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Julia S Crescencio / Medicina / P5 HI�/A�D� 1. Definir o HIV/Aids ok 2. Compreender a epidemio e a fisiopato ok 3. Analisar o quadro clínico e citar as principais doenças oportunistas ok 4. Conhecer os testes diagnósticos 5. Conhecer o tratamento padrão, HIV+TB, e profilaxia pós exposição 6. Caracterizar o quadro clínico da histoplasmose ok 7. Definir a síndrome inflamatória de reconstituição imune (SIRI) e seu tratamento ok A Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS) é uma manifestação clínica decorrente da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), ocorrendo, em média, após 8 anos da infecção. Epidemiologia ● Brasil ficou em 2o lugar em notificação das américas (2013), sendo 55,2% no sudeste ● 83,5% dos casos eram na faixa dos 20-49 anos ● A partir de 1990, a incidência aumentou entre os heterossexuais e mulheres ● 75-85% das infecções no mundo são por práticas sexuais Fisiopatologia O vírus ataca células CD4+, ou seja, células que têm a molécula CD4 na membrana (ex.: linfócitos T auxiliares, células dendríticas e macrófagos). As células CD4 são importantes para a comunicação entre as células imunes. O HIV tem a proteína gp120 (e a gp41) no seu envelope, que consegue se ligar à CD4 e a um co-receptor, CXCR4 ou CCR5. O co-receptor CXCR4 é achado nas células T e o CCR5 nas células T, macrófagos, monócitos e dendríticas. Depois de se ligar à CD4 e a um co-receptor, o envelope se funde com a membrana, e o capsídeo se abre no citosol e libera o RNA e a transcriptase reversa. A transcriptase usa a fita simples de RNA como molde para gerar a dupla hélice de DNA. Esse DNA vai se inserir no DNA da célula hospedeira, no núcleo. Depois, o DNA (já inserido no humano), é traduzido no citosol, gerando proteínas do envelope (que vão para a membrana celular), proteínas do capsídeo (capsômeros) e transcriptase reversa. As proteínas do capsídeo se juntam com a nova transcriptase reversa e com uma fita de RNA para formar novos vírus, que saem da célula por brotamento, ou seja, sem rompê-la, formando novos vírions. Obs.: Nessa replicação acontece alguns erros que permitem mutações No contato sexual, o vírus infecta o CCR5, principalmente pelas células dendríticas que eram no tecido epitelial e na mucosa. Essas células dendríticas (CAA/APCs) são as responsáveis por levar o vírus aos linfonodos, onde eles infectam outras células do sistema imune. Obs2.: na fase crônica, geralmente após 12 semanas, é quando alguns pacientes desenvolvem mutações do HIV começam a atacar CXCR4 (presentes apenas nos linfócitos T) Infecção aguda ● Via sexual → contaminação mais provável no sexo anal pela grande quantidade de células dendríticas e linfócitos. As dendríticas têm receptores de manose que interagem com gp120 ● Outras formas → sexo vaginal, oral, UDIV, hemoderivados, aleitamento Julia S Crescencio / Medicina / P5 ● 2-24h depois do contato → vírus infecta APCs → vai até os linfonodos → linfócitos T CD4+ → replicação (fase eclipse, 7-21 dias, não tem RNA no plasma) → esses linfócitos carregam o vírus pela próximas 2-3 semanas ○ Obs.: a replicação é principal no MALT intestinal ○ A carga viral plasmática é o determinante da infecção. O risco de transmissão dobra com cada aumento de 1 log na viremia ● Sintomas: inespecíficos. febre, linfadenomegalia generalizada, anorexia, mal-estar, esplenomegalia, hepatomegalia, icterícia, rash cutâneo, plaquetopenia e diarreia ● O vírus: bloqueia inibidores inatos de vírus, destrói o controle