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Praticas_ 2011_fundamentos ciencia solo

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS 
DEPARTAMENTO DE SOLOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA DO SOLO 
AULAS PRÁTICAS 
 
 
Prof. Douglas Rodrigo Kaiser 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Março de 2010 
2 
 
 
PRÁTICA 1 – APRESENTAÇÃO E VISITA AO MUSEU DE SOLOS DO RS 
 
Objetivos 
Expor ao aluno o seu objeto de estudo nesta disciplina, o solo, contextualizando a 
ciência do solo e sua importância ambiental e para a produção agrícola. 
 
Conteúdos trabalhados 
 
- Visita ao Museu de Solos do Rio Grande do Sul. 
- O que é solo, como é formado, sua importância agrícola e ambiental ; 
- Fatores e processos de formação dos solos; 
- Funções ambientais dos solos; 
- Os solos e a produção agropecuária e florestal; 
- Importância do manejo dos solos em uma propriedade rural; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
PRÁTICA 2 – ROCHAS E MINERAIS 
 
Objetivos 
Identificar e caracterizar os principais tipos de rochas e seus constituintes minerais, que 
ocorrem no Rio Grande do Sul. 
 
Mineral 
Mineral: é um sólido homogêneo, de ocorrência natural, geralmente inorgânico, 
com composição química definida e uma estrutura cristalina (arranjo ordenado de 
cátions e ânions). Ex.: Hematita (α-Fe203), Calcita (CaCO3), Diamante (C). 
Rochas 
Rocha: é um agregado natural, coerente, multigranular de uma ou mais espécies 
minerais. Podendo conter ainda, matéria orgânica e matéria vítrea. A agregação dos 
minerais na formação das rochas não se dá ao acaso, mas obedecem as leis físicas, 
químicas ou físico-químicas definidas. Ex.: Granito (constituído de quartzo, feldspatos 
e micas), Calcário (constituído de calcita e dolomita), Arenito (constituído de quartzo). 
As rochas são o material de origem dos solos, sendo um dos principais fatores de 
formação ligados a grande variabilidade e diversidade de solos que ocorrem na 
superfície terrestre. 
O critério usado para a divisão geral das rochas é a origem destas ou seu modo 
de formação. A formação das rochas se dá por resfriamento do magma, formando as 
rochas ígneas ou magmáticas; consolidação de depósitos sedimentares, originando as 
rochas sedimentares; e metamorfismo, formando as rochas metamórficas. 
1- Rochas ígneas ou magmáticas: As rochas ígneas ou magmáticas são 
formadas a partir do resfriamento e solidificação de um magma. O magma é um 
material em estado de fusão que se encontra em diferentes profundidades na crosta e 
manto terrestre. 
 
Principais propriedades macroscópicas: 
a) Modo de jazimento: Referem-se às posições (locais) onde as rochas ígneas 
se consolidam na litosfera. 
manuc
Realce
manuc
Realce
manuc
Realce
manuc
Realce
4 
 
Rochas ígneas extrusivas ou vulcânicas: são rochas formadas pelo resfriamento 
do magma em superfície, caracterizando os derrames de lavas. Apresentam em geral 
textura afanítica, estruturas vítrea, maciça e vesicular. O magma resfria rapidamente 
quando atinge a superfície, não havendo tempo para o crescimento dos cristais. 
Rochas Intrusivas: são rochas originadas de magmas que resfriam e solidificam 
em diferentes profundidades no interior da crosta terrestre. 
 
b) Granulação ou textura: É a avaliação do tamanho dos minerais constituintes 
de uma rocha. Para efeito prático e de acordo com o tamanho dos constituintes, as 
rochas são denominadas: 
Afaníticas: rochas de granulação muito fina onde os constituintes minerais são 
dificilmente identificados e/ou distinguidos entre si a olho nu. Em geral 
apresentam cristais menores que 0,5 mm (Figura 1 a). 
Faneríticas : rochas cujos minerais constituintes são identificados e distinguidos 
a olho nu. Em geral apresentam cristais maiores que 0,5mm (Figura 1 b). 
 
 
 
a) 
 
 
b) 
Figura 1- Textura das rochas ígneas: a) afanítica e b) fanerítica. 
c) Coloração: As rochas ígneas podem apresentar minerais claros (félsicos) e/ou 
escuros (máficos) em quantidades variáveis. A avaliação da quantidade de minerais 
claros e escuros dará a classificação da rocha quanto ao Índice de Coloração: 
Rochas Leucocratas: rochas onde predominam minerais claros, tais como: 
quartzo, feldspatos, muscovita. A tonalidade da rocha é clara, mesmo que seus 
minerais configurem à rocha textura afanítica (Figura 2a). 
Rochas Melanocratas: rochas onde predominam minerais escuros, tais como: 
piroxênios, biotita, anfibólios. A tonalidade da rocha é escura. (Figura 2b). 
manuc
Realce
manuc
Realce
manuc
Realce
objetos de mineraçao
Possui um resfriamento lento
manuc
Realce
5 
 
Rochas Mesocratas: rochas onde os minerais claros e escuros aparecem em 
proporções similares (Figura 2c). 
 
 
 
 
 
a) b) c) 
Figura 2 – Classificação das rochas pela coloração: a) leucocrata, b) melanocratas e c) 
mesocratas. 
 
d) Composição mineralógica: Para identificar os minerais nas rochas separar-se 
os claros (félsicos) dos escuros (máficos) : 
Minerais Félsicos: os minerais félsicos mais comuns presentes nas rochas 
ígneas são o quartzo e os feldspato. 
 Feldspato ortoclásio (KAlSi3O8): coloração rosada 
Feldspato Plagioclásio (CaAl2Si2O8 ou NaAlSi3O8): coloração branca, 
cinza ou esverdeada. 
Quartzo: brilho vítreo; cor incolor a fumê. 
Minerais Máficos: os mais comuns presentes nas rochas ígneas são biotita, 
piroxênios e anfibólios. Apresentam coloração escura. 
e) Teor de sílica (SiO2) ou acidez: quanto ao teor de sílica as rochas podem ser 
classificadas em: 
Ácidas: são rochas que apresentam teor de SiO2 maior que 65% do 
volume total de sua composição química. Macroscopicamente são rochas com 
conteúdo de quartzo de médio a alto (maior que 10%), sendo facilmente 
identificada devida sua abundância (Figura 3a). 
Básicas: são rochas onde o teor de SiO2 é menor que 52% do volume 
total de sua composição química. Macroscopicamente são rochas sem quartzo 
(Figura 3b). 
Intermediárias: são rochas onde o teor de SiO2 está entre 65 e 52% do 
volume total de sua composição química. Macroscopicamente são rochas com 
6 
 
pouco quartzo. O quartzo é identificado com alguma dificuldade devido ocorrer 
em quantidades inferiores a 5% (Figura 3c). 
 
a) b) c) 
Figura 3 – Classificação das rochas quanto ao teor de sílica ou acidez : a) ácida 
(granito), b) básica (basalto) e c) intermediária (sienito). 
 
f) Estrutura: É o arranjo ou a distribuição que os minerais apresentam em uma 
rocha. A estrutura depende também do tamanho dos cristais (granulação ou textura). 
Quanto a sua estrutura, as rochas ígneas podem ser classificadas em: 
 Vítrea: a rocha apresenta superfície completamente lisa, geralmente de 
coloração homogênea e sem vestígios de material cristalizado. As superfícies de quebra 
da rocha são irregulares e com bordas cortantes. 
 
Maciça: quando os minerais são muito pequenos, não sendo possível identificá-
los a olho nu. A rocha apresenta seus constituintes muito coerentes, sem interstícios. 
 
Granular: a estrutura granular pode ser fina ou fanerítica. Fina: rocha 
constituída por minerais de tamanhos reduzidos, dificilmente distinguíveis, exceto pela 
sensação de aspereza ao tato. Em geral são rochas de coloração escura. Fanerítica: rocha 
constituída por minerais bem evidentes, sem desenvolvimento preferencial e 
aproximadamente do mesmo tamanho. 
 
7 
 
 
 Afanítica Fanerítica 
 
 Porfirítica: caracterizada pela presença de cristais bem desenvolvidos que se 
destacam da matriz da rocha pelo tamanho e pela cor. A matriz pode ser caracterizada 
por uma massa vítrea ou granular fina. 
 
Pegmatítica: caracterizada pela presença de grandes cristais com dimensões de 
1, 2, 5 cm ou mais, sem desenvolvimento preferencial. Os minerais nas rochas com essa 
estrutura são facilmente identificados. 
 
Vesicular: quando a rocha apresenta um grande número de pequenas cavidades 
(vacúolos ou vesículas)ou bolhas formadas durante o rápido resfriamento do magma. 
 
Amigdalóide: é a estrutura vesicular cujas vesículas estão parcial ou totalmente 
preenchidas por minerais. Este preenchimento pode ser por quartzo, calcita, dolomita, 
calcedônea. 
 
 
8 
 
2- Rochas sedimentares: são formadas a partir da consolidação de um material 
originado pela ação de um conjunto de processos que atuam na superfície da Terra 
(processos exógenos) e que levam à ―destruição‖/desagregação de qualquer tipo de 
rocha pré-existente (ígnea, sedimentar e metamórfica). Os principais agentes desses 
processos são a água, o vento e o gelo, que são responsáveis pela geração do Ciclo 
Sedimentar (Intemperismo, Erosão e Transporte, deposição e consolidação). 
 
Principais propriedades macroscópicas: 
 
a) Granulação ou textura: É a avaliação do tamanho dos minerais constituintes 
de uma rocha. No caso da rocha sedimentar, a textura está intimamente ligada aos 
constituintes das rochas preexistentes e materiais que lhe deram origem. De acordo com 
a escala granulométrica as rochas sedimentares podem ser: 
Rudáceas: onde predomina a fração areia com seixos ou cascalhos 
(Ex: conglomerados) 
Arenosas: onde predomina a fração areia sem seixos ou cascalhos. 
(Ex: arenitos). 
Siltosas: onde predomina a fração silte (Ex: siltitos). 
Argilosas: onde predomina a fração argila (Ex: argilitos). 
 
b) Composição mineralógica: Para avaliar a composição mineralógica de 
rochas sedimentares é necessário separar os fragmentos (grânulos), quando houver, do 
cimento. O principal constituinte dos grânulos é o quartzo. Os materiais cimentantes são 
em geral produtos que vieram em solução e precipitaram entre os grânulos, matéria 
orgânica ou ainda partículas minerais menores (fração silte e argila, principalmente) que 
preenchem os espaços entre os fragmentos. 
O cimento normalmente apresenta as seguintes cores: 
avermelhada a marrom: indicativa da presença de hematita (α-Fe2O3) 
amarelada: indicativa da presença de goethita (FeOOH) 
cinza escura a preta: indicativa da presença de matéria orgânica 
incolor, branca e várias tonalidades claras: indicativa da presença de calcita, 
dolomita, sílica, argila. 
 
manuc
Realce
manuc
Realce
9 
 
 
c) Estrutura:As principais estruturas das rochas sedimentares são: 
 
Maciça 
 
Terrosa 
 
Granular 
 
Estratificadas em camadas planas paralelas 
 
Estratificadas em ―folhas ou placas‖ 
 
 Estratificadas em camadas cruzadas 
 
 
10 
 
 
3- Rochas metamórficas: As rochas magmáticas e sedimentares podem ser 
levadas por processos geológicos a condições diferentes daquelas nas quais se 
formaram. Estas novas condições podem determinar a instabilidade dos minerais 
preexistentes, estáveis nas antigas condições. As rochas sofrem então transformações 
sob a ação destas novas condições de temperatura, pressão, presença de agentes voláteis 
ou fortes atritos, adaptando-se a novas condições reinantes. As rochas originadas a partir 
destas transformações são denominadas rochas metamórficas. O conjunto de fenômenos 
que leva a estas transformações é conhecido como metamorfismo 
O metamorfismo atua sobre rochas preexistentes modificando suas texturas, 
estruturas e, não obrigatoriamente, a mineralogia. As modificações observadas em 
decorrência do metamorfismo são reajustes necessários para que os minerais alcancem a 
estabilidade nas novas condições do meio em que a rocha foi colocada. É importante 
observar que esse processo ocorre sem que haja fusão da rocha preexistente, ou seja as 
transformações ocorrem na fase sólida. Podem ocorrer tanto a recristalização dos 
minerais preexistentes como a formação de novos minerais, graças à mudança da 
estrutura cristalina sob novas condições de pressão e temperatura ou a combinação 
química entre dois ou mais minerais formando um novo mineral. 
 
