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Capitulo1-ObservacoesMeteorológicas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO-UFES / DEPT. DE GEOGRAFIA / CLIMATOLOGIA
CAPÍTULO1
OBSERVAÇÕES METEOROLÓGICAS
Na Meteorologia, como em quase todos os campos do conhecimento, a primeira etapa do processo de compreensão de um fenômeno trata da quantificação de suas propriedades por intermédio da observação e/ou medição. No estudo da atmosfera, essas propriedades são conhecidas como elementos meteorológicos ou climáticos, e são utilizados pelos meteorologistas na descrição do estado físico da atmosfera.
Os valores, assumidos e/ou medidos, dos elementos meteorológicos constituem‑se nos dados meteorológicos, os quais são amplamente utilizados em projetos de engenharia ou pesquisa. Em particular, no caso de projetos agropecuários, dados meteorológicos de boa qualidade são indispensáveis para o levantamento do potencial agrícola de uma região, especialmente no que se refere à necessidade de água do cultivo. É bom lembrar-se que: a eficiência de um projeto e o seu sucesso, dependem, em grande parte, da adequação e veracidade das informações utilizadas para sua elaboração.
Existem vários níveis de sofisticação, precisão e exatidão com os quais os elementos meteorológicos são medidos e, cuja definição dependerá dos propósitos para os quais os dados serão utilizados, portanto, as características do aparelho utilizado em uma medição, devem estar compatíveis com a especificação da qualidade desejada nas medidas.
O objetivo deste texto é introduzir alguns conceitos básicos sobre observações meteorológicas e a descrição sumária de alguns equipamentos utilizados para medir os elementos.
I. OBSERVAÇÕES METEOROLÓGICAS
"Consiste em uma série de procedimentos, executados segundo determinadas normas para avaliação, qualitativa ou quantitativa, de um ou vários elementos meteorológicos.” 
Para que os dados, obtidos em diferentes locais, possam ser comparados é necessário uma padronização expressa, segundo normas que devem ser obedecidas rigorosamente. Tais normas referem‑se:
procedimentos do observador, 
horário das observações,
local de instalação e características da estação e dos instrumentos,
códigos e correções de leitura.
I.1 ‑ Elementos Meteorológicos Ou Climáticos
Segundo o Boletim Técnico 327/1978 da Organização Meteorologica Mun​dial (OMM), são considerados elementos meteorológicos ou climáticos “toda propriedade ou condição da atmosfera cujo conjunto define o estado do tempo ou do clima de uma região".
I.2 ‑ Estação Meteorológica
É o local onde são realizadas as observações meteorológicas. O conjunto de estações que operam ligadas a um mesmo fim específico, constituem uma Rede de Estações.
As estações meteorológicas classificam‑se em várias catego​rias de acordo com o tipo de observação que nelas são realizadas. Uma estação pode ser classificada em mais de uma categoria se for utilizada para diversos fins.
I.2.1. Classificação das estações meteorológicas:
Existem diferentes tipos de estações meteorológicas dependendo dos fins específicos a que se destinam:
Estações sinóticas 
São aquelas em que se realizam observações em horários padronizados internacionalemente, para previsão do tempo. Com tal procedimento todas as observações realizadas nas estações sinóticas mundiais são efetuadas simultaneamente, independentemente de sua localização geográfica. Reunindo-se todas as observações num mapa têm-se a carta sinótica, que representa uma “fotografia” do estado atmosférica de toda a região abrangida pelo mapa. Essas estações localizam-se nos continentes e sobre os oceanos (navios). São utilizadas para observações de superfície ou do ar superior, sendo que estas últimas denominam-se Estações de sondagem atmosférica, nas quais utilizam-se balões-piloto, radiossondas e radioventossondas.
Estações climatológicas
Utilizadas para fins climatológicos. Entretanto, nada impede que seus dados não sejam utilizados com finalidades de previsão, desde que as observações sejam realizadas nos horários e com os procedimentos previstos pela OMM. São denominadas Estações Climatológicas Principais aquelas que medem todos os elementos meteorológicos necessários ao estudo climatológico; caso contrário serão denominadas Estações Climatológicas Ordinárias. A figura 1 mostra a planta baixa de uma Estação Climatológica Principal da rede do INMET, com o respectivo instrumental utilizado. As instalações são rigorosamente padronizadas como a espessura do arame (AWG12), a malha da tela do cercado (5 cm), a cor usada na sua pintura e suas estruturas de sustentação (branca), as dimensões e o tipo de piso (gramado), a orientação do cercado (Norte-Sul na direção do maior comprimento, sendo as portas voltadas para o Sul, no Hemisfério Sul).
Estações agrometeorológicas
Visam fornecer informações que relacionem elementos meteorológicos e atividades agrícolas. Por isso, ao lado das observações atmosféricas, são também realizadas observações fenológicas. A figura 2 mostra a planta baixa de uma Estação Agrometeorológica e o respectivo instrumental.
Estações meteorológicas aeronáuticas
Destinam-se à coleta de informações visando a segurança de aeronaves. Seus dados também podem ser utilizados com outras finalidades. Em geral situam-se em grandes aeroportos.
Estações especiais
São estações com qualidades específicas. Por exemplo: estações ozonométricas, micrometeorológicas, actinométricas, estações de radar, etc…
A rede de estações do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) é constituída por estações climatológicas de dois ti​pos: Principais (EPC) e Auxiliares. As auxiliares visam cobrir a deficiência entre uma e outra ECP, em razão das diferenças topográficas e geográficas. Possuem dimensão menor que a ECP e seus equipamentos básicos são: abrigo termométrico pequeno, termômetro de máxima e mínima, pluviômetro, catavento e psicrôme​tro. Existem ainda as estações meteorológicas automáticas que podem registrar os dados continuamente ou transmiti‑los para satélites. http://www.facebook.com/profile.php?id=100002180096497 
	
