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Caderno de Libras do JulioCesar

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Universidade Estácio de Sá – Campus Cabo Frio
Caderno de Libras
Julio Cesar de Souza – 2013.1
Arraial do Cabo, 28 de fevereiro de 2013.
Aula 1 – Diferença, Inclusão e Identidade na sociedade contemporânea
Começando a trabalhar
Que tal começarmos esta disciplina já com uma parte prática? Muitas vezes os ouvintes 
acreditam que as palavras em LIBRAS são construídas letra a letra, mas isso não é bem verdade. 
Entretanto, para muitas palavras, especialmente nomes de pessoas e lugares, as letras do alfabeto 
compõem uma palavra da mesma maneira como ocorre em qualquer língua.
Entendendo o cenário
Faremos, nesta primeira aula, algumas considerações sobre inclusão, identidade e diferença, 
principalmente no âmbito dos estudos sobre surdez e língua de sinais. 
Ao verificarmos a história da educação de surdos e também de como a sociedade os tratou, 
verificaremos uma série de equívocos que vão desde considerar a pessoa surda um “deficiente 
mental", em sentido mesmo pejorativo, até obrigá-lo a métodos educativosque visavam apagar as 
diferenças entre surdos e ouvintes, impondo ao surdo a língua e a cultura oral.
Este contexto veio criando dificuldades para uma mudança de postura da sociedade como um 
todo. Por falta de conhecimento ou de interesse, muitas noções equivocadas foram difundidas 
acerca dos portadores de necessidades (educativas) especiais.
As pessoas surdas não são mudas. 0 termo surdo-mudo é fruto de um equívoco do passado. Os 
surdos têm, salvo exceção, o aparelho fonador preservado. Se aparentemente não falam, isso se 
deve a dificuldades impostas impostas pelo não desenvolvimento da memória auditiva, entre 
outros fatores. Por isso, NÃO SE DEVE FALAR “SURDO-MUDO".
O contato com a LIBRAS não é apenas uma obrigação do cumprimento das recentes políticas 
lingüísticas e educacionais que visam à divulgação da LIBRAS e da dita “cultura surda” e a 
implementação de estratégias para a inclusão da pessoa surda na sociedade, como a lei 10436 
(Lei de Libras, de 24/04/2002) e o decreto que a regulamenta (Decreto 5.626 de 22/12/2005).
A crise de identidade
Vamos começar, então, refletindo um pouco sobre a sociedade contemporânea e suas “novas” 
formas de relacionamento, construção de identidade e preservação da cultura; em especial, as 
influenciadas pela chamada globalização. Para tal, é necessário que se investiguem as relações 
entre língua, cultura e sociedade.
A sociedade contemporânea reivindica uma revisão das próprias formas de se pensar a 
linguagem e o papel e lugar da(s) ciência(s) e política(s) que a tomam como objeto. Nesse 
sentido, a sociedade é convocada a enfrentar as constantes incompletudes, provocadas por um 
mundo globalizado, onde o global e o local se interpenetram, e as diferenças não se encaixam na 
“completude” (Bauman, 2005). 
- 1 -
Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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Mundo moderno, comunicação e identidade
As novas formas de relacionamento (através da internet, chat, etc.) e o intercâmbio cultural são 
significativamente mais velozes e dinâmicos que no passado. Além da internet, o celular é hoje 
um aparelho quase que indispensável à sobrevivência na sociedade urbana. Este aspecto atinge 
inclusive as pessoas surdas, cujo uso do celular é bastante freqüente, tendo tornado-se um 
excelente meio de comunicação para esse grupo social.
Além disso, a própria disciplina que você está fazendo neste exato momento faz parte da 
evolução tecnológica que permite a comunicação a qualquer hora e em qualquer lugar, como 
você pode observar no vídeo ao lado.
Através dessas novas relações, o local e o global passaram a se interpenetrar constantemente, 
dificultando sua identificação e tornando incoerente um conceito de identidade (lingüística e 
cultural) que seja o mesmo para qualquer indivíduo; em outras palavras, uma identidade que não 
seja fluida, que seja comum a todos.
Mas será que somos iguais?
Atualmente, a sociedade experimenta certa insatisfação em relação às promessas da 
modernidade, entre elas, a de igualdade, de liberdade, de paz, etc. Tais promessas não foram 
cumpridas, o que tem colocado em evidência a fragilidade do mundo moderno e da 
contemporaneidade. 
O homem contemporâneo sente-se ameaçado em seus saberes e domínios, com medos e 
incertezas no exercício de suas práticas sociais em relação ao cotidiano, ao enraizamento e ao 
pertencimento a diferentes grupos sociais e à própria estrutura do cotidiano.
De fato, do ponto de vista da identidade, mais do que em outras épocas, torna-se evidente a 
inexistência de algo que possa ser identificado como uma única "identidade verdadeira”. Cabe 
destacar com Bauman (2005) que a identidade é uma luta simultânea contra a dissolução e a 
fragmentação; a identidade é um ‘conceito altamente contestado’. 0 “campo de batalha" é o lugar 
natural da identidade.
O que se pode perceber, no entanto, na relação entre grupos (minorias ou maiorias) em suas 
lutas, é que, em quaisquer das situações próprias das relações “glocais” (o local e o global) e seus 
argumentos, a questão da identidade assemelha-se a “um grito de guerra”. A identidade deixa de 
ser, portanto, um atributo e passa a ser uma questão de luta, uma tarefa.
Língua e identidade para os surdos
Esse fenômeno da crise de identidade pode ser observado em vários setores da sociedade. Em 
relação aos surdos e às comunidades sinalizantes não é diferente. Após vários anos de total 
exclusão, e subjugamento a padrões culturais inerentes a uma vida tipicamente ouvinte, os surdos 
– conduzidos pelas pesquisas na área da lingüística, da educação e outras – puderam reconhecer-
se como seres dotados de uma língua. Suas comunidades lingüísticas apresentam peculiaridades 
culturais a elas inerentes.
Os surdos passam então a afirmar suas identidades com base, principalmente, em características 
- 2 -
Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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lingüísticas e culturais. Devido aos longos anos de uma experiência não favorável ao seu 
reconhecimento, foi necessária a criação de associações diversas, a produção de discurso de 
defesa e luta, entre outros, que garantissem esse espaço na sociedade. 
Surdez e identidade
A identidade do surdo deve ser construída com base em suas capacidades, em suas 
peculiaridades lingüístico-culturais. Por isso, alguns estudiosos referem-se aos surdos como 
sujeitos sinalizantes, usuários de Libras. A questão das identidades se faz, portanto, presente e 
não pode ser dissociada das experiências da sociedade contemporânea que vive o conflito 
inerente à fluidez dessas identidades.
Atenção
Não podemos esquecer que cada surdo tem uma história de vida, que nem todos os surdos 
dominam a língua de sinais; alguns são oralizados e têm orgulho disso. Isso nos faz refletir sobre 
o que é ser diferente, e se há alguma coisa chamada “diferença”.
São Pedro da Aldeia, em 5 de março de 2013.
