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Felipe_Guimaraes_Contracultura

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36º ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS 
GT 12: ESTUDOS SOBRE OS ESTADOS UNIDOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONTRACULTURA NOS ESTADOS UNIDOS E 
CONTRACULTURA NO BRASIL: UM ESTUDO COMPARADO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FELIPE FLÁVIO FONSECA GUIMARÃES 
2 
 
CONTRACULTURA NOS ESTADOS UNIDOS E 
CONTRACULTURA NO BRASIL: UM ESTUDO COMPARADO. 
 
Felipe Flávio Fonseca Guimarães1 
 
 
Resumo 
No presente trabalho comparamos a contracultura nos Estados Unidos e no Brasil. 
Utilizaremos a contracultura enquanto um conceito, uma categoria específica, utilizada 
para designar uma série de práticas e movimentos culturais juvenis rebeldes nas décadas 
de 1950 e principalmente 1960 nos Estados Unidos e que foi paralelamente adotada em 
outros lugares do mundo. Usamos o método comparativo com a finalidade de articular e 
contextualizar a temática proposta. Destacamos assim as disparidades e similaridades 
entre os dois processos de construção cultural e social pós-Segunda Guerra Mundial. 
Além do mais, analisamos o conceito contracultura de forma problematizada sob a 
perspectiva de autores como Roszak (1972) e Groppo (1996), nos possibilitando melhor 
entendimento do conceito. Através desta pesquisa percebemos que a contracultura 
possibilitou, nos dois países, novas formas de expressão da juventude, pois conseguiu 
unir os jovens, suas linguagens e expressões, diversas artes e movimentos numa única 
prática cultural contra o sistema estabelecido. 
 
Palavras-chave: Contracultura, Estados Unidos, Brasil. 
 
Abstract 
In the present study, we compare counterculture in the United States and Brazil. We will 
utilize counterculture as a conceptual framework, as a specific category used to designate 
a series of youth-based, rebellious practices and cultural movements of the 1950s and, 
principally, the 1960s in the United States, that were concurrently adopted in other places 
of the world. We apply the comparative method with the objective of articulating and 
contextualizing the proposed theme. In this way, we distinguish the differences and 
similarities between the two processes of social and cultural construction following the 
Second World War. In addition to this, we analyze the concept of counterculture by 
problematizing it based on the perspectives of authors such as Roszak (1972) and Groppo 
(1996), allowing us a better understanding of the concept. Through this research study, 
we have perceived that the counterculture movement, in both countries, allowed for new 
means of youth expression, because it was successful in unifying young people, their 
language and expressions, diverse artistic and social movements into one unified cultural 
practice against the establishment. 
Keywords: Counterculture, United States, Brazil. 
 
 
 
1 Aluno do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Social – PPGDS, da Universidade Estadual 
de Montes Claros/Unimontes. Orientadora – Regina Célia Lima Caleiro. Bolsista pela CAPPES/CNPQ. 
3 
 
Introdução 
No presente trabalho comparamos a contracultura, enquanto um 
movimento que envolve práticas e expressões culturais, nos Estados Unidos e no Brasil. 
Usamos o método comparativo para analisar práticas e movimentos culturais específicos 
da contracultura tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil na década de 1960. Foi 
preciso então, em um primeiro momento, dissertar e expor acerca do termo/categoria 
contracultura que é problematizado por alguns autores como Theodore Roszak (1972), 
Groppo (1996), Tânia Cortés (2008), etc. Isto nos permitiu uma melhor compreensão do 
termo e também do momento social histórico no qual o mesmo foi criado e difundido 
pelo mundo, juntamente às suas práticas culturais. Ao fazer esta discussão teórica 
comparamos o pensamento de cada autor acerca do termo, nos empenhando assim em 
uma tarefa sociológica que vai além da comparação pura e simplesmente. Segundo 
Franco (2000), 
 
O próprio processo de conhecimento do outro e de si próprio, nesta 
troca entre realidades culturais diversas, implica um confronto que vai 
além do mero reconhecimento do outro. Implica a comparação de si 
próprio com aquilo que se vê no outro. Neste processo comparativo, é 
fundamental conhecer e assumir as categorias que permitem fazer este 
confronto. (FRANCO, 2000, p. 198) 
 