Principais propriedades macroscópicas: 
a) Granulação ou textura: É a avaliação do tamanho dos minerais constituintes 
de uma rocha. Para efeito prático e de acordo com o tamanho dos constituintes, as 
rochas são denominadas: 
Afaníticas: rochas de granulação muito fina onde os constituintes minerais são 
dificilmente identificados e/ou distinguidos entre si a olho nu. Em geral cristais menores 
que 0,5 mm. 
Faneríticas: rochas cujos minerais constituintes são identificados e distinguidos 
à olho nu. Em geral apresentam cristais maiores que 0,5 mm. 
 
b) Composição mineralógica: As rochas metamórficas, em função do processo 
genético, possuem minerais que são comuns as rochas ígneas (por exemplo, quartzo, 
feldspato, biotita e muscovita), as rochas sedimentares (por exemplo, calcita, dolomita, 
manuc
Realce
manuc
Realce
11 
 
quartzo, muscovita) e minerais próprios, formados durante o metamorfismo (clorita, 
sericita, zirconita, granada). 
 
c) Estrutura: As principais estruturas das rochas metamórficas são: 
Maciça: característica de rochas que exibem aspecto maciço e ausência de 
elementos lineares ou planares nítidos, indicando amplo domínio da recristalização 
sobre a deformação. Ex: mármores, quartzitos e anfibolitos. 
 
Gnaissica: resulta da interação das estruturas granulares e xistosas, sendo 
característica dos gnáisses. Estas rochas são constituídas por camadas alternadas ricas 
em minerais equidimensionais (principalmente quartzo, feldspato) e planares ou lineares 
(principalmente biotita). 
 
Cataclástica: os minerais apresentam-se na forma de fragmentos angulosos de 
diversos tamanhos envoltos em uma massa fina Os fragmentos assemelham-se a 
material quebrado por golpes de martelo. Ex: cataclasitos. 
 
Granular: apresentam minerais bem evidentes aproximadamente de mesmo 
tamanho e ausência de elementos lineares nítidos ou qualquer orientação Ex: mármore, 
anfibolitos. 
 
12 
 
Xistosa: é uma estrutura característica das rochas que exibem acentuado aspecto 
planar e fissilidade ao longo de planos paralelos denominados de xistosidade. Ex: 
muscovita xistos, biotita xistos, talco xistos, clorita xistos, hornblenda xistos, estaurolita 
xistos. 
 
Foliação: é uma estrutura planar que caracteriza rochas na quais sua orientação 
é basicamente devida à ação tectônica. Difere da estrutura xistosa por apresentar 
minerais de tamanho reduzido (textura afanítica e subfanerítica). Ex: filitos, ardósias. 
 
Migmatítica: a rocha exibe gnaissificação muito deformada e com concentrações 
irregulares de material claro de composição granítica e material escuro constituído 
predominantemente de biotita, anfibólio. Ex: migmatitos. 
 
5– Identificação de rochas 
Quadro auxiliar para identificar rochas sedimentares 
Textura Composição mineralógica Estrutura Outras características Rochas 
Rudácea Grânulos: quartzo 
Cimento: hematita + sílica, goethita + 
sílica, Calcita + sílica 
Granular Rochas com 
cimentação forte 
Conglomerados 
Arenosa Grânulos: quartzo 
Cimento: Calcita + argila +hematita, 
argila + hematita, argila + matéria 
orgânica + sílica, goethita + sílica 
Granular Rochas com 
cimentação fraca a 
forte 
Arenitos 
Siltosa Quartzo, argila, hematita e matéria 
orgânica 
Maciça Não é possível 
distinguir a olho nu os 
grânulos do cimento. 
Siltito 
Argilosa Argila, Hematita, Goethita Terrosa Distingue-se do siltito 
pela avidez pela água, 
cheiro úmido. 
Argilito 
Siltosa Quartzo e matéria orgânica Estratificada em folha Odor de óleo Folhelho 
Fina Calcita e/ou dolomita 
 
Estratificada em camadas Estratificação plana 
paralela típica 
Calcário 
13 
 
 
 
Quadro auxiliar para identificar rochas ígneas 
Coloração Textura Composição 
mineralógica 
Estrutura Teor de 
sílica 
Modo de 
jazimento 
Outras 
características 
Rochas 
Leucocrata Fanerítica Ortoclasio 
Quartzo 
Biotita 
Granular Ácida Intrusivo Apresenta 
pouca biotia 
Granito 
róseo 
Leucocrata 
a Mesocrata 
Fanerítica Ortoclasio 
Quartzo 
Biotita 
Granular ÁcidaIntrusivo Granito 
cinza 
Mesocrata a 
Leucocrata 
Fanerítica Ortoclasio 
Quartzo 
Piroxênio 
Granular Intermediária Intrusivo Sienito 
Melanocrata Afanítica Plagioclásio 
Piroxênio 
Maciça Básica Extrusivo Impossível ver 
os minerais a 
olho nu 
Basalto 
Melanocrata Afanítica Plagioclásio 
Piroxênio 
Vesicular Básica Extrusivo As vesículas 
podem estar 
preenchidas 
por quartzo, 
dolomita 
Basalto 
vesicular 
Melanocrata Afanítica Plagioclásio 
Piroxênio 
Amigdalóide Básica Extrusivo Vesículas 
preenchidas 
Basalto 
amigdalóide 
 
Melanocrata Subfanerítica Plagioclásio 
Piroxênio 
Granular Básica Intrusivo Diabásio 
Melanocrata Fanerítica Plagioclásio 
Piroxênio 
Granular Básica Intrusivo Gabro 
 
 
 
Quadro auxiliar para identificar rochas metamórficas 
Textura Composição mineralógica Estrutura Outras características Rochas 
Fanerítica Ortoclásio, quartzo, biotita Gnáissica O ortoclasio é rosa ou cinza Gnaisse 
 
Fanerítica Muscovita, quartzo Xistosa Rocha de cor branca 
amarelada por 
óxido de Fe 
Xisto 
Fanerítica Calcita Granular Rocha cristalina Mármore 
 
Afanítica a Subfanerítica Quartzo, Muscovita Maciça Rocha clara podendo 
conter cristais de 
muscovita 
Quartzito 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
6 – Atividade prática 
a) Identifique as rochas e preencha o quadro abaixo de acordo com as 
características macroscópicas apresentadas. 
Identificação Formação Jazimento Textura Estrutura Cor Nome da rocha 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Qual a importância de conhecermos o tipo de rocha que ocorre nas diferentes 
regiões? Cite um exemplo de uma rocha que ocorre em cada região do estado e quais as 
principais características que são usadas para diferenciar uma da outra. 
15 
 
c) Indique os tipos de rochas que predominam em cala região ou local indicado 
pelas letras nas figuras abaixo: 
 
 
( ) Rochas ígneas intrusivas 
( ) Rochas ígneas extrusivas 
( ) Rochas metamórficas 
( ) Rochas sedimentares de origem marinha 
( ) Rochas sedimentares de origem erosiva. 
( ) Região com elevada concentração de K em solos jovens 
( ) Região com solos recém formados com alto de teor de Fe
+++
, Ca
++
 e Mg
++
 
( ) Região com predomínio de solos pouco desenvolvidos 
( ) Região onde são encontrados solos profundos 
( ) Formação geológica mais antiga do estado 
( ) Formação geológica mais jovem do estado 
( ) Região coberta por grandes derrames vulcânicos. 
 
A 
B 
C 
D 
A 
B 
C 
D 
16 
 
7- Referências 
 
CLEMENTE, C.A. Curso de especialização em gerenciamento ambiental. 
Apontamentos de aula da disciplina Geologia. Piracicaba: Esalq, 2004. 33p. 
 
MACHADO, F.B.; MOREIRA, C.A.; ZANARDO, A; ANDRE, A.C.;GODOY, A.M.; 
FERREIRA, J. A.; GALEMBECK, T.; NARDY, A.J.R.; ARTUR, A.C.; OLIVEIRA, 
M.A.F.de. Enciclopédia Multimídia de Minerais. [on-line].ISBN: 85-89082-11-3 
Disponível na Internet: http://www.rc.unesp.br/museudpm. 
 
http://www.geolab.unc.edu/Petunia/IgMetAtlas/mainmenu.html – Atlas de Mineralogia 
(inglês), descrições de minerais e rochas 
 
http://www.webmineral.com – Atlas de Mineralogia (inglês), com ótimas fotos e boas 
descrições de minerais. 
 
http://ansatte.uit.no/kku000/webgeology/webgeology_files/brazil/minerals_pt_bra.html 
 
http://www.museumin.ufrgs.br/porsite.htm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.rc.unesp.br/museudpm
http://www.geolab.unc.edu/Petunia/IgMetAtlas/mainmenu.html
http://www.webmineral.com/
http://ansatte.uit.no/kku000/webgeology/webgeology_files/brazil/minerals_pt_bra.html
17 
 
PRÁTICA 3 – MORFOLOGIA DO SOLO 
As características morfológicas do solo são o reflexo dos fatores e processos de 
formação que aturam durante determinado período de tempo e o seu conhecimento e a 
identificação são fundamentais para a descrição e classificação dos solos. 
Objetivos: 
 Iniciar o estudo da morfologia do solo, fornecendo subsídios para que os alunos 
aprendam a conhecer e interpretar as características morfológicas de diferentes solos. 
Estudar a morfologia do solo no campo, permitindo aos alunos entenderem e 
reconhecerem as características morfológicas em diferentes solos. 
 