Aula 2 – Especifidades da Lígua de Sinais e 
os parâmetros que regem a formação de sinais 
O que você entende por gramática? 
Quando relembramos nossos tempos de colégio, nos vêm à mente as aulas de língua portuguesa 
e as “chatices” (pelo menos para a maioria) das regras gramaticais. Colocação pronominal, 
predicativo do sujeito, oração subordinada substantiva objetiva direta etc. Isso porque 
entendemos(ou nos foi assim ensinado) que a gramática reduz-se à idéia de “um livro em que se 
expõem as normas de uso de uma determinada língua”. Mas não é bem assim... 
Sem maiores aprofundamentos, podemos entender gramática no contexto da capacidade 
lingüística: todo ser humano é dotado de capacidade lingüística. Em segundo lugar, há que se 
pensar em gramática como um sistema, mentalmente compartilhado entre os usuários de 
uma língua, cujo funcionamento e estrutura não dependem de uma educação formal para serem 
aprendidos. Isto equivale a dizer, por exemplo, que qualquer falante, mesmo alguém 
considerado analfabeto, possui uma gramática (um conjunto de regras em sua mente), a qual 
aprendeu no convívio com a sua comunidade lingüística. 
Acompanhe a história de uma criança de 3 anos que ainda não foi alfabetizada, e só teve contato 
com a língua portuguesa através da interação com os pais e com outros parentes. Ao final, iremos 
fazer uma pergunta para você responder. 
Clarissa é uma menina muito curiosa. Adora brincar, como toda criança, e diverte a todos com 
suas primeiras palavras.
Aos poucos, ela está desenvolvendo as primeiras frases da língua, como “qué mamá", “dodói 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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nenê fiz”, bem como descobrindo o significado das palavras.
Durante uma viagem da família, todos foram a uma fazenda no interior do Estado. Clarissa 
estava muito feliz porque, pela primeira vez, iria ver os “bichos” que ela só conhecia por 
intermédio de filmes e desenhos infantis.
Logo no pnmeiro dia, Clanssa ficou louca ao ver uma vaca. Ela sabia muito bem que "bicho era 
esse, ja que sua mãe explicava a ela que o leite que ela toma todo dia vinha daquele animal. 
Além disso, Clarissa tinha vários bichinhos de pelúcia que representavam esse animal. Não foi 
surpresa que de sua boca saiu a seguinte frase: “Mãe, óia a VACA”.
Ao caminhar mais um pouco, Clarissa se deparou com um bicho que parecia com a vaca, mas 
que ela percebera não ser a mesma coisa. Surpreendentemente, ela se virou para a mãe e disse: 
“Mãe, óia o VACO”.
Considerando que todo ser humano é dotado de capacidade lingüística, e que o funcionamento e 
estrutura de uma determinada língua não dependem de uma educação formal para serem 
aprendidos, responda:
Clarissa usou de um recurso gramatical para criar uma palavra nova (no caso, a palavra 
“VACO")?
Realmente ela usou parte do sistema lingüístico (a distinção entre gêneros masculino e 
feminino), que é um recurso gramatical acionando pela capacidade lingüística. Ainda que tal 
palavra não exista na língua portuguesa, o fato de ela ter assim pronunciado demonstra que ela 
soube distinguir masculino de feminino e soube adaptar o recurso morfológico (a letra “o”, 
modelo para a formação do gênero masculino na língua portuguesa) em sua construção. 
E a língua de sinais? 
A língua de sinais, a exemplo de qualquer língua oral, tem uma gramática própria, constituída 
por um conjunto de regras presente na mente dos seus usuários. Poderemos ter a tendência a 
acreditar que a língua de sinais seja uma espécie de “língua oral sinalizada”. Em conseqüência 
disso, acabaremos acreditando que o léxico (dicionário mental), os aspectos sintáticos, 
semânticos, pragmáticos e quirológicos da LIBRAS constituem um emaranhado de sinais, 
aleatoriamente utilizados, que mais pareceriam uma língua oral mal falada. 
Atenção
Por isso, podemos afirmar que os surdos, como qualquer ouvinte, possuem uma língua, na 
medida em que, dotados desta capacidade lingüística, decodificam logicamente o mundo, 
organizando-o em suas mentes, através dos recursos físicos e mentais dos quais dispõem. Assim, 
sua capacidade lingüística exterioriza-se, formando uma língua específica que, ao invés de sinais 
orais e auditivos, usa sinais espaciais e visuais, valendo-se do pleno funcionamento de sua visão, 
de suas mãos e do restante do corpo como um todo.
Basta aprender os sinais que já estamos nos comunicando? 
Na LIBRAS, os níveis de descrição da língua são os já conhecidos sintático, semântico, 
pragmático. Em função da língua de sinais usar as mãos como principal canal de manifestação, 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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temos ainda o nível quirológico que diz respeito justamente ao aspecto manual em si.
Atenção
Desfazendo mitos...
A língua de sinais não é uma língua universal, conforme muitos pensam. Cada país tem a sua 
própria língua de sinais. Além disso, há variações regionais dentro de cada país. Assim, podemos 
citar: a ASL (American Sign Language), a LSF (língua de sinais francesa), a Língua de Sinais 
Urubu Kaapor (Maranhão, Brasil) etc.
Começando a começar... 
Uma boa descrição da língua de sinais não pode ser feita, naturalmente, a partir da mesma lógica 
utilizada para a descrição de línguas orais. Afinal, a modalidade lingüística é totalmente 
diferente. No entanto, existem parâmetros que regem o uso da língua de sinais. Costuma-se 
apresentar cinco parâmetros que possibilitam entender a formação dos sinais e as bases para os 
seus usos durante a produção discursiva. Vamos conhecer esses parâmetros?
Assim, percebeu-se que um sinal é produzido a partir da combinação de elementos espaciais, 
visuais e motores que determinam o lugar onde as mãos devem estar na hora da produção do 
sinal, como as mãos devem estar configuradas, para que direção elas devem estar apontando, se 
devem ou não estar se movimentando e como deve ser feito este movimento. Além disso, é 
preciso considerar a posição do corpo e a expressão facial que acompanham a produção desse 
sinal para que ele seja plenamente entendido em seu contexto de produção.
Combinações que constituem os parâmetros da LIBRAS
EXPRESSÃO FACIAL E/OU CORPORAL: 
Alguns sinais só podem ser diferenciados a partir da observação da expressão facial que 
acompanha a sua produção de acordo com o contexto discursivo. Em termos de configuração das
mãos, de movimento, ponto de articulação e orientação, os sinais correspondentes à palavra e a 
expressão “triste” e “por exemplo” são praticamente os mesmos. A expressão facial que
denota tristeza e pedido são cruciais para diferenciá-los no contexto discursivo.
CONFIGURAÇAO DAS MAOS:
Trata-se do “formato” que a mão ou as mãos assumirão na momento da produção de sinais. 