Analisamos e comparamos as principais características destas práticas 
(contra) culturais nas duas realidades por nós pesquisadas. Desta forma tentamos destacar 
nos movimentos culturais brasileiros, características importantes que se enquadram na 
definição de contracultura. Foi necessário, assim, um esforço de contextualização 
histórica dos dois países na década de 1960, destacando os aspectos relevantes ao nosso 
objeto de estudo. Isto nos permitiu analisar de maneira singular cada país, as diferenças 
entre os processos de construção cultural pós Segunda Guerra mundial, além de nos 
permitir um melhor entendimento da relevância dos fatores social e econômico para o 
surgimento e expansão da contracultura. Unimos, portanto, o método sociológico à 
análise histórica no processo de comparação. 
 
 
 
 
4 
 
Contracultura, rebeldia juvenil e protesto. 
Contracultura é um conceito, uma categoria específica, utilizada para 
designar uma série de práticas e movimentos culturais juvenis nas décadas de 1950 e 
principalmente 1960 nos Estados Unidos e que foi paralelamente adotada em outros 
lugares do mundo. A contracultura é fruto de uma sociedade opressora, sendo praticada, 
reivindicada por jovens que fugiram da padronização da cultura social do ocidente após a 
segunda guerra mundial. Esse termo difundiu durante muito tempo no senso comum a 
idéia de juventude transgressiva, porém o trataremos aqui sob outra ótica, a da produção 
e ação cultural. Pois, compreendemos que os jovens responderam a esta sociedade 
estandardizada não somente através de idéias, mas também de ações, mostrando ao 
mundo o que almejavam. 
Segundo Cortés (2008) a contracultura é um conceito essencial para 
entendermos toda uma geração que viveu na década de 1960, e que era descontente com 
a sociedade tal como era imposta. Portanto, entendemos que, através da contracultura os 
jovens tiveram a oportunidade de se expressarem de forma livre. Esta cultura juvenil foi 
importante para que a juventude obtivesse visibilidade em uma sociedade adulta e desta 
forma, tentar criar um modelo novo de sociedade. Para Cortés (2008), “el término 
counterculture, de acuerdo com Bennet (2001), es um término que ayuda a entender la 
desilusión de los jóvenes de esa época acerca del control de la cultura parental y de la 
falta de deseo de no querer formar parte de la máquina de La sociedad.” (CORTÉS, 
2008, p. 263) 
Já para Roszak (1972), mais que uma forma de entender a “desilusão da 
juventude”, a contracultura se transformou em um instrumento a favor da construção de 
uma nova sociedade. Contra uma sociedade imposta, a contracultura é a ação dos 
jovens. A juventude não pode ser resumida à uma fase da vida, ou seja à idade, pois está 
ligada diretamente às práticas sociais do indivíduo. Na sociedade contemporânea o poder 
do jovem extrapolou (e extrapola até os dias atuais) os limites etários, criando novas 
formas de viver e atuar na sociedade da qual faz parte. Segundo Roszak (1972), os jovens 
colocaram em prática aquilo que os adultos criaram em teoria nas grandes universidades, 
pois “(…) arrancaram-nas (as teorias) de livros e revistas escritos por uma geração mais 
velha de rebeldes, e as transformaram em um estilo de vida. Transformaram as hipóteses 
de adultos descontentes em experiências (…)”. (ROSZAK, 1972, p. 37) Portanto, nãohá 
como desvincular a categoria contracultura das categorias de juventude e de rebeldia. 
5 
 
 Seguindo o mesmo pensamento de Roszak (1972), Carmo (2001) 
explicita que a contracultura foi uma revolução nos costumes ocidentais. O autor expõe a 
ideia de ação da juventude frente à imposição material, simbólica, política etc. nos 
direcionando a tal pensamento: 
 
Diferentemente da prática política dos partidos tradicionais, deu-se 
início a uma nova forma de contestação e mobilização social (…) A 
recusa radical da juventude aos valores convencionais entrava em cena 
com grande alarde. Cabelos longos, roupas coloridas, misticismo 
oriental, muita música e drogas. Uma série de manifestações culturais 
novas refletiam e provocavam novas maneiras de pensar, modos 
diferentes de compreender e de se relacionar com o mundo e com as 
pessoas (CARMO, 2001, p. 51) 
 