Conteúdos trabalhados: 
1- O que é perfil do solo e sua importância no estudo e compreensão dos 
diferentes solos; 
2-relação solo – paisagem e variabilidade natural dos solos; 
3-Mostras no perfil os procedimentos para descrição de um perfil de solo; 
4-Horizontes e camadas, principais horizontes que compõem o solo; 
5-Profundidade do solo: profundidade efetiva e sua relação com a gênese do solo 
e com o desenvolvimento de plantas; 
6- Espessura do solo; 
7- Textura e suas relações com propriedades químicas e físicas; 
8- Procedimentos para determinação da textura do solo; 
9- Painel de análise textural pelo método do tato; 
 
Elementos de trabalho prático: 
1- Horizontes do solo 
Os horizontes do solo formados pela ação dos processos pedogenéticos são 
chamados de horizontes genéticos ou pedogenéticos. Correspondem ao julgamento 
qualitativo do avaliador que considera alterações resultantes da formação do solo. Os 
principais horizontes pedogenéticos são os seguintes: 
 
 
18 
 
Horizonte O ou H – constituído de material orgânico sobreposto a outros horizontes 
minerais ou a rocha. O horizonte O é formado geralmente em condições de baixa 
temperatura, enquanto o horizonte H é formado geralmente em condições de má 
drenagem. 
Horizonte A – constituído de material, encontrado na superfície ou em seqüência a 
horizontes O ou H. Difere-se dos horizontes subseqüentes pelo maior acúmulo de 
matéria orgânica e translocação de componentes minerais. Apresenta intensa atividade 
biológica e propriedades químicas, físicas e biológicas influenciadas pela matéria 
orgânica. 
Horizonte E – constituído de material mineral com predomínio de partículas grosseiras 
como areia e silte, devido a translocação de argila, ferro, alumínio ou matéria orgânica 
para horizontes subseqüentes. Conhecido como horizonte eluvial. 
Horizonte B – constituído de material mineral encontrado em subsuperfície, sob 
horizontes A, E ou O. É o horizonte que apresenta maior expressão dos processos 
pedogenéticos, notados pela cor, textura, mineralogia, estrutura e outros aspectos. Em 
alguns casos caracteriza-se como horizonte iluvial. 
Horizonte C – horizonte pouco afetado pelos processos pedogenéticos 
Horizonte R – constituído de material mineral consolidado, como a rocha. Não pode ser 
cortado com uma pá, mesmo quando úmido. 
 
2- Horizontes de transição 
 São horizontes que apresentam características de dois horizontes principais, 
situados na zona de transição de um para outro. Quanto à identificação, aquele horizonte 
que predominar sobre o outro aparece na frente, por exemplo: horizonte AB, apresenta 
características de A e B, entretanto, predomina aquelas de A, sendo considerado A para 
fins de classificação. Outros exemplos de horizontes transicionais são os seguintes: BA, 
AC, EB, BE, BC, CB, etc. 
3- Horizontes intermediários 
São horizontes ―mesclados‖, podendo ou não ser transicionais, onde porções de 
um horizonte penetram na área de outro horizonte, sendo possível identificar as 
diferentes partes. Estes horizontes são identificados da seguinte maneira: A/B, A/C, 
B/C, B/C/R. Onde a primeira letra indica o horizonte que ocupa maior volume. 
 
19 
 
Simbologia e características específicas de horizontes e camadas subordinadas do solo 
(adaptado de Santos et al., 2005) 
Sufixos Característica 
Uso com 
horizonte 
pedogenético 
Indicativo de atributo 
ou horizonte 
diagnóstico 
b horizonte enterrado H, A, E, B, F recobrimento 
c concreções de Fe, Al e Mn A, E, B, C petroplintita 
f plintita B, C Hz. plíntico 
g glei A, E, B, C Hz. glei 
i 
incipiente desenvolvimento doHz. B 
B Hz. B incipiente 
j tiomorfismo H, A, B, C Material sulfídrico 
k* acumulação de CaCO3 A, B, C - 
m 
extremamente cimentado em 
+90% 
B, C duripan 
n saturação com Na
+
 trocável > 15% H, A, B, C caráter sódico 
p revolvido pela aração agrícola H, A uso antrópico 
r rocha branda ou saprolito C 
contato lítico 
fragmentário 
t acumulação de argila iluvial B Hz. B textural 
u 
modificações ou acumulações 
antropogênicas 
H, A - 
v características vérticas B, C Hz. vértico 
w intemperismo intenso B Hz. B latossólico 
x cimentação aparente, reversível B, C, E Fragipã 
 
A transição entre horizontes é descrita quanto ao grau (nitidez) e à topografia 
(forma) com que os horizontes se diferenciam no perfil. 
 
Transição entre horizontes - Grau ou nitidez (extraído de Santos et al., 2005) 
 
Grau ou nitidez 
 
Faixa de separação (cm) 
Abrupta < 2,5 
Clara 2,5 a 7,5 
Gradual 7,5 a 12,5 
Difusa >12,5 
 
Descrição da forma de transição entre horizontes (extraído de Santos et al., 2005) 
Forma ou Características 
20 
 
topografia 
Plana Paralela a superfície, pouco ou nenhuma irregularidade. 
Ondulada 
Sinuosa, com desníveis em relação a um plano horizontal mais 
largos que profundos. 
Irregular 
Irregular, com desníveis em relação ao plano horizontal mais 
profundos que largos. 
Descontínua 
Descontínua, em que partes de um horizonte estão parcial ou 
completamente desconectadas de outras do mesmo horizonte. 
 
4-Estrutura: Os tipos de estrutura normalmente encontrados no solo são 
classificados de acordo com a forma e ao tamanho das unidades estruturais como mostra 
a tabela a seguir. 
Forma 
Tipos (forma e arranjamento dos agregados) 
Laminar 
Prismática: é um tipo que 
predomina a linha vertical 
Blocos: com 3 dimensões da mesma ordem de 
magnitude, distribuídas em torno de um ponto. 
Prismática Colunar 
Blocos 
angulares 
Blocos 
subangulares 
Forma e aspecto 
arredondado 
granular grumosa 
Muito pequena < 1 mm < 10mm < 10mm < 5 mm < 5 mm < 1 mm < 1 mm 
Pequena 1 a 2 mm 10 a 20 mm 10 a 20 mm 5 a 10 mm 5 a 10 mm 1 a 2 mm 1 a 2 mm 
Média 2 a 5 mm 20 a 50 mm 20 a 50 mm 10 a 20 
mm 
10 a 20 mm 2 a 5 mm 2 a 5 mm 
Grande 5 a 10 mm 50 a 100 mm 50 a 100 mm 20 a 50 
mm 
20 a 50 mm 5 a 10 mm - 
Muito grande > 10 mm > 100 mm > 100 mm > 50 mm > 50 mm > 10 mm - 
 
Outra característica avaliada é o grau de desenvolvimento da estrutura: 
 
Fraca: unidades estruturais pouco freqüentes em relação ao solo solto. 
Moderada: unidades estruturais bem definidas e pouco material solto. 
Forte: unidades estruturais são separadas com facilidade e quase não se observa 
material solto. 
 
 
21 
 
Tipos de estruturas 
 
 
5- Cerosidade 
 É o aspecto brilhante e ceroso resultante de filmes de argila que recobrem a 
superfície das unidades estruturais. 
Quanto ao grau de desenvolvimento: pode ser fraca, moderada e forte de 
acordo com maior ou menor nitidez e contraste mais ou menos evidente com as partes 
sem cerosidade. 
Quanto à quantidade: pouco, comum e abundante, em função do revestimento 
da superfície dos agregados. 
 Além da cerosidade, deve-se descrever: 
Superfícies foscas ou “coatings”: superfícies ou revestimentos muito tênues e 
pouco nítidos, que não podem ser caracterizados como cerosidade. Estes revestimentos 
são constituídos por filmes de matéria orgânica e manganês (pretos ou quase pretos). 
Superfícies de fricção ou “slickensides”: superfícies alisadas e lustrosas, 
apresentando estriamento causado pela movimentação e atrito da massa de solo. 
22 
 
Ocorrem devido aos movimentos de expansão e contração da massa de solo resultante 
do umedecimento e secagem do solo. 
Superfícies de compressão ou “pressure surface”: superfícies alisadas sem 
estriamento causadas por compressão na massa de solo em decorrência da expansão do 
material. Podem apresentar brilho quando úmidas ou molhadas. 
 
6- Nódulos e concreções 
 A descrição deve incluir informações sobre quantidade, tamanho, dureza, cor e 
natureza dos nódulos e concreções. 
Quantidade: Muito pouco: < 5% do volume; 
Pouco: 5 a 10%; 
Freqüente: 15 a 40%; 
Muito freqüentes: 40 a 80%; 
Dominante: > 80% do volume. 
Tamanho: Pequeno: > 1 cm de diâmetro (maior dimensão), 
Grande: < 1 cm de diâmetro (maior dimensão). 
O tamanho médio pode ser indicado entre parênteses – isso é desejável se 
os nódulos são excepcionalmente pequenos (< 0,5 cm) ou grandes (> 2 
cm). 
Dureza: Macio: pode ser quebrado entre o polegar e o indicador; 
Duro: não pode ser quebrado entre os dedos. 
Forma: esférica, irregular e angular. 
Cor: utilizar termos simples: preto, branco, vermelho, etc. 
Natureza: a presumível natureza do material do qual o nódulo ou concreção é 
principalmente formado deve ser dada, por exemplo,― concreções ferruginosas‖ 
23 
 
(compostos de ferro predominante): ferro-magnesianas, gibbsita; carbonato de cálcio, 
etc. 
7- Presença de raízes 
 Pretendendo se distinguir as quantidades relativas de raízes nos diferentes 
horizontes, anota-se a quantidade de raízes (muitas; comuns; poucas; e raras), o 
diâmetro de raízes (muito finas < 1mm; finas = 1 a 2mm; médias = 2 a 5mm; grossas = 
5 a 10mm; e muito grossas > 10mm), e o tipo de raízes, como fasciculada ou pivotante. 
 
8- Descrição geral (caracterização ambiental) 
 É a caracterização de aspectos referentes ao ambiente onde o perfil de solo se 
encontra, os quais são anotados na seguinte seqüência: 
Perfil: especificar o número ou outra identificação de campo; 
Data: anotar dia, mês e ano; 
Classificação: efetuada segundo o SiBCS (Embrapa, 2006) após análise dos dados 
coletados; 
Localização: endereço do perfil, informar estrada, município e coordenadas 
geográficas; 
Situação e declive: informar a declividade e cobertura vegetal sobre o perfil; 
Altitude: determinada em relação ao nível do mar; 
Litologia: discriminação das rochas que constituem o substrato no local do perfil de 
solo; 
Formação geológica: especificação da unidade litogenética a que se referem as rochas 
do substrato; 
Período: identificação do período geológico referente à litologia; 
Material originário: natureza do material primitivo do qual o solo se formou; 
Pedregosidade: refere-se à proporção relativa de calhaus e matacões sobre a superfície 
e, ou, na massa do solo; 
Rochosidade: refere-se à proporção relativa de exposição de rochas do embasamento, 
na superfície do terreno; 
Relevo local: refere-se à declividade do local onde se encontra o perfil de solo; 
Relevo regional: diz respeito ao tipo de relevo predominante na região do perfil em 
questão; 
Erosão: refere-se ao grau de remoção das partes superficiais e subsuperficiais do solo; 
Drenagem: diz respeito à drenagem interna do perfil, expressa pela coloração dos 
horizontes; 
24 
 
Vegetação primária: refere-se à vegetação primária ou original do local do perfil; 
Uso atual: refere-se ao uso atual do solo no local do perfil e nas suas imediações; 
Clima: tipo de clima conforme a classificação de Köppen; 
Descrito e coletado por: Nome dos indivíduos que efetuaram a descrição e coleta. 
25 
 
CAMPUS DA UFSM – LOCALIZAÇÃO DOS PERFIS DAS AULAS PRÁTICAS 
CCR 
PERFIL 1 
PERFIL 2 
Biblioteca 
Galpão do Depto. 
de solos 
26 
 
PRÁTICA 4 – MORFOLOGIA DO SOLO 
Objetivos: 
Continuar o estudo da morfologia do solo, fornecendo subsídios para que os 
alunos aprendam a conhecer e interpretar as características morfológicas (cor, textura, 
estrutura e consistência) de diferentes solos. 
 
