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Mito e Filosofia

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Mito e Filosofia
	Indagar sobre a origem do mundo e sobre o significado das coisas que existem sempre foi uma tarefa do homem. Hoje em dia, remetemos esse tipo de interrogação à ciência por meio de livros, bibliotecas, salas de aula. No entanto, nós, homens, já remetemos essas mesmas interrogações aos deuses. Quem eram esses deuses? Como e onde eles existiam?
	
	
	É na Grécia que encontramos os deuses que marcaram a história da civilização ocidental. Esses deuses, que eram responsáveis pelo destino, fortuna e desventura dos homens, existiam na crença que possuíamos neles e se fortaleciam entre nós por meio do mito. A palavra mito se traduz para o português como narrar, contar, anunciar e, portanto, os deuses, de alguma forma, se materializam através das narrativas feitas acerca deles e de suas determinações, as quais forneciam as respostas e as explicações que buscávamos sobre, por exemplo, como o universo passou a existir, sobre o que é a justiça ou sobre o que é o amor (CHAUÍ, 1998).
A crença neles era transmitida de geração a geração por meio da narrativa que chegava até os homens trazida pelo poeta rapsodo. Esse poeta era alguém que narrava algo que testemunhou ou lhe foi revelado pelos deuses ao permitirem que ele visse a origem de todas as coisas e de todos os seres para que pudesse transmitir a verdade aos ouvintes. Sua palavra era dotada de autoridade, pois o poeta rapsodo era um eleito dos deuses (Ibid.).
No entanto, algumas descobertas e invenções realizadas pelos homens fizeram com que percebessem que verdades antes reveladas pelos deuses se tornavam questionáveis. Por exemplo, com as descobertas marítimas, foi possível constatar que onde os deuses diziam haver monstros e seres fabulosos moravam seres humanos como quaisquer outros. Assim, a verdade revelada começa a ser substituída pelas explicações fornecidas ao homem pelo próprio homem. Por outro lado, a invenção da política propôs que todos eram capazes de discutir ideias e soluções para a vida social. Mas, para propor e discutir, era preciso exercitar a atividade de pensar, era preciso produzir respostas por meio do pensamento, ou seja, as respostas e explicações para as indagações humanas passaram a ser produzidas pelos próprios homens (Ibid.).
No entanto, algumas descobertas e invenções realizadas pelos homens fizeram com que percebessem que verdades antes reveladas pelos deuses se tornavam questionáveis. Por exemplo, com as descobertas marítimas, foi possível constatar que onde os deuses diziam haver monstros e seres fabulosos moravam seres humanos como quaisquer outros. Assim, a verdade revelada começa a ser substituída pelas explicações fornecidas ao homem pelo próprio homem. Por outro lado, a invenção da política propôs que todos eram capazes de discutir ideias e soluções para a vida social. Mas, para propor e discutir, era preciso exercitar a atividade de pensar, era preciso produzir respostas por meio do pensamento, ou seja, as respostas e explicações para as indagações humanas passaram a ser produzidas pelos próprios homens (Ibid.). 
A política valorizou a discussão, a persuasão e a decisão racional, criando condições para o surgimento da filosofia. Ou seja, a capacidade de explicar o mundo e as coisas que existem no mundo passou a ser feita com o uso da razão e não mais por meio dos deuses. Dessa forma, surge a filosofia na Grécia entre os séculos VII e VI a. C. (Ibid.).
Podemos afirmar que o nascimento da filosofia marca uma ruptura com a mitologia e que, nessa ruptura, homens e deuses se abandonaram. Mas como podemos definir e entender o que seja filosofia?  
		Philo sophia: o Significado da ReflexÃo FilosÓfico
	A fim de conhecer o que seja filosofia, iniciaremos nossa discussão considerando o significado etimológico da palavra. Assim, filosofia significa amor ao saber, uma vez que philos origina philo e quer dizer amizade ou amor, e sophia significa saber. Assim, se philo-sophia (filosofia) é o amor ao saber, aquele que exercita a filosofia, ou seja, o filósofo, não é um sábio e sequer um detentor da sabedoria, mas sim um amante do saber.
	
	
 Mas o que compreendemos acerca da filosofia e do filósofo se apenas mencionamos para defini-los palavras tão pouco concretas como amor e amante? Para responder a essa interrogação inicial, examinemos o conteúdo da palavra amor. 
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que foram os gregos, entre os séculos VII e VI a. C., que formaram a palavra filosofia e, portanto, amor deve ser compreendido no sentido grego e não no sentido cristão, como conhecemos atualmente em nossa cultura.
