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PRINCÍPIOS E FONTES - DIREITO DO TRABALHO (1)

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PRINCÍPIOS E FONTES - DIREITO DO TRABALHO
● Os princípios possuem 03 funções básicas: I) Informativa (destinada ao legislador),
II) interpretativa (destinada ao aplicador) e III) Normativa ou Integrativa (auxilia nos
casos concretos).
● Os princípios se dividem em constitucionais (descritos explicitamente na Carta
Magna) e infraconstitucionais (espalhados na legislação). São eles:
1. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO/FAVORABILIDADE/TUTELAR/CORRETOR DE
DESIGUALDADES
Parte da premissa de que o direito do trabalho deve conceder proteção à parte
hipossuficiente da relação laboral, que é o trabalhador. Assim, com vistas a equilibrar a
relação trabalhista, esse princípio se sub-divide em três espécies:
I. Princípio in dubio pro operario/pro misero: Havendo diversas interpretações para
uma mesma norma, deve-se adotar a que seja mais favorável ao trabalhador.
II. Princípio da norma mais favorável ao trabalhador: Diante de normas
inconciliáveis sobre o mesmo tema, se aplica a mais favorável ao obreiro. (esse
princípio goza de função hierarquizante, pois prioriza normas benéficas ao
trabalhador em detrimento das outras)
* Nossa legislação faz uso da teoria do conglobamento em casos de normas de mesma
hierarquia. Opta-se pelo conjunto de normas mais favorável ao trabalhador (sem pinçar
especificamente algumas).
* Como tudo no direito, nada é absoluto. Então, existem exceções ao princípio da norma
mais favorável que são:
a) Em caso de confronto entre CONVENÇÃO e ACORDO COLETIVO sempre
preponderará as condições estabelecidas pela convenção coletiva de trabalho (art.
620, CLT)
b) O negociado prevalece sobre o legislado, ou seja, a convenção coletiva prepondera
sobre a lei quando dispuser sobre uma série de condições específicas.
c) No caso do trabalhador ser portador de diploma de nível superior e receber salário
mensal igual ou 2x superior ao limite máximo de benefícios do RGPS (aqui
entende-se que a condição de hipossuficiência foi superada)
III. Princípio da preservação da condição mais benéfica/inalterabilidade contratual
lesiva: Nesse caso, estipulada uma vantagem ou condição para o trabalhador quando da
formação ou no decorrer do contrato de trabalho, esta se “incorporará” e eventuais
alterações posteriores só poderão acontecer caso seja em benefício do trabalhador.
JURISPRUDÊNCIA: Lei municipal equivale a um regulamento empresarial, razão pela qual
incide a mesma lógica da Súmula 51, o que significa dizer que não poderiam as vantagens
criadas serem suprimidas ou alteradas para pior em relação àqueles que estavam
empregados na época
2. PRINCÍPIO DA IRREDUTIBILIDADE DE SALÁRIOS
Via de regra, os salários não podem sofrer redução (o que não implica
necessariamente dizer que eles acompanharão a inflação, ou seja, é possível que eles
fiquem defasados mas não podem ser nominalmente reduzidos!) É um princípio que tem
viés constitucional.
REFORMA TRABALHISTA
Art. 611-A (...)
§ 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou
o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra
dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.
** Cuidado! A irredutibilidade não abrange parcela remuneratória devida em razão de
determinadas condições de emprego como INSALUBRIDADE, TRABALHO NOTURNO, etc.
3. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DOS DIREITOS TRABALHISTAS
Os direitos trabalhistas são inegociáveis, o trabalhador - mesmo que queira - não
pode abrir mão deles, pois existe a premissa de que a relação é de hipossuficiência de uma
parte, podendo sua vontade ser restringida em seu próprio benefício.
* Como tudo no direito, nada é absoluto. Nesse sentido, pode haver renúncia tácita de
opções juridicamente válidas, renúncia em transação do direito quando há conciliação
judicial, no âmbito dos direitos coletivos do trabalho também pode haver renúncia
(negociação em troca de outras vantagens), além de que, com a reforma, surgiu a
possibilidade de transação extrajudicial
4. PRINCÍPIO DA IMPERATIVIDADE DAS NORMAS TRABALHISTAS
As normas trabalhistas são cogentes, imperativas e inafastáveis, não estando à
mercê da vontade das partes. O afastamento da norma gera nulidade, nos termos do art. 9º,
CLT: “Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir
ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação”, é uma forma de
ponderar a liberdade contratual e livre estipulação das partes interessadas (art. 444, CLT),
funcionando como verdadeira restrição da autonomia da vontade.
