Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Genética Molecular 1 Genética Molecular Identificação do Material Genético 1866: Mendel - segregação de fatores hereditários Material de estudo = ervilhas Vantagens: ciclo de vida curto, fácil cultivo, flores completas Caracteres escolhidos: cor da semente, textura da semente, forma da vagem, cor da vagem, altura da planta, cor da casca da semente, posição das flores Utiliza metodologia cientifica Foi pouco valorizado na época devido a língua que publicou (alemão) e também porque não se conhecia o cromossomo e o DNA 1900: redescoberta de Mendel Partia sempre de uma geração parental (homozigotas) e cruzava (geração F1) = 100% de híbridos Autofecundação da F1 = geração F2 = 3 genótipos diferentes e 2 fenótipos Lei da Segregação: cruzou amarelo com verde, obteve 100% amarela e depois cruzando duas amarelas teve 3/4 amarelas e 1/4 verde ‘’No híbrido, durante a formação dos gametas, os fatores hereditários (alelos) para uma característica segregam-se, indo para diferentes células filhas’’ Lei da Segregação Independente: trabalha com duas carcaterísticas determinadas por dois pares de alelos/genes ao mesmo tempo - o que acontece com o gene A não interefere no gene B ‘’No híbrido, quando dois pares de fatores hereditários são analisados, estes distribuem-se independentemente para as células filhas’’ Genética Molecular 2 Histórico 1868: Miescher - estudo de células de pus = nucleína 1868: Altmann - nucleína tem propriedades ácidas = ácidos nucleícos 1900: Kossel - ácidos nucleicos = fosfato + pentose + base nitrogenada 1900: Ascoli, Leneve e Jones - distinção entre DNA e RNA 1928: Griffith → transformação em Diplococcos pneumoneae Trabalha com duas linhagens da bactéria: patogênica (colônias circulares - tem uma proteína ao redor) e não patogênica (forma irregular) - inoculava as bactérias em camundongos Patogênica → camundongo morre Não patogênica → vive Patogênicas aquecidas → vive Patôgenicas aquecidas + não patogênicas → morre Patogênicas mortas: princípio transformador → transformava as não patogênicas em patogênicas Genética Molecular 3 1937: Feulgen - técnica de coloração específica para o DNA 1944: Avery, MacLeod e McCarthy - continuação de Griffith → DNA = princípio transformador = material genético Transformação acontecia mesmo sem proteína e RNA, ou seja, não podiam ser o princípio transformador Ao eliminar o DNA, não ocorria a transformação - determinando que o DNA = princípio transformador As bactérias ao serem aquecidas, tinham suas estruturas degradadas - as não patôgenicas se alimentavam dessas estruturas, entre elas o DNA, que seria incorporado e passaria a produzir a proteína ao redor da célula 1952: Harshey e Chase - confirmação do DNA como material genética pelo uso de bacteriófago T2 A proteína dos vírus ficava pra fora da bactéria, já com um fósfororadiativo, a radiação ficou dentro das bactérias → mostrando que o DNA que leva a informação para a ‘’criação’’ de novos vírus DOGMA CENTRAL DA BIOLOGIA MOLECULAR DNA é o material genético Ele é responsável por se autoduplicar Contém as informações para gerar as características Genética Molecular 4 1953: Watson e Crick - DNA = dupla-hélice Chargaff → A=T e C=G Wilkings e Franklin → DNA = molécula longa linear e de diâmetro constante 1957: Frankel-Contrat e Singer → RNA = material genético em vírus TMV (tabaco) Fora os vírus, todos os seres vivos possuem DNA material genético Alguns vírus tem DNA como material genético Alguns vírus conseguem fazer RNA → DNA: transcriptase reversa nos retrovírus RNA catalítico: tem a capacidade de se autoreplicar - com o metabolismo de uma célula hospedeira OBS: vírus não possuem células ou metabolismo, mas tem material genético e é capaz de reprodução, além de poderem sofrerem evolução → argumentos para considerar os vírus seres vivou ou não Genética Molecular 5 1982: Prusiner → Prions: pequena partícula proteíca