O amor, como Eros, significa, antes de tudo, uma falta, refere-se a uma ausência, é o desejo daquilo que não se tem e que não está presente. Os filósofos amam e desejam a sabedoria e começam a filosofar exatamente porque não são sábios. Portanto, filosofar é uma forma de tornar presente aquilo que está faltando, está ausente. Para tornar presente aquilo que o filósofo reconhece que não possui (a sabedoria a  respeito de algo) ele começa a falar e a pensar sobre o que lhe falta. Comparativamente, sabemos que esse também é o recurso daquele que ama alguém: quanto mais o amante fala sobre seu amado mais este aparenta se tornar presente.
É importante considerarmos que o amor do filósofo está sempre ligado à ausência da coisa amada. É exatamente porque, não sendo sábio, ele deseja o saber; porque não sendo belo, deseja a sabedoria acerca da beleza; porque não sendo corajoso, deseja a sabedoria acerca da coragem, enfim, trata-se de um amor desejante e poderemos compreender melhor isso se formos à origem da palavra desejo.
Podemos pensar a origem da palavra desejo não na Era Clássica (período histórico em que surge a filosofia), mas já em sua raiz latina e, ainda assim, aproximarmo-nos daquilo que nos interessa, ou seja, do amor desejante da filosofia.
Desejo em língua portuguesa origina-se da palavra latina desiderare. Por sua vez, desiderare origina-se de sideris que quer dizer astro ou estrela. Bem, e qual relação está mantida entre desejo (desiderare) e estrela (sideris)?
Na Roma Antiga, os adivinhos analisavam as estrelas para descobrir o que aconteceria no futuro. Por exemplo, um guerreiro próximo a uma batalha recorria a um advinho para saber qual seria a sua sorte, se ele seria vencedor ou perdedor. Assim, o advinho, com sua capacidade toda especial, analisava as estrelas e fazia a previsão do futuro daquele guerreiro. A esse ato de analisar as estrelas os romanos chamavam considerare, que em português originou o verbo considerar, avaliar, analisar.
Mas onde se encontra a origem da palavra desejo que tanto nos interessa? Para os romanos, quando alguém estava absolutamente sem esperanças quanto a uma situação futura e não tinha ânimo sequer para consultar os adivinhos, dizia-se desiderare. Ou seja, para a certeza de que algo não era possível, que não adiantava qualquer esperança de obtê-lo, dizia-se desiderare. E somente dizia essa palavra aquele que tinha a certeza da impossibilidade, a certeza da ausência. Portanto, para nós latinos, a palavra desejo, que  origina-se de desiderare, significa também certeza da ausência. Não é verdade que desejamos  exatamente aquilo que sabemos que está ausente?
Ainda que tenhamos feito referência à etimologia da palavra desejo em latim, seu significado serve muito bem para compreendermos o amor desejante do filósofo, daquele que ama o saber. Ele ama aquilo que tem certeza que está ausente e, embutido dessa certeza de ausência, fala e pensa acerca do seu objeto de amor em uma tentativa de torná-lo próximo e presente, embora saiba que nunca o possuirá plenamente.
Neste sentido, a filosofia é uma busca constante do ausente.
Bem, se compreendemos que philos-sophia é o amor ao saber e que a natureza desse amor desejante inspira o filósofo, devemos agora compreender que natureza possui esse saber. Qual a natureza dessa sophia?
Para responder a essa nova questão, faremos um caminho desconstrutivo e conheceremos o significado da nossa sophia pela diferençaem relação ao saber que temos familiaridade, ou seja, o saber da ciência e o nosso saber ordinário que nos orienta na vida cotidiana.
Está claro para todos nós que o saber da ciência deve ser seguro e exato. Afinal, esperamos do médico exatidão em um diagnóstico de doença e, mais ainda, esperamos que a medicina nos ofereça o melhor tratamento e a cura da enfermidade. Sabemos também que as ciências médicas são objetivas e querem chegar a um resultado em suas pesquisas: o médico pesquisador entra no laboratório para descobrir a cura da AIDS, a vacina contra determinada doença etc.
Ainda no que diz respeito ao saber da ciência, podemos dizer que ele é demonstrável e um bom exemplo disso pode ser dado pelo engenheiro, que, ao ser convocado para construir uma passarela, demonstra em seus cálculos quanto de material de construção será utilizado, em quais etapas o serviço será feito e quando ficará pronto. Neste sentido, o saber da ciência é também calculativo, ou seja, é capaz de avaliar como será e quando será o resultado final. 