Conteúdos trabalhados: 
a) Cor do solo e sua importância agrícola e ambiental; 
b) Determinação da cor do solo coma caderneta de Munsell; 
c) Textura do solo e sua importância agrícola e ambiental; 
d) Determinação da textura do solo através do tato; 
e) Consistência do solo e sua determinação pelo tato; 
f) Estrutura do solo: formação e caracterização. 
 
Elementos de trabalho prático:Cor do solo: para a caracterização da cor do solo a campo é conveniente quebrar 
os agregados ou torrões para determinar se a cor é a mesma por fora e por dentro dos 
elementos da estrutura. Depois a caracterização é feita (pela comparação com os 
padrões de cores constantes na caderneta de Munsell) em amostras secas, seca triturada, 
úmida, e úmida amassada. Nessa aula os alunos irão determinar a cor (Matiz, valor e 
croma) de diferentes amostras de solos com a caderneta e Munsell. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Matiz: cor do espectro da luz. Está 
relacionado com o comprimento de onda 
de luz. 
Valor: refere-se à luminosidade relativa 
da cor. 
Croma: é a pureza da cor em relação ao 
cinza. 
27 
 
Textura do solo: A textura do solo refere-se ao conteúdo percentual das frações 
areia (partículas com tamanho entre 2 e 0,05 mm), silte (entre 0,05 e 0,002 mm) e argila 
(menor que 0,002 mm) presentes no solo. A textura do solo nos informa sobre facilidade 
de mecanização do solo, suscetibilidade à erosão, porosidade, armazenamento de água, 
entre outros. Sua determinação no campo se baseia na sensibilidade ao tato: 
Areia: sensação aspereza, não plástico, não pegajoso. 
Silte: sensação sedosidade, plástico, não pegajoso. 
Argila: Sensação sedosidade, plástica, pegajosa. 
Este procedimento requer habilidade e prática. Sempre que possível, pegue um 
punhado de solo e umedeça-o; após, esfregue uma porção do solo umedecido para 
perceber as distintas sensações que as partículas nos dão. Como o solo é normalmente 
composto pelas três frações granulométricas (areia, silte e argila) e raramente por 
apenas uma dela, teremos uma ou duas sensações predominantes. 
Para classificar o solo em uma classe textural, utiliza-se o triângulo textural, 
entrando com os percentuais de areia, silte e argila e assim achando o nome da classe do 
solo. 
 
Triângulo textural: com as 13 classes texturais consideradas pelo Sistema Brasileiro 
de classificação de solos. 
28 
 
 
Consistência do solo: refere-se à característica de resistência e moldabilidade 
que o solo oferece quando esta seco, úmido e molhado. A consistência do solo nos 
informa sobre as condições e a facilidade de mecanização do solo. Sua determinação no 
campo se baseia na sensibilidade ao tato: 
 
a) Solo seco: caracterizada pela dureza ou tenacidade. Para avaliá-la, deve-se selecionar 
um torrão seco e comprimi-lo entre o polegar e o indicador. 
Solta: não coerente entre o polegar e o indicador. 
Macia: massa do solo fracamente coerente e frágil quebra-se em material 
pulverizado ou grãos sob pressão muito leve. 
Ligeiramente dura: fracamente resistente à pressão, facilmente quebrável entre 
o polegar e o indicador. 
Dura: moderadamente resistente à pressão, pode ser quebrado nas mãos sem 
dificuldade, mas é dificilmente quebrável entre o polegar e o indicador. 
Muito Dura: muito resistente à pressão. Somente com dificuldade pode ser 
quebrado nas mãos. Não é quebrável entre o polegar e o indicador. 
Extremamente Dura: extremamente resistente à pressão. Não pode ser 
quebrado com as mãos. 
b) Solo úmido: caracterizada pela friabilidade e determinada num estado de umidade 
intermediário entre o seco e a capacidade de campo. Deve-se umedecer o torrão de solo 
ligeiramente e deixar que o excesso de água seja removido da amostra antes de testar a 
consistência. Depois tentar esboroar na mão uma amostra ligeiramente úmida. 
Solta: não coerente. 
Muito friável: o torrão esboroa-se com pressão muito leve, mas agrega-se por 
compressão posterior. 
Friável: o torrão esboroa-se facilmente sob pressão fraca e moderada entre o 
polegar e o indicador e agrega-se por compressão posterior. 
Firme: o material de solo esboroa-se sob pressão moderada entre o polegar e o 
indicador, mas apresenta resistência distintamente perceptível. 
Muito firme: o material de solo esboroa-se sob forte pressão; dificilmente 
esmagável entre o polegar e o indicador. 
29 
 
Extremamente firme: o material do solo somente se esboroa sob pressão muito 
forte, não pode ser esmagado entre o polegar e o indicador e deve ser 
fragmentado pedaço por pedaço. 
c) Solo quando molhado: caracterizada pela plasticidade e pela pegajosidade e 
determinada em amostras pulverizadas e homogeneidade, com conteúdo de água 
ligeiramente acima ou na capacidade de campo. A quantidade de água é ajustada 
adicionando solo ou água à medida que se manipula a amostra. 
Plasticidade: para determinação a campo, rola-se, depois de amassado, o 
material de solo entre o polegar e o indicador e observa-se se pode ser feito ou 
modelado um fio ou cilindro fino. 
 Não plástica: quando muito, forma um fio, que é facilmente deformado; 
Ligeiramente plástica: forma-se um fio, que é facilmente deformado; 
Plástica: forma-se um fio, sendo necessária pressão moderada para sua 
deformação; 
Muito plástica: forma-se um fio, sendo necessária muita pressão para 
deformá-lo. 
Pegajosidade: para avaliação a campo a massa de solo, pulverizada e 
homogeneizada, é molhada e então comprimida entre o indicador"e o polegar. 
Não pegajosa: após cessar a pressão, não se verifica, praticamente, 
nenhuma aderência da massa ao polegar e indicador. 
Ligeiramente pegajosa: após cessar a pressão, o material adere a ambos 
os dedos, mas desprende-se de um deles perfeitamente. Não há 
apreciável esticamento ou alongamento quando os dedos estão afastados. 
Pegajosa: após cessar a compressão, o material adere a ambos os dedos 
e, quando estes estão afastados, tende a alongar-se um pouco e romper-
se, em vez de desprender-se de qualquer um dos dedos. 
Muito pegajosa: após a compressão, o material adere fortemente a 
ambos os dedos e alonga-se perceptivelmente quando eles estão 
afastados. 
 
Estrutura do solo: refere-se ao arranjamento das frações minerais e orgânicas 
do solo em agregados. O formato, o tamanho e a resistência dos agregados variam em 
30 
 
função do tipo de solo. As praticas de manejo também podem alterar essas 
características da estrutura do solo, principalmente na camada superficial. 
Os tipos de estrutura normalmente encontrados no solo são classificados de 
acordo com a forma e ao tamanho das unidades estruturais como mostra a tabela a 
seguir: 
Tamanho 
Tipos: forma e arranjamento dos agregados 
Laminar Prismática Colunar 
Blocos 
angulares 
Blocos 
subangulares 
Granular 
 
 
 
 
 
Tamanho (mm) 
Muito pequena < 1 < 10 < 10 < 5 < 5 < 1 
Pequena 1 a 2 10 a 20 10 a 20 5 a 10 5 a 10 1 a 2 
Média 2 a 5 20 a 50 20 a 50 10 a 20 10 a 20 2 a 5 
Grande 5 a 10 50 a 100 50 a 100 20 a 50 20 a 50 5 a 10 
Muito grande > 10 > 100 > 100 > 50 > 50 > 10 
 
Quanto ao grau de desenvolvimento a estrutura pode ser classificada como: 
 
Fraca: unidades estruturais pouco freqüentes em relação ao solo solto. 
Moderada: unidades estruturais bem definidas e pouco material solto. 
Forte: unidades estruturais são separadas com facilidade e quase não se observa 
material solto. 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
d) Atividade prática: 
 
a) Identificar a cor (matiz, valor e croma) das amostras de solo com auxílio da caderneta 
de Munsell. 
Solo Matiz Valor Croma Cor 
Seco Úmido Seco Úmido Seco Úmido Seco Úmido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b)Verificar a sensação que as frações areia, silte e argila de forma isolada proporcionam 
ao tato. 
 
c) Estimar pela sensação ao tato as frações areia, silte e argila das amostras de solo e 
definir uma classe textural para cada amostra, com auxílio do triângulo textural. 
Solo 
Areia 
(%) 
Silte 
(%) 
Argila 
(%) 
Classe 
textural 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
d) Definir a consistência do solo molhado para as amostras de solo. 
 
Solo Plasticidade Pegajosidadee) Separar as unidades estruturais das amostras de solo e classificá-las de acordo com o 
formato e o grau de desenvolvimento. 
 
 
Solo Forma Grau de desenvolvimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
PRÁTICA 5 – MORFOLOGIA DO SOLO: DESCRIÇÃO DE UM PERFIL Á 
CAMPO 
Objetivos: 
Aplicar os conhecimentos de morfologia do solo e fazer a descrição morfológica 
de um perfil de solo á campo. 
 
Conteúdos trabalhados: 
a) Identificação e separação dos horizontes do solo 
b) Determinação da cor do solo com a caderneta de Munsell; 
c) Determinação da textura do solo através do tato; 
d) Determinação da estrutura do solo; 
e) Consistência do solo e sua determinação pelo tato; 
f) Identificar outras características morfológicas: cerosidade, concreções etc. 
g) Coletar amostras de solo de cada horizonte para a determinação da textura em 
sala de aula. 
 
Metodologia: 
a) Seleção do local: deve ser representativo da área e sempre que possível, sob 
vegetação natural, permitindo a caracterização adequada da referida unidade. Para abrir 
a trincheira deve-se atingir a profundidade desde a superfície até o material de origem, 
com largura de cerca de 2 m e exposição do perfil ao Sol. Quando em corte de estrada, o 
perfil não deve ter influência de insolação ou chuva sobre os horizontes. Após, inicia-se 
o exame do perfil pela separação dos horizontes e, ou, camadas, que são diferenciadas 
basicamente pela variação perceptível das características morfológicas (cor, textura, 
estrutura, consistência, etc) avaliadas em conjunto. 
b) Características morfológicas internas do perfil do solo (anatômicas): são 
características visíveis a olho nu ou perceptível por manipulação. Nesta etapa descreve-
se a aparência do solo, ou mais especificamente, do perfil do solo. As características 
morfológicas internas do perfil do solo são: espessura e transição entre horizontes, cor, 
textura, estrutura, porosidade, consistência, cerosidade, slickensides, nódulos e 
concreções minerais. 
Material necessário: pá, faca, trena, caderneta de Munsell, água, sacos plásticos, ficha 
de anotação e manual de descrição e coleta de solo á campo. 
34 
 
FICHA PARA DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO SOLO 
Projeto: 
Perfil Nº: 
Classificação: 
Localização: 
Situação de declive: 
Altitude: 
Material de origem: 
Relevo: 
Erosão: 
Drenagem: 
Vegetação (primária e atual): 
Uso atual: 
Unidade de mapeamento: 
Clima: 
Pedregosidade: 
Rochosidade: 
Data: 
Descrito por: 
 
Horizontes 
Profundidade 
(cm) 
Transição entre 
horizontes 
Cor 
Textura 
Estrutura 
Grau Forma Seco Úmido Tipo Tamanho Grau de 
desenvolvimento 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
FICHA PARA DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA DO SOLO 
Horizontes 
Consistência 
Cerosidade Raízes Porosidade Mosqueados Concreções Seco Úmido Molhado 
Plasticidade Pegajosidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observações: 
 