Existem mais de quarenta formatos em que as mãos podem ficar configuradas, além do alfabeto 
manual. É importante conhecer as configurações existentes para que haja precisão na produção 
do sinal e para que se possa obter maior domínio na aplicação dos sinais em contextos 
específicos, como no uso de classificadores, por exemplo. Sinais como os correspondentes às 
palavras “Itália”, “bobo”, “fluminense (time esportivo)”, "evitar”, entre outros, possuem a 
mesma configuração de mãos.
PONTO DE ARTICULAÇÃO:
Mesmo se a configuração das mãos estiver correta, o sinal pode não ser compreendido se, acaso, 
não for feito no adequado ponto do espaço em relação ao corpo. Este ponto pode ser relativo a 
alguma parte do corpo que é tocada no momento da produção do sinal. Ou, então, relativo a um 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------espaço neutro (vertical ou horizontal). Sinais correspondentes às palavras em português “sábado” 
e “aprender”, embora, tenham a mesma configuração e movimento, são articulados em pontos 
diferentes em relação ao corpo.
MOVIMENTO:
A produção de um sinal pode exigir um movimento específico ou nenhum tipo de movimento. 
Isto pode estabelecer diferenças semânticas e/ou gramaticais. Os números ordinais, por exemplo,
diferenciam-se dos cardinais pelo movimento feito em sua produção.
0 movimento é um parâmetro bastante complexo, pois pode abarcar uma série de formas e de 
direções diferentes, identificáveis a partir da maneira (contínuo, refreado, de retenção), da 
freqüência, do tipo (de contato, de contorno, etc.) e direcionalidade. Os sinais correspondentes a 
“sábado" e “aprender”, citados anteriormente, exigem um “abrir e fechar das mãos 
repetidamente", enquanto que o verbo “pensar” não exige nenhum tipo de movimento.
ORIENTAÇÃO:
No momento da produção do sinal, as palmas das mãos estão voltadas para uma determinada 
direção, a essa peculiaridade dá-se o nome de orientação. Essa direção é crucial para determinar, 
por exemplo, o uso sintático-semântico de alguns verbos. Se considerarmos verbos como 
“emprestar” e “pedir emprestado”, logo percebermos que a orientação das mãos determinará o 
sujeito da ação.
COMENTÁRIOS:
Como se pode perceber, o desenvolvimento de habilidades necessárias para atingir fluência na 
língua de sinais exige a ampliação e intensificação de competência relativa à consciência 
corporal. Um usuário de LIBRAS precisa perceber para que direção aponta, como seu corpo está 
posicionado, aprendendo a dominar os movimentos em favor de uma construção frasal 
satisfatória para o cumprimento de sua intenção discursiva. Não basta conhecer os sinais, é 
preciso saber aplicar a eles e ao discurso os parâmetros da língua de sinais.
São Pedro da Aldeia, em 2 de março de 2013.
Aula 3 – Políticas Linguísticas e Educacionais
Inclusão ou preconceito?
Parece oportuno pensar em que medida políticas (educacionais, lingüísticas...), no afã de 
defender minorias lingüísticas e preservar a língua, podem ser transformar em práticas sutis de 
preconceito. Afinal, políticas lingüísticas e políticas de línguas, expressas em leis, projetos de lei 
e outros tipos documentos oficiais, refletem contextos sócio-históricos e servem não apenas 
como dado, mas também como pano de fundo para uma discussão sobre o preconceito no 
contexto brasileiro. 
Não é raro detectar, tanto nos discursos sobre o direito à diferença quanto naqueles que procuram 
proteger grupos sociais, atitudes preconceituosas e certa crença de estarem os seus propositores 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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investidos de autoridade suficiente para avaliar o grau e intensidade do problema do outro. Uma 
atitude que implicitamente reforça aquelas idéias contra as quais o próprio grupo parece lutar. 
Quem está autorizado a emitir pareceres sobre a pertinência lingüística e, até mesmo, a 
jurisprudência de documentos e leis que visam “defender” a língua (nacional)?
Como garantir a inclusão de alguém ou algum grupo sem, com isso, provocar a exclusão do(s) 
seu (s) ditos oposto (s) ?
Quais os critérios éticos, políticos e científicos que, em servindo de norte para essas discussões, 
garantem uma auto-reflexão crítica que supere qualquer tipo de radicalismo?
Enfim, a luta é de quem em prol de quem?
Perspectivas de política lingüística na sociedade
Essas são questões que auxiliam a estudar políticas lingüísticas sob o ponto de vista das relações 
entre sujeito e sociedade na pós-modernidade. Daí, uma discussão sobre a dimensão ética das 
políticas. É preciso perceber que as políticas também nomeiam e categorizam indivíduos a partir 
de determinado ponto de vista.
Pretende-se, na perspectiva das políticas lingüísticas, uma ética que ultrapasse a idéia 
humanitária dos direitos humanos e dos direitos lingüísticos e que permita superar o dualismo do 
sujeito-ético como vítima e sujeito ético como piedoso (cf. Chauí, 1999). Em outras palavras, a 
proposição de políticas lingüísticas será eticamente efetiva se acompanhada de ações 
propositivas em torno do sujeito e da sociedade. Se, ao contrário, decorrer tão somente de 
consenso sobre a injustiça e preconceito, poderá representar apenas uma forma de “acalmar a 
consciência”. Muito mais uma forma de “redimir-se de pecados”, de autopunição do que de 
construir e de viver uma sociedade justa. 
Perspectivas de política lingüística na educação
Em termos da atuação pedagógica, é bom pensar sobre a necessidade de se estabelecer um olhar 
sobre os aprendizes que ultrapasse qualquer tipo de hierarquização. Interessa reconhecer a 
existência de alunos, pesquisadores, sujeitos que não podem se eximir, nem serem eximidos de 
suas responsabilidades, nem privados de seus direitos. Nesse sentido, deixa-se de lado a lógica 
de “atendimento ao aluno” e se passa à lógica e à dinâmica de extração e ampliação de suas 
potencialidades.
Nesse contexto não existiria “o surdo”, “o deficiente”. O problema está em não nos deixarmos 
levar uma identificação do sujeito feita a partir de uma “deficiência”. Seria negar a surdez 
enquanto único fator preponderante para identificar um sujeito. O sujeito surdo não é constituído 
única e exclusivamente de sua surdez, enquanto fato físico. Há milhões de outras facetas nesse 
sujeito para as quais freqüentemente não se busca olhar.
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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Aula 4: - Cultura em comunidades sinalizantes 
Cultura surda?
A sociedade passou a ser apresentada, e continua paulatinamente a ser, à língua, aos hábitos, às 
diferenças e semelhanças com os ouvintes, às necessidades (educativas) especiais dos sujeitos 
surdos. Aqueles sujeitos que até então eram vistos como deficientes auditivos limitados em suas 
capacidades, passam a ser reconhecidos como sujeitos (surdos) complexos, com identidade 
própria e com um conjunto de hábitos, transmitidos principalmente através da sua língua, ao qual 
tem se convencionado chamar de “cultura surda”.