	
	Nosso saber cotidiano também é muito semelhante ao da ciência. Por exemplo, calculamos os ingredientes de um bolo e como melhor misturá-los; dizemos tal coisa com o objetivo de agradar um amigo; tentamos agir com precisão quando dirigimos nosso carro; temos interesse na nova tática adotada pelo técnico do nosso time, pois, se a conhecemos, podemos emitir uma opinião a respeito; e há mesmo quem diga que ir ao Maracanã ver seu time jogar é uma atitude lógica e objetiva, pois serve para “sentir emoção”.
É muito fácil citar características do saber típico da ciência e do saber cotidiano, pois com estes estamos plenamente familiarizados. Mas tudo se torna muito diferente quando se trata do saber da filosofia, daquela nossa sophia, como dissemos anteriormente.
		Como já anunciado, vamos nos aproximar do saber filosófico por diferença em relação ao saber da ciência e ao saber cotidiano. Mas antes precisamos de uma advertência, pois essa tarefa que agora espera por nós é árdua e se escreve em linhas pouco habituais. Não deixemos que a estranheza inicial provocada pelas considerações que serão feitas se transforme em hostilidade ao que é novo e em consequente rejeição. Deixemos cair por terra nossas armas sempre apontadas para tudo que está a nossa volta; deixemos de lado, como diz o Cazuza, a velha “metralhadora cheia de mágoas”. É preciso ainda esclarecer que aquele saber da ciência e do cotidiano possui uma natureza diferente do saber da filosofia, mas para os três saberes vigora o pensamento. A ciência e o cotidiano (que será chamado daqui para frente de senso comum) possuem o pensamento dotado daquelas características que mencionamos anteriormente e podemos dizer que ambos se ocupam em conhecer para mais tarde empregar esse conhecimento.
Com a filosofia, já dissemos, é diferente. O pensamento na filosofia se preocupa com o significado que as coisas têm e não como elas podem ser utilizadas. O saber filosófico é de outra natureza e, portanto, possui outras características. Para a filosofia, o pensamento assume outra feição. Na filosofia, não é mais para fazer diagnósticos que pensamos; não é para construir passarelas e nem opinar sobre uma nova tática que exercemos a atividade de pensar. Na filosofia, tanto o saber quanto o pensamento que busca esse saber se apresentam em uma forma diferente daquela em que se apresentam o saber e o pensamento da ciência e do senso comum. Para que possamos nos aproximar da natureza desse saber que vigora na filosofia, elegemos três instâncias, as quais foram denominadas: origem, caminho e lugar. 
	Philo sophia: o Significado da ReflexÃo FilosÓfico
A Origem
	A origem da filosofia, e portanto do pensamento filosófico, é sempre dada por uma interrogação. Essa mesma interrogação nasce do espanto que os gregos denominavam thauma. Trata-se de um espanto diferente daquele que sentimos quando assistimos a um filme de terror. É um espanto admirativo em que permanecemos perplexos e sem saber o que dizer acerca daquilo que nos espantou. Exatamente porque não sabemos o que dizer é que começamos a interrogar e é neste sentido que o início do pensamento é dado por uma interrogação. Notem que não estamos falando em origem como datado que possua dia, mês e ano. O pensamento é atemporal e inaugura-se no mundo, potencialmente, com o nascimento de todo e qualquer homem. Podemos ainda dizer que a interrogação favorece o pensamento, pois é ela que o desencadeia.
Uma vez que a interrogação surja, o que fazemos com ela? Bem, poderemos lhe dar um tratamento filosófico e assim mantê-la em seu vigor interrogativo, dando continuidade ao pensamento. Mas podemos também sufocá-la, conferindo-lhe uma resposta imediata e, assim, matar o pensamento. Podemos dar um exemplo simples, porém significativo: quando perguntamos a alguém “que horas são?” e este alguém responde, não temos mais o que interrogar e neste sentido dizemos que a própria interrogação está morta, ou seja, que perdeu o seu apelo interrogativo, pois foi sufocada pela resposta e não há mais nada que se pensar a respeito. Por outro lado, se nos surpreendemos com a pergunta “o que é o tempo?” e não encontramos para ela nenhuma resposta conceitual e definitiva, mas, ainda assim, mantemos viva a interrogação e continuamos buscando o significado “do tempo”, então podemos dizer que começamos a filosofar, ou que começamos a pensar. 
Se já sabemos que o pensamento nasce de uma interrogação, podemos dizer também que o pensamento é pathos, é afetação, é algo sofrido por nós e nunca provocado. O pensamento é aquilo que nasce espontaneamente e que nos acomete nos apanhando de surpresa, sem que pudéssemos prever sua chegada.
Philo sophia: o Significado da ReflexÃo FilosÓfico
O caminho
Sendo o pensamento algo sofrido por nós e não provocado, sabemos que seu caminho é circular. Mas por quê? Para responder, pensemos sobre a natureza do círculo. 