infecciosa causadores de um grupo de doenças, sem capacidade de autoduplicação - ex: doença da vaca-loca, encefalopatias espongiformes (degeneração de tecido nervoso) ds = double strand / ss = simple strand / (+)= o próprio RNA já dá origem a proteína / (-) = passam por processo de RNA para formar outra fita de RNA para formar a proteína Genética Molecular 6 Estrutura do Material Genético Ácidos Nucleicos Macromoléculas - de modo geral, pelo menos para o DNA Polímero - moléculas com unidades repetitivas Fitas polinucleotídeas Nucleotídeo = PO4 + Pentose + Base Nitrogenada Pentose = Ribose (RNA) OU 2-desoxirribose (DNA) Única diferença entre os tipos de pentose é uma hidroxila (ribose tem uma a mais no C2) C1’ - onde se liga a base nitrogenada C3’ - é através dele que o os grupos fosfatos se ligam C5’ - onde se liga o fosfato Obs: quando é da pentose, usamos o ‘ para numeração de carbonos Bases Nitrogenadas: citosina, guanina, adenina, timina (DNA) e uracila (RNA) Pirinas: 1 anel de carbono e hidrogênio Purinas: 2 anéis de carbono e hidrogênio Células humanas produzem príons normais, ao ter a aproximação com o príon alterado, há a transformação do príon normal para o alterado Genética Molecular 7 RNA X DNA RNA: uma fira polinucleotídea DNA = duas fitas polinucleotídicas Núcleotídeos unem-se por ligações fosfodiéster dentro da mesma fita (unição entre os carbonos 5’ e 3’) No DNA, as duas fitas unem-se através das bases nitrogenadas por Ligações (Pontes) de Hidrogênio Histórico DNA = dupla hélice → Watson e Crick, 1953 A=T e C=G → Chargaff Difreção de Raios X → Wilkings e Franklin Dupla hélice = duas fitas complementares (ligações de H) e anti-paralelas (em sentidos contrários) Genética Molecular 8 Funções do Materia Genético A estrutura de dupla hélice se encaixa muito bem todas as funções necesárias que o DNA realize Cópia de segurança (complementar) Molécula hidrofílica na parte externa, deixando a informação mais protegida Ligações de hidrogênio → grande união das fitas Replicação (Síntese de DNA) Objetivo: duplicar para dividir a informação genética para células filhas Ocorre no núcleo (DNA protegido pela membrana nuclear) Nas bactérias: nucleoide Durante a fase S da Intérfase As outras formas de DNA ocorrem em alguns ambientes celulares - a mais comum é a B Genética Molecular 9 Na interfase o DNA está esticado. É onde é possível ler a informação. Durante a mitose ou meiose, o DNA se condensa e não é possível fazer a leitura e a replicação. No entanto, a síntese de RNA ocorre na fase G1 ou G2, dependendo o tipo de gene, já que não é possível fazer a transcrição enquanto o DNA estiver sendo formado. Depois da fase G2, ao iniciar a prófase, as cromátides irmãs vão se condensando e atinge o máximo de condensação na metáfase. Isso ocorre para organizar o material genético e a separar as cromátides, que ocorre na anáfase. Na telófase tem-se novamente uma cromátide e inicia-se a fase G1 novamente. Hipóteses para Replicação Semi-conservativo Genética Molecular 10 Conservativa: a partir de uma dupla hélice antiga formar duas novas, onde uma é a própria dupla hélice original e a outra é totalmente nova Semiconservativa: separa-se as fitas, cada fita antiga dá origem a uma nova Dispersiva: pega um dupla hélice antida e forma-se duas novas duplas hélices - existem pedaços novos e antigos intercalados - o DNA novo fica disperso no antigo Experimento de Meselson e Sthal (1956) Cultivo de E. coli por várias gerações em meio N15 Transferência para meio N14 Observações do DNA nas gerações seguintes Se o DNA só tem N15 ele vai para o fundo do tubo. Se o DNA tiver só N14, ficará mais voltado para a superfície. A ideia era provar qual das três hipóteses ocorria na replicação → aceita então a teoria semi-conservativa Na primeira geração: se a hipótese conservativa fosse a hipótese correta, esperaria visualizar duas faixas, uma leve com N14 e uma pesada com N15, no entando