REFORMA TRABALHISTA
Com a reforma, a imperatividade das normas foi, de certa forma, flexibilizada, tendo em
vista a inclusão do art 611-A (prevalência do negociado sobre o legislado) e no caso do
trabalhador do art 444 (hiperssuficiente)
5. PRINCÍPIO DA INTEGRIDADE/INTANGIBILIDADE SALARIAL
Via de regra, não podem haver descontos no salário do empregado, apenas quando:
a) autorizados por lei (ex:pensão alimentícia);
b) autorizados em norma coletiva (acordo ou convenção);
c) autorizados por adesão individual voluntária do trabalhador a benefício concedido ou
contratado pelo empregador (ex: plano de saúde);
Súmula 342 do TST
DESCONTOS SALARIAIS. ART. 462 DA CLT (mantida) – Res. 121/2003, DJ 19, 20 e
21/11/2003 Descontos salariais efetuados pelo empregador, com a autorização prévia e
por escrito do empregado, para ser integrado em planos de assistência odontológica,
médico-hospitalar, de seguro, de previdência privada, ou de entidade cooperativa, cultural
ou recreativo-associativa de seus trabalhadores, em seu benefício e de seus
dependentes, não afrontam o disposto no art. 462 da CLT, salvo se ficar demonstrada
a existência de coação ou de outro defeito que vicie o ato jurídico. *coação não se
presume, deve ser devidamente comprovada*
6. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA RELAÇÃO DE EMPREGO
A aplicação da norma deve priorizar a manutenção do vínculo de emprego, pois
trata-se da fonte de subsistência do trabalhador. Esse princípio possui diversos
desdobramentos, vejamos:
I. O ônus da prova no que tange a comprovação de rescisão imotivada é do
empregador; - SÚMULA 212 TST: O ônus de provar o término do contrato de
trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é do
empregador, pois o princípio da continuidade da relação de emprego constitui
presunção favorável ao empregado
II. O vínculo deve ser mantido em caso de alteração de propriedade ou estrutura da
empresa
III. O contrato de trabalho deve ser mantido durante a suspensão ou interrupção do
contrato - busca trazer segurança jurídica para o trabalhador;
IV. Algumas nulidades relativas ao contrato de trabalho poderão ser eliminadas em prol
da manutenção do vínculo trabalhista. No entanto, no caso da nulidade ser absoluta,
não será possível sanar o vício.
V. O contrato de trabalho é, presumivelmente, por tempo indeterminado
VI. No caso de sucessão trabalhista (empresa A adquire a empresa B) o empregador
mantém o vínculo de trabalho.
7. PRINCÍPIO DA PRIMAZIA DA REALIDADE
A verdade prevalece sobre o contrato, ou seja, a realidade da relação de trabalho
prevalece sobre o que está contido na Carteira de Trabalho. CTPS é meio de prova,
contudo, não é absoluto!
CUIDADO! A primazia da realidade não pode suplantar exigências legais e/ou
constitucionais!
8. PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
Busca vedar o enriquecimento sem motivo justificável, Contudo, é preciso pontuar
que esse princípio também não é absoluto, de forma que o Estado não pode compactuar
com atividades ilícitas. Ex: Prostituta cobra salário de cafetão.
9. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE (OU RACIONALIDADE) E PROPORCIONALIDADE
Trata-se de um exame de adequação da necessidade/compatibilidade de conduta de
trabalhadores e tomadores de serviço com relação a seus direitos e consequências.
10. PRINCÍPIO DA BOA-FÉ
O que se espera é que as partes, diante de um contrato de trabalho, ajam de acordo
com a boa fé subjetiva (intenção das partes) e boa fé objetiva (envolve o próprio conteúdodo contrato)
11. PRINCÍPIO DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
Não é aceita qualquer medida discriminatória entre os próprios empregadores (em
termos de acesso, manutenção do trabalho por motivo de gênero, raça, cor, estado civil,
orientação sexual, etc). Contudo, assim como tudo no direito, nada é absoluto e existem
casos em que as diferenciações são constitucionalmente aceitáveis, por exemplo: quando
há necessidade de vistoriar mulheres para entrar em presídios, as agentes deverão ser do
sexo feminino. Também há a questão das gestantes
Súmula 443 do TST
DISPENSA DISCRIMINATÓRIA. PRESUNÇÃO. EMPREGADO PORTADOR DE
DOENÇA GRAVE. ESTIGMA OU PRECONCEITO. DIREITO À REINTEGRAÇÃO – Res.
185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27/09/2012 - Presume-se discriminatória a
despedida de empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite
estigma ou preconceito. Inválido o ato, o empregado tem direito à reintegração no
emprego.
12. PRINCÍPIO DA LIBERDADE DO TRABALHO
Via de regra, o trabalhador é livre para exercer qualquer profissão, desde que não
viole valores constitucionalmente consagrados e lícitos. Contudo, é possível que haja
algumas restrições para exercício de alguns cargos ou profissões, como a prova da OAB
para bacharéis em direito, a idade mínima para cargos eletivos, etc.
13. PRINCÍPIO DA ISONOMIA (material)
Devem ser reconhecidos e garantidos os mesmos direitos àqueles que se
encontram nas mesmas situações jurídicas, desde que não exista razão plausível para
diferenciação. - “Art. 461. Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado
ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, corresponderá igual
salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou idade.”
14. PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
É um dos pilares da nossa Constituição Federal e diz respeito aos limites do poder
diretivo e à necessidade de preservação da higidez mental, física e moral do trabalhador,
bem como de sua subsistência. - Trata-se de um METAPRINCÍPIO, segundo parcela da
doutrina.
15. PRINCÍPIO DA BUSCA PELO PLENO EMPREGO
O direito busca privilegiar e promover a formação e manutenção do pleno emprego,
de forma que todos os direitos mais protetivos possam alcançar o trabalhador da maneira
mais duradoura possível.

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