Em um círculo, início e fim estão unidos; as voltas dadas sobre ele passam sempre nos mesmos pontos; um círculo se encerra em si mesmo e gira em torno de seu foco. Da mesma forma se dá o pensamento filosófico, que está sempre empenhado em pensar, em várias voltas, o mesmo assunto. Como o círculo, o pensamento filosófico se encerra em si mesmo sem nenhuma saída possível e gira em torno do seu foco, que é dado por aquela interrogação que o desencadeia.
Por se encerrar em si mesmo, podemos dizer que o pensamento filosófico é aporético, ou seja, não possui poros. E isso signifi ca dizer que o pensamento não vaza, não sai de si, está empenhado em ocuparse consigo mesmo o tempo todo. O contrário ocorre com a ciência, pois ela se utiliza de seu pensamento calculativo para mais tarde empregar seus resultados na vida prática. Ou seja, esse tipo de pensamento vaza para o exterior, se materializa no mundo em forma de descobertas científicas, medicamentos, pontes, viadutos construídos etc.
Neste sentido, podemos concluir que o pensamento filosófico não possui ordem prática, ou seja, o filósofo não se dedica a pensar para descobrir algo novo nas ciências. O que ele deseja é permanecer entregue ao exercício de pensar. Para compreender melhor, podemos fazer a seguinte comparação: existem pessoas que fazem caminhadas diárias e dizem que isso ajuda a manter a saúde e embelezar o corpo, mas, além disso, dizem sentir muito prazer quando caminham. Bem, o filósofo não pensa com nenhum objetivo. Ele não o faz para se sentir bem de saúde e nem mais prestigiado e bonito. Pensa pelo prazer de pensar, como se houvesse um caminhante que caminhasse apenas pelo prazer de caminhar sem se preocupar com as consequências disso. 
Por não possuir ordem prática, o pensamento filosófico é livre e não produz provas – como faz a ciência, que prova que determinada vacina é eficiente contra tal doença. Neste caso, em comparação à ciência, podemos dizer que o saber filosófico é um saber inútil, pois não é aplicável na vida prática. Ora, se a filosofia é inútil, por que estudá-la? Por que a universidade se ocupacom ela?
Bem, antes que seja tomada a decisão apressada de abandonar a filosofia porque ela não é útil, podemos fazer algumas novas considerações acerca do assunto. 
O que é a utilidade? Podemos responder: “utilidade é aquilo que é útil, que traz benefícios e progressos, que melhora a saúde, que promove o bem-estar, que faz ganhar dinheiro etc.” Se essa pode ser a resposta, então, de fato, a filosofia é inútil, pois com ela não alcançamos nada do
	que foi mencionado acima. Bem, se nossa decisão for a de abandonar a filosofia porque ela não é útil, devemos saber que se isso for feito estaremos tomando uma atitude logo após o momento em que fizemos uma investigação filosófica. Como assim? Ora, fomos tomados por uma interrogação: o que é a utilidade? Demos à ela uma resposta apressada e logo decidimos pelo abandono da filosofia ao reconhecer que ela é inútil. Ok, mas quem garante que a própria interrogação sobre a utilidade irá nos abandonar? Quem garante que daqui a pouco a mesma pergunta não virá até nós e de forma inquietante ficará “martelando” em nossa cabeça? E ainda mais: o que e quem podem nos garantir que nossa decisão de abandonar a filosofia foi correta?
Tentativa de resposta: quanto a nossa suposta decisão de abandonar a filosofia, não existe nada no mundo que possa nos garantir que ela foi acertada ou errada. Alguém pode comprovar, com o passar do tempo, que agiu corretamente ao abandonar um amigo ingrato ou um vício perverso, mas o mesmo não se aplica à filosofia. Podemos dizer algo mais além da mera decisão sobre abandonar a filosofia: embora ela seja inútil e não possua nenhuma aplicação prática no mundo, não temos como abandoná-la pois a philo sophia (o nosso amor ao saber) não é nada como um amigo que encontramos ou um vício que adquirimos.
	
		O amor ao saber, a filosofia, nasce com a gente, se inaugura no mundo em todo recém-nascido e somente poderemos abandoná-la quando deixarmos de ser homem, ou seja, na condição extrema de nossa morte. Portanto, é desprovida de sentido a decisão de abandonarmos a filosofia, pois, mesmo que o desejássemos, não teríamos como fazê-lo. Não temos como impedir que as interrogações venham sobre nós, como não podemos impedir que nos venham a chuva e o calor do sol. O que podemos fazer é procurar um abrigo que nos proteja deles. Porém, devemos estar conscientes de que o abrigo somente passou a existir porque antes existiram a chuva, o sol e o pensamento em forma de interrogação que se despejaram sobre nós.