36 
 
Exemplo: Descrição morfológica da Unidade de mapeamento São Pedro (Brasil, 
1973) 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 ARGISSOLO VERMELHO AMARELO textura média relevo ondulado subs-
trato arenito. 
 PALEUDALF (44). 
 DYSTRIC NITOSOLS (12). 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 Esta unidade de mapeamento caracteriza-se por apresentar solos profundos, 
avermelhados textura superficial arenosa, friáveis e bem drenados. 
 São ácidos, com saturação de bases baixa a média e pobres em matéria orgânica 
e na maioria dos nutrientes. 
 Apresentam seqüência de horizonte A, B e C, bem diferenciados com as se-
guintes características morfológicas: 
 — Horizonte A profundo, normalmente bruno avermelhado escuro ou bruno 
escuro; textura franco argilo arenosa e franco arenosa; estrutura fracamente 
desenvolvida em blocos subangulares; friáveis, não a ligeiramente plástico e não 
a ligeiramente pegajoso. A transição para o horizonte B é gradual e plana. 
— Horizonte B profundo com cores avermelhadas; textura argilo arenosa a 
franco argilo arenosa; estrutura fraca ou mais raramente moderada em blocos 
subangulares; friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso. 
— Horizonte C formado pelo arenito já bastante decomposto apresentando 
textura argilo arenosa ou mais leve, de coloração variável. 
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS 
 — Capacidade de troca de cátions: O valor T é baixo (menor que 5,5cmolc kg
-1
 
de solo) no A, aumentando com a profundidade (até 9,6cmolc kg
-1
 de solo). 
— Saturação de bases. O valor V é baixo (menos de 35%) no horizonte A e 
médio (ao redor de 45%) no horizonte B. 
— Bases trocáveis. O valor S é baixo aumentando com a profundidade (menos 
de 2cmolc kg
-1
 de solo no A e mais de 3,0cmolc kg
-1
 de solo no B). Os teores de 
cálcio são dominantes, sendo ligeiramente superiores ao do magnésio no A e o 
37 
 
dobro ou mais no horizonte B. O potássio normalmente é inferior a 0,08cmolc 
kg
-1
 de solo. 
— Matéria orgânica. São solos pobres em matéria orgânica cujos teores são 
sempre inferiores a 2% 
— Fósforo disponível. São muito pobres em fósforo disponível, apresentando 
teores menores que 3 ppm. 
— Alumínio trocável. O teor de alumínio trocável está ao redor de 1,0cmolc kg
-1
 
 de solo, embora em alguns perfis possam alcançar valore. de 4,0cmolc/kg de solo 
ou mais no horizonte B. 
— pH. São solos francamente ácidos, com pH água em torno de 5,0 
apresentando pequenas variações para mais ou para menos, ao longo do perfil. 
— A relação SiO2/Al2O3 (Ki) é ligeiramente superior a 2,2. 
VARIAÇÕES E INCLUSÕES 
 Como variações, tem-se perfis de solos com horizonte A mais leve (areia fraca) 
e perfis com transição abrupta para o horizonte B. 
 Como inclusões, tem-se a ocorrência em cerca de 20% da área de solos hi-
dromórficos indiscriminados principalmente do grande grupo Gley Pouco Húmico. 
Também pequena ocorrência de perfis de solos da unidade Santa Maria. 
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 
 Esta unidade ocorre nos municípios de São Pedro, Santa Maria, Restinga Seca, 
Formigueiro, Jaguari, General Vargas, Cacequi, São Gabriel, São Francisco de Assis, 
Alegrete Uruguaiana, Quaraí, Santana do Livramento, Rosário do Sul. Totalizam uma 
área de 6.675 km
2
, o que representa cerca de 2,48% da área do RS. 
DESCRIÇÃO GERAL DA ÁREA DA UNIDADE 
 Material de origem. Solos formados a partir de arenitos. 
Relevo e altitude. O relevo predominante é o ondulado formado por elevações 
arredondadas com declives em torno de 8 a 10% pendentes em centenas de metros. 
A altitude média em que são encontrados situa-se ao redor de 150 metros. 
Vegetação. A vegetação dominante é a de campo grosso apresentando pequena 
cobertura, sendo formados predominantemente por Paspalum notatum e outras 
gramíneas secundárias. São bastante infestados de barba-de-bode, (Aristida pallens) e 
outras espécies invasoras. 
38 
 
 Clima. Nas áreas onde ocorre esta unidade de mapeamento o tipo fundamental é 
o Cfa 2 (33) de Koeppen. A temperatura média anual fica compreendida entre 19,2 a 
17,9°C. A precipitação média anual pode variar de 1404 a 1769mm. As normais 
mensais são bem distribuídas (30). 
 Nesta região são freqüentes períodos secos podendo ter 100mm de déficit de 
cinco vezes cada 10 anos e maior que 300mm l vez cada 10 anos. Períodos secos são 
freqüentes em novembro, dezembro e janeiro. 
GRAUS DE LIMITAÇÃO AO USO AGRÍCOLA 
 Fertilidade natural: Forte. São solos arenosos pobres em matéria orgânica e em 
nutrientes disponíveis. 
 Erosão: Moderada a forte. São solos bastante susceptíveis à erosão devido a 
textura e ao relevo em que ocorrem. 
 Falta d'água: Moderada, possuem baixa capacidade de retenção de água. A 
irrigação mesmo em áreas de chuvas normais é julgada conveniente (3). 
 Falta de ar Nula. São solos bem drenados, porosos e profundos. 
 Uso de implementos: Ligeira a moderada. São poucos os impedimentos à 
mecanização sendo asprincipais limitações relacionadas com os solos hidromórficos 
associados ao relevo. 
USO ATUAL 
 Na maior parte da área estão sendo utilizados com pastagens naturais. Dis-
tribuídas na área da unidade são encontradas pequenas lavouras de milho, mandioca, 
trigo e melancia. 
 O reflorestamento com eucalipto é também bastante encontrado. A maior parte 
da área encontra-se com a vegetação natural de pastagens. 
USO POTENCIAL 
 As principais limitações destes solos dizem respeito a fertilidade natural que é 
baixa, susceptibilidade a erosão e baixa capacidade de retenção de umidade. 
Podem ser cultivadas satisfatoriamente com culturas anuais, podendo serem 
mecanizadas sem maiores problemas, mas necessitando adubação e correções maciças, 
bem como praticas de conservação do solo e da água. Quando possível deve ser feita a 
incorporação de matéria orgânica, a fim de melhorar suas propriedades físicas. 
Utilização destes solos com culturas perenes ou pastagens cultivadas é bastante 
recomendável. 
39 
 
O melhoramento dos campos através da limpeza, manejo adequado, adubação e 
correção é aconselhável. 
 
ASSOCIAÇÕES 
 Os solos São Pedro também ocorrem associados a outros solos constituindo as 
seguintes unidades de mapeamento: 
 — ASSOCIAÇÃO SÃO PEDRO —SANTA MARIA 
 Esta associação ocorre nos municípios de São Gabriel e Rosário do Sul ocu-
pando área de 255km
2
 correspondendo a 0,09% da área do Estado. Nesta associação os 
solos São Pedro sempre ocupam o terço superior das coxilhas. 
 — ASSOCIAÇÃO SÃO PEDRO - AFLORAMENTO DE ROCHAS 
 Esta associação ocorre nos municípios de Candelária, Cachoeira do Sul e Jaguari 
ocupando área de 460km
2
, correspondendo a 0,17% da área do Estado. 
 — ASSOCIAÇÃO SÃO PEDRO — PEDREGAL — ESCOBAR — 
AFLORAMENTO DE ROCHAS 
 Esta associação ocorre nos municípios de Santana do Livramento, Rosário do 
Sul e Alegrete ocupando área de l.115km
2
 correspondendo a 0,41% da área do Estado. 
 — ASSOCIAÇÃO SÃO PEDRO - LIVRAMENTO 
 Esta associação ocorre no município de Santana do Livramento ocupando área 
de 325km
2
 correspondendo a 0,19% da área do Estado. 
 
Perfil RS — 135 
Unidade de mapeamento: SÃO PEDRO 
Localização: A 42km da cidade de Rosário do Sul, na estrada Rosário do Sul-
Livramento. 
Situação: Corte de estrada na meia encosta de uma elevação com 5% de declive . 
Altitude: 200 metros. 
Relevo: Ondulado com declives em dezenas de metros. 
Material de origem: Arenito. 
Cobertura vegetal: Campo natural com incidência de barba-de-bode. 
Drenagem: Bem drenado. 
 
40 
 
A1 0-25cm; bruno amarelado escuro (10YR 3/4, úmido); franco arenoso; fraca 
pequena média granular; muito poroso; solto, muito friável, não plástico e não 
pegajoso; transição difusa e plana; raízes abundantes. 
A2 25-65cm; bruno escuro (7,5YR 3/2, úmido); franco arenoso; fraca média blocos 
subangulares; muito poroso; solto, muito friável, não plástico e não pegajoso; 
transição difusa e plana; raízes abundantes. 
AB 65-l00cm; bruno avermelhado escuro (5YR 3/4, úmido); franco argilo arenoso; 
fraca média blocos subangulares; poroso; ligeiramente duro, friável, ligeiramente 
plástico e ligeiramente pegajoso; transição gradual e plana; raízes muitas. 
BA 100-130cm; bruno avermelhado escuro (2,5YR 3/4, úmido); franco argilo 
arenoso; moderada pequena e média blocos subangulares; poroso; ligeiramente 
duro, friável, ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição gradual e 
plana; raízes poucas. 
BC 130-160cm; vermelho escuro (2,5YR 3/6, úmido); mosqueado pouco pequeno e 
proeminente bruno escuro (10YR 3/3, úmido); franco argilo arenoso; moderada 
pequena blocos subangulares; cerosidade fraca e pouca; poroso; duro, friável, 
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; transição gradual e plana; raízes 
raras. 
C 160-210 cm+; vermelho (2,5YR 4/6, úmido); mosqueado pouco pequeno e 
proeminente bruno escuro (10YR 3/3, úmido); franco argilo arenoso; fraca 
média blocos subangulares; cerosidade fraca e pouca; poroso; duro, friável, 
ligeiramente plástico e ligeiramente pegajoso; raízes raras. 
Obs.: — Nos horizontes B2 e B3 foi notada a presença de concreções tipo 
"chumbo de caça", provavelmente de ferro. 
 
