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21/09/2014 1 Ligações Químicas Marcelo Pedroso UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA Santa Maria, 27 de junho de 2014. 2 Ligação química Força que mantém os átomos unidos Propriedades Químicas e Físicas Propriedades Químicas e Físicas 21/09/2014 2 3 Ligações Iônicas Forças eletrostáticas Ligações Covalentes Compartilhamento de elétrons Ligações Metálicas ‘’Mar de elétrons’’ Ocorrem quando a energia dos átomos ligados é menor do que a deles isolados Elétrons de valência 4 LIGAÇÃO IÔNICA 21/09/2014 3 5 Ligação iônica Forças eletrostáticas entre íons de cargas opostas; Íons formados pela transferência de elétrons entre os átomos participantes da ligação; Os elétrons que participam das ligações são os elétrons de valência. 6 Energia de ionização Mínima energia necessária para remover um elétron de um átomo isolado no seu estado fundamental (g) (g) (g)M(g) ���� M+(g) + e-(g) Consumo de energia Menor nos metais 1° Energia de ionização 21/09/2014 4 7 Afinidade eletrônica Quantidade de energia, ∆H, em que um átomo isolado gasoso, no seu estado fundamental, recebe um elétron, formando um íon negativo. (g) (g) (g) X(g) + e-(g) ���� X-(g) Liberação de energia Mais significativa nos não metais 8 Podemos representar os elétrons de valência de átomos, íons e moléculas; os símbolos de Lewis consistem na ilustração do símbolo do elemento rodeado por seus e- de valência, representados por pontos. Mg Configuração eletrônica do magnésio: 1s22s22p63s2 Configuração eletrônica do alumínio: 1s22s22p63s23p1 Al Símbolos de Lewis Representação de Lewis Representação de Lewis 21/09/2014 5 9 10 Regra do octeto: Cl (1s22s22p63s23p5) + e- � Cl- (1s22s22p63s23p6) Na (1s22s22p63s1) � Na+ (1s22s22p6) + e- Átomos reagem perdendo, ganhando ou compartilhando e- até que estejam circundados por oito e- de valência. �Subníveis s e p completos � configuração eletrônica do gás nobre mais próximos Cl Cl+ e - - Na Na+ + e- Argônio Neônio Existem várias exceções à regra do octeto 21/09/2014 6 11 Formação das ligações iônicas M(g) + X(g) ���� M+(g) + X-(g) A primeira etapa para a formação de uma ligação iônica é a transferência de elétron(s) para a formação dos íons x 12 Estruturas de Lewis Compostos iônicos Combinação entre as estruturas de Lewis dos íons individuais Na+ Cl - 2Na+ O 2- 2Al3+ O 2- 3 21/09/2014 7 13 Formação das ligações iônicas Devido à atração eletrostática.... M+ (g) + X- (g) ���� [M+X-] (g) Par iônico A força de atração eletrostática entre os íons do par iônico é chamada Ligação iônica 14 Energia das ligações iônicas Por vezes, a energia liberada pelo recebimento de elétrons pelos não metais não compensa a energia gasta na ionização do metal para a formação de uma ligação iônica Transformações químicas ocorrem quando os produtos formados são mais estáveis que os reagentes. Em geral, esse processo é seguido por uma liberação de energia – energeticamente favorável. OBS: a liberação de energia de uma reação química não é garantia que ela vá ocorrer x 21/09/2014 8 15 Sólidos iônicos 16 Ligação iônica e energia Formação de um sólido iônico A energia reticular do NaCl é a responsável pela formação deste sal no estado sólido -787 kJ/mol Ciclo Born-Haber 21/09/2014 9 17 18 Ligação iônica e energia Formação de um sólido iônico A energia potencial de um sólido iônico pode ser dada pela equação de Born-Meyer ____________ NA zAzB e2 4piε0d ____________1- d* d AEP = - NA - número de Avogadro d* - constante (34,5 pm) d – distância entre íons (raio iônico) A – constante Madelung (depende do arranjo) 21/09/2014 10 19 Exemplo Qual dos sólidos tem maior energia de rede cristalina, KCl ou NaCl? CaO ou KCl? Ordene os compostos iônicos em ordem crescente de energia de rede: NaF, CsI e CaO 20 Ligação iônica e energia Sólido iônico Sua característica quebradiça deve-se à repulsão de cargas entre seus íons de mesma carga 21/09/2014 11 21 LIGAÇÃO COVALENTE 22 Ligação Covalente Ocorre quando dois átomos tem tendência igual ou semelhante de ganhar e perder elétrons. Os elétrons ficam compartilhados, não havendo transferência. As forças de atração entre os átomos são as responsáveis pela ligação covalente 21/09/2014 12 23 -485 A distância onde as forças de atração repulsivas e atrativas se igualam é chamada distância de ligação. Nela, o par de elétrons é igualmente compartilhado pelos dois átomos de hidrogênio 24 Do ponto de vista da mecânica quântica, na distância de ligação a probabilidade de encontrar cada elétron é a mesma em cada núcleo. Como ocupam a mesma região do espaço, os elétrons devem estar com spins antiparalelos (princípio da exclusão de Pauli). São chamado de par ligado ou par compartilhado. 