Embora bastante recorrente, o termo “cultura surda” ainda é alvo de muita polêmica. Para além 
da dificuldade habitual de se definir o que é ou não é cultura, os sujeitos surdos estão – quer 
queiram, quer não - inseridos em uma comunidade ouvinte e convivem com esses ouvintes, 
trocando experiências diariamente.
Não há um país, estado, cidade ou mesmo bairro de surdos. O que se pode encontrar com 
facilidade são associações e instituições que constituem uma espécie de reduto das ditas 
“comunidades surdas”, embora essas comunidades não estejam restritas a esses ambientes, suas 
atividades e formas de interação.
Cultura a partir da relação familiar
Os sujeitos surdos são, em sua grande maioria, filhos de pais ouvintes. Situação que provoca, por 
maior a rejeição que tenha sofrido da família ou a falta de conhecimento sobre língua de sinais e 
surdez, algum tipo de interação com o que é conhecido como “cultura ouvinte”. Há também os 
casos em que pais surdos têm filhos ouvintes, o que pode provocar um redimensionamento de 
condutas e valores não no sentido de abandonar ou renegar a “cultura surda”, mas de estabelecer 
novas relações e interesses em relaçãoà “cultura ouvinte”. 
Podem ser identificadas também famílias em que pais surdos têm filhos surdos e todos no núcleo 
daquela família são usuários e dominam LIBRAS como sendo sua língua materna. Percebe-se 
mesmo diferença no desempenho lingüístico desses surdos, pois não sofreram tanta influência da 
língua oral (portuguesa) no processo de aquisição da língua de sinais. Vale lembrar que muitos 
surdos não têm acesso às associações de surdos nem mesmo à língua de sinais e ainda 
aprenderam a língua de sinais com o apoio da língua portuguesa escrita ou oral. 
Ensinar Libras ou ensinar a falar?
Muitos surdos são oralizados. Em função do método educativo utilizado durante a sua formação 
(durante muitos anos optou-se pelo chamado Oralismo nas escolas especializadas), alguns surdos 
simplesmente não compartilham os mesmos hábitos dos surdos que dominam a língua de sinais.
Tome nota
Sua identidade é construída a partir de outra realidade lingüística e cultural e, por vezes, podem 
chegar mesmo a sofrer certa discriminação dentro das ditas “comunidades surdas”. Para ampliar 
os conhecimentos a esse respeito, é interessante fazer a leitura do Manifesto dos Surdos 
Oralizados .
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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Cultura surda ou cultura dos surdos? 
Como se pode perceber só pela diversidade existente entre os surdos, uma definição exata
sobre o que é “cultura surda” é difícil e mesmo a sua existência ou não é causa de polêmica.
Há, inclusive, para alguns pesquisadores diferença entre “cultura surda" e “cultura dos surdos”.
Cultura surda
A cultura surda surge de maneira mais ou menos involuntária, apoiada pelas escolas 
especializadas da atualidade, mas que ultrapassam o espaço físico, abrangendo o social e 
imaginário, uma vez que se solidificou a partir da noção de LIBRAS como uma língua igual a 
outra qualquer.
Cultura dos surdos
A cultura dos surdos surge como tendo sido criada pelas antigas instituições dos surdos que os 
isolavam e tentavam promover uma “higienização social”.
Libras e outras línguas de sinais
Ademais, precisamos nos preocupar com a afirmação “a língua de sinais é a língua da 
comunidade surda brasileira”, pois - como já mencionado em outras aulas - no Brasil existem 
surdos que têm como língua materna outra língua de sinais (Urubu-Kaapor) que não a LIBRAS.
Nomenclatura adotada neste curso
Daí, optarmos neste curso por utilizar expressões como “sujeito sinalizante”, “sinalizante” 
(podendo abranger todos os que dominam a língua de sinais e sejam seus usuários assíduos, 
embora que na maioria das vezes estejamos nos referindo aos surdos que têm a língua de sinais 
brasileira como língua materna ou L1), “comunidade de sinalizantes”, “cultura de sinalizantes”.
Colocando-se no lugar do outro...
Bem da verdade, os sujeitos surdos sinalizantes possuem suas próprias estratégias de 
compartilhar hábitos, valores, a língua e suas variações em ambientes de todos os tipos, inclusive 
aqueles que seriam pensados como exclusivamente de ouvintes por pessoas que não têm 
conhecimento da “cultura surda”.
Você já imaginou um sujeito surdo em uma boate ou em um show musical?
A cultura surda no cotidiano 
Já pensou em como é a casa de uma pessoa surda? O que ela precisa fazer para saber se alguém 
está tocando a campainha da casa? E se o telefone estiver tocando? Será que surdos possuem um 
telefone? Será que dá para usar um despertador para não perder a hora para o trabalho? Quais as 
diferenças mais marcantes entre a “cultura surda” e a “cultura ouvinte”? O que seria considerado 
“falta de educação” para um também o seria para outro?
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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Aula 5 - Aspectos sociolinguísticos da língua de sinais 
Língua e linguagem
Antes mesmo de falarmos pela primeira vez já possuímos, portanto, um sistema mental através 
do qual estruturamos nosso pensamento, nosso conhecimento de mundo. Dessa forma, cada povo 
desenvolve uma língua específica possibilitado pelas infinitas combinações permitidas pelas 
regras desse sistema inato.
Isso quer dizer que se uma criança nasce no Japão, a faculdade de aprender japonês é a mesma 
de uma criança que nasce no Brasil. Apenas cada criança irá desenvolver a língua específica do 
meio em que vive. 
Se buscarmos perguntar às pessoas mais próximas o que elas entendem por língua, poderemos 
encontrar uma variedade de respostas que apontam para visões diferenciadas de língua. 
Cientificamente, também diversas relações são estabelecidas. 
Língua e sociedade
Podemos, por isso, estabelecer várias perspectivas para descrever a linguagem que privilegiam 
alguns de seus aspectos, suas formas de manifestação etc. Podemos, por exemplo, pensar na 
língua como um meio de comunicação, como uma estrutura, como um valor social, entre outras 
formas. 
 
Nesta aula, ressaltamos os aspectos sociolinguísticos das línguas de sinais. Em outras palavras, 
fazemos referência às relações entre linguagem e sociedade que podem nos ajudar a entender as 
línguas (de sinais) como valores, produtos de um determinado grupo. Essas possíveis relações 
nos permitem levantar algumas questões.
Aspectos sociolinguísticos
Iremos ver agora alguns aspectos que relacionam a língua à sociedade, a saber: variação 
linguística, padronização, família de línguas, usuários e minorias linguísticas. Vamos começar?
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
Em português, existem diversas manifestações de variação linguística, como a variação histórica 
(escrevia-se farmácia com [ph], por exemplo) e a variação regional (. E em LIBRAS, isso 
também ocorre? Como já dito, a língua de sinais não é universal. Não só não é universal como 
tampouco é homogênea, existindo manifestações diversas de acordo com região, idade, sexo, 
tempo, status social e estilo. A LIBRAS apresenta todas essas variações como qualquer outra 
língua.
alguns falantes dizem "aipim", outros “mandioca”, outros “macaxeira".
