica e altitude são importantes influenciadores da quantidade de oxigênio presente na água, uma maior pressão atm associada a baixa altitude proporciona uma maior taxa de oxigênio dissolvido na água, importante no crescimento dos girinos. (FILHO; PEREIRA; MELLO, 2017, p. 26)
A preferência para escolha do relevo é que seja plano, podendo ser pouco inclinado e que haja drenagem de água adequada e aproveitamento da luz do sol. (FILHO; PEREIRA; MELLO, 2017, p. 26)
A quantidade de amônia, nitrito e nitrato oriunda das excretas dos organismos aquáticos e decomposição da matéria orgânica presente no ranário podem ser potenciais causadores de patologias e prejuízos, já que a amônia não ionizada e o nitrito podem ser tóxicos, dependendo da variação da temperatura e do pH da água. (FILHO; PEREIRA; MELLO, 2017, p. 71)
Sobre o Ferro, ele é o principal parâmetro inviabilizador da implantação da ranicultura visto que, em altas concentrações é causador da mortalidade dos girinos por toxicidade química e uma das alternativas para retirada deste componente da água é por meio da oxidação, como o uso de aeradores. Ademais, o cloro também pode comprometer o desenvolvimento de girinos e, em caso de uso de água da rede pública é importante que a água fique em repouso recebendo aeração para que o cloro seja removido. (FILHO; PEREIRA; MELLO, 2017, p. 71-72)
7 MANEJO ALIMENTAR
	No presente capítulo será demonstrado o manejo alimentar que deve ocorrer conforme as diferentes fases de desenvolvimento da rã, podendo estas ser divididas em estágio de reprodução, larvicultura ou girinagem, engorda inicial, engorda final ou terminação.
7.1 Manejo alimentar de reprodutores
	Inicialmente deve ser feito o manejo de renovação da água para adentrar a etapa de alimentação do lote, nesse momento utilizada ração para peixes carnívoros que contém proteína bruta entre 40 e 42% na proporção de 2,5% do peso vivo da biomassa/dia, sendo fracionado três vezes ao dia. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p.35)
	Durante essa fase é importante a observação do tratador com os animais, tendo em vista que quando estão aptos para acasalar o apetite diminui, pois realizam jejum voluntário, com o objetivo de limpar a região da cloaca para que não ocorra a contaminação dos gametas por microorganismos para seus descendentes. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p.36)
7.2 Manejo de acasalamento natural
	Neste ambiente a troca da água é realizada uma vez ao dia após a remoção da desova, não sendo necessário prover repor os alimentos. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p.46)
7.3 Manejo embrionagem
	Na fase de embrionagem há presença do vitelo, ou seja, reserva de alimento que o animal traz do ovo, desse modo, não é oferecido nenhum alimento extra para esses animais. Nesse momento o alimento será prejudicial para a qualidade da água causando fermentação afetando os animais.
7.4 Manejo de girinos
	O manejo de girinos inicia na área de embrionagem, que é composta por tanques onde se depositam as desovas do setor de reprodução. O momento em que o girino eclode passa a ser chamado de G1 ou larva inicial. Nesta fase não há manejo alimentar, uma vez que este é desprovido de aparato digestório próprio. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p. 42)
	Ao adentrar na fase G2, este passa a buscar por alimento no ambiente, portanto, é a fase inicial do manejo alimentar, que é realizado por ração, alimento natural composto por plâncton, perfiton, vegetais e musgos. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p.42)
	Após se desenvolver e atingir a fase G4 ou clímax metamórfico, os animais são separados em tanques semelhantes aos da fase de embrionagem. Com relação ao manejo alimentar utiliza-se plantas aquáticas e pouca água, uma vez que este se encontra em fase de transição para o meio terrestre. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p.42)
	Portanto, de forma geral é realizado dois tipos manejo alimentar, sendo, alimento natural e alimento artificial. Quanto ao alimento natural, estes são compostos por perifiton presentes nas raízes de aguapés, fito, zooplâncton na água, musgo encontrados nas paredes e pedaços de frutas, legumes que são colocados no período noturno na superfície dos tanques. Com relação ao alimento artificial estão representados por ração comercial para peixes em pó a qual contém 28% de proteína bruta que deve ser calculado para tanques naturais com base de 5% do peso da biomassa/dia, para os tanques artificias calcula 12% da biomassa/dia. Importante salientar que o trato deve ser fracionado três vezes ao longo do dia (8, 11 e 14 horas). (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p. 47)
7.5 Manejo alimentar de imagos e rãsImagos serão introduzidos ao setor de engorda inicial, tendo como principal desafio a nova alimentação, pois, girinos são onívoros. No setor de engorda não é realizado apenas a alimentação natural, sendo a ração a sua única fonte alimentar. A ração poderá ser colocada diretamente na água ou em cochos. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p.51)
	Após atingirem o peso de 50g deixam de ser imagos, passando assim, ser denominados de rãs, portanto, inicia a fase final de produção que é o setor de engorda final. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p.52)
	De forma geral, a alimentação para as baias semi-secas utilizará ração e larvas de mosca doméstica, entretanto, para as baias inundadas será composta apenas por ração. Devendo ser calculado a quantidade de alimentação com base em 3% do peso total da biomassa para imagos e 5% para rãs. Quanto ao volume total de alimento no dia será dividido em quatro tratos. (AFONSO, CRIBB, FERREIRA, 2013, p.58)
8 ABATE
Para ser possível ter sucesso na ranicultura é necessário seguir os devidos padrões de higiene.