Entender a contracultura como tal, pressupõe uma (re) ação dos jovens 
"contra” uma sociedade imposta. O termo é auto-explicativo quando entendemos 
“cultura” no seu sentido ocidental, ou seja, tudo aquilo que é produzido e/ou modificado 
pelo ser humano. Em resposta aos jovens rebeldes, houve um aumento da repressão 
estatal e social contra os que se posicionavam as margens da mesma. Esta reação do 
Estado contra os jovens “rebeldes”, com o apoio da sociedade civil, esteve presente mais 
claramente nos países que passaram por ditaduras militares, principalmente na América 
Latina, pois os jovens rebeldes eram sempre associados ao comunismo e às esquerdas. 
Em oposição a isto o jovem underground (aquele que estava abaixo, no subsolo, às 
margens da sociedade) buscava uma posição marginal como forma de protesto, pois não 
desejava estar no centro e assim o fazia por livre vontade e não porque era deixado de 
lado. 
Esta vontade do jovem de não pertencer ao mundo tecnocrata2 adulto 
edificado ao seu redor, assimila-se à ideia da fuga de uma jaula e isto fica perceptível se 
consideramos o fator econômico que permeia tal situação. Muitos dos jovens que 
deixavam suas casas em busca de um novo ideal de vida, fugindo do alistamento militar, 
das obrigações escolares, do trabalho formal, pertenciam às camadas sociais mais 
abastadas, e possuíam acesso aos meios de comunicação, lazer, informação, e até mesmo 
cultura disponíveis. Ou seja, “a fuga do centro” a qual nos referimos anteriormente, é a 
 
2 Expressão utilizada por Roszak (1972) ao referir-se “(…) àquela forma social na qual uma sociedade 
industrial atinge o ápice de sua integração organizacional. É o ideal que geralmente as pessoas têm em 
mente quando falam de modernização, atualização, racionalização, planejamento” (ROSZAK, 1972, p. 19) 
6 
 
própria fuga da condição social/econômica da sua família, suas práticas de consumo, 
práticas sociais, que buscava a manutenção do seu status quo. 
 Porém, segundo Groppo (1996), no momento em que os movimentos 
contraculturais estavam em seu ápice, foram veiculados pelos meios de comunicação em 
massa, a indústria cultural usou de seus ideais, reivindicações, estilos de vestir, para 
vender uma imagem específica do jovem, acabando assim por padronizar a própria 
contracultura. Percebe-se isto, segundo o autor, na própria trajetória inicial do rock and 
roll, um dos pilares da contracultura. O mesmo surgiu de tradições culturais populares e 
em menos de uma década se tornou uma música veiculada pelos grandes meios de 
comunicação e passou a ser consumida por um mercado juvenil branco, em sua maioria e 
pertencente às camadas médias da sociedade. Mas esta não é uma discussão que 
prolongaremos aqui, o importante é salientar o papel da indústria cultural na difusão dos 
ideais da contracultura para outros países. Através do cinema, da TV, do rádio, dos 
discos e livros a contestação e a rebeldia dos movimentos contraculturais foram 
espalhados pelo mundo, em forma de consumo e em forma de cultura. Optamos aqui por 
dissertar acerca desta última. 
 Confluímos com a ideia de contracultura expressa por Paes (1997) de 
que além do consumismo outras duas categorias definem muito bem a década de 1960, 
em se tratando de juventude: contestação e rebelião. “Os inconformados com o mundo 
em que viviam estiveram em todos os segmentos sociais e em todos os cantos do planeta, 
não só na Ásia e na África ou na América Latina. Mas, talvez, nenhuma contestação 
tenha sido tão extraordinária quanto aquela realizada pela juventude” (PAES, 1997, p. 
20) 
A seguir abordaremos a contracultura dentro do seu contexto histórico, 
o momento em que surgiu e como se difundiu para outros países, principalmente no caso 
do Brasil. 
 