PADRONIZAÇÃO
Toda a língua passa por um processo de padronização que diz respeito à escolha de uma das suas 
manifestações dialetais como sendo a representante de todas as outras formas. Isto se dá a partir 
de critérios sócio-políticos, econômicos e culturais, e não propriamente linguísticos. 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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Além disso, esse processo é facilitado por instrumentos como dicionários, gramáticas, livros, 
mídia etc. Mas e a língua de sinais? Há uma escrita para ela? Há uma forma de padronização da 
língua de sinais? Quais seriam os agentes de padronização da língua de sinais? 
Imagine um jomal: há uma preocupação em se falar uma determinada variação considerada “de 
mais prestígio", por exemplo.
FAMÍLIAS DE LÍNGUAS
Existem vários tipos de línguas de sinais que apresentam semelhança entre si. No saiba mais 
desta aula, você verá um site que trata deste conceito. 0 português, por exemplo, é originado das 
línguas latinas, que por sua vez são originadas do latim vulgar. Já em relação à LIBRAS, é 
derivada em parte da língua de sinais francesa, por isso é semelhante a outras línguas de sinais da 
Europa. Precisamos lembrarque LIBRAS não é a pura gestualização da língua portuguesa, pois 
em Portugal existe uma língua de sinais diferente da LIBRAS, por exemplo.
USUÁRIOS E MINORIAS LINGUÍSTICAS
Se observamos o fato de os surdos não constituírem um grupo étnico, nós poderíamos tender a 
não perceber as comunidades sinalizantes como minorias linguísticas. No entanto, se 
considerarmos a modalidade linguística, a quantidade, os lugares, associações onde se reúnem, 
teremos uma comunidade linguística específica. Por isso, inclusive, as comunidades sinalizantes 
conseguem ter uma forma natural e não coercitiva de comunicação.
Tais comunidades, dado às relações estabelecidas com a maioria ouvinte, podem ser entendidas 
como uma minoria linguística.
Arraial do Cabo, em 28 de abril de 2013.
Aula 6 - Algumas categorias gramaticais da libras: pronomes, advérbios, adjetivos 
Categorias gramaticais 
Lembra-se das aulas de português? Quando aprendemos o funcionamento
de uma língua, estamos estudando as partes que compõem uma frase e a
relação entre essas partes e o discurso. Que tal retomarmos brevemente
esse estudo?
Em LIBRAS, podemos identificar basicamente as mesmas categorias gramaticais já conhecidas 
pelo estudo das línguas orais, como pronome, adjetivo etc. Precisamos, no entanto, estar atentos 
para as formas de funcionamento e uso de cada uma delas dentro do discurso, pois se trata de 
uma língua cuja modalidade é viso-espacial. Isso provoca modificações no conceito de cada uma 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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delas.
O sistema pronominal
O sistema pronominal da língua brasileira de sinais, a exemplo do português, é formado por três 
pessoas do discurso. Dependendo da configuração de mãos utilizada e de direção para qual 
aponta no espaço, as pessoas do discurso podem ser especificadas. Podem aparecer tanto no 
singular quanto no plural.
Observação: Lembre-se que pessoa do discurso refere-se à forma pronominal cuja função é a de 
indicar: a) aquele que fala (emissor); b) para quem fala (destinatário); c) de quem se fala (não faz 
parte da interlocução). 
O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes pessoais 
Em LIBRAS, o sujeito da ação pode apontar alternadamente para o interlocutor e para si próprio, 
mãos formando o número dois, para significar “nós dois”. Da mesma forma, pode-se especificar 
tanto a primeira quanto a segunda e terceiras pessoas em três pessoas, quatro pessoas, plural, etc. 
Nas frases em LIBRAS o sujeito pode ser omitido (no caso das primeira e segunda pessoas) 
desde que o contexto possibilite identificá-lo. No caso da terceira pessoa, essa não será apontada 
se, mesmo estando presente, não for intenção do usuário ressaltar a sua presença por motivos 
culturais como, por exemplo, isso ser ou não falta de educação
O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes demonstrativos e advérbios de lugar
Em termos de sinais utilizados, essas duas categorias não apresentam diferença, sendo possível 
diferenciá-las apenas a partir do contexto. As relações estabelecidas são as mesmas da norma 
padrão encontrada em boa parte das línguas orais, a saber: este/isto/aqui, esse/isso/aí, 
aquele/aquilo/lá.
O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes interrogativos
Os pronomes como QUE e QUEM (que + pessoa ou quem) são utilizados no início ou final da 
frase, dependendo do contexto. QUANDO pode ser especificado em relação ao passado ou ao 
futuro, dependendo da direção do movimento da mão. 
O sistema pronominal em LIBRAS: pronomes possessivos
Os possessivos não apresentam concordância de número (pelo menos não em relação ao objeto) 
e nem de gênero. Concordam sempre em relação à pessoa do discurso. Eles são: a) “meu”; b) 
“teu/seu”; c) “dele”; d) “nosso”; e) “vosso”; f) “deles”.
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Julio Cesar de Souza
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Advérbios de tempo
São utilizados como uma espécie de marca sintática para indicar o tempo verbal na frase. Em 
geral, ficam no início da frase.
Adjetivos
Não há concordância em relação ao gênero ou ao número. São fundamentais para a formação de 
classificadores descritivos, assumindo de maneira icônica a qualidade/forma de um objeto. São 
posicionados na frase logo após o substantivo. 
Aula 7 - Princípios de estruturação de uma sentença em LIBRAS
Muitas pessoas usam a voz para trabalhar, como a locutora do vídeo acima, mas o conhecimento 
gramatical é indispensável, mesmo para quem só usa a voz. Nesta aula, vamos estudar a 
construção de sentenças em LIBRAS. Você verá que as frases podem seguir ou não a ordem 
sujeito-verbo-objeto, usada na construção de frases em língua portuguesa. Quando as sentenças 
não são construídas pela construção SVO, elas obedecem a uma lógica não-linear. Ao longo 
desta aula, explicaremos melhor esse tema e veremos alguns recursos de construção de frases em 
LIBRAS. Vamos lá? 
Estrutura de sentenças
Para estudar a construção de frases em LIBRAS, é preciso pensar que esta linguagem se 
estrutura a partir de recursos espaciais e visuais, ou seja, se utiliza do espaço para dar coerência e 
coesão as palavras que formam a sentença.
Em Libras, encontramos quatro tipos de frases:
• Afirmativa
• Negativa
• Interrogativa
• Exclamativa
Entendendo o que é ordem na frase
Como você já sabe, as frases, na língua portuguesa, seguem a ordem SVO (sujeito-verbo-objeto). 
Em Libras, no entanto, as sentenças nem sempre seguem esta ordem, pois não seguem 
necessariamente uma sequência linear de ideias.
Vamos ver o que é exatamente isso?
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Julio Cesar de Souza
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Entendendo o que é ordem na frase 
A organização tópico-comentário recorrente em LIBRAS.
Ela consiste em colocar o tópico início da frase, seguido de comentário.