	Figura 1. Planta baixa de uma Estação Climatológica Principal e respectivos equipamentos: 
heliógrafo e actinógrafo
conjunto de geotermômetros no solo nú
pluviógrafo
orvalhógrafo
pluviômetro
evapotranspirômetro (caixa de drenagem)
evapotranspirômetro (tanques gramados)
tanque Classe A
abrigo meteorológico:
evaporímetro de Piche
termômetros de máxima e mínima
conjunto psicrométrico 
termógrafo
higrógrafo 
anemômetro e catavento de leitura instantânea; 
Escritório:
11) anemógrafo universal
12) barômetro padrão
13) barógrafo
	
	
Figura 2. Planta baixa de uma Estação Agrometeorológica: 
pluviógrafo
abrigo meteorológico pequeno
heliógrafo e actinógrafo
conjunto de geotermômetros
tanque de evaporação
termômetro de mínima (relva)
anemômetro
pluviômetro.
I.2.2. Local de Instalação da Estação Meteorológica
Ao se buscar um local adequado para instalação de uma esta​ção deve‑se visar, em primeiro lugar, cobrir a maior área pos​sivel, isto é, os dados obtidos na estação devem ser representativos da maior extensão possível. Tal preocupação não se apli​ca, em geral, nos casos de estações especiais, as quais são temporárias e, muitas vezes, visam avaliar as condições específi​cas de um local.
Para os demais tipos de estações, além da preocupação com a representatividade, alquns cuidados devem ser tomados, tendo em vista atender as especificações de alquns aparelhos, tais como: pluviômetro: evitar a proximidade de obstáculos; actinógrafo e heliógrafo: evitar sombreamento e outros.
I.3 ‑ Tipos de Observação
1 ‑ Sensorial: realizadas apenas por intermédio dos sentidos do próprio observador, com a finalidade de obter dados relativos a ocorrência de fenômenos, tais como: nebulosidade, tipo de nuvem, fenômenos ópticos, etc.
2 - Instrumental: realizada com auxílio de instrumentos para obten​ção dos dados mensuráveis.
	Os instrumentos podem ser:
- indicadores (sufixo –metro; p.ex. pluviômetro) 
- registradores (sufixo –grafo; p.ex. pluviógrafo)
As observaçõespara fins sinóticos obedecem, em todo o mun​do, os seguintes horários:
00:00 h 06:00 h 12:00 h 18:00 h GMT (Horário de Greenwich)
21:00 h 03:00 h 09:00 h 15:00 h Brasília/Viçosa
OBS.: No Brasil são realizadas apenas três observações:
00:00 h 12:00 h 18:00 h GMT
I.4 ‑ Erros em Medidas
Nenhum instrumento está totalmente isento de erros. Com base na comparação com um padrão cujas medidas são aceitas como válidas, pode‑se conhecer o erro nas medidas efetuadas com determi​nado aparelho.
Em meteorologia, os erros aceitáveis na medida de cada ele​mento meteorológico é padronizado, podendo ser encontrado na literatura.
Uma medida deve possuir duas qualidades fundamentais (Figura 3):
a) Exatidão: Aumenta quando o valor da medida se aproxima do valor considerado verdadeiro.
b) Precisão: Refere‑se a proximidade, entre si, das medidas realizadas várias vezes, inde​pendentemente, e nas mesmas condições, isto a repetibilidade da medida.
	