Bem, já sabemos que a filosofia é inútil, ou seja, que o saber filosófico é inútil em comparação ao saber da ciência e do senso comum. Sabemos também que, embora seja inútil, não tem como ser completamente neutralizado, no máximo pode ser evitado, sem que por isso deixe de existir. 
Mesmo sendo inútil, o pensamento filosófico não é igual a nada. A poesia de Fernando Pessoa, a música de Bethoven e as telas de Picasso são tão inúteis quanto as obras filosóficas e, no entanto, também não são iguais a nada. Possuem significado, embora não sejam úteis ao ponto de curar doenças ou construir viadutos e passarelas.
Não é mesmo fácil conviver com todo esse embaraço que o pensamento provoca, ainda mais quando temos que enfrentar situações pouco habituais e desconcertantes. É por isso que o pensamento é, em geral, risível. Todavia, não podemos confundir aquilo que é risível com o que é irônico e debochado. O pensamento somente é risível porque é capaz de nos retirar daquele ambiente familiar e plausível que é o ambiente cotidiano e nos colocar em uma posição bem distinta daquela em que normalmente nos encontramos quando estamos ocupados demais com as coisas mundanas e não estamos pensando. O filósofo (todo o amante do saber) é aquela figura risível exatamente porque está sempre ocupado com questões embaraçosas, como: “o que é o tempo?”, “o que é a beleza?”, “o que é o amor?”, “como é possível conhecer?” etc.
Philo sophia: o Significado da ReflexÃo FilosÓfico
O lugar
Qual o lugar do pensamento? Sabemos que o pensamento encontra-se nas obras filosóficas tanto quanto na poesia, nas belas artes, na música etc. Mas sabemos também que ele não tem forma e nem é tangível. Sabemos mais: o pensamento é invisível em um mundo de aparências, não se manifesta quando, de fato, está em plena realidade. Neste sentido, podemos dizer que seu lugar é o lugar nenhum.
No entanto, quando estamos pensando, demostramos essa atividade que é o pensamento – atividade que exercemos quando estamos quietos, solitários e completamente desocupados das atribuições cotidianas. Como exemplo, relembremos o caso de Tales de Mileto, um filósofo pré-socrático.
Tales caminhava durante a noite olhando as estrelas enquanto pensava acerca da beleza e da harmonia dos astros. Completamente distraído, não percebeu que havia um poço em seu caminho e caiu dentro dele. Uma camponesa, que assistiu a toda a cena, riu muito e disse: “ora, tão ocupado com as coisas do céu e não vê o que está abaixo do seu nariz e dos seus pés”.
Bem, esse exemplo nos remete a algumas características do pensamento. Vamos a elas: nosso filósofo, enquanto pensa, “desliga-se” das atribuições mundanas e tem seu pensamento interrompido ao se ver ocupado com algo prático como ter que sair do poço em que caiu. Sua situação tornou-se risível aos olhos da camponesa que não estava, como ele, envolvida com o pensamento. E, por fim, sabemos que Tales não caiu no poço porque era cego ou porque possuía alguma deficiência. Ao contrário, sabemos que ele caiu porque estava distraído pelo pensamento e pensar implica se tornar alheio às coisas da vida cotidiana. Então, está aí mais uma característica do pensamento: embora seja invisível e seu lugar seja o lugar nenhum, mostra-se a nós no alheamento ao qual nos entregamos toda vez que pensamos.
De acordo com Platão, sabemos que o pensamento acontece por meio do “diálogo sem som de mim comigo mesmo”. Aqui, é importante atentar que o pensamento não é um monólogo; ao contrário, ele supõe “dois” para que haja um diálogo, pois Platão nos diz que é um “diálogo de mim comigo mesmo”. Mas o que significa isso? Trata-se de um desdobramento que fazemos sempre que pensamos: eu, que sou “um” em minhas atividades cotidianas, desdobro-me em “dois” quando começo a pensar e esses “dois” entram em diálogo – que é a forma de acontecimento do pensamento. Mas, sempre que as atividades cotidianas me requisitam, o desdobramento desencadeado pelo pensamento é interrompido e eu que, quando estava pensando, era “dois”, unifico-me novamente voltando a ser “um”.