ANALISE MINERALÓGICA 
RS — 135 São Pedro 
A1 Areias grossa e fina — 100% de quartzo vítreo incolor, alguns hialinos, 
desarestados (rolados); traços de: ilmenita, concreções ferruginosas, feldspato 
semi-intemperizado, biotita e detritos: fragmentos de raiz e sementes. 
A2 Areias grossa e fina — Idem à fração areia da amostra anterior. 
AB Areias grossa e fina — Idem à fração areia da amostra anterior. 
41 
 
BA Areias grossa e fina — Idem à fração areia da amostra anterior. Não se observa a 
ocorrência de detritos. 
BC Areias grossa e fina — Idem à fração areia da amostra anterior. 
C Cascalho — 100% de concreções ferruginosas e argilo-ferruginosas com 
 inclusões de quartzo; l fragmento de carvão e l fragmento de quartzo. 
42 
 
Perfil: RS – 135 SÃO PEDRO 
Horizonte Amostra seca ao ar (%) pH Equivalente 
de 
umidade 
Símbolo 
 
Profundidade 
(cm) 
Calhaus 
> 20mm 
Cascalho 
20-2mm 
Terra fina 
< 2mm 
Água KCl 
A1 0-25 0 0 100 5,0 4,1 10 
A2 25-65 0 0 100 5,0 4,0 11 
AB 65-100 0 0 100 5,1 4,1 16 
BA 100-130 0 0 100 5,2 4,0 19 
BC 130-160 0 0 100 5,2 4,0 18 
C 160-210+ 0 X 100 5,0 4,0 20 
 
 
Ataque por H2SO4 D=1,47 (%) 
Ki Kr 
Al2O3/ 
Fe2O3 
P 
(mg.l
-1
) SiO2 Al2O3 Fe2O3 TiO2 P2O5 MnO 
5,9 13,5 1,7 0,24 0,05 2,86 2,18 3,09 3 
6,4 4,6 1,8 0,27 0,05 2,36 1,89 4,09 <1 
11,7 9,0 3,2 0,39 0,04 2,22 1,81 4,40 <1 
14,5 11,3 4,3 0,43 0,05 2,18 1,77 4,11 <1 
13,5 10,3 4,0 0,42 0,04 2,23 1,79 4,04 <1 
14,0 11,0 3,9 0,44 0,04 2,16 1,77 4,50 <1 
43 
 
Complexo sortivo (cmolc Kg
-1
) V 
(%) 
Al 
(%) Ca
++
 Mg
++
 K
+
 Na
+
 Valor S Al
+++
 H
+
 CTC pH 7 
0,9 0,8 0,08 0,03 1,8 1,1 2,5 5,4 33 38 
1,2 0,5 0,05 0,03 1,8 1,0 2,9 5,7 32 36 
3,1 0,9 0,05 0,04 4,1 1,0 4,1 9,2 45 20 
3,2 1,2 0,10 014 4,6 1,3 3,7 9,6 48 22 
2,0 1,2 0,06 0,03 3,3 1,7 3,2 8,2 40 34 
2,1 0,7 0,06 0,03 2,9 1,9 2,5 7,3 40 40 
 
 
C 
g Kg
-1
 
 
N 
g Kg
-1
 
 
C/N 
 
 
Composição Granulométrica g Kg
-1
 
Argila 
Dispersa 
g Kg
-1
 
Grau de 
Floculação 
% 
Silte/ 
Argila 
 
Areia grossa 
(2-0,20 
mm) 
Areia fina 
(0,20-0,05mm) 
Silte 
(0,05-0,002mm) 
Argila 
(<0,002 
mm) 
6,9 0,7 10 430 300 120 150 80 47 0,80 
6,9 0,7 10 460 320 100 120 100 17 0,83 
6,0 0,6 10 340 260 110 290 180 38 0,38 
6,8 0,7 10 300 240 110 350 270 23 0,31 
5,2 0,5 10 290 270 120 320 270 16 0,38 
4,0 0,4 10 260 270 120 350 10 97 0,34 
44 
 
PRÁTICA 5 – FATORES E PROCESSOS DE FORMAÇÃO DO SOLO 
 
Objetivo 
Relacionar os fatores e processos de formação do solo com algumas 
características morfológicas externas e internas dos solos característicos de uma 
topossequência (catena) localizada na Depressão Central. 
Material a ser utilizado 
Trado holandês, trena, caderneta de Munsell e frasco com água. 
Método 
Percorrer uma toposseqüência característica da região, fazendo no mínimo 4 
tradagens (conforme figura abaixo) para verificar as características morfológicas (cor, 
textura, espessura) e associar essas características com os processos de formação de 
cada solo. 
 
 
 
 
Ponto 
3 
Ponto 
2 
Ponto 
1 
Topo da 
Coxilha 
Várzea 
Ponto 
4 
45 
 
 
Exercícios 
1) Preencha a tabela abaixo com as informações coletadas. 
Características 
 do solo 
Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 
Cor Hz. 1 
Cor Hz. 2 
Cor Hz. 3 
Cor Hz. 4 
Cor Hz. 5 
Textura Hz. 1 
Textura Hz. 2 
Textura Hz. 3 
Textura Hz. 4 
Textura Hz. 5 
Espessura Hz. 1 
Espessura Hz. 2 
Espessura Hz. 3 
Espessura Hz. 4 
Espessura Hz. 5 
Profundidade com 
presença de água 
 
Mosqueados 
(presença/ausência) 
 
Processo de 
Formação 
 
 
2) Qual o significado das cores encontradas em cadahorizonte pedogênico? 
3) O que caracteriza a presença do lençol freático nos diferentes pontos? 
46 
 
4) Quais características morfológicas ainda poderiam ser caracterizadas em nossa 
amostragem? 
 
5) Leia a descrição de perfil a seguir e responda: 
a. Identifique as características morfológicas que estão descritas no horizonte A, 
relacionando os termos utilizados com sua respectiva característica morfológica. 
b. Este solo é pouco ou bem desenvolvido? É profundo ou raso? 
c. Qual uso você indicaria para este solo? 
Ex. de descrição geral 
Localização: estrada Porto Lucena – Santo Cristo, a 3 km de Porto Lucena, RS. 
Situação: corte de estrada na meia encosta de uma elevação com 25% de declive. 
Altitude: 220m 
Relevo: forte ondulado a montanhoso, vales em V. 
Material de origem: basalto. 
Drenagem: bem drenado. 
Descrição morfológica 
A 0-20 bruno-avermelhado escuro (5YR 3/2, úmido), franco siltoso, fraca, pequena, 
granular, muito poroso, macio, friável, ligeiramente plástico a plástico e não pegajoso, 
presença de pedras na parte inferior do horizonte, transição gradual e plana, raízes 
abundantes. Raízes compridas e penetram entre as pedras do hor. R. No horizonte A 
ocorrem pequenos fragmentos de rochas em decomposição. 
R 20 -110 cm rocha em decomposição constituída por pedras arestadas (basalto) e 
algumas arredondadas (basalto amigdalóide) que aumentam de tamanho à medida que o 
perfil se aprofunda. 
Obs. Na superfície do solo ocorrem inúmeras pedras arredondadas. 
47 
 
PRÁTICA 6 – PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO: UNIDADES DE 
MEDIDA 
 
1- Unidades de medida usadas em química do solo 
 O conhecimento das unidades de medida é fundamental para a determinação e 
interpretação das medidas química do solo. Na primeira parte dessa unidade serão 
apresentadas as principais unidades usadas em ciência do solo, assim como as suas 
transformações. 
Revisão: 
Massa: É a quantidade de matéria que existe num corpo. 
Volume: É a extensão de espaço por um corpo. 
Concentração: Significa quanto soluto está presente em um volume ou massa 
específica. 
 Mol – Mol: é a quantidade de matéria que contém 6,02 x 10
23
 entidades. 
Molaridade ou concentração molar (M): número de moles de uma substância 
contidos em 1 L de solução (NÃO em 1 L de solvente). 
Normalidade (N): nº de equivalentes de soluto contido em 1 L de solução (NÃO 
solvente). 
Eq ou molc: é o número de gramas de uma substância (molécula, íon ou par 
iônico) que fornece ou reage com o número de Avogadro (1 mol). 
 
 
Quadro 1- Sistema internacional de unidades (SI). 
Prefixo Símbolo Fator Prefixo Símbolo Fator 
Giga G 10
9
 deci d 10
-1
 
Mega M 10
6
 Centi c 10
-2
 
Quilo K 10
3
 Mili m 10
-3
 
Hecto H 10
2
 Micro  10
-6
 
Deca da 10
1
 nano n 10
-9
 
 
 
48 
 
 
Tabela 1- Sistema de unidades utilizado atualmente nas análises de solo e tecido 
vegetal. 
Elemento Unidade de medida 
Cálcio (Ca) cmolc /dm
3
 
Magnésio (Mg) cmolc /dm
3
 
Alumínio (Al) cmolc /dm
3
 
Enxofre (S) mg /dm
3
 
Fósforo (P) mg /dm
3
 
Potássio (K) mg /dm
3
 
Cobre (Cu) mg /dm
3
 
Zinco (Zn) mg /dm
3
 
Boro (B) mg /dm
3
 
Ferro (Fe) mg /dm
3
 
Manganês (Mn) mg /dm
3
 
Sódio (Na) mg /dm
3
 
Matéria orgânica (MO) % 
 
 
Tabela 2- Conversão de unidades antigas para as unidades do sistema internacional 
(SI). 
Unidade antiga Unidades do sistema internacional 
(SI) 
Fator de 
conversão 
Solos 
% g/kg; g/dm
3
; g/l 10 
ppm mg/kg; mg/dm
3
; mg/l 1 
meq/100 cm
3
 ou meq/100 g ou meq/l cmolc/dm
3
 ou cmolc/kg ou cmolc/l 1 
meq/100 cm
3
 ou meq/100 g ou meq/l cmolc/dm
3
 ou cmolc/kg ou cmolc/l 10 
Plantas 
% g/kg 10 
ppm mg/kg 1 
 
 
 
Onde: 
1 ppm = 1 μg/ml = 1 mg/dm
3
 
1 cmolc/dm
3
 = 1 cmolc/kg = 1 meq/100 ml = 1 meq/100 cm
3
 = 10 mmolc/dm
3
 = 10 mmolc/kg 
 
 
 
49 
 
 
Exercícios sobre transformação de unidades: 
1) Estabelecer a relação entre as unidades de massa (a), volume (b), densidade (c) e 
concentração (d). 
a) g, mg, g, kg, Mg, tonelada 
 g mg g kg Mg tonelada 
 g 
mg 
g 
kg 
Mg 
tonelada 
 
 
 
b) L, cm
3
, mL, dm
3
, L, m
3
 
 L cm
3
 mL dm
3
 L m
3
 
L 
cm
3
 
mL 
dm
3
 
L 
m
3
 
 
c) g/mL, g/cm
3
,
 
kg/dm
3
, Mg/m
3
,
 
kg/dm
3
 
 g/mL g/cm
3
 kg/dm
3
 Mg/m
3
 kg/dm
3
 
g/mL 
g/cm
3
 
kg/dm
3
 
Mg/m
3
 
 
kg/dm
3
 
 
d) %, g/kg, mg/kg, ppm, g/g, mg/dm
3
 
 % g/kg mg/kg ppm g/g mg/dm
3
 
% 
g/kg 
mg/kg 
ppm 
50 
 
g/g 
mg/dm
3
 
 
2) Unidades de carga por volume ou massa. 
Elemento Químico Massa Molar Carga 1 molc 1 cmolc 1 mmolc 
Hidrogênio (H
+
) 
Alumínio (Al
+3
) 
Cálcio (Ca
+2
) 
Magnésio (Mg
+2
) 
Potássio (K
+
) 
Fostato (PO4
---
) 
Sulfato (SO4
--
) 
Cloreto (Cl
-1
) 
 
3) Qual é o Cmolc de cálcio, potássio, alumínio e magnésio? 
 
4) Uma análise de solo indicou a presença de 20 mg/dm
3
 de K . 20 mg/dm
3
 de K 
correspondem a quantos cmolc/dm
3
 de K? 
 
5) Uma análise de solo apresentou o resultado de 0,54 cmolc K/dm
3
. Este resultado 
equivale a quantos mg K/dm
3
 de potássio? A quantos kg/ha de KCl (58% de K2O) este 
resultado equivale? 
 
6) A aplicação de 4 toneladas de calcário/ha (CaO = 40%; MgO = 8%) corresponderia a 
quantos cmolc Ca/dm
3
 e de Mg/dm
3
? 
 