Um instrumento para oferecer boa precisão, deve apresentar:
a) Boa repetibilidade: neste caso, a dispersão das medidas será pequena. Estatisticamente significa: sendo pequeno o desvio padrão da medida esta poderá ser re​produzida dentro de um intervalo de confiança também pequeno. Quanto menor esse intervalo, maior será a preci​são do instrumento. 
OBS.: Não dispondo do número de medidas suficiente para realizar uma aná​lise estatística, pode‑se usar a metade da menor divisão da es​cala do instrumento como sendo a precisão do aparelho.
b) Sensibilidade: refere‑se à menor variação da grandeza capaz de provocar uma resposta do instrumento.
	
	
Figura 3. Ilustração do significado de (a) exatidão e (b) precisão. No caso das figuras acima em (a) o instrumento é exato, mas não preciso; e em (b) o equipamento é preciso, mas não exato. 
I.5 ‑ Fontes de Erro
Os erros em uma medição podem ser originados
a) Do instrumento: - instalação
‑ calibração/aferição
‑ defeitos
b) Do observador: - operação do instrumento
‑ leitura
 I.5.1. Classificação de Erros
Erros grosseiros: ‑ engano na leitura 
- cálculo
‑ paralaxe
‑ manuseio ‑ má colocação do diagrama, etc.
b) Erros sistematicos: ‑ do instrumento 
 - do observador
 ‑ metodológicos
c) Erros acidentais: - aleatórios; detectados apenas estatísticamente.
I.6 ‑ Expressão de Uma Medida
A expressão de uma medida sómente será completa se incluir, também, uma estimativa da magnitude da incerteza nela contida. Em ge​ral, é considerada como sendo a metade da menor divisão da escala do instrumento. Deve ser expressa na forma:
X (  
em que
X = valor provável
 = incerteza, ou precisão da medida (meta​de da menor divisão da escala).
II. ESTAÇÃO AGROCLIMATOLÓGICA E EQUIPAMENTOS 
II.1 – Introdução
O objetivo deste texto é descrever uma estação meteorológica principal básica (Figura 4) levando em consideração: (1) localização, (2) instrumentos, características, instalação e manutenção e (3) métodos de observação.
As estações meteorológicas tem por objetivo fornecer dados de temperatura, pressão, umidade, etc. que são utilizados para vários fins, sendo, claro, o principal a pesquisa meteorológica nos mais variados aspectos da ciência atmosférica.
O funcionamento de uma estação meteorológica depende fundamentalmente da manutenção dos equipamentos e do treinamento do observador meteorológico.
	
	Figura 4. Estação meteorológica principal de Viçosa-MG (Vista parcial).
II.2. - Estação Meteorológica
Os elementos componentes de uma estação meteorológica são:
II.2.1. Abrigo termométrico
	
	O abrigo termométrico (Figura 5) serve para proteger os equipamentos de medição de temperatura e umidade do ar das radiações solar, da atmosfera, terrestre, e de objetos próximos, permitindo, porém, a livre passagem do ar, tendo, por isso, as suas paredes construídas com venezianas e pintadas de branco.
Os abrigos são instalados com a porta de acesso aos equipamentos voltada para o sul, no Hemisfério Sul, para evitar a incidência de radiação solar direta sobre os instrumentos no momento da observação.
	
