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Ligações Químicas Teoria Orbital Molecular Marcelo Pedroso UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS DEPARTAMENTO DE QUÍMICA Santa Maria ‹#› A teoria da ligação de valência, desenvolvida por Lewis, explica inúmeros aspectos das ligações químicas, como a geometria das moléculas por meio da hibridização de orbitais Apesar disso, ela apresenta algumas limitações, como no caso da molécula de oxigênio De acordo com a estrutura de Lewis, todos os elétrons estão emparelhados, mas sabe-se que esta é uma molécula paramagnética, propriedade inerente a espécies que possuem elétrons desemparelhados Assim, a teoria da ligação de valência falha nessa característica ‹#› A teoria do orbital molecular, explica melhor outros aspectos da ligação química Orbitais atômicos (OA) → descrevem os e- em átomos por meio de funções de onda Orbitais moleculares (OMs) → descrevem os e- em moléculas pela combinação das funções de onda dos orbitais atômicos. Se espalham por toda molécula Algumas características comuns aos OA: Acomodam no máximo dois e- Energia definida Visualização da densidade eletrônica por meio de superfícies limites ‹#› Teoria da ligação de valência → e- localizados em átomos ou pares de átomos Teoria do orbital molecular → e- deslocalizados sobre toda molécula (não pertencem a nenhuma ligação em particular) Um orbital molecular, é formado por uma combinação linear de orbitais atômicos Essa combinação pode ser construtiva ou destrutiva ‹#› Combinação construtiva Adição (superposição) de orbitais atômicos de átomos genéricos a e b ψ = ψa1s + ψb1s O OM resultante, assim como os OA, é uma função matemática Apresenta menor energia que os OA Região internuclear apresenta maior densidade de probabilidade e- nesse orbital estabilizam a molécula Orbital molecular ligante ‹#› Combinação destrutiva Subtração de orbitais atômicos de átomos genéricos a e b ψ = ψa1s - ψb1s Apresenta maior energia que os AO e- nesse orbital desestabilizam a molécula Orbital molecular antiligante Superfície nodal ‹#› A energia dos orbitais moleculares pode ser ilustrada por meio de um diagrama de orbital molecular Quando N orbitais atômicos se combinam, formam N orbitais moleculares ‹#› Princípios gerais dos orbitais moleculares ‹#› Princípios gerais dos orbitais moleculares ‹#› Molécula de hidrogênio A superposição dos orbitais 1s dos dois átomos de hidrogênio gera dois OM OM Ligante OM Antiligante Densidade eletrônica entre núcleos → mais estável Pouca densidade eletrônica entre núcleos → menos estável OM σ – densidade eletrônica sobre o eixo internuclear ‹#› Diagrama de orbital da molécula de hidrogênio OA 1s do H OM A energia do orbital σ1s é inferior à dos AO do H A energia do orbital σ*1s é superior à dos AO do H ‹#› Diagrama de orbital da molécula de hidrogênio OA 1s do H OM Cada OM acomoda dois e- emparelhados Os e- ocupam primeiro os OM de mais baixa energia Como o orbital σ1s tem menor energia que o orbital 1s, a molécula é mais estável que os átomos isolados ‹#› Diagrama de orbital da molécula hipotética He2 Na molécula de He2 2 pares de e- são acomodados também no orbital σ∗1s A estabilização do OM ligante é anulada pelo OM antiligante Logo, He2 não existe No geral, quando existir o mesmo número de e- em orbitais ligantes e antiligantes, a energia da molécula será superior à dos átomos isolados, e não haverá ligação ‹#› Ordem de ligação Ordem de ligação igual a 1 → ligação simples Ordem de ligação igual a 2 → ligação dupla Ordem de ligação igual a 3 → ligação tripla Ordens de ligação fracionárias são possíveis ‹#› Ordem de ligação Estável em relação a ambas espécies ‹#› Ordem de ligação Quanto maior a ordem de ligação, menor o tamanho de ligação Quanto maior a ordem de ligação, maior a energia de ligação ‹#› Moléculas diatômicas do segundo período – Li2 Devido à questão energética, os orbitais 1s e 2s interagem apenas entre si Quatro OA geram quatro OM (σ1s, σ∗1s, σ2s, σ∗2s) Por serem maiores, se superpõem melhor = maior separação de energia entre σ2s e σ∗2s ‹#› Moléculas diatômicas do segundo período – Li2 Ordem de ligação = 1 (ligação simples) Contribuem pouco para a ligação ‹#› Moléculas diatômicas do segundo período – Be2 Ordem de ligação = 0 Não existe ‹#› ‹#› Orbitais atômicos 2p Superpõem-se frontalmente σ2p, σ∗2p Superpõem-se lateralmente 2 π2p, 2 π∗2p Melhor superposição (mais baixa energia do ligante e mais alta do antiligante) Degenerados ‹#› Orbitais atômicos 2p Devido às superposições desses orbitais, os diagramas de orbitais dos elementos que contém esses orbitais apresentam as seguintes características: OA 2s têm menor energia que 2p, logo, os OMs σ2s e σ∗2s têm menor energia que o OM de menor energia