A escolha e o preparo dos animais é a primeira fase que deve ser considerada para obter sucesso na ranicultura (MELLO,2009, p. 145).
Os animais que possuírem o tamanho mínimo de 220g (sendo ideal 250 a 300g), que normalmente é alcançado aos 8 meses, são selecionados e precisam passar por um sistema de jejum,variando de 36 a 48 horas, para limpeza do trato gastrointestinal, antes do abate. Sendo utilizado mais comumente 36 horas devido ao clima tropical brasileiro.Rãs que apresentam lesões não podem ser enviadas para o frigorífico. (FILHO, PEREIRA, MELLO, 2017, p. 145)
Outro ponto importante é o transporte, que é feito em caminhões e para maior conforto térmico animal, o ideal é que seja refrigerado a 15°C. Assim, são levados para o frigorífico onde a primeira etapa é a lavagem a jatos de água, que favorece o repouso do animal e menor estresse. (FILHO, PEREIRA, MELLO, 2017, p.145)
Seguido de insensibilização dos animais, é realizado com choque térmico e segundo Mello, utiliza-se solução com cloro, água, sal e gelo, este processo leva em média 10 minutos. (Mello, 2009, p.145)
As rãs após a insensibilização são colocadas em transportes aéreo de frigorífico, de cabeça para baixo para realizar a sangria. Essa é feita com bisturi e sangram por aproximadamente 10 minutos. Esse transporte aéreo leva os animais para a área limpa, onde será feito a retirada da pele e de vísceras; o fígado, se estiver em boas condições é aproveitado. (FILHO, PEREIRA, MELLO, 2017, p.146)
É feito então os cortes que podem ser sob a forma de rã inteira: desprovida de cabeça, pele, membros e vísceras; ou apenas a coxa da rã limpa. O tecido adiposo pode ser utilizado na indústria cosmética e a pele na indústria de couro. (FILHO, PEREIRA, MELLO, 2017, p.147)
Ainda assim, havia perda do dorso, que corresponde a perda de 25% do animal, mas com o crescimento dessa cultura, foi possível desenvolver polpa de rã, que passou a ser vendido para indústrias com o objetivo de elaboração de patês e salsichas. (FILHO, PEREIRA, MELLO, 2017, p.147).
.
9 COMERCIALIZAÇÃO
A ranicultura torna-se atrativa por apresentar alto índice proteico e com boa digestibilidade. Porém, devido ao alto valor (60,00 a 80,00 o kg quando inteira, podendo alcançar valores acima de 100,00 o kg quando apenas a coxa), e então acaba sendo um mercado que compete com outras áreas da piscicultura como por exemplo o salmão. (AFONSO, 2021)
O mercado nacional possui maior aceitação com cortes da coxa. Enquanto o mercado internacional faz maior aproveitamento da carcaça, adquirindo inteira limpa, ou até mesmo a aquisição do animal vivo para realização de experiências em laboratórios. (AFONSO, 2021)
10 CONCLUSÃO
O desenvolvimento da presente pesquisa, possibilitou a análise da ranicultura, desde o período histórico com a chegada no Brasil na década de 1930, até o cultivo pontuando os aspectos da captura, manejo, abate até a comercialização.
No Brasil o cultivo da ranicultura iniciou-se em 1930, tendo se desenvolvido comercialmente somente em 1975, dessa forma, o comércio brasileiro se encontra em segundo lugar de criatório do mundo, ficando atrás de Taiwan que está em primeiro lugar. 
Embora o Brasil esteja em segundo lugar, a produção é pequena, tendo em vista que os brasileiros encontram desafios durante a criação de rã, como exemplo, a falta de ração específica para rãs, tendo que ser utilizado ração para peixes.
A rã tem como característica sua carne, pelo sabor, qualidade de nutrientes, rica em proteína, contém todos os aminoácidos essenciais para a saúde humana, é hipocalórica, com baixo teor de gordura, hipoalergênica, além de ser de fácil digestão e por esse motivo é recomendada na dieta de pacientes debilitados.
Entretanto, para que seja mantido a qualidade da carne que a rã proporciona é importante seguir a rigor os cuidados desde o início da criação, manejo dos animais, até o momento final do abate, bem como, do seu preparo no prato do consumidor, caso contrário, ocorrerá possíveis perdas nutricionais deste alimento.
REFERÊNCIAS
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