	
	Figura 5. Abrigo meteorológico e detalhes dos equipamentos instalados.
II.2.2. Instrumentos meteorológicos
A descrição dos instrumentos visa familiarizar o observador quanto ao tipo de equipamento usado, suas finalidades, noções sobre o local de instalação e manutenção necessária. 
Os equipamentos são utilizados para determinação da temperatura do ar e do solo, umidade do ar, radiação solar, vento, evaporação/evapotranspiração e pressão atmosférica.
II.2.2.1. Pluviômetro 
FINALIDADE: determinar a quantidade de chuva
UNIDADE DE MEDIDA: milímetro (mm) de chuva.
MANUTENÇÃO: Verificação periódica da existência de sujeira na tela de proteção do coletor e da ocorrência de vazamentos na torneira e na própria estrutura do equipamento.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: A área de captação (coletor) fica a 1,5 m do solo, em nível, e livre de obstáculos.
OBSERVAÇÕES: Um milímetro de chuva equivale a um litro de água por metro quadrado.
	 (a)
	 (c)
	(b)
	
	Figura 6. (a) Esquema da pluviometria. (b) Esquema de pluviômetro. (c) Pluviômetro em primeiro plano e pluviógrafo no segundo.
II.2.2.2. Pluviógrafo 
FINALIDADE: registrar a quantidade e a intensidade de chuva.
UNIDADE DE MEDIDA: milímetro (mm) de chuva e milímetro de chuva/tempo, ou seja, (mm/hora, mm/dia).
LOCAL DE INSTALAÇÃO: vide pluviômetro.
MANUTENÇÃO: troca do pluviograma após a ocorrência de chuva, no horário apropriado, verificação da tinta e acerto da corda do mecanismo de relojoaria; acerto do horário.
OBSERVAÇÕES: quando da troca do pluviograma, se a pena não estiver no nível zero, deve-se encher o reservatório até que a água seja sifonada. O sifão entra em funcionamento a cada 10 mm de chuva.
	
(a)
	
(b)
	(c)
	Figura 7. (a) Pluviógrafo com registrador elétrico, (b) Registrador analógico de um pluviógrafo, (c) Pluviógrafo de sifão
II.2.2.3. Tanque de Evaporação Classe A
FINALIDADE: determinar a quantidade de água evaporada.
UNIDADE DE MEDIDA: milímetro (mm) de água.
MANUTENÇÃO: verificação diária do nível de água, que deve ser mantido entre 5 e 7,5 cm da borda superior; limpeza do tanque sempre que houver algas ou líquens; reposição da água no tanque, quando necessário (7,5 cm abaixo da borda superior), até escoar pelo ladrão. 
LOCAL DE INSTALAÇÃO: sobre estrado de madeira pintado de branco, com 15 cm de altura, colocado sobre o gramado.
OBSERVAÇÕES: para evitar a penetração de objetos estranhos (folhas etc.) e evitar o acesso de animais ao tanque, às vezes é coberto por uma tela de arame.
	 (a)
	(b)
	 (c)
	 (d)
	(e)
	Figura 8. (a) Esquema do Tanque Classe A, (b) e (c) detalhes de instalações sobre gramado (com um tanque auxiliar para reposição da água evaporado do tanque de medidas, à mesma temperatura deste) e (d) e (e) detalhes do parafuso micrométrico e termômetro flutuante.
II.2.2.4. Evaporímetro de Piche
	(a)
	(b)
	FINALIDADE: determinar o poder evaporante do ar à sombra, ou seja, a capacidade evaporativa do ar.
UNIDADES DE MEDIDA: centímetro cúbico (cm3), mililitro (ml) ou milímetro (mm) de água.
MANUTENÇÃO: completar com água quando o nível estiver em torno de um terço da altura do tubo; trocar o disco de papel quando houver impurezas.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: dependurado dentro do abrigo termométrico.
OBSERVAÇÕES: após o enchimento do evaporímetro, o nível de água não deve necessariamente ficar em zero; o valor real deve ser registrado e considerado como inicial para as leituras seguintes
	Figura 9. (a) Esquema do Evaporímetro de Piche e (b) Detalhe do equipamento.
	
II.2.2.5. Heliógrafo Tipo Campbell-Stokes
FINALIDADE: registrar o número de horas de insolação ( brilho solar ).
UNIDADE DE MEDIDA: horas de brilho solar.
MANUTENÇÃO: troca diária do heliograma; limpeza de impurezas, de orvalho ou chuva da esfera de vidro.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: em base sólida de alvenaria, evitando-se proximidadede obstáculos para não ocorrer sombreamento.
OBSERVAÇÕES: durante a instalação do heliógrafo são feitos ajustamentos de nível, concentricidade, meridiano e latitude. Existem três tipos de heliogramas ( tiras retas, curvas curtas e curvas longas ) que devem ser utilizados de acordo com a época do ano e encaixados no local apropriado da concha metálica. Após chuva, deve-se tomar cuidado na remoção do heliograma para não rasgá-lo; usar canivete para cortar a tira em toda a extensão, de ambos os lados, e depois desobstruir as ranhuras para colocação de nova tira.
	(a)
	(b)
	