Para Sócrates, o pensamento pode ser comparado ao vento. Os ventos são invisíveis, mas, quando se aproximam de nós, percebemos; e chegam para colocar tudo em desordem, para tirar as coisas do lugar. Da mesma forma é o pensamento; é invisível, mas percebemos sua chegada. Como o vento, o pensamento põe tudo em desordem, remove nossas antigas opiniões, altera o que já havíamos estabelecido como verdade; corrói nossos critérios a respeito de costumes e regras de conduta e obriga-nos a uma nova arrumação. A esse propósito podemos lembrar a letra de uma música gravada pelo grupo de música popular Barão Vermelho:
“E quem tem coragem de ouvir Amanheceu o pensamento
Que vai mudar o mundo
Com seus moinhos de vento”
Ao final do nosso texto, a quais conclusões podemos chegar? Bem, é difícil estabelecer conclusões quando se estuda filosofia. Podemos mesmo dizer que o conceito e a definição são os aprisionadores da filosofia e que não nos deixam livres para pensar a respeito do que seja esse “amor ao saber”. Contudo, é possível conhecer um pouco a respeito de filosofia e foi isso que tentamos fazer até aqui. Fizemos essa tentativa de conhecê-la quando nos aproximamos das características do pensamento e podemos mesmo igualar a filosofia ao pensamento,
		desde que fique claro que o pensamento que se pratica na filosofia possui uma natureza completamente distinta do pensamento, que está presente na ciência e no senso comum. Esse pensamento corresponde a sophia da nossa philo sophia,corresponde a um tipo de saber especial que, embora esteja cada vez mais afastado, somos capazes de exercer.
	Physis e Nomos: Leis Naturais e Leis Humanas
	No texto anterior, compreendemos como surgiu a filosofia. Agora, devemos compreender quais foram os primeiros filósofos e sobre o que estudavam. Por que foram considerados filósofos?
A existência do mundo e das coisas que existem nele sempre foram objetos de interrogação para os homens: “o que existe?”, “por que existe?”, “por que algo veio a existir?”, “por que as coisas aparecem, mudam e desaparecem?”, “por que existem coisas que mudam e existem coisas que nunca mudam, por exemplo, a regra nascer, crescer e morrer?”.
	
	
Responder a essas perguntas a partir do uso da especulação racional e sem o auxílio dos deuses, caracterizou, como estudamos anteriormente, o surgimento da filosofia. A historiografia da filosofia considerou que os primeiros filósofos deveriam ser nomeados pré-socráticos. A grande questão que desafiava os seus estudos era a natureza: “por que chove?”, “por que anoitece e amanhece?”, “por que as estações do ano são diferentes?”. Bem, a princípio, essas perguntas possuem uma densa objetividade e parecem requisitar respostas tão objetivas que hoje podemos supor que o lugar delas seria com a biologia ou a física. No entanto, foram objeto dos filósofos. O que há, então, de filosófico nessas questões?
A forma como elaboravam essas perguntas e as respostas que esperavam para elas é o que delineia o traço filosófico dessas investigações. Pois os présocráticos buscavam entender o princípio que causa e ordena tudo que existe na natureza. Uma vez que as coisas existem e mudam, o que as faz existirem e mudarem? O que organiza e ordena a saída do inverno e a chegada do outono? O que é essa força “natural, perene e imortal subjacente às mudanças?”(CHAUÍ, 1998: 209). Assim, esses fi ósofos buscavam a estrutura causal que rege os fenômenos naturais.
Aristóteles nomeará os primeiros filósofos de physilogos, ou seja, estudiosos da natureza, o que em grego se diz physis (MARCONDES, 1998). Devemos entender physis (natureza) como os gregos: physis designa tudo que nasce, brota, emerge, surge, cresce e vem a ser por si mesmo. Como a natureza vem a ser por ela mesma, ela também produz e obedece as suas próprias leis. Essas leis são imutáveis, voltemos ao exemplo anterior: nascer, crescer e morrer é um princípio (uma lei) imutável, pois submete a todos os seres vivos (IGLÉSIAS, 1997). Um outro exemplo: podemos desejar que uma determinada noite nunca acabe, mas independente da nossa vontade, existe uma lei que fará o dia se sobrepor a essa noite que gostaríamos de perpetuar.
O termo cosmo (em grego, Kosmos) se refere ao universo em sua ordem, harmonia e beleza1. O cosmo (mundo organizado e ordenado) tanto é o mundo natural quanto é o espaço celeste e também a realidade que se ordena segundo os princípios naturais. Nessa ordenação, há uma hierarquia em que os princípios mais básicos ocasionam os mais complexos. Portanto, a causalidade é a lei principal. Como o homem é  dotado de 
razão, torna-se possível para ele compreender essa racionalidade natural (MARCONDES,  1998). Vamos insistir: essa racionalidade natural independe dos deuses, essa racionalidade é posta na natureza pela própria natureza.