Vamos a um exemplo?
comer banana macaco gosta
A frase, em português o macaco gosta de comer banana, ficaria, em Libras, comer banana, o
macaco gosta. 0 que aconteceu? 0 tópico da frase passou para o início, invertendo a ordem SVO.
É importante lembrar que a ordem SVO também é usada na língua dos sinais (LIBRAS). Esta 
ordem pode ser vista, sobretudo, quando são utilizados verbos com flexão, ou seja. aqueles que o 
uso revela facilmente o sujeito, como. por exemplo, os verbos perguntar e ajudar.
Aula 8 - Categorias gramaticais da libras: verbos e classificadores
A comunicação vai muito além das palavras. Ela também é feita de expressões faciais e 
linguagem corporal, por exemplo. Até mesmo os pinguins têm mecanismos para se 
comunicarem, como pode ser visto no vídeo. Existem inúmeras semelhanças entre a linguagem 
oral, que usamos no dia a dia, e a linguagem de LIBRAS. No entanto, elas não são iguais. Nesta 
aula, vamos ver as principais diferenças entre estas duas formas de comunicação e expressão. 
Além disso, vamos aprender um pouco da estrutura verbal em LIBRAS. Veremos ainda como os 
classificadores e as expressões faciais complementam a comunicação na linguagem das 
LIBRAS. Vamos lá? 
Estrutura de sentenças 
Em LIBRAS, encontramos categorias gramaticais que também estão presentes nas línguas orais. 
Sendo assim, na língua dos sinais, encontraremos itens lexicais que podem ser classificados 
como verbo, advérbio,adjetivo e pronome. A categoria artigo, no entanto, recorrente em 
inúmeras línguas orais, não existe em LIBRAS.
Embora o conceito atribuído às categorias gramaticais de LIBRAS seja semelhante ao das 
línguas orais, suas formas de classificação e de funcionamento são diferentes. Portanto, a 
LIBRAS não pode ser estudada tendo como base a Língua Portuguesa, já que sua gramática é 
independente da língua oral.
A ordem dos sinais na construção de uma frase em LIBRAS obedece a regras próprias, que 
refletem a forma de o surdo processar suas idéias tendo como parâmetro a sua percepção visual-
espacial da realidade.
Independência sintática do português em relação à linguagem de LIBRAS:
Português Libras
Eu irei para casa Eu ir casa (neste caso, a preposição para não é utilizada em Libras 
porque está incorporada ao verbo).
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Julio Cesar de Souza
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Tanto em Libras quanto nas línguas orais, a ideia de verbo como ação pode ser mantida, assim 
como a de que é possível encontrar verbos que exigem ou não determinado tipo de concordância. 
Existem duas classificações:
Verbos que têm concordância. A direção do movimento marca no ponto inicial o sujeito e no 
final o objeto.
Verbos que não têm concordância. Para os verbos não-direcionais, existem duas subclasses:
- Ancorados no corpo: são verbos que exigem proximidade em relação ao corpo. Os que 
melhor representam são os de estado cognitivo ou emotivo. A saber: gostar, odiar, pegar, falar.
- Verbos que incorporam o objeto: quando o verbo incorpora o objeto, alguns parâmetros 
se modificam para especificar as informações.
A importância dos classificadores para a comunicação em Libras
Definição dos classificadores
Um classificador (Cl) é uma forma que estabelece um tipo de concordância em uma língua. Na 
linguagem de LIBRAS, os classificadores são formas representadas por configurações de mão 
que, substituindo o nome que as precedem, podem vir junto aos verbos de movimento e de 
localização para classificar o sujeito ou o objeto que está ligado à ação do verbo.
Os classificadores como ícones
Os classificadores, em LIBRAS, são marcadores de concordância de gênero para pessoas, 
animais ou coisas. Eles são muito importantes, já que ajudam a construir a estrutura sintática por 
meio de recursos corporais. Muitos classificadores são icônicos. Às vezes, eles se referem ao 
objeto ou ser como um todo. Em outras, se referem somente a uma parte ou característica do ser 
Expressões faciais ajudam na compreensão da linguagem dos sinais. Por isso, durante uma 
conversa em Libras, os interlocutores, além da linguagem das mãos, fazem uso das expressões 
do rosto para enfatizar o que está sendo dito. Elas funcionam, portanto, como um recurso para 
melhorar a comunicação em Libras.
Aula 9 - Compreensão de diálogos
No vídeo, você assistiu a um caso em que uma pessoa surda salva a vida de uma que pode 
escutar (o ouvinte, no momento em que vai atravessar a rua, não ouve a buzina do carro por estar 
ouvindo uma música alta em seu ipod). A mensagem que o vídeo quer passar é: “não é porque 
uma pessoa não pode escutar que ela não enxerga”. Tal mensagem nos faz pensar que, muitas 
vezes, quando pensamos em deficientes auditivos, associamos sua imagem a pessoas limitadas, 
incapazes de realizar ações que nós ouvintes realizamos. Eliminar o preconceito e entender que 
estas pessoas são capazes de viver em sociedade ainda é um longo caminho a percorrer. Que tal 
começar entendendo um pouco mais sobre sua forma de se comunicar? Veja os diálogos desta 
aula e teste a sua compreensão!
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Julio Cesar de Souza
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Arraial do Cabo, em 13 de maio de 2013.
Aula 10: Literatura em língua de sinais
Pare para pensar. Você consegue se lembrar de manifestações artísticas, literárias e culturais 
produzidas especialmente para deficientes auditivos? Se a sua resposta for não, não se assuste. 
Apesar de existirem, elas são poucas. Assim como são raras as produções culturais feitas por 
deficientes auditivos. O vídeo que você assistiu traz um exemplo de uma apresentação feita por 
dançarinos que não podem ouvir (apresentação de um grupo chinês denominado Disabled 
People’s Performance Art Troupe, Alemanha, 2008). Ainda há um grande caminho a percorrer 
para que estas manifestações ganhem visibilidade na sociedade. Apesar disso, as novas 
tecnologias estão, cada vez mais, ajudando na propagação destas iniciativas artísticas. Vamos ver 
mais?
Você já parou para pensar como quase não existem manifestações artísticas feitas para surdos?
Surdos participam muito pouco das ações culturais na sociedade. Isso ocorre, sobretudo, por 
causa da falta de acesso deste filão às produções artísticas, já que a maioria das ações culturais 
tem sua comunicação com o público baseada na oralidade, ou seja, na fala.
Um exemplo importante de iniciativa para aumentar a inclusão cultural deste nicho às 
manifestações artísticas é a Companhia de Teatro Mãos Livres, que luta para que as barreiras de 
comunicação sejam minimizadas através de espetáculos produzidos tanto para surdos como para 
a sociedade ouvinte.
A Companhia de Teatro Mãos Livres surgiu em 2005, a partir de uma prática pedagógica 
desenvolvida dentro das salas de aula de escolas públicas regulares e especializadas cuja 
metodologia está fundamentada no aprendizado e desenvolvimento integral dos alunos surdos.
Esta forma de ensino tem sua didática baseada nas linguagens artísticas como a música, o teatro 
e a dança, que funcionam como estímulos às relações interculturais.