(c)
	 (d)
	Figura 10. (a) Heliógrafo (b) Detalhe da fita instalada (c) fitas utilizadas de registro de insolação (dia sem núvens – ao alto; dia parcialmente nublado – no centro; e dia totalmente nublado – em baixo) (d) Conjunto heliógrafo e actinógrafo instalados em estação meteorológica e (e) Heliógrafo com registrador elétrico 
	 (e)
II.2.2.6. Barômetro de mercúrio
	FINALIDADE: indicar a pressão atmosférica.
UNIDADE DE MEDIDA: milímetro de mercúrio (mmHg), hectoPascal (hPa) ou milibar (mb).
MANUTENÇÃO: remoção da poeira depositada no instrumento sem retirá-lo da posição de instalação.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: dentro de um prédio de alvenaria, sendo as paredes internas mais propícias à instalação. Deve-se evitar a proximidade de qualquer fonte de calor porque esta pode afetar a altura da coluna de mercúrio, sensível à temperatura. Portanto, a leitura deve ser feita rapidamente pois a presença do observador próximo ao aparelho pode causar diferença na altura da coluna de mercúrio. A altura da cuba deve ficar a aproximadamente 80 cm do piso.
OBSERVAÇÕES: a leitura do barômetro feita com o auxílio de um nônio ou vernier corrigida através de tabela, para: temperatura (redução para 0(C), gravidade normal, latitude de 45(, altitude (em relação ao nível médio do mar) e erro instrumental.
	(a)
	 (c)
	
	 (b)
	
	
	Figura 11 (a) Barômetro aneróide (b) Detalhe do medidor do barômetro e (c) barômetro instalado.
II.2.2.7. Barógrafo
	.
	FINALIDADE: registrar continuamente a pressão atmosférica.
UNIDADE DE MEDIDA: milímetro de mercúrio (mmHg) ou milibar (mb)
MANUTENÇÃO: troca diária ou semanal do barograma, verificação da tinta da pena e aferição do horário do mecanismo de relojoaria.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: abrigado em prédio de alvenaria, evitando-se proximidade de fonte de calor. 
OBSERVAÇÕES: verificar a calibração comparando a leitura do barograma com a do barômetro de mercúrio
	Figura 12. Barógrafo
	
II.2.2.8. Termômetros de máxima
	
	FINALIDADE: determinar a temperatura máxima do ar.
UNIDADE DE MEDIDA: graus Celsius ((C).
MANUTENÇÃO: diária, sendo que após cada leitura o termômetro deve ser preparado de modo a forçar o mercúrio a atravessar a constrição, o que é conseguido segurando o termômetro firmemente e girando-o em um semicírculo para cima e para baixo, tomando o máximo de cuidado para não atingir nenhum objeto. Verificação de fracionamento da coluna de mercúrio.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: dentro do abrigo termométrico, em um suporte que mantém o termômetro com o bulbo levemente elevado (aproximadamente 2º com o horizonte).
OBSERVAÇÕES: durante a preparação do termômetro de máxima, a sua coluna de mercúrio deve ser forçada a retornar ao bulbo, até que atinja o valor da temperatura do termômetro de bulbo seco.
	Figura 13. Termômetro de máxima.
	
II.2.2.9 Termômetro de mínima ( ar e relva )
	
	FINALIDADE: determinar a temperatura mínima do ar.
UNIDADE DE MEDIDA: graus Celsius ((C).
MANUTENÇÃO: diária; após cada leitura, o termômetro deve ser preparado, bastante, para isso, incliná-lo, mantendo o bulbo ligeiramente levantado, até que o haltere encoste no menisco da coluna. Verificar a ocorrência de fracionamento na coluna de álcool.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: dentro do abrigo termométrico, em um suporte que mantém o termômetro em posição horizontal. No caso de obtenção da temperatura mínima de relva é instalado horizontalmente em um suporte a 5 cm de altura da grama.
OBSERVAÇÕES: recolher, diariamente, após a leitura, o termômetro de mínima de relva, para não deixá-lo exposto ao sol, evitando o fracionamento da coluna de álcool.
	