 
7) A análise de um solo indicou a presença de 2 % de matéria orgânica nos primeiros 10 
cm de profundidade. Quantos kg ha
-1
 de matéria orgânica esse solo apresenta? 
8) Análise química feita em um solo, demonstrou que o mesmo possui cerca de 20 % de 
Fe2 O3 e 5 % de Al2O3. Quanto de Fe2 O3 e Al2O3 tem em 1 ha a 20cm de profundidade? 
Quanto de Fe e Al tem em 1 ha a 20 cm de profundidade? Densidade do solo = 1,25 
g/cm
-3
. 
9) Quanto de Fe em mg/kg, mg/dm
3
, g/g, g/cm
3
 e ppm, tem o solo do exercício 8? 
51 
 
10) Transforme 4 mmolc Al
+3
/dm
3
 em cmolc Al
+3
/dm
3
. 
11) 130 mg K. dm
-3
 = ..... meq K. 100 cm³ = ..... cmolc K. dm
3
 = ..... mmolc K. dm
-3 
12) 0,50 meq de K/100 ml de solo corresponde a quantos PPM e kg/ha de K? 
13) Converter 100 ppm de K em cmolc/dm
3
 e 5,6 cmolc/dm
3
 de Ca em ppm. 
14) Alguns fertilizantes utilizados na agricultura são constituídos por três nutrientes 
principais: nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K), sendo representados por três 
números distintos, como por exemplo, 5 – 20 – 30. O primeiro número representa a 
porcentagem em massa do N, sendo 5% nesse exemplo. Esse número indica que em 
cada 100 g de fertilizante, 5 g são de N. O segundo e o terceiro números indicam que o 
fertilizante ainda possui, respectivamente, 20% de P2O5 e 30% de K2O. A massa 
restante, correspondente a 45% do produto, é constituída de material inerte. Dessa 
forma, um saco de 50 kg de fertilizante contém 2,5 kg de N. Qual a massa de P e K 
presente em 50 kg de fertilizante? 
 
15) O laudo de análise química do solo de uma lavoura do planalto do RS indicou os 
teores de nutrientes apresentados na tabela abaixo. Calcule a quantidade de nutrientes 
que esse solo apresenta na camada de 10 cm em um ha. Sabendo-se que o Cloreto de 
Potássio apresenta 58 % de K2O, calcule quantos sacos de cloreto de potássio esse solo 
apresenta. 
Elemento Quantidade encontrada Quantidade em kg/ha 
Cálcio (Ca) 6,7 cmolc /dm
3
 
Magnésio (Mg) 1,4 cmolc /dm
3
 
Alumínio (Al) 5,2 cmolc /dm
3
 
Enxofre (S) 12,6 mg /dm
3
 
Fósforo (P) 10,9 mg /dm
3
 
Potássio (K) 380 mg /dm
3
 
Cobre (Cu) 6,9 mg /dm
3
 
Zinco (Zn) 4,4 mg /dm
3
 
Matéria orgânica 
(MO) 
2,9 % 
 
 
52 
 
PRÁTICA 7 – PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO 
 
O solo é um sistema trifásico, formado por uma fração sólida (mineral e 
orgânica), uma fração líquida e uma gasosa. As reações químicas e físico-químicas 
ocorrem principalmente na fração coloidal dosolo, que é representada pela argila e 
matéria orgânica do solo. Os componentes minerais que fazem parte da fração argila são 
bastante variáveis, devido à gênese do solo. Os principais componentes minerais da 
fração argila são os óxidos de ferro e alumínio e os argilominerais (Caulinita, 
Montmorilonita, Vermiculita etc.). É na fração coloidal do solo que ocorre a formação 
de cargas elétricas que são responsáveis pela retenção e troca de nutrientes e outros 
elementos químicos. As cargas elétricas podem ser permanentes devido as substituições 
isomórficas ou variáveis, em função da alteração do pH do meio. A capacidade de o 
solo reter e disponibilizar nutrientes e elementos tóxicos esta diretamente ligado a 
natureza dos argilominerais e da matéria orgânica que compõe a fração coloidal e do pH 
do meio. A acidez do solo esta ligada a atividade dos íons hidrogênio na solução do solo 
e a concentração de alumínio. 
 As principais propriedades químicas utilizadas para caracterizar o solo e 
diferenciar um solo de outro são a acidez ativa, acidez potencial, soma de bases, a 
saturação de bases, a capacidade de troca de cátions (CTC), a saturação de alumínio. 
 
1- Acidez ativa: é devida aos íons H+ que estão dissociados na solução do solo. 
É expressa pelo pH: - log [H
+
] = 1/log [H
+
]. 
2- Acidez potencial: é representado pela soma de H + Al adsorvido no solo. 
 3- Soma de bases (S): representa a soma de cálcio, magnésio, sódio e potássio, 
que são os principais cátions que estão no solo. O resultado é expresso em cmolc/kg. 
 
 S= Ca + Mg + K + Na 
 
 4- CTC efetiva ou a pH do solo: é representada pela soma de bases mais o 
alumínio. O resultado é expresso em cmolc/kg. 
 
CTCefetiva= Ca + Mg + K + Na + Al ou 
53 
 
CTCefetiva= S + Al 
 5- CTC potencial ou a pH 7: é representada pela soma de bases mais o 
alumínio e hidrogênio. O resultado é expresso em cmolc/kg. 
 
CTCpotencial= Ca + Mg + K + Na + Al + H ou 
CTCpotencial= S+ H+ Al 
6- Saturação de bases (V): representa quanto da CTC potencial é ocupada por 
bases. 
100(%)
7
x
CTC
S
V
pH









 
7- Saturação de alumínio (m): representa quanto da CTC efetiva do solo é 
ocupada por alumínio. 
 
100(%) x
CTC
Al
m
efetiva









 
8- Caráter do solo: esta relacionado com a saturação de bases e por alumínio: 
Eutrófico: V > 50% 
Distrófico: V< 50% 
Álico: m > 50 % 
9- Interpretação dos valores de pH em água, soma de bases (S), CTC potencial, 
saturação de bases (V), saturação de alumínio (m) e para o teor de matéria orgânica do 
solo (MO). 
Interpretação pH água S 
(cmolc kg
-1
) 
 
 
 
CTC potencial 
(cmolc kg
-1
) 
 
V 
(%) 
m 
(%) 
MO 
(%) 
Muito baixo <= 5,0 <2 - < 45 < 1 <= 2,5 
Baixo 5,1 – 5,4 2-4 <5,0 45 – 64 1 – 10 2,6 – 3,5 
Médio 5,5 – 6,0 4-6 5,1 – 15,0 65 – 80 10,1 – 20 3,6 – 4,5 
 Alto > 6 >6 > 15,0 > 80 > 20 > 4,5 
Fonte: ROLAS, 2007. 
54 
 
10- Com base nos resultados das análises realizadas em nossas amostras de solo 
previamente coletadas e também em resultados de análises realizadas durante o 
Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Estado do Rio Grande do Sul, faça os 
cálculos, complete as tabelas e responda as questões. 
 
a) Solo A: Latossolo 
Hor. 
Prof. 
(cm) 
Composição granulométrica (g Kg
-1
) 
Areia grossa Areia fina silte argila 
A 0-40 70 60 250 620 
B1 40-80 50 40 190 720 
B2 80-120 50 40 170 740 
B31 120-170 40 140 150 770 
B32 170-210+ 40 50 160 750 
 
Hor Complexo sortivo – Cmolc Kg
-1
 
V 
(%) 
m 
(%) Ca
+2 
Mg
+2 
K
+ 
Na
+ 
S Al
+3 
 
H
+
 CTCef 
CTC 
pH7,0 
A 1,7 1 0,39 0,01 2,2 6,6 
B1 1,2 0,4 0,04 0,01 2,4 6,1 
B2 1,1 0,5 0,04 0,02 2,5 5,7 
B31 0,8 0,3 0,04 0,02 3,0 4,7 
B32 0,6 0,4 0,04 0,02 2,7 4,1 
 
Hor pH 
água 
C (g Kg
-1
) M. O. (g Kg
-1
) P (mg L
-1
) Caráter 
A1 5,3 12,3 2 
B1 5,4 5,3 1 
B2 5,4 5,1 1 
B31 5,4 3,1 1 
B32 5,5 3,3 1 
 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
b) Solo B: Vertissolo 
Hor. 
Prof. 
(cm) 
Composição granulométrica (g Kg
-1
) 
Areia grossa Areia fina silte argila 
A 0-15 30 20 430 520 
B 15-70 20 10 310 660 
C 70-120+ 50 50 30 590 
 
Hor. Complexo sortivo – Cmolc Kg
-1
 
V 
(%) 
Al 
(%) Ca
+2 
Mg
+2 
K
+ 
Na
+ 
S H 
 
Al
+3 
CTCef 
CTC 
pH7,0 
A 31,1 11,7 0,73 0,22 12,7 0 
B 38,6 15,3 0,16 0,47 8 0 
C 37,4 16,8 0,09 0,66 1,6 0 
 
Hor. pH água C (g Kg
-1
) M. O. (g Kg
-1
) P (mg L
-1
) Caráter 
A 5,3 56,4 3 
B 5,7 33,3 1 
C 6,7 4,4 7 
 
 
c) Solo C: Neossolo 
Hor. 
Prof. 
(cm) 
Composição granulométrica (g Kg
-1
) 
Areia grossa Areia fina silte argila 
A 0-20 140 140 620 110 
R 20-110 250 190 410 150 
 
Hor. Complexo sortivo – Cmolc Kg
-1
 
V 
(%) 
Al 
(%) Ca
+2 
Mg
+2 
K
+ 
Na
+ 
S H 
 
Al
+3 
CTCef 
CTC 
pH7,0 
A 33 5,4 0,56 0,04 6,6 0,2 
R 32,9 6,7 0,45 0,07 5,6 0,2 
 
Hor. pH água C (g Kg
-1
) M. O. (g Kg
-1
) P (mg L
-1
) Caráter 
A 5,8 22 31 
R 6,0 9,3 34 
 
 
 
 
56 
 
 
 
d) Solo D: Argissolo 
Hor. 
Prof. 
(cm) 
Composição granulométrica (g Kg
-1
) 
Areia grossa Areia fina silte argila 
A11 0-25 430 300 120 150 
A12 25-65 460 320 100 120 
A3 65-100 340 260 110 290 
B1 100-130 300 240 110 350 
B2 130-160 290 270 120 320 
B3 160-210+ 260 270 120 350 
 
Hor. Complexo sortivo – Cmolc Kg
-1
 V 
(%) 
m 
(%) 
Ca
+2 
Mg
+2 
K
+ 
Na
+ 
S H
+ 
Al
+3 
CTCef CTC 
 pH7,0 
A11 0,9 0,8 0,08 0,03 2,5 1,1 
A12 1,2 0,5 0,05 0,03 2,9 1,0 
A3 3,1 0,9 0,05 0,04 4,1 1,0 
B1 3,2 1,2 0,10 014 3,7 1,3 
B2 2,0 1,2 0,06 0,03 3,2 1,7 
B3 2,1 0,7 0,06 0,03 2,5 1,9 
 
Hor. pH água C (g Kg
-1
) M. O. (g Kg
-1
) P (mg L
-1
) Caráter 
A11 5,0 6,9 6,9 3 
A12 5,0 6,9 6,9 <1 
A3 5,1 6,0 6,0 <1 
B1 5,2 6,8 6,8 <1 
B2 5,2 5,2 5,2 <1 
B3 5,0 4,0 4,0 <1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
e) Solo E: Neossolo 
Hor. 
Prof. 
(cm) 
Composição granulométrica g Kg
-1
 