As novas tecnologias para surdos
As novas tecnologias permitiram que a informação fosse propagada de forma melhor e mais 
veloz. As comunidades surdas também se beneficiaram com as novas tecnologias. Além de 
recursos que ajudam a comunicação deste público com a sociedade ouvinte, as novas tecnologias 
também possibilitaram que produções de arte e literatura fossem acessadas por este nicho da 
sociedade. 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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Um ponto a ser pensado é até onde as novas tecnologias irão ajudar a aumentar a inclusão de 
surdos na sociedade. Sem dúvida, é preciso, sobretudo para os pais, estarem atentos às 
consequências causadas pelo uso destas tecnologias e ao que é realmente confiável.
O aparato tecnológico, usado de forma segura, pode ser o caminho para que surdos tenham sua 
inclusão digital aumentada na sociedade.
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Questões do Registro de Frequência
1 - Um equívoco comum acerca das pessoas surdas e que se transformou em uma forma 
recorrente de identificá-las está em referir-se aos surdos como: 
✔ Surdomudo
2 - O termo “sujeito sinalizante”, usado nesta disciplina, faz referência:
✔ A todo sujeito que domina e é usuário assíduo da língua de sinais 
3 - A noção de identidade pode ser relacionada aos comportamentos sociais e, logo, ao contexto 
da inclusão, surdez e aprendizagem na contemporaneidade.
✔ A identidade antigamente era vista como um atributo. Hoje é vista como uma tarefa a sercumprida pelos indivíduos e grupos
✔ Na sociedade contemporânea, a noção de identidade como algo fixo não é mais 
adequada. As identidades são fluidas.
✔ Em relação à construção das identidades e suas relações com a aprendizagem, se os 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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sujeitos surdos sinalizantes acreditarem que aprender o português, os faz perder sua 
identidade, terão certamente mais dificuldade de aprender essa língua. 
4 - "Assim, durante quase um século (1880 -1960) o discurso sobre a surdez centrou-se no 
abafar, no inferiorizar, no descaracterizar as diferenças [...]determinando o desenvolvimento de 
abordagens clínicas e práticas pedagógicas que buscavam o apagamento da surdez [...]" (LODI, 
2005, p.416). Esse trecho refere-se a um comportamento social:
✔ Excludente, pois a "colonização" social, com o apagamento de uma língua própria, 
estabelece a perda e a crise de identidade do sujeito sinalizante. 
5 - Um surdo estará mais ou menos próximo da cultura surda a depender da identidade que 
assume dentro da Sociedade. A identidade surda pode ser definida como:
✔ Identidade na qual ser surdo é estar no mundo visual e desenvolver sua experiência na 
Língua de Sinais. Os surdos que assumem a identidade surda são representados por 
discursos que os vêem como sujeitos culturais, uma formação de identidade que só ocorre 
entre os espaços culturais surdos.
6 - A língua de sinais em sua modalidade viso-espacial tem sua estrutura organizada em cinco 
parâmetros. Veja alguns:
✔ Orientação, Ponto de Articulação, Configuração das mãos.
7 - No que diz respeito ao alfabeto manual, as duas letras que apresentam a mesma configuração 
de mãos, mas diferenciam-se quanto ao movimento, são: 
✔ "p" e "k" 
8 - Sobre a língua de sinais, NÃO se constitui em um mito:
✔ O fato de ser uma língua como outra qualquer. 
9 - Sobre os parâmetros da língua de sinais brasileira, é verdadeiro afirmar que:
✔ Ponto de Articulação refere-se ao local em que o sinal é produzido em relação ao corpo. 
Mesmo que a configuração esteja certa, se o ponto de articulação não o estiver, o sinal 
poderá não ser entendido. 
10 - Embora de modalidade linguística diferente das línguas orais, há vários níveis gramaticais 
que podem ser encontrados nas línguas orais e nas línguas viso-espaciais. Assinale o nível de 
descrição linguística que não é encontrado nas línguas orais.
✔ Quirológico. 
11 - LIBRAS (língua brasileira de sinais) passa a ser reconhecida como meio de comunicação 
oficial nas comunidades de surdos brasileiros a partir da promulgação: 
✔ Da Lei 10436 / 2002. 
12 - A ideia de que somente o domínio da língua portuguesa permite ao surdo a ampliação de sua 
inclusão na sociedade, encontra-se abertamente defendida em qual documento?
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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✔ Manifesto dos Surdos Oralizados. 
13 - Na história da educação de surdos, podem ser observadas posturas que vão desde o oralismo 
até o bilinguismo. Dos princípios inerentes a essa última, pode-se concluir que: 
✔ O fato de LIBRAS ser a primeira língua dos surdos não significa que sejam incapazes de 
aprender português. 
14 - O Decreto 5626 / 2005 regulamenta a Lei de LIBRAS. Assinale a alternativa que não 
apresenta assunto tratado nesse Decreto:
✔ Possibilidade de implante coclear para surdos 
15 - Na segunda metade do século XVIII, havia duas propostas principais para a educação de 
surdos na Europa.
✔ O "Método Francês" e o "Método Alemão" 
16 - De maneira geral, a surdez pode ser entendida a partir de pelo menos dois modelos: o 
clínico-patológico e o sociocultural. Marque a alternativa que apresenta corretamente a 
perspectiva do segundo modelo:
✔ Considera as dificuldades como parte do processo de desenvolvimento e aprendizagem, 
vendo a surdez como diferença. 
17 - Assinale a alternativa que não revela uma diferença de hábitos, crenças e direitos próprios de 
surdos no seu cotidiano em relação ao do ouvinte.
✔ O surdo não pode dirigir em função de sua deficiência auditiva 
18 - Segundo o código de ética da atuação do profissional tradutor e intérprete - que é a parte 
integrante do regimento dessa área - deve ter certos comportamentos durante a interpretação 
descrito abaixo, exceto UM, cujo procedimento foi a postura da intérprete da piada. (Adaptado 
do concurso público da Prefeitura Municipal de Dormentes/PE, questão 25, de 2009)
✔ Agir com parcialidade. 
19 - A respeito da profissão de Intérprete de LIBRAS, NÃO é admissível que esse profissional: 
✔ Encoraje, a favor de si mesmo, pessoas surdas a buscarem decisões de ordem legal. 
20 - O intérprete não “empresta” apenas os ouvidos e as mãos aos surdos. Para desempenhar bem 
sua tarefa, ele coloca à disposição muitas outras habilidades e competências (intelectuais, 
corporais, etc.). Assinale a alternativa que NÃO corresponde a uma das competências exigidas 
de um intérprete de LIBRAS:
✔ Capacidade de suprimir ou adicionar por má fé informações ao conteúdo interpretado. 
21 - Estudos sociolinguísticos revelaram que a LIBRAS não é a única língua de sinais de surdos 
brasileiros, mas sim a língua da maioria dos surdos brasileiros que habitam as grandes cidades. 
Como esse dado pode ser observado?
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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✔ Pela existência da língua Urubu Kaapor encontrada no Maranhão. 