observa-se uma única faixa intermediária (teoria semi-conservativa) Na segunda geração: ao fazer areplicação separa as duas fitas, uma ficará intermediária e outra só com N14, que é o novo DNA. As quantidades de DNA intermediário e leve só com N14 serão as mesmas. Na dispersiva, as moléculas filhas teriam quantidades variáveis de nitrogênio. As quantidades intermediárias iriam variar também. Não ficaria concentrado em uma faixa única. Características da Replicação Sentido 5’ → 3’ Genética Molecular 11 Complementar e anti-paralela Principais enzimas: Helicases = cortam as pontes de hidrogênio → a parte que ainda não está separada fica mais torcida, como o DNA é muito longo, em determinado ponto isso vai ser dificultado, para isso servem as girases Giracases (Topoisomerases) = desenrolam a dupla-hélice antiga Primase = forma primers (RNA iniciador) - pedaçoes de fita nova pois a DNA polimerase não consegue começar do 0 DNApolimerase = principal enzima, promove ligações fosfodiéster e pontes de hidrogênio - pega vários nucleotídeos isolados e vai os ligando, segue a ordem da fita antiga e tem a responsabiliadade de revisar e corrigir erros → existem vários tipos, cada um com sua função (obs: também retira primers e coloca DNA novo) DNAligase = une fragmentos de DNA, já que várias replicações estão acontecendo ao mesmo tempo, criando esses fragmentos Replicação contínua e descontínua (fragmentos de Okazaki) Equanto uma das fitas é feita de forma contínua pois segue a ordem de formação do DNA (5’-3’), a outra linha é formada descontínua (em fragmentos), pois vão contra a ordem de formação (3’-5’), e a DNA ligase ligará esses fragmentos tbm A proteína de ligação ao DNA (SSB) deixa a fita reta para a replicação Ação da proteína SSB Genética Molecular 12 https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwig9cPX1d72AhWSg5 UCHaMtB6UQyCl6BAgDEAM&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DTNKWgcFPHqw&usg=AOvVa w2KcxuzRbjNdHO4j1mOLHmA Transcrição (Síntese de RNA) Objetivo: formar molécula de RNA, as quais são fundamentais para síntese de proteínas Ocorre no núcleo durante a Intérfase (G1 e G2 principalmente) Actinomicina Fármaco que atrapalha a transcrição Efeito Bacteriostático - impede multiplicação de bactérias Intercala entre as bases nitrogenadas, interrompendo a formação de RNA Características da Transcrição Sentido 5’ - 3’ Complementar e anti-paralela (lembrando da mudança de bases entre DNA e RNA) A transcrição ocorre em trechos do DNA apenas → existem regiões codificadoras (genes) e não-codificadoras (DNA lixo, DNA junk) Apenas 10% do nosso DNA corresponde a genes Principal enzima: RNApolimerase → promove ligações fosfodiéster e pontes de hidrogênio (entre DNA e RNA) Não necessita primer para iniciar o processo Apenas uma das fitas será transcrita, dependendo de cada gene → a fita utilizada para a formação de proteína vai ser chamada de DNAmolde ou DNAsense ou DNAanti-sense (depende do autor) Replicação bidirecional de uma molécula circular de DNA bacteriano Link: https://www.google.com/url? sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwig9cPX1d72AhWSg5UCHaMtB6UQyCl6BAgDEAM&url=https%3A%2F%2Fwww https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwig9cPX1d72AhWSg5UCHaMtB6UQyCl6BAgDEAM&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DTNKWgcFPHqw&usg=AOvVaw2KcxuzRbjNdHO4j1mOLHmA https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwig9cPX1d72AhWSg5UCHaMtB6UQyCl6BAgDEAM&url=https%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DTNKWgcFPHqw&usg=AOvVaw2KcxuzRbjNdHO4j1mOLHmA Genética Molecular 13 Tipos de RNA RNAhn (heterogêneo nuclear) = préRNAm ou RNApercursor → possui regiões codificadoras (exons) e não-codificadoras (introns) - restrito ao núcleo e só presente em eucariontes RNAm → contém apenas regiões codificadoras (exons), leva a informação do DNA (núcleo) para os ribossomos (citoplasma) Splicing (Processamento): processo no qual os íntrons são retirados do RNAhn Existem sequências de delimitação de exons e ions Pode haver splicing alternativa, onde as sequências de delimitação podem não ser reconhecidas e alguns exons podem ser retirados e ions permanecem RNAt = carrega aminoácidos → a ‘’receita’’ é dada pelo RNAm Alça intermediária: possui os anticódons que vão reconhecer os códons (sequência de 3 bases nitrogenadas) Extremidade 3’: onde se liga o aminoácido Mature mRNA = RNAmensageiro Genética Molecular 14 RNAr = forma os ribossomos juntamente com vários tipos de proteínas Como ocorre? Início da Transcrição = sítio promotores Sequências de consenso: TATAbox na extremidade 3’ do DNAsense Códon de iniciação: 5’AUG3’ (DNA = 5’ATG3’) ou 5’GUG3’ Fim da transcrição = códon de término 5’UAA3’; 5’UAG3’ e 5’UGA3’ Bactéria Genética Molecular 15 Terminas Cap 5’ (7-metil-guanosina) → serve para a ligação do mensageiro com o ribossomo, direcionando a tradução de 5’ para 3’ Na extremidade 3’ temos a cauda poliA, contendo adenina → serve como proteção para RNA mensageiro ao sair do núcleo contra degradação enzimática Tradução (Síntese Proteica) Estrutura Proteica Primária = polipeptídio = sequência linear de aminoácidos unidos por ligações peptídicas Secundária: polipeptídio forma hélices, dobras Terciária: as hélices dobram-se formando estruturas enoveladas ou globulares Quartenária: formada pela união de duas ou mais estruturas terciárias, podendo ter associação de átomos e moléculas além dos aminoácidos O filamento não molde de DNA é basicamente igual ao filamento sense de RNA, com a mudança de T para U Genética Molecular 16 Aminoácido - um carbono central ao qual se unem: hidrogênio, grupo amino (NH2), grupo carboxil (COOH) e cadeia lateral (diferencia um aminoácido do outro) Apenas 20 aminoácidos são responsáveis pela composição de várias estruturas Grande maioria vem da nutrição → quebra de aminoácidos de outras espécies para síntese de novos Ligação peptídica: grupo carboxil de um aminoácido une-se ao grupo amino do aminoácido adjacente - libera uma molécula de água para a junção Etapas da Tradução Ativação do aminoácido: aminoácido + ATP = aminoácido ativado + PP Ligação do aminoácido ativa ao RNAt (antes não conseguia) → aminoácido ativado + RNAt = aminoácido-RNAt + AMP Montagem do polipeptídeo Unição do RNAm à subunidade menor do ribossomo Genética Molecular 17 Ligação entre o 1º códon (5’ AUG 3’ ou 5’ GUG 3’) do RNAm e o anticódon do 1º RNAt (trazendo o 1º aminoácido = Met) - fatores proteicos de início União da subunidade maior do ribossomo para iniciar a leitura do restante do RNA; o próximo tRNA, que se posicionar corretamente no spitio A, aproxima o seu aminoácido daquele que ocupa o sítio P e ocorre ligação peptídica entre ambos Chegada do 2º RNAt ao RNAm, trazendo o 2º aminoácido Ligação peptídica entre o 1º e o 2º aminoácido Deslocamento do ribossomo no RNAm (fatores proteicos de alongamento) para ler o códon seguinte No ribossomo identificamos como Sítio Peptidil (Sítio P – onde está a cadeia polipeptídica) a região onde está ligado o RNAt com a cadeia de aminoácidos e Sitio Aminoacil (Sítio A – onde chega o RNA trazendo um novo aminoácido) a região do códon livre, onde deve chegar o próximo RNAt trazendo o próximo aminoácido Repetem-se as etapas de chegada de novos aminoácidos, ligações peptídicas e deslocamento do ribossomo, até que o ribossomo encontre na extremidade 3 ́do RNAm um códon de término (5 ́ UAA 3 ́ ou 5 ́ UAG 3 ́ ou 5 ́ UGA 3 ́). Ao códon de término unem fatores proteicos de término, os quais impedem a leitura de nucleotídeos localizados além deste códon. São eles = UAG, UGA E UAA. As unidades do ribossomo, o RNAm, o RNAt, o polipeptídeo desagregam-se, podendo o mesmo RNAm ser lido por outros ribossomos Código Genético Tabela que relaciona os códons (trincas de nucleotídeos) do RNAm com os aminoácidos polipeptídeos Genética Molecular 18 