A partir do século V a.C., um novo objeto de interesse tomou conta da filosofia. Em oposição aos assuntos naturais, os sofistas descobriram os assuntos humanos. Por que podemos falar em descoberta dos assuntos humanos em oposição aos assuntos naturais, a physis?
A grande oposição se encontra na ideia de ordenação. Os filósofos pré-socráticos descobriram uma natureza ordenada por leis imutáveis. Por sua vez, os sofistas perceberam que os assuntos humanos não são ordenados por leis imutáveis. Eles perceberam que a lei que rege os assuntos humanos pode ser fundada sobre o próprio arbítrio humano. E, como sabemos, esse arbítrio é mutável. Portanto, os assuntos humanos não estão submetidos nem às leis rígidas da natureza e nem às leis inquestionáveis dos deuses mitológicos. Ou seja, os assuntos humanos resultam da convenção humana (IGLÉSIAS, 1997).
Considerando que os sofistas são os primeiros filósofos que descobriram as características dos assuntos humanos, tornaram-se os professores da técnica de construir os discursos que deveriam expor as idéias pensadas. Assim, tornaram-se professores de retórica para os cidadãos que faziam política. Devemos considerar que a política grega, em especial a de Atenas, era feita em Assembleias constituídas por homens livres e que todos tinham o direito à palavra. Aquele que melhor defendesse as suas ideias, que soubesse melhor conduzir o seu discurso, ganharia a adesão dos demais, consequentemente, o poder político e, especialmente, ganharia admiração (Ibid.).
Assim, dava-se o ensinamento sofístico: aulas que pretendiam preparar os jovens para a composição de discursos. No entanto, Platão irá tecer críticas contundentes aos sofistas. Irá afirmar que eles não estão preocupados em fazer com que os jovens desenvolvam o exercício de pensar. Dirá que os sofistas transmitem um saber pronto e sem compromisso com a verdade, pois o grande objetivo é, apenas, o de vencer a disputa verbal (Ibid.).
Em oposição aos sofistas, Platão faz referências a Sócrates (469-399 a.C.). Para ele, seu mestre é o filósofo por excelência, o grande interrogador. Onde havia uma certeza, Sócrates trazia uma interrogação e fazia o seu interlocutor desencadear a atividade de pensar. Valia-se desse expediente para também pensar mais uma vez sobre a mesma questão. As características da reflexão filosófica que trabalhamos no item 1.2 do nosso curso foram encarnadas em Sócrates.
1A ideia de beleza fazendo parte da organização do cosmo se perpetua em nossa língua portuguesa através da palavra cosmético (MARCONDES, 1998).
		PerÍodos da Filosofia: Cronologia e RepresentaÇÃo
	A seguir, iremos estudar os principais períodos históricos da filosofia. Isso equivale a dizer que iremos olhar para a história e tentar entender o que estava acontecendo com a filosofia, ou seja, como a filosofia reagia às transformações sociais, políticas e econômicas, como ela influenciava e era influenciada pela sociedade.
	
	
Filosofia Antiga (do SÉculo VI a.C. ao SÉculo VI d.C.)
A filosofia antiga pode ser dividida em quatro períodos históricos, os quais serão descritos a seguir.
1. Período pré-socrático ou cosmológico (final do século VII ao final do século V a. C.). As preocupações fundamentais eram quanto à origem do mundo e as causas das transformações na natureza.
Principais representantes: Tales de Mileto; Anaxímenes de Mileto; Anaximandro de Mileto; Heráclito de Éfeso; Pitágoras de Samos; Parmênides de Eléia; Zenão de Eléia; Empédocles de Agrigento e Demócrito de Abdera.
2. Período socrático ou antropológico (final do século V e todo o século VI a. C.). As investigações filosóficas se relacionavam com as questões humanas, isto é, com a ética, a política e as técnicas.
Principais representantes: Sócrates; Platão e os filósofos sofistas Protágoras de Abdera; Górgias de Leontini e Isócrates de Atenas.
3. Período sistemático (final do século IV ao final do século III a.C.). Período de reunião e sistematização dos escritos filosóficos sobre a cosmologia e a antropologia. O grande interesse era o de ressaltar que tudo pode ser objeto para a investigação filosófica.
Principal representante: Aristóteles.
4. Período helenístico ou greco-romano (final do século III a.C. até o século VI d.C.). Esse período já abarca os pensadores de Roma e os primeiros padres da Igreja Católica. Seus grandes temas de discussão são a ética, o conhecimento humano, as relações entre o homem e a natureza e a relação destes com Deus. Inscrevem-se aqui quatro grandes sistemas filosóficos: o estoicismo, o epicurismo, o ceticismo e o neoplatonismo.