Areia silte argila 
A 0-30 884 30 86 
C1 30-55 902 11 87 
C2 55-90 898 16 86 
C3 90-150+ 897 15 88 
 
Hor. Complexo sortivo – Cmolc Kg
-1
 
 
V% 
 
Al% Ca
+2 
Mg
+2 
K
+ 
Na
+ 
S H 
 
Al
+3 
CTCef 
CTC 
pH7,0 
A 0,7 0,2 0,103 - 2,7 0,6 
C1 0,4 0,1 0,021 - 1,6 0,7 
C2 0,4 0,1 0,036 - 1,3 0,6 
C3 0,4 0,1 0,015 - 1,2 0,7 
 
Hor. pH C (g Kg
-1
) 
M. O. (g Kg
-1
) P (mg L
-1
) 
Caráter 
água 
A 4,7 0,3 10,5 
C1 4,4 0,2 3,2 
C2 4,6 0,2 6,3 
C3 4,6 0,2 5,5 
 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
f) Solo F: Planossolo 
Hor. 
Prof. 
(cm) 
Composição granulométrica g Kg
-1
 
Areia grossa Areia fina silte argila 
A1 0-30 210 430 260 90 
A2 30-45 210 430 280 100 
E 45-65 210 460 290 40 
B 65-120 130 310 220 380 
Hor Complexo sortivo – Cmolc Kg
-1
 V 
(%) 
m 
(%) Ca
+2 
Mg
+2 
K
+ 
Na
+ 
S H
+ 
Al
+3 
CTCef CTC 
pH7,0 
A1 0,7 0,6 0,06 0,09 3,3 1,7 
A2 0,3 0,2 0,03 0,09 1,7 1,4 
E 0,2 0,1 0,02 0,05 1,2 0,6 
B 7,5 2,6 0,13 0,52 2,9 1,3 
 
Hor pH água C (g Kg
-1
) M. O. (g Kg
-1
) P (mg L
-1
) Caráter 
A1 5,0 7,4 1 
A2 5,0 2,5 1 
E 5,3 1,0 1 
B 5,4 1,4 1 
 
1- A partir dos dados gerados classifique os horizontes quanto à m, V, MO e CTC. 
2 – Como são geradas e quais os tipos de cargas elétricas do solo? 
3- Por que o solo fica ácido? Explique o que é acidez ativa e acidez potencial. 
4- O que significa o ―poder tampão‖ do solo? 
5 – Faça uma relação entre as características químicas e a textura do solo. 
6 – Qual dos solos apresenta maior grau de intemperismo? Por quê? 
7- Faça uma relação entre o grau de intemperismo e as características químicas dos 
solos. 
8- Considerando apenas o horizonte A, qual dos solos apresenta melhor fertilidade? 
9- Pelas características apresentadas, qual o tipo de argilomineral que você espera 
encontrar em cada solo? 
10 – Qual desses solos apresenta melhor potencial e representa menorrisco de 
contaminação do lençol freático se receber a aplicação de dejetos líquido de suínos? Por 
quê? 
11 – Qual desses solos apresenta maior potencial para uso agrícola e florestal? Por quê? 
59 
 
PRÁTICA 8 – PROPRIEDADES FÍSICAS DO SOLO: TEXTURA E ARGILA 
DISPERSA EM ÁGUA 
 
 A textura do solo é determinada pelo tamanho das partículas que compõe a 
fração sólida mineral do solo. A fração sólida do solo é dividida em três frações 
granulométricas, de acordo com o seu tamanho: areia (2 a 0,05 mm), silte (0,05 a 0,002 
mm) e argila (menor que 0,002 mm) (Figura 1a). É uma característica pedogenética que 
pode variar de um solo para o outro e também entre os horizontes do mesmo solo. Essa 
característica é afetada pelo material de origem e pelo grau de intemperismo que o solo 
apresenta. O quartzo é mineral dominante na fração areia e nas frações mais grosseiras 
de silte. Silicatos primários como o feldspato, hornblenda e mica estão presentes na 
areia e em menores quantidades na fração silte. Minerais secundários, como óxidos de 
ferro e alumínio, caulinita, vermiculita, montmorilonita são predominantes na fração 
silte de menor diâmetro e na fração argila (Figura 1b). 
 
 
 
Figura 1- Distribuição das partículas sólidas minerais do solo pelo tamanho (a) e 
composição mineralógica predominante em cada fração (b). 
 
A textura apresenta uma grande variabilidade espacial e pequena variação 
temporal. A escala de medida utilizada na grande maioria dos laboratórios de física do 
solo é apresentada na figura 2. A fração areia pode ser subdividida em cinco outras 
classes e as frações maiores que 2 mm são classificadas em cascalho ( 2 a 20 mm), 
calhaus (20 a 200 mm) e matacão (> 200 mm). 
a) b) 
60 
 
 
 
Figura 2- Escala de distribuição das partículas minerais do solo pelo tamanho 
(Departamento de agricultura dos EUA). 
 
A textura é uma característica utilizada na classificação dos solos e afeta outras 
propriedades e processos dinâmicos do solo e vem sendo utilizada pelo ministério da 
agricultura na definição do zoneamento agrícola de riscos climáticos. As principais 
propriedades e processos físicos afetados pela textura são: a densidade do solo, a 
porosidade, retenção de água, aeração, infiltração e retenção de água, consistência, 
suscetibilidade á compactação, suscetibilidade a erosão. Na tabela 1 é apresentada a 
influência da granulometria em algumas propriedades e no comportamento do solo. 
 
Tabela 1- Efeitos da granulometria nas propriedades e no comportamento do solo. 
Propriedade/ comportamento 
do solo 
Areia Silte Argila 
Capacidade de retenção de água Baixa Média a alta Alta 
Aeração Boa Média Pobre 
Taxa de drenagem Alta Lenta a média Muito lenta 
Teor de matéria orgânica do solo Baixo Médio a alto Médio a alto 
Decomposição da matéria orgânica Rápida Média Lenta 
Suscetibilidade a compactação Baixa Média Alta 
Suscetibilidade a erosão Moderada Alta Baixa 
Potencial de expansão e contração Muito baixo Baixo Moderado a alto 
Adequabilidade para a construção 
de represas e aterros 
Baixa Baixa Alta 
Capacidade de cultivo após chuva Boa Média Baixa 
Potencial de lixiviação de poluentes Alto Médio Baixo 
Capacidade de armazenamento de 
nutrientes 
Baixa Média a alta Alta 
Resistência a mudança de pH Baixa Média Alta 
*Exceções a estas generalizações ocorrem, devido à variação na composição mineralógica e grau de 
estruturação do solo. 
 
 
 
61 
 
1- Análise granulométrica pelo método de Vettori. 
 
Objetivo 
Determinar os teores de areia, silte e argila das amostras coletadas nos 
horizontes do perfil descrito em aula. 
 
Materiais 
Água destilada 
Pipeta de 10 ml 
1 Peneira de 279 mesh 
1 bisnaga com água 
1 funil grande 
Latas 
1 mangueira (sifão) 
1 Balança de precisão 
1 agitador elétrico 
1 agitador manual 
1 densímetro 
1 termômetro 
Estufa a 105°C 
Proveta de 1L 
2 Becker de 300 ml 
Proveta de 250 ml 
 
Procedimento 
 
a) Preparo das amostras de solo: 
 As amostras de solo coletadas a campo devem ser inicialmente secar ao ar e 
posteriormente destorroadas e passadas por uma peneira com malha de 2 mm. O 
destorroamento deve ser feito com um rolo de madeira e sobre uma superfície de 
borracha, para evitar a quebra das partículas mais grosseiras, o que acarretaria em erros 
na avaliação. A fração de solo que passa pela peneira de 2 mm é chamada de ―terra fina 
seca ao ar‖ (TFSA). 
62 
 
 
b) Análise : 
1-Pesar 50 g de TFSA e colocar no copo do agitador, adicionar 230 ml de água 
destilada e 10 ml de NaOH 6%. 
2- Agitar por 15 minutos no agitador elétrico e transferir a suspensão para uma 
proveta de 1000 ml, passando por peneira 0,053 mm. 
3- Lavar o material retido na peneira para dentro da proveta, utilizando frasco 
lavador contendo água destilada até completar o volume da proveta. 
4- Com agitador manual homogeneizar o conteúdo da proveta por mais ou 
menos 1 minuto (tempo zero). 
5- Após 90 minutos, sifonar para becker de 250 ml os 200 ml da parte superior 
da suspensão. Medir e registrar a temperatura (TSAT) e transferir para proveta de 250 
ml. Inserir o hidrômetro e registrar a leitura da argila, procurando fazer com uma 
aproximação de ¼ de divisão (DSAT). 
6- Preparar uma prova em branco, colocando 10 ml de NaOH 6% em uma 
proveta de 1000 ml e completar o volume com água destilada. Agitar manualmente por 
1 minuto, após 90 minutos sifonar para becker de 250 ml os 200 ml superior de solução 
e medir a temperatura (TPBAT), transferir para proveta de 250 ml e fazer a leitura com 
hidrômetro (DPBAT). 
7- Transferir as areias que ficaram retidas na peneira para lata previamente 
pesada, usando frasco lavador e colocar a lata na estufa. Após secar (24 hs), resfriar e 
pesar (PAT). 
 
c) Tempo de sedimentação das partículas: 
O tempo necessário para a sedimentação das partículas é definido pela Lei de 
Stokes. De acordo com a Lei de Stokes, a velocidade com que uma partícula esférica 
sedimenta sob influência da gravidade em um fluído de uma dada densidade e 
viscosidade é proporcional ao quadrado do raio da partícula. Uma partícula descendo 
em um vácuo não encontrará resistência, pois estará acelerada pela gravidade, e assim, 
sua velocidade aumentará com sua queda. Por outro lado, uma partícula caindo em um 
fluído, encontrará uma resistência proporcional ao produto de seu raio e velocidade, e 
viscosidade do fluído. Essa força de resistência foi demonstrada por George Stokes em 
63 
 
1851. A partir da Lei de Stokes, pode-se obter o tempo (t) necessário para uma partícula 
descer a uma determinada distância vertical (h): 
)(
18
2
fsgd
h
t




 
Onde: 
t = tempo necessário para uma partícula descer a uma determinada distância ; 
 h = distância vertical; 
 = viscosidade do fluído; 
d = diâmetro da partícula; 
g = aceleração da gravidade; 
 s = densidade da partícula; 
f = densidade do fluído. 
 
A partir dessa equação, obtém-se o tempo de sedimentação do silte em uma 
suspensão aquosa, para uma profundidade de 5 cm, a diversas temperaturas. 
 
d) Fator de correção da umidade (f): 
A amostra de solo utilizada para a analise granulométrica é seca ao ar, dessa 
forma, ainda fica um residual de umidade que deverá ser descontado para os cálculos. 
Para fazer essa correção é feito o seguinte procedimento: 
- pesar cerca de 20 g de TFSA. Registrar o peso exato. 
- Colocar a amostra em estufa (105°C) por 24-48 hs. 
- Resfriar a amostra em dessecador e pesar. 
- Calcular o ―f‖ pela fórmula: 
 







TFSE
TFSA
f
 
 e) Determinação dos teores de areia, silte e argila: 
 
% de areia = PAT x 2 x f 
 
% de silte = 100 – (% de areia - % de argila) 
 
64 
 
% de argila = duas condições 
1) se TSAT = TPBAT então: % de argila = (DSAT – DPBAT) x 2 x f 
2) se TSAT ≠ TPBAT então há necessidade de correção

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