Existem 64 códons diferentes São necessários 3 nucleotídeos para o RNAt ligar-se ao RNAm Com trincasde nucleotídeos são possíveis 64 combinações (4³ = 64) que é o número de combinações mínimo mais próximo para explicar os 20 aminoácidos Pois é assim que o RNAm se liga ao RNAt Foi decifrado através da construção de RNAm sintético - confirma que é lido de 3 em 3 Características do Código Genético A unidade do código genético é o códon, a sequência de 3 nucleotídeos no RNAm Não possui vírgulas - todos os nucleotídeos do RNAm são lidas sem interrupção Possui ponto inicial → códons de ínicio no RNA: 5’ AUG 3’ ou 5’ GUG 3’ Possui ponto final → códons de término: 5’ UAA 3’ ou 5’ AUG 3’ ou 5’ UGA 3’ Não é sobreposto - todos os nucleotídeos são lidos, mas apenas uma vez Não é ambíguo - cada códon codifica apenas um aminoácido → única ambiguidade é AUG, no meio codifica Met É degenerado - os aminoácidos podem ser codificados por mais de um códon, maior parte das degenerações ocorrem na última letra - em princípio Met e Trp só podem ser codificados por um códon (GUG quando no começo codifica Met) É colinear - a ordem dos códons determina a ordem dos aminoácidos É universal - a codificação dos aminoácidos é a mesma para qualquer espécie, mas não é absoluto (na mitocôndria e nas bactérias, alguns códons podem ser interpretados de forma diferente) Mutação Xeroderma Pigmentoso Distúrbio autossômico recessivo Incidência = 1/250.000 Células da pele extremamente sensíveis a UV Genética Molecular 19 Ausência de enzimas reparadoras do DNA para mutações decorrentes da exposição ao sol Alto risco de desenvolvimento de CA de pele - facilita outras mutações ao decorrer da vida da pessoa Heterogeinidade genética = mais de uma possível causa genética para um mesmo fenótipo (vários genes/mutações diferentes podem levar a mesma doença) Conceito: ‘’qualquer alteração que ocorra, ao acaso, no material genético (DNA)’’ Falhas nas fases de tradução e transcrição não são consideradas mutações, por terem poucos efeitos ou efeitos duradouros. A mutação será uma falha no processo de replicação do DNA, isso sempre irá gerar RNA alterada e proteína alterada. Polimorfismo = fato de um gene apresentar duas ou mais variantes, causadas por mutações, com frequência >1% → usado na clínica como uma mutação com resposta neutra, já a mutação mesmo seria uma doença - não há consenso de conceito Importância: fator evolutivo responsável por CRIAR variabilidade, essencial para a sobrevivência das espécies Principais tipos de polimorfismo Genética Molecular 20 Consequências da Mutação: Neutra → não selecionada Ex: tipagem sanguínea Vantajosa → seleção positiva Deletéria → seleção negativa Classificação da Mutação 1. Quanto à quantidade de material alterado: Cromossômicas Estruturais: fissão, fusão, deleção, duplicação, transposição, inversão paracêntrica, inversão pericêntrica, translocação Numéricas: euploidias e aneuploidias Gênitas (de Ponto) - alteram apenas uma letra (um nucleotídeo) no DNA Quantitativa: adição e deleção Qualitativa: substituição 2. Quanto ao tipo de base nitrogenada substituída Transição: troca de nucleotídeos com base de mesmo grupo Transversão: troca de nucleotídeos com bases de grupos diferentes 3. Quanto à causa Espontâneas: sem causa determinada Induzidas: com causa conhecida 4. Quanto ao efeito Morfológica: modifica o fenótipo em sua forma → nanismo Bioquímico: modifica o fenótipo em seu metabolismo → fibrose cística OBS: para ocorrer efeito morfológico, deve haver efeito bioquímico - faz mais sentido para bactérias 5. Quanto às célula em que ocorrem Somáticas: ocorrem em qualquer célula não germinativa - exclusiva do indivíduo Germinativas: ocorre em células que originam gametas - pode prejudicar descendentes Efeitos das Mutações Genética Molecular 21 Efeitos da Adição ou Deleção (INDELS) → mudança na matriz de leitura do DNA = alteração do número e dos tipos de aminoácidos, além