22 - Ao observarmos a história da Língua Brasileira de Sinais, descobrimos que em sua formação 
a LIBRAS recebeu influência da:
✔ Língua de Sinais Francesa 
23 - Sobre os aspectos sociolinguísticos e gramaticais da LIBRAS, é correto afirmar que: 
✔ É heterogênea, não universal, apresenta variações linguísticas. Embora historicamente 
ágrafa, há atualmente propostas de utilização de um sistema de escrita, o "sign writing". 
24 - No que diz respeito à linguística das línguas de sinais, assinale a alternativa INCORRETA: 
(Concurso público da UFTM/2009, questão 37)
✔ As línguas de sinais são sistemas linguísticos que derivaram das línguas orais e que 
fluíram de uma necessidade natural de comunicação entre as pessoas surdas. 
25 - Marque a alternativa que corresponde ao significado fornecido para SIGNWRITING:
✔ A escrita de sinais Signwriting, amplia e confirma a presença do surdo assim como as 
características próprias de sua língua. 
26 - Marque a alternativa que mais corretamente descreve o sinal correspondente a palavra 
BANANA:
✔ Uma das mãos assume a configuração da letra d, a outra imita o ato de descascar uma 
banana 
27 - Marque a alternativa que corretamente descreve o sinal para a palavra SURDO: 
✔ Uma das mãos assume a mesma configuração da letra d e toca a orelha e logo depois a 
boca.
28 - Marque a alternativa que corretamente descreve o sinal para a palavra CASA:
✔ As duas mãos assumem a mesma configuração da letra b e as pontas dos dedos tocam-se 
duas vezes, imitando um telhado. 
29 - Marque a alternativa que corretamente descreve o sinal para a palavra AVIÃO:
✔ Uma das mãos assume a configuração da letra y e move-se para o alto e para frente, 
imitando a decolagem de um avião.30 - Analise a afirmação a seguir e responda: A ação de “apontar”, em LIBRAS, é integrante do 
seu sistema pronominal, pois durante a produção do discurso pode assumir a função de indicar, 
entre outros, o sujeito do discurso.
✔ Verdadeiro, pois especifica a pessoa do discurso. 
31 - Sobre a formação de sentenças em LIBRAS, NÃO é correto afirmar que:
✔ As sentenças SVO não são muito comuns em LIBRAS e exemplos que usam esta ordem 
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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são considerados sempre agramaticais. 
32 - Alguns pesquisadores da área de LIBRAS referem-se ao plano fonológico da língua de 
sinais como plano.
✔ Quirológico. 
33 - Um exemplo de verbos que possuem flexão em LIBRAS é:
✔ Sentir e fazer 
34 - A frase em LIBRAS apresenta-se de forma bastante recorrente com uma organização do 
tipo:
✔ Tópico-comentário
35 - Sobre a ordem frasal na LIBRAS, NÃO é correto afirmar que: 
✔ LIBRAS possua uma única ordem fixa. 
36 - Marque a alternativa em que o verbo indicado é direcional:
✔ Perguntar 
37 - Marque a alternativa em que o verbo indicado NÃO é direcional:
✔ Comer
38 - Em LIBRAS os “verbos com concordância” são:
✔ Aqueles que se flexionam em pessoa, número e aspecto. 
39 - Os “verbos sem concordância” em LIBRAS também podem ser conhecidos como:
✔ Verbos não direcionais. 
40 - Em língua de sinais, há uma categoria que, substituindo o nome que a precede na sentença, 
estabelece algum tipo de concordância que liga o sujeito, o verbo e o objeto, especificando-lhes 
características. A essa categoria dar-se o nome de:
✔ Classificadores. 
41 - Assinale a alternativa em que o sinal em LIBRAS é produzido a partir da mesma 
configuração de mãos da letra “P”:
✔ Professor. 
42 - Assinale a alternativa em que o sinal em LIBRAS é produzido, NÃO tendo como ponto de 
articulação o queixo: 
✔ Difícil 
43 - No que diz respeito ao conjunto de tecnologias e hábitos específicos das comunidades onde 
se forma a dita “cultura surda”, tem-se os que seguem abaixo, EXCETO:
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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1) Utilização de campainha luminosa.
2) Utilização de buzina luminosa nos carros.
3) Utilização de celulares para envio de mensagens.
4) Utilização de TDD para ligação mensagem mais telefone fixo. 
44 - Marque a alternativa que mais corretamente descreve o sinal para o substantivo PÊRA
✔ Não há sinal especifico. É preciso fazer a datilologia da palavra. 
45 - Assinale a alternativa em que o sinal em LIBRAS é produzido a partir da mesma 
configuração de mãos da letra “F”:
✔ Família 
46 - Muitas pesquisas feitas principalmente por pesquisadores surdos têm comprovado que as 
crianças surdas precisam ter contato com arte surda, material didático e adptações surdas à 
literatura universal. A exemplo disso tem-se Cinderela Surda e Rapunzel Surda. Assinale a 
alternativa correta. (Concurso público da Prefeitura Municipal de Pelotas, questão 27)
✔ O professor deve estimular as crianças surdas a reproduzirem as histórias clássicas em 
língua de sinais. 
✔ O professor deve incentivar as narrativas de histórias das crianças surdas em língua de 
sinais, e o contato das crianças surdas com histórias surdas sinalizadas por surdos adultos. 
✔ Os professores devem fazer com que as crianças surdas tenham contato com artistas 
surdos e com a arte surda, através de vídeos, pinturas, esculturas, desenhos e teatros. 
✔ Todas as alternativas anteriores estão corretas.
47 - Muitos ao assistir apresentações artísticas feitas por pessoas com deficiência aplaudem pelo 
entusiasmo da apresentação, pois consideram que "superaram" seus limites, sem avaliar a 
qualidade da apresentação, sem crítica construtiva. Essa reação constrói algo para os deficientes?
✔ Não. É preciso ser criterioso e igualar as condições humanas, pois aplaudir nesse caso, 
também seria uma forma de "preconceito" e "discriminação". 
48 - A cultura surda é vivida pelos surdos pela experiência de viver entre outros surdos, 
compartilhando de uma língua visual. Marque a alternativa correta: (Concurso público da 
Prefeitura Municipal de Pelotas, questão 33 -adaptada)
✔ Histórias surdas, piadas, teatro e o sinalizar por muitas horas fazem parte da cultura 
surda, do viver com a comunidade surda.
49 - As novas tecnologias permitiram que a informação fosse propagada de forma melhor e mais 
veloz. As comunidades surdas também se beneficiaram com as novas tecnologias. Assinale a 
alternativa correta:
✔ Além de recursos que ajudam a comunicação deste público com a sociedade ouvinte, as 
novas tecnologias também possibilitaram que produções de arte e literatura fossem 
acessadas por este nicho da sociedade.
50 - Sobre as iniciativas em prol das tecnologias e cultura produzida para surdos, destaca-se:
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Julio Cesar de Souza
(Continuação do Tópicos Emergentes em Finaças...........................................................................)
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✔ Companhia mãos livres.
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