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1 Suporte básico de vida em pediatria Diante de uma criança aparentemente desacordada a primeira coisa é checar a segurança da cena, não queremos que tenha mais uma vítima para aquele atendimento. Se a cena está segura -> checar a responsividade dessa criança, quero ver se ela realmente está desacordada, pois pode ser que ela esteja dormindo Se for uma criança pequena -> tapinha no pé Criança um pouco maior -> pega nos ombros, chacoalha Se a criança não responde, ela realmente está desacordada o meu próximo passo é gritar por ajuda ou usar o seu celular (se você tiver numa situação em que não tem ninguém por perto você está autorizado a utilizar o seu celular) pedindo para vir o suporte avançado de vida, você não pode sair de perto da criança nesse primeiro momento Depois irei me certificar se essa criança está parada, ou seja, depois de chamar ajuda quando eu vi que a criança está desacordada aí é que eu vou checar pulso e respiração por 10 segundos. Diante de uma criança que está desacordada essa criança precisa de algum tipo de atendimento, se eu checar o pulso e respiração e ela não tiver parada = ótimo, não tem problema eu ter chamado atendimento, porque é uma criança desacordada. Checar respiração basicamente é olhar para o tórax da criança e vê se o tórax se expande, se ela está respirando. Checar o pulso varia de acordo com a idade da criança: a gente vai checar o pulso braquial se for uma criança com menos de 1 ano; se for uma criança com mais de 1 ano a gente vai checar o pulso carotídeo ou o femoral e isso durante 10 segundos. Eu comecei a checar o pulso, deu 5 segundos e tem pulso = a criança não está parada, eu não preciso continuar checando, mas se eu tenho até 10 segundos para tentar detectar. Posso checar o pulso e a respiração e a criança tem pulso e respira = ótimo, é uma criança desacordada então vou ficar ali perto dessa criança até o suporte chegar e a gente poder descobrir o que que essa criança tem, se ela está em coma, se ela teve um AVC, se foi um trauma... A criança que não respira, mas tem pulso é uma criança que está em parada respiratória o que que eu vou fazer para a criança que está em parada respiratória, mas ainda não está em parada cardíaca? Eu vou fazer 1 ventilação a cada 2-3 segundos. Como é que a gente faz essa ventilação: para a criança que tem menos de 1 ano: ventilação boca a boca-nariz, ou seja, minha boca cobrindo boca e nariz da criança; se tiver mais de 1 ano: ventilação boca a boca. Não é obrigado a ventilar a criança se a gente não quiser, se ela tiver sangue, se ela tiver vômito, mas a verdade é que se eu não ventilar essa criança ela vai evoluir com hipoxemia e vai evoluir para uma parada cardiorrespiratória, o que piora o prognóstico dessa criança. Se essa criança tiver pulso, mas a frequência cardíaca dela foi menor do que 60 bpm, essa frequência cardíaca não é suficiente para gerar um débito para essa criança, então a gente vai começar as compressões, é como se ela tivesse parado em parada cardíaca. Fazemos essas ventilações checando o pulso para ver se essa criança não evoluiu para uma parada cardíaca. A criança não respira e não tem pulso, ou seja, uma criança que realmente está parada. O que eu vou fazer pra essa criança? Vou começar a RCP pelas compressões. Se eu tiver sozinho: 30 compressões intercalados com 2 ventilações Se eu tiver em dupla: 15 compressões intercalados com 2 ventilações A principal causa de parada cardiorrespiratória em criança é hipóxia, eu quero ventilar essa criança mais vezes e quando eu faço 15 para 2 eu vou fornecer mais ventilações para essa criança, acabo ventilando mais o que para a população pediátrica é bom. Vamos fazer isso durante 2 minutos, se eu tiver sozinho isso dá mais ou menos 5 ciclos. Se eu tiver em dupla isso dá 10 ciclos. 2 Vamos fazer por esse tempo para poder checar se o pulso da criança voltou. Se não voltou, a gente troca as funções, porque é cansativo fazer as compressões e não posso perder qualidade de manobra, então a gente troca a cada 2 minutos. Qual a frequência de compressão? De 100 a 120 compressões por minuto, não posso fazer muito devagar porque eu não vou gerar débito suficiente, mas também não posso fazer muito rápido porque eu não dou tempo do coração da criança se encher de sangue. Quanto que a gente vai comprimir? 1/3 do diâmetro anteroposterior do tórax. Criança com menos de 1 ano: em torno de 4 cm de profundidade; para criança entre 1 e 10 anos: 5 cm; a partir de 10 anos até 6 cm. O ideal é que não passe de 6cm. < 1 anos: dois dedos (quando tiver sozinho) ou dois polegares (ela é mais efetiva, porém ela só pode ser realizada quando estiver em dupla e se for profissional de saúde). Localização: linha intermamilar. Criança que sofreu um colapso súbito: antes de começar a reanimação nessas crianças a gente vai chamar ajuda, sabemos que a principal causa de parada cardíaca na criança é hipóxia, então você viu uma criança parada, você não sabe há quanto tempo essa criança está parada, provavelmente ela está sem circulação há muito tempo e aí você precisa fazer compressão para fazer esse sangue circular e perfundir os órgãos nobres. É diferente da criança que sofreu um colapso súbito, se a criança está na tua frente correndo e do nada ela cai, você vai lá checou segurança da cena, checou a responsabilidade ela realmente está desacordada, checou o pulso e respiração depois de ter chamado ajuda, essa criança está parada será que essa criança parou por hipóxia? O mais provável é que ela tenha desenvolvido uma arritmia = ritmo coçável = a minha prioridade é o desfibrilador. Por isso, para esse caso específico da criança que sofreu um colapso súbito a minha prioridade é chamar ajuda. Usar desfibrilador assim que estiver disponível, porque a parada ela pode acontecer em 4 ritmos: 2 ritmos chocáveis (FV e TV) e 2 ritmos não chocáveis (assistolia e AESP) e o desfibrilador vai ajudar a indicar se o ritmo é chocável ou não. Quando a gente tiver diante de uma assistolia: protocolo CAGADA: checar cabos, aumentar ganho e mudar derivação. No DEA que é o que teremos fora do hospital, ele mesmo já indica o ritmo e vê se vai chocar ou não. O desfibrilador faz parte do suporte básico de vida, vou ficar fazendo o suporte básico até a chegada do suporte avançado, ou seja, no suporte básico a gente nunca vai parar de comprimir essa criança, porque o suporte avançado ele pode me trazer alternativas que consigam reverter a parada dessa criança. Vou ficar fazendo as compressões para garantir um fluxo para essa criança, para garantir que o sangue dela circule até que chegue suporte avançado.
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