da perdo do códon de término Efeitos da Substituição (SNPs) Mutação Sinônima (ou silenciosa): troca nucleotídeos no DNA, mas não troca aminoácidos na proteína Mutação não Sinônima (de Sentido Errado): troca de nucleotídeos e de aminoácidos Mutação sem Sentido: troca de nucleotídeos formando um códon de fim no RNAm Agentes Mutagênicos Qualquer fator físico, químico ou biológico que pode alterar o código genético de um indivíduo Biológicos: vírus → HPV e câncer de colo de útero Químicos: componentes químicos de pesticidas, medicamentos, corantes, reagentes Bases análogas: 5-bromouracil = timina Genética Molecular 22 2-aminopurina = guanina Ácido nitroso: Desaminação de bases Etil-etano-sulfonato e hidrazina: Perda de bases nitrogenadas Intercalantes de DNA: Acridina laranja Físicos: radiações Não ionizantes: raios UV → comprimento de onda longo, ou seja, atinge apenas tecidos superficiais Ionizantes: raios X e raios Gama → comprimento de onda mais curto, ou seja, conseguem atravessar o tecido atingindo tecidos profundos A capacidade de provocar mutações dependem de alguns fatores: quantidade de contato, tempo de exposição e número de exposições - isso vale tanto para agentes químicos quanto para físicos Mutação em Bactérias e a Resistência a Antibióticos As mutações bacterianas acontecem com ou sem uso do antibiótico, a resistência acaba sendo um resultado dessas mutações, mas de forma natural. Quanto mais multiplicação bacteriana, maior o risco de mutação Os antibióticos servem para a seleção das bactérias resistentes, mas não é ele a a causa de tal mutação Base Molecular da Mutação Tautomerismo: moléculas se expressam por fórmulas estruturais diferentes, o que pode levar à mutação - isso pode acontecer por fatores biológicos, químicos e físicos Genética Molecular 23 As principais alterações químicas em nucleotídeos são: Desaminação de bases Perda de bases - nucleotídeo incompleto Genética Molecular 24 Formação de dímeros de piramidinas - se pareiam entre si, formando falhas na replicação Mecanismos de Reparo de DNA Reparo dependente de luz (fotorreativação) → DNAfotoliase Reparo por excisão → de bases ou de nucleotídeos Endonuclease de reparo DNApolimerase DNAligase Outros mecanismos: malpareamento, pós-replicação, resposta SOS Regulação Gênica Conceito: é o processo responsável pela ativação ou inativação de genes Em um organismo pluricelular, com células diferenciadas morfo-funcionalmente, a regulação gênica explica por que temos diferenças entre os vários tipos celulares, se o material genético em todas as células é o mesmo Além disso, existem genes que só se expressam em determinados momentos, por exemplo, genes que só estão ativos durante a embriogênese, mas são inativos no adulto - existem genes que se ativos durante a fase adulta, podem causar tumores HOMEOBOX: genes ativos apenas durante a embriogênese - sequências homólogas Genética Molecular 25 Existem também genes que podem estar ativos em dois ou mais tipos celulares, mas que em uma célula encontram-se mais produtos gênicos (RNAm e polipetídeos codificados pelo gente) do que em outra célula, ou seja, cada tipo celular usa um grupo específico de genes, os genes ativos em cada tecido variam Regulação Gênica em Procariontes Modelo do Operon, Jacob e Monod, 1960 Componentes do modelo Indução (OPERON-Lac) Repressão (OPERON-Trp) Componentes do Modelo OPERON = genes estruturais + promotor do Operon Promotor: região de um gene (um pedaço do DNA) que determina o início da transcrição, através da interação com a RNA polimerase. É a partir do promotor que está o gene interessante a ser inscrito. Todos os genes possuem um promotor. Caso contrário, não seriam transcritos. Nos procariontes é comum mais de um gene dividir o mesmo promotr e serem transcritos juntos. Jacob e Monod: entre o promotor e os genes deveria existir o Operador Operador: sítio de ligação das proteínas reguladoras. Ativadores: posicionam-se próximo ao promotor e recrutam ou ajudam a RNA polimerase a ocupar o promotor para iniciar a transcrição do gene Repressores: posicionam-seno operador e interferem fisicamente, impedindo a ligação da RNA polimerase com o promotor ou a sua movimentação ao longo da cadeia de DNA Molécula efetora: efetua a atividade gênica, ativa ou inativa os genes (indutor ou co-repressor) Indução Proteína repressora sozinha e genes inicialmente inativos Genética Molecular 26 A molécula efetora que funciona como indutora. O indutor se liga ao repressor e o inativa. Dessa forma, ele se desliga do sítio operador. Ao fazer isso, repressor se desliga e a RNA polimerase consegue se ligar e fazer a transcrição. Na ausência de lactose (os genes que quebram a lactose estão desativados) a célula estará sempre produzindo repressores que, por sua vez, tem alta afinidade pelo operador. Assim, ao se ligarem, operador + repressor atrapalham fisicamente a transcrição dos genes de lactase. Na presença, a lactose se associa ao repressor no seu sítio alostéricos e ele perde a afinidade pelo operador. Agora, a RNA polimerase pode se ligar ao promotor e transcrever os genes da lactase. Esse operon é ativado na presença de lactose desde que a glicose não esteja presente no ambiente O Operon Lac é composto de 3 genes: lacZ, lacY e laca. Cada gene desse, quando transcrito, dá origem a uma proteína que, juntas, atuam como enzima no metabolismo da lactose. Permease: facilita a entrada rápida de lactose sem tanto gasto de energia Repressão Genes ativos inicialmente, mas que serão desligados Serão desligados quando surge a molécula efetora que funcionará como co-repressor, se liga ao repressor e juntos inativam o sítio Operon Trp (deve existir um equilíbrio entre o consumo e a produção de triptofano) 5 genes envolvidos na síntese do triptofano que resultam em 3 enzimas → quando há excesso de triptofano, esse age como co-repressor, que se liga ao repressor e bloqueiam o sítio operador até que acabe o triptofano e o que está ligado ao repressor será ‘’comido’’, liberando os genes para produzir mais triptofano Genética Molecular 27 Comparativo Enzimas envolvidas em anabolismo funcionam geralmente sob repressão, já genes envolvidos em catabolismo são regulados, geralmente, por indução Regulação gênica em Trypanosoma brucei Nagana = doença do sono Há dificuldade de tratamento Existem vários genes capazes de codificar a membrana, mas não ativados ao mesmo tempo - ou seja, o sistema imune combate um tipo, depois outro e depois outro - tendo uma dificuldade de reconhecer as diferentes proteínas que codificam a membrana, assim mais cepas conseguem sobreviver ao sistema imune Glicoproteínas variáveis de Superfície (VSG) Regulação Gênica em Eucariontes Os genes são regulados no tempo e no espaço Diferença: presença da membrana celular → nas bactérias a transcrição e a tradução ocorrem quase juntas Genética Molecular 28 A transcrição é o principal evento envolvido na regulação O tempo médio de vida dos RNAm também influencia a regulação (cauda poli A - cap 5’) 1. Splicing Alternativo: para que haja o splicing, ligações fosfodiéster nas fronteiras éxoníntron são rompidas e novas ligações fosfodiéster entre dois éxons são formadas; o processamento, ou splicing, alternativo é regulado por proteínas que se ligam a sítios ativadores – proteínas SR – e repressores – as ribonucleoproteínas nucleares heterogêneas (hnRNPs). Os ativadores atuam nos amplificadores de splicing exônico (ESE) e os repressores nos silenciadores de splicing exônico (ESS). As condições e necessidades fisiológicas de diferentes células/tecidos controlam a expressão das proteínas reguladoras. Proteínas silenciadores ligam-se aos sítios ESS mas não possuem atividade de recrutar a maquinaria de processamento (snRNPs). Ao contrário, acabam bloqueando os sítios de processamento que não são percebidos pelos spliceossomos. Desde modo, quando