derivado do OA 2p Devido à melhor superposição, OM σ2p tem menor energia que os π2p e σ∗2p maior que π∗2p OMs π2p e π∗2p são duplamente degenerados ‹#› Interações 2s-2p O orbital 2s de um átomo pode interagir com o 2p do outro Em uma interação forte, o orbital σ2s diminui sua energia e σ2p aumenta sua, de modo que a ordem energética dos orbitais seja alterada OM σ2p apresenta energia superior aos OM π2p A ordem dos OMs antiligantes não é afetada ‹#› Interações 2s-2p ‹#› Diagramas de orbitais para moléculas diatômicas homonucleares do segundo período ‹#› Paramagnetismo e diamagnetismo Paramagnetismo → Propriedade que moléculas que apresentam e- desemparelhados tem em ser atraídas por um campo magnético. Quanto mais elétrons desemparelhados, mais forte é essa atração Diamagnetismo → Moléculas que não apresentam e- desemparelhados são fracamente repelidas por um campo magnético. O comportamento magnético de uma molécula pode ser explicado por meio das configurações eletrônicas visualizadas nos seus diagramas de orbitais ‹#› Moléculas diatômicas heteronucleares Se moléculas diatômicas heteronucleares não diferirem tanto em eletronegatividade, seus orbitais moleculares lembrarão os de moléculas homonucleares Orbitais atômicos de elementos mais eletronegativos apresentam menores energias e serão mais próximos em energia dos OMs ligantes ‹#› ‹#› Teoria das bandas dos sólidos A teoria dos orbitais moleculares explica as propriedades elétricas dos metais e semicondutores: Condutores eletrônicos – materiais onde corrente elétrica é transportada por elétrons deslocalizados Condutor metálico – condutor eletrônico no qual a condutividade diminui com aumento da temperatura Semicondutor – condutor eletrônico no qual a condutividade aumenta com o aumento da temperatura Apesar da condutividade ser maior no condutor metálico, é a influência da temperatura que distingue os dois Isolante – não conduz eletricidade Supercondutor – sólido que apresenta resistência elétrica próximo a zero em baixas temperaturas (~ 20K) ‹#› Teoria das bandas dos sólidos O valor de N nos metais é muito grande (1023 para 10g de cobre) Se a diferença de energia entre as bandas for pequena, e- podem saltar da banda da valência para a de condução ‹#› Teoria das bandas dos sólidos Metal Isolante Semicondutor Banda de condutividade Banda de valência Banda de condutividade – região de orbitais moleculares vazios ou incompletos Banda de valência – região onde e- de valência ocupam todos orbitais moleculares disponíveis ‹#› Teoria das bandas dos sólidos Dopagem Adição de impurezas químicas ao sólido Isolantes - Grande intervalo de energia entre as bandas. e- não saltam da banda de condução para a de valência. Como a banda de valência está completa, e- não podem se mover nela Semicondutor – Banda de condução vazia e de valência completa e têm energias próximas. e- podem ser excitados com aquecimento para a banda de condução e se deslocar pelo sólido Semicondutor tipo n Adição de arsênio (grupo 15) ao silício (grupo 14) Aumento do n° de e- no sólido na banda de condução do silício Semicondutor tipo p Adição de índio (grupo 13) ao silício (grupo 14) Adição de átomos com menos e- que o semicondutor. Banda de valência fica com “buracos”, permitindo o fluxo de corrente ‹#› Teoria das bandas dos sólidos OBS: os sólidos dopados são eletricamente neutros, pois os núcleos dos átomos dopantes tem carga para neutralizar seus e- ‹#› Teoria das bandas dos sólidos Junções p-n Buracos do semicondutor tipo p são atraídos pelo eletrodo negativo e os e- do semicondutor tipo n pelo pólo positivo b) Eletrodos invertidos, e- fluem do semicondutor tipo n e atravessam o semicondutor tipo p ‹#› EXERCÍCIOS: → Que tipo de semicondutor é germânio dopado com arsênio? E antimônio dopado com estanho? → (a)Escreva, com base na configuração da molécula neutra N2, a configuração dos orbitais moleculares de valência de (1)N2+, (2)N22+, (3)N22-; (b) Dê a ordem de ligação esperada para cada espécie. (c) Se houver, quais são paramagnéticas? (d) O orbital ocupado de mais alta energia tem caráter σ ou π? (a)Desenhe o diagrama de níveis de energia dos orbitais moleculares de N2 e nomeie os níveis de energia conforme o tipo de orbital do qual eles provêm. (b) A estrutura dos orbitais do íon CN- é semelhando à do N2 . Como a eletronegatividade diferente de C e N afeta o diagrama de níveis de energia de CN- em relação ao de N2 ? Utilize essa informação para desenhar o diagrama de níveis de energia de CN-. (c) Nos orbitais moleculares, os e- tem maior probabilidade em C ou em N? Por quê? Escreva as configurações eletrônicas da camada de valência e as ordens de ligação de (a) NO+, (b) N2+, (c) C22+.
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