21/09/2014 13 25 Estruturas de Lewis e Ligação Covalente Átomos isolados Molécula de HF Átomos compartilham elétrons afim de completar seus octetos F F F F ou F F 26 Estruturas de Lewis e Ligação Covalente Regras gerais 1) Some todos os e- de valência. Para íons, ajuste o número de e- em relação à carga. 2) Escreva os símbolos dos elementos e una-os por ligações simples. (Fórmulas químicas geralmente são escritas na ordem como os átomos estão ligados na molécula ou íon; o átomo central normalmente é escrito primeiro; átomo central, em geral, é o menos eletronegativo; hidrogênio é sempre terminal). 3) Complete os octetos do átomos ligados ao átomo central. 4) Coloque os elétrons que sobraram no átomo central, mesmo que ultrapasse o octeto. 5) Se não existem e- suficientes para completar o octeto do átomo central, tente ligações múltiplas 21/09/2014 14 27 Exemplo: Escrever a estrutura de Lewis para a amônia, NH3 1° Etapa: H devem ser terminais, logo N é o átomo central 2° Etapa: N grupo 15 da tabela periódica � 5 e- de valência e H 1 e- de valência � 5 + 3(1) = 8 e- ao todo 3° Etapa: formação de 3 ligações simples 4° Etapa: distribuição do elétrons restantes N HH H N HH H N HH H 28 Exercício: Escreva a estrutura de Lewis do metanal, H2CO Fluoreto de hidrogênio, água, metano. 21/09/2014 15 29 Ligações múltiplas Muito átomos compartilham mais de um par de elétrons para completar seu octeto. Átomos unidos por um par de elétrons � ligação simples ´ Átomos unidos por dois pares de elétrons � ligação dupla Átomos unidos por três pares de elétrons � ligação tripla 30 Ressonância Algumas moléculas não podem ser expressas corretamente por uma única estrutura de Lewis. Caso do ozônio, O3 Ambas ligações tem o tamanho de 0,128 nm O O O O O O 3 x 6 = 18 e- de valência 21/09/2014 16 31 Ressonância O O O O O O Estruturas canônicas Híbrido de ressonância 32 Polaridade das ligações Átomos diferentes atraem de maneira diferente o par compartilhado de uma ligação de covalente, o que leva a uma distribuição não simétrica dos elétrons. Ligação polar 21/09/2014 17 33 Polaridade das ligações Eletronegatividade – habilidade de um átomo em atrair para si os elétrons de uma ligação em uma certa molécula 34 Polaridade das ligações Ligação covalente polar Ligação covalente apolar δ+ δ− 21/09/2014 18 35 Polaridade das ligações Com diferenças de eletronegatividade superiores a 1,7, a ligação é melhor descrita como iônica 36 Exemplo Qual ligação é mais polar: B-Cl ou C-Cl, P-F ou P-Cl?Indique em cada caso qual átomo tem a carga parcial negativa. Faça o mesmo para S-Cl, S-Br, Se-Cl ou Se-Br 21/09/2014 19 37 Carga formal É a carga que um átomo teria se todos os pares de elétrons fossem compartilhados por igual 38 Carga formal Uma estrutura de Lewis tipicamente corresponde ao arranjo atômico de menor energia e a carga formal ajuda a decidir o arranjo mais plausível 21/09/2014 20 39 Carga formal Exemplo Uso da carga formal para a determinação da estrutura do íon tiocianato 40 EXCEÇÕES DA REGRA DO OCTETO A regra do octeto falha na explicação de muitas estruturas. Essas situações podem ser: -Moléculas com número ímpar de elétrons; -Moléculas onde um átomo tem menos que um octeto; -Moléculas onde um átomo tem mais que um octeto. 21/09/2014 21 41 Moléculas com número ímpar de elétrons Moléculas com número ímpar de e- apresentam ao menos um e- desemparelhado. São chamadas radicais e são extremamente reativas Exemplos: ClO2, NO e NO2 Os radicais são representados pela existência de um ponto indicando seu e- desemparelhado CH3 . 42 Molécula deficiência de elétrons O átomo central nessas moléculas apresenta seu octeto incompleto. São comuns em compostos de boro e alumínio esse tipo de deficiência. Exemplo: Compostos desse tipos podem se combinar com outros, recebendo um par de e- e completando seu octeto, numa ligação covalente coordenada 0 0 0 0 0 0 +1 +1 +1 -1 -1 -1 CF flúor = +1 21/09/2014 22 43 Moléculas com camada de valência expandidas Moléculas nas quais o átomo central apresenta orbitais d vazios podem acomodar mais que 8 e-, expandindo sua camada de valência. Esses e- podem ser usados para formar ligações ou estarem como pares isolados. A expansão é observada a partir de átomos do terceiro período. 44 Moléculas com camada de valência expandidas Exemplos: Desenhe a estruturas de Lewis dos seguintes compostos SF4, AsF6-, XeF4 Moléculas correspondentes com o átomo do segundo período não existem, como NCl5 e OF4 21/09/2014 23 45 ENERGIAS DE LIGAÇÃO 46 Energias de ligação Energia de ligação Energia necessária para romper uma ligação. Nos referimos a ela como variação da entalpia, ∆H. É expressa em kJ/mol. A força de uma ligação, e por consequência a estabilidade de uma molécula, está relacionada às energias de ligação que unem os átomos. 