uma hnRNPs atua sobre um éxons, ele fica excluído do mRNA. 2. Condensação Cromossômica: a remodelagem da cromatina é necessária para que o aparato enzimático de síntese proteica acesse o DNA enovelado em histonas. Quando os genes estão enrolados, o seu promotor fica “escondido” e a transcrição é reprimida. Os remodeladores de cromatina removem as histonas ou apenas deslocam o nucleossomo ao longo da molécula, liberando o sítio promotor do gene. Então, os fatores de transcrição associam-se ao promotor e recrutam a RNA-polimerase e outros fatores, bem como o complexo mediador. Com isso, ocorre a ativação e a transcrição do gene é iniciada. À medida que a maquinaria de síntese proteica se desloca sobre a dupla-hélice, o DNA já transcrito é novamente enrolado em histonas e os remodeladores de cromatina seguem desenrolando as histonas à frente. Além de uma barreira física para o acesso das enzimas, as histonas também possuem sinalização molecular que regula a expressão gênica. As histonas possuem alguns Genética Molecular 29 aminoácidos que não fazem parte da estrutura central do nucleossomo, sendo chamados de “cauda de histona”. As caudas sofrem reações químicas de adição de grupos metil e acetil que funcionam como sinalizações moleculares Metilação de histonas e DNA: a metilação geralmente desliga os genes, portanto os genes que não estão sendo transcritos ficam metilados. Onde tiver grupos metil na cauda das histonas, a cromatina vai estar bem condensada. Isso ocorre, pois, a adição de grupos metil recruta a enzima HDAT, que remove a sinalização de grupos acetil. Já na ausência de grupos metil, a enzima HAT atua adicionando grupos acetil. Não existe grupos metil e grupos acetil na mesma cauda, uma vez que eles têm objetivos opostos. Além de estar presentes na causa das histonas, o grupo metil também pode estar presente na fita de DNA. Lá, ele pode causar relaxamento da cromatina. Portanto não se pode generalizar o processo de metilação e dizer que ele sempre causa a condensação da cromatina. Acetilação de Histonas: quando o DNA está acetilado, promove um afastamento dos nucleossomos. O DNA se estica mais. O DNA mais esticado pode sofrer transcrição ou os genes podem estar ativos. Ao retirar o grupo acetil, promove uma condensação do DNA e ele dessa forma acaba tendo mais genes inativos. A ligação de grupos acetil nas histonas, pela enzima HAT (histona acetiltransferase) faz com que a cromatina fique mais relaxada, pois a acetil faz com que o DNA perca afinidade pelas histonas. Quando a cromatina fica mais relaxada, o DNA entende que naquele lugar existe um gene disponível para ser expresso. São os ativadores, entretanto, que iram realmente determinar que se o gene será transcrito ou não. Quando a cromatina é relaxada, os remodeladores de cromatina atuam sobre as histonas e liberam o promotor, fazendo com que o gene fique expresso. A enzima HDAT é a histona desacetilase; ela remove os grupos acetil e causa o fechamento da cromatina, impossibilitando a transcrição. Células tronco são livres desse tipo de marcação, pois podem expressar qualquer gene. Uma célula adulta, como a célula hepática, por exemplo, tem todos genes deligados, menos os úteis para uma célula hepática Genética Molecular 30 3. Facilitadores (’aumentadores’, incentivadores) de transcrição → controle positivo: Aumento da taxa de transcrição. Exemplos: dedo de zinco (íons zinco formam alças. Isso sendo formado próximo ao sitio promotor aumenta a taxa de transcrição. Tem-se, ainda, hélice-volta-hélice, zíper de leucina e hélice-alça-hélice. Alterações na estrutura do cromossomo relacionadas com o DNA esticado para tornar o gene mais ativo. 4. Bloqueadores de Transcrição e de Tradução (’Silenciamento’ por siRNA) → Controle negativo: pode funcionar por: clivagem de RNA; inibição de tradução; silenciamento transcricional. Genética Molecular 31 5. Modificações da estrutura cromossômica
Compartilhar