Principais representantes: Cícero; Pirro de Elis; Sexto Empírico; Sêneca e Epicuro (CHAUÍ, 1998).
Filosofia PatrÍstica (do SÉculo I ao SÉculo VII) 
Inicia-secom as Epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João. A filosofia patrística se esforçou em conciliar os princípios da filosofia antiga com os dogmas do cristianismo e o objetivo disso foi converter os pagãos à doutrina católica. Assim, a filosofia patrística irá discutir a possibilidade de conciliar razão e fé na busca da verdade. Isso irá dividir as opiniões, gerando três correntes de pensamento diferentes. São elas:
1. Os que acreditavam que a razão e a fé não se conciliavam e que a fé é superior a razão. O lema dessa corrente de pensamento é: “creio porque absurdo”; 
2. Os que acreditavam que a razão e a fé são conciliáveis, mas que a razão é inferior a fé. O lema dessa corrente de pensamento é: “creio para compreender”; 
3. Os que acreditavam que a razão e a fé são inconciliáveis e que possuem campos de conhecimento diferentes. Assim, a razão deve se ocupar com tudo que se refere à vida temporal dos homens e a fé com tudo que se refere à alma e à eternidade (Ibid.).  
Filosofia Medieval (do SÉculo VIII ao SÉculo XIV)
Os temas de discussão da filosofia medieval versavam sobre Deus e o infinito; corpo e alma; a hierarquização do Universo em que os superiores governam os inferiores, condensando o mundo celeste e o terreno através da hierarquia dada entre Deus, arcanjos, anjos, alma, corpo, animais, vegetais e minerais. Além disso, tal qual a filosofia patrística, discutia a possibilidade de conciliar a razão e a fé. A partir do século XVII, a filosofia medieval é denominada de Escolática por ser ensinada nas escolas. Seus maiores influenciadores foram Platão e Aristóteles (Ibid.).  
Filosofia da RenascenÇa (do sÉculo XIV ao sÉculo XVI)
Esse é o período que tenta fazer renascer o vigor dos pensamentos de Platão e Aristóteles, que foram sufocados pelos dogmas da Igreja católica em toda a Idade Média. Algumas obras de Platão que eram desconhecidas na Idade Média passam a ser lidas, assim como são recuperadas as obras de grandes autores e artistas gregos e romanos. Os nomes mais importantes desse período são: Dante, Marcílio Ficino, Giordano Bruno, Campannella, Maquiavel, Montaigne, Erasmo, Tomás Morus, Jean Bodin, Kepler e Nicolau de Cusa (Ibid.).  
Filosofia Moderna (do SÉculo XVII a Meados do SÉculo XVIII)
Esse período é marcado pelo uso e primazia da razão e a figura do sujeito do conhecimento ganha a cena, respondendo pela pergunta sobre a verdade em oposição à forma de conhecer presente na Idade Média, que era baseada na verdade revelada e presente nas obras de Deus. Esse período da história da filosofia também é conhecido como o Grande Racionalismo Clássico. O surgimento do sujeito do conhecimento e a concepção de que esse sujeito deve construir os seus objetos de conhecimento a partir de suas próprias representações mentais caracterizam esse fase do pensamento filosófico (Ibid.). Os principais pensadores desse período foram: Francis Bacon, Descartes, Galileu, Pascal, Hobbes, Espinosa, Leibniz, Malebranche, Locke, Berkeley, Newton, Gassendi (Ibid.).  
Filosofia da IlustraÇÃo ou Iluminismo (Meados do SÉculo XVIII ao Começo do SÉculo XIX)
Esse período também é marcado pelo uso e pela primazia da razão. A ideia de ilustração e de iluminismo advém das luzes que devem se opor ao obscurantismo que caracterizou toda a Idade Média. Acreditava-se que por meio da razão o homem seria capaz de conquistar a liberdade e a felicidade social e política, o que influenciou diretamente a concepção da Revolução Francesa em 1789. As artes serão eleitas como o lugar onde serão expressos o grau de progresso da civilização e a ideia de evolução será uma tônica desse período, tornando-se presente na biologia e na filosofia da vida. Os principais pensadores do período foram: Hume, Voltaire, D’Alembert, Diderot, Rousseau, Kant, Fichte e Schelling (Ibid.).  
Filosofia ContemporÂnea
A filosofia contemporânea se estende de meados do século XIX até os dias de hoje. As diferenças e as características das correntes filosóficas desse momento histórico ainda estão se desenhando para nós, daí a dificuldade em defini-las (Ibid.).

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