	
	Figura 14. Termômetro de mínima do ar.
	
	
	
	Figura 15. Detalhe da instalação dos Termômetros de máxima e mínima do ar.
	
II.2.2.10. Conjunto psicrométrico
	(a)
	 (b)
	
(c)
	FINALIDADE: determinar as temperaturas para estimação da umidade relativa do ar.
UNIDADE DE MEDIDA: graus Celsius ((C).
MANUTENÇÃO: diária; completar a água do reservatório sempre que necessário.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: dentro do abrigo termométrico, em um suporte apropriado.
	
	
	
	Figura 15. Psicrômetros. (a) aspirado (b) de funda e (c) com ventilação natural.
II.2.2.11. Geotermômetro ou termômetro de solo
	FINALIDADE: determinar a temperatura do solo.
UNIDADE DE MEDIDA: graus Celsius ((C).
MANUTENÇÃO: limpeza do geotermômetro; quando em solo nu, manter a área livre de vegetação. Verificação da ocorrência de fracionamento na coluna.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: em área de solo nu, 4 x 4 m, ou solo vegetado, conforme a necessidade. Na instalação, dirigir a extremidade da haste para o norte (observador no hemisfério sul), evitando insolação direta.
OBSERVAÇÕES: o geotermômetro para um metro de profundidade e instalado com um tubo protetor para maior segurança contra quebra
	 (a)
	
(b) 
	
	
	
(c)
	
	
	Figura 16. (a) geotermômetro (b) geotermógrafo (c) conjunto de geotermômetros instalados
II.2.2.12. Termógrafo bimetálico
	
	FINALIDADE: registro contínuo da temperatura do ar.
UNIDADE DE MEDIDA: graus Celsius ((C).
MANUTENÇÃO: troca do gráfico (termograma) diária ou semanalmente; verificação da tinta da pena; acerto da corda do mecanismo de relojoaria; acerto do horário.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: dentro do abrigo termométrico.
OBSERVAÇÕES: verificar diariamente a calibração do instrumento comparando a leitura do termograma com a leitura do termômetro de bulbo seco. Cada modelo de termógrafo possui um tipo específico de diagrama.
	Figura 17. Termógrafo.
	
II.2.2.13. Higrógrafo de cabelo
	 
	FINALIDADE: registrar continuamente a umidade relativa do ar.
UNIDADE DE MEDIDA: porcentagem ( % ).
MANUTENÇÃO: troca do hidrograma diária ou semanalmente; verificação da tinta da pena; acerto da corda do mecanismo de relojoaria; acerto do horário.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: dentro do abrigo termométrico.
OBSERVAÇÕES: Cada modelo de higrógrafo possui um tipo específico de diagrama
	Figura 18. Termohigrógrafo (Registro simultâneo da Temperatura e Umidade Relativa)
	
II.2.2.14. Catavento Tipo Wild
	FINALIDADE: determinar a direção e a velocidade instantânea do vento.
UNIDADE DE MEDIDA: metro por segundo (m/s).
MANUTENÇÃO: lubrificação anual.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: a 10 metros de altura.
OBSERVAÇÕES: a leitura da velocidade do vento é feita através da tabela.
	Posição da placa
(ponteiro)
	Velocidade
(m/s )
	