21/09/2014 24 47 Energia de média de ligação Em moléculas poliatômicas, nos referimos a energia média de ligação, que é a média da medida da energia de ligação feita com diferentes compostos. Energia média de ligação C – H = 413 kJ/mol 48 Energia de média de ligação. É útil na obtenção de ∆H° para reações cujos calores de formação não são conhecidos 21/09/2014 25 49 Energias de ligação Exemplo: Aplicando as energias de ligação para determinar a entalpia de formação do HCl(g) 50 Exemplo Usando as energias médias de ligação, estime o valor de ∆H° para a reação abaixo A reação pode ser dividida em duas etapas: A primeira envolve o rompimento das ligações dos reagentes. Nesta etapa há consumo de energia (∆∆∆∆H > 0). 21/09/2014 26 51 A segunda envolve a formação das ligações dos produtos. Nesta etapa há liberação de energia (∆∆∆∆H < 0). . O ∆H° para o rompimento de uma ligação é igual a – ∆H de formação de uma ligação, logo 52 A soma dos valores de ∆H° para as etapas anteriores fornece o valor ∆H° para a reação global Exemplo: Usando as energias médias de ligação, estime o valor de ∆H° para a reação 2 CH4 � C2H6 + H2 21/09/2014 27 53 Geometria Molecular 54 Geometria molecular: 21/09/2014 28 55 Geometria molecular: Modelo VSEPR – valence shell electron-pair repulsion Repulsão dos pares de elétrons da camada de valência 56 Modelo VSEPR supõe que: 1) Os pares de e- da camada de valência ficam o mais afastado possível de si, a fim de minimizar as repulsões intereletrônicas 2) A magnitude da repulsão depende de os pares estarem ligados ou não: entre pares compartilhados (e- de ligação) a repulsão é mais fraca, entre um par compartilhado e outro solitário é intermediária e grande entre pares solitários 3) As forças repulsivas decrescem com o aumento do ângulo entre os pares: fortes em ângulos de 90°, mais fracas em ângulos de 120° e extremamente fracas em ângulos de 180°. Na pratica desconsideramos repulsões para ângulos superiores a 90°. 21/09/2014 29 57 58 21/09/2014 30 59 Geometrias possíveis quando não há pares isolados 60 Geometrias possíveis quando não há pares isolados Geometria Linear Geometria Trigonal Planar 21/09/2014 31 61 Geometrias possíveis quando não há pares isolados Geometria tetraédrica Geometria Trigonal Bipiramidal 62 Geometrias possíveis quando não há pares isolados Geometria octaédrica 21/09/2014 32 63 Geometrias possíveis quando não há pares isolados Número estérico Refere-se ao número de pares eletrônicos ligados ao átomo central Se forem pares compartilhados as geometrias possíveis são as representadas na figura ao lado 64 Geometrias possíveis quando há pares isolados Número estérico Se houver(em) par(es) isolado(s) as geometrias adquirida é aquela onde há o menor(es) número de interação(ões) de 90° entre os pares, principalmente se forem pares isolados Geometria b é a favorecida, pois apresenta menor número de repulsões em ângulos de 90° (geometria gangorra) 21/09/2014 33 65 Geometrias possíveis quando há pares isolados N estérico P compart P isol geom exemplo 66 Geometrias possíveis quando há pares isolados 21/09/2014 34 67 Geometrias possíveis quando há pares isolados 68 Resumo para determinação da geometria: 21/09/2014 35 69 Exemplo: determine a geometria da molécula de trifluoreto de cloro, ClF3 Determine o número estérico: 5 ���� bipiramide trigonal Distribua os pares isolados e veja a disposição que apresenta menor número de repulsões Geometria III favorecida T 70 Exemplo: determine a geometria da molécula de trifluoreto de cloro, ClF3 Determine o número estérico: 5 ���� bipiramide trigonal Distribua os pares isolados e veja a disposição que apresenta menor número de repulsões Geometria III favorecida T 21/09/2014 36 71 72 Exemplo: determine a geometria das moléculas a) pentafluoreto de iodo, IF5 b) Trifluoreto de cloro, ClF3 c) Ânion tetracloreto de iodo, ICl4 - 21/09/2014 37 73 Polaridade de Moléculas 74 Moléculas polares apresentam momento de dipolo devido à uma distribuição não uniforme de carga São orientadas sob influência de um campo magnético 21/09/2014 38 75 76 Molécula polar diferente de ligação polar Dióxido de carbono tem ligações polares, mas é uma molécula apolar 21/09/2014 39 77 Moléculas simétricas sem pares de elétrons isolados no átomo central: Apolares 78 Momento de dipolo – soma vetorial O tamanho da seta é proporcional à diferença de eletronegatividade entre os átomos da ligação 21/09/2014 40 79 Momento de dipolo – soma vetorial
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