imune celular pela deficiência dos linfócitos CD4+ e evade dos anticorpos por meio de mutações constantes Ao fim da fase aguda (se resolve 14-21 dias), o paciente entra no período clínico assintomático que dura 3-7 anos em não tratados Quadro clínico Na fase aguda, geralmente os sintomas são parecidos com o de outra infecção viral e bem inespecíficos. Na fase crônica, os linfócitos T diminuem cerca de 1-2 bilhões por dia, mas geralmente se mantêm > 500, o que permite certa proteção mas pode deixar algumas infecções mais severas (ex.: tuberculose). De 200-500, o paciente pode apresentar linfonodomegalias, leucoplasia pilosa e candidíase oral. Abaixo de 200 células T\mm3, a AIDS inicia, com febre persistente, fadiga, perda de peso, diarreia e várias doenças oportunistas. Doenças oportunistas: pneumonia bacteriana recorrente, pneumonia pneumocística, infecções fúngicas, tumores (sarcoma de kaposi), linfoma… Julia S Crescencio / Medicina / P5 Testes diagnósticos ● Confirma diagnóstico com 2 testes rápidos positivos ● Em crianças RT-PCR *ver os 3 fluxogramas (2 primeiros não aguda, 3 infecção aguda) Detecção de antígeno viral: 4-30 dias após a infecção ● Depois disso fica difícil ver, voltando apenas com a queda progressiva da resposta imune Detecção de anticorpos no sangue periférico: 30-90 dias após a infecção Imunoensaios: 1a (só IgG), 2a, *3a (IgG e IgM), e *4 geração (permite detectar IgM, IgG e o antígeno p24) *mais usados Tratamento Julia S Crescencio / Medicina / P5 Duas situações para postergar (para evitar a SIRI) ● Tuberculose: primeiro trata tuberculose e depois de 2 semanas começa o do HIV (cd4 < 50) ou 8 semanas (cd4 > 50) ● Meningite criptocócica: TAR depois de 2 semanas Esquema inicial de preferência: lamivudina (ITRN) 300 mg + tenofovir (ITNR) 300mg + dolutegravir (II) 50 mg 1x ao dia PPE\PEP (pós-exposição) ● Preferencialmente após 72h ● Durante 28 dias ● Zidovudina + lamivudina + indinavir Qu�d�� �líni�� �� hi���p���mo�� (hi���p���ma ���s��a��m) Obs.: geralmente em pacientes com TCD4+ < 100/mm3 Sintomas Febre, astenia, perda de peso, adinamia, tosse, dor torácica, dispneia Exame físico Alterações pulmonares, hepatoesplenomegalia, adenomegalias, lesões pápulo-crostosas na pele Imagem Infiltrados micronodulares na Rx e TC Laboratório Pancitopenia e aumento da desidrogenase lática Diagnóstico Identificação do agente no sangue, medula, pele, pulmão, urina Tratamento Anfotericina B na fase aguda e Itraconazol na manutenção Sín��om� ��fla��tóri� �� �ec���t��u�ção �m��e (SIRI) ● SIR desmascarada: infecções anteriormente subclínicas ● SIR paradoxal: piora de infecções já existentes Diagnóstico: sinais e sintomas suspeitos ocorrem entre 4-8 semanas após o incio da terapia, na reintrodução de um esquema interrompido ou na modificação para um esquema mais eficaz após a falha virológica. Geralmente apresenta aumento na contagem de LTCD4+ e redução CV-HIV Julia S Crescencio / Medicina / P5 Complicação da terapia ARV, com uma variedade de manifestações inflamatórias patológicas que ocorrem dias e meses após o início da terapia. Pode ser definida como uma resposta inflamatória patológica a antígenos microbianos ou do hospedeiro. ● A supressão da replicação do HIV permite uma restauração gradual da capacidade imune. ● Manifestações mais comuns: herpes simples, herpes-zoster, sarcoma de Kaposi, verrugas virais, foliculite eosinofílica, criptococose, leishmaniose e hanseníase. Tratamento: prednisona 0.5 a 1 mg\kg\dia
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