	1
1-2
2
2-3
3
3-4
4
4-5
5
5-6
6
6-7
7
7-8
8
	0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
12
14
17
20
	 (a)
	 (b)
	Figura 19. Esquema de um catavento tipo Wild. (a) Atmosfera sem vento e (b) com vento.
II.2.2.15. Anemômetro universal
FINALIDADE: registra a velocidade instantânea, a velocidade acumulada e a direção do vento.
UNIDADE DE MEDIDA: velocidade instantânea em metro por segundo (m/s) e velocidade acumulada em quilômetro por hora (km/h).
MANUTENÇÃO: normalmente feita por especialista. O observador deve diariamente trocar o diagrama (anemograma), verificar a tinta e acertar o horário.
LOCAL DE INSTALAÇÃO: 2 e 10 metros de altura, geralmente sobre construções de alvenaria ou tubo de 4 polegadas.
	 (a)
	 (b)
	 (c)
	 (d)
	Figura 20. (a) Esquema de anemômetro universal para estação automática, (b) detalhe de anemômetro de caneca, (c) anemógrafo universal instalado e (d) detalhe do registrador simultâneo de velocidade e direção do vento
III. MÉTODODE TRABALHO DE UM OBSERVADOR METEOROLÓGICO.
O observador meteorológico tem uma norma de trabalho vinculada aos horários de observação dos diferentes elementos meteorológicos. Normalmente as leituras são feitas, no Brasil, às 9, às 15 e às 21 horas (nos dias de horário de verão, as leituras são realizadas às 10, 16 e 22 horas), no caso de estações meteorológicas ligadas ao INMET (Instituto Nacional de Meteorologia). Ao se tratar de estações para fins de pesquisa agrometeorológica as observações são feitas às 7, às 14 e às 21 horas. No entanto, observações específicas podem ser feitas a qualquer horário conforme a necessidade da qualidade dos dados para pesquisa.
As observações efetuadas são lançadas primeiramente em cadernetas de campo, posteriormente cadastrassem um banco de dados e se possível a nível de cooperação, divulgadas aos Centros Meteorológicos.
MEDIÇÃO DE GEADA
A intensidade da geada é medida pela temperatura mínima atingida abaixo de 0(C. O instrumento usado é o termômetro de mínima de relva (item II.2.2.9) o qual é instalado junto da superfície do solo no posto meteorológico.
A temperatura obtida em um termômetro assim instalado é denominada de temperatura mínima de relva. Esta temperatura é em média da ordem de 3(C menor que a temperatura mínima do período isto em função do resfriamento noturno da superfície.
A técnica para previsão de geadas depende do tipo de resfriamento, que pode ser por advecção ou por irradiação.
A previsão de geada de advecção em um local está baseada na estimativa da trajetória da massa de ar provém dos pólos que já deve estar causando o fenômeno em latitudes maiores, ou seja, mais próximo dos pólos. Conhecendo-se a temperatura e a umidade da massa de ar, velocidade do vento e a variação desses parâmetros na unidade de tempo, estima-se em que extensão essa massa de ar continuará provocando o fenômeno. Este tipo de previsão necessita de uma vasta rede de postos meteorológicos. Em virtude da previsão ser decorrente da velocidade de deslocamento da massa de ar, a previsão pode ser anunciada com 2 a 3 dias de antecedência.
A geada de irradiação é um fenômeno local e sua previsão está baseada na capacidade de liberação de calor da massa de ar em condições de resfriamento. Ocorre nas seguintes condições: ar calmo ( velocidade do vento < 1 m/s ), baixas umidade relativa e temperatura do ar e ausência de nebulosidade. Assim, com o acompanhamento das leituras de instrumentos como anemômetro, higrógrafo e termômetro de bulbo seco pode-se prever a ocorrência de geadas nas 12 horas seguintes. O horário de leitura dos instrumentos para este tipo de previsão é o das 21 horas. 
V. BIBLIOGRAFIA
BLAIR, T. A. & FITE, R.C. Meteorologia. Trad. F. C. Chefe. Rio de Janeiro, Livro Técnico SIA, 1962.2. 406p.
BRASIL. Instituto Nacional de Meteorologia. Curso de inspetor de rede meteorológica. Brasília, 1983. ( Apostilas 1, 2, 3 - mimeo. )
BRASIL. Ministério da Agricultura. Escritório de Meteorologia. Manual de observação de superfície. Brasília, 1969. 52p.
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INFORME AGROPECUÁRIO. Climatologia Agrícola ( EPAMIG ). 1986
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TUBELIS, A. & NASCIMENTO, F. J. L. Meteorologia descritiva: fundamentos e aplicações brasileiras. São Paulo, Nobel, 1980. 374p.
VIANELLO, R.L. & ALVES, A.R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa, UFV, Impr. Univ. 1991. 449p.
WORLD METEOROLOGICAL ORGANIZATION. Guide to metorological instrument and observing pratices. 2nd ed. Genebra, 1965. ( WMO-8. TP.3 ).
AGRADECIMENTO
Gostaríamos de agradecer ao professor José Marinaldo Gleriani do departamento de Engenharia Florestal pela gentileza de fotografar nossos equipamentos, na Estação climatológica da UFV.
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PROFESSORES ALEXANDRE ROSA DOS SANTOS/email: alexsantos@npd.ufes.br/ DEPT. DE GEOGRAFIA - UFES
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