 
Contextualização histórica da Contracultura – do surgimento à difusão. 
 O mundo durante a década de 1960 sofreu inúmeras e abruptas 
transformações e isto afetou diretamente a vida das pessoas, principalmente dos jovens, 
tanto no que tange ao consumo quanto às escolhas políticas e culturais. O momento Pós-
Segunda Guerra Mundial foi marcado pela exploração de novas tecnologias de produção 
7 
 
e armamentista, racionalização de processos que até então eram quase artesanais. Além 
do mais, com o advento da Guerra Fria3 foi exposto o poder de controle tecnológico do 
homem, através da disputa por “conquista” espacial – chegada do homem a lua marca 
esta disputa –, e também através do desenvolvimento e aprimoramento da tecnologia 
nuclear. 
 Os Estados Unidos mostraram para o mundo na década de 1960 a sua 
hegemonia, a sua maneira de lidar com variadas situações, a sua superioridade 
econômica, que logo foi difundida pelo mundo. Além do grande poderio armamentista4, 
explícito na guerra do Vietnã – considerado um dos conflitos mais violentos do século 
XX – que foi televisionado para milhões de expectadores, os Estados Unidos exportavam 
cultura para todo o mundo de forma massiva através do cinema, do rádio, discos e 
também, através das empresas multinacionais. 
 Boa parte da sociedade adulta estadunidense apoiava as ações do 
governo, ações pacíficas e não-pacíficas, pois a era intensa a propaganda com intuito de 
enaltecer o sentimento de patriotismo nacionalista coletivo, as guerras eram travestidas 
de missões civilizatórias e a expansão do capitalismo travestida de missão 
desenvolvimentista e anticomunista. É neste terreno, de padronização, 
“unidimensionalização” do homem, resumindo-o em números, que surgem os primeiros 
indícios de uma contracultura nos Estados Unidos, também chamada inicialmente de 
movimento underground. O Movimento pelos Direitos Civis, luta pela expansão dos 
direitos para as minorias, foi o ponto de encontro de todos os seguimentos culturais, 
reivindicatórios, que acabou culminando na contracultura tal como a conhecemos. Não 
havia esperanças de luta contra o sistema para o jovem estadunidense, a esquerda 
socialista tradicional provara que era tão burocratizada e repressora quanto a direita 
capitalista. Portanto, segundo Paes (1997) 
 
 
3 A Guerra Fria foi uma disputa por hegemonia mundial entre dois sistemas de organização social e, 
econômica e política: o capitalismo e o dito socialismo. Foi uma disputa sem confronto armado direto, por 
isso o seu nome. Ao leste a extinta União Soviética tentava expor ao mundo seu modelo de sociedade 
através de feitos tecnológicos, ou até mesmo através de imposição armada, divisões territoriais autoritárias. 
Ao Oeste os Estados Unidos estavam combatendo o “comunismo” a qualquer custo, até mesmo apoiando 
ditaduras militares na América Latina, rompendo acordos comerciais, declarando guerras. 
4 Desde o final da Segunda Guerra o poderio nuclear dos EstadosUnidos intimidava demais nações. Nos 
dias seis e nove de agosto de 1945, sob ordem do Presidente Truman, as cidades de Hiroshima e Nagasaki, 
respectivamente, foram alvos de bombardeio nuclear. Estima-se que foram mortos nestes dois ataques mais 
de duzentas e vinte mil pessoas tenham morrido diretamente com este ataque e milhares mais após o ataque 
devido à radiação. 
8 
 
(…) para milhões de jovens naquela década, a saída vislumbrada foi a 
busca de um mundo alternativo. Da recusa da cultura dominante e da 
crítica ao establishment ou “sistema” (como então se dizia), nasceram 
novos significados: um novo modo de pensar, de encarar o mundo, de 
se relacionar com as outras pessoas. Da recusa surgia, na verdade, uma 
revolta cultural que contestou a cultura ocidental em seu âmago: a 
racionalidade. (PAES, 1997, p. 22) 
 
 
 Desta forma o jovem se rebelou através daquilo que ele tinha o 
máximo de controle o possível: do seu próprio corpo, de seus ideais, da sua forma de 
vestir e se comportar perante o mundo. Um dos movimentos em que esta revolução é 
mais evidente é o movimento hippie, que surge nos Estados Unidos na década de 1960, 
junto a outras manifestações artísticas, como festivais, shows em praças públicas, 
reivindicações culturais contra a guerra, etc. Os seus adeptos usavam do prazer 
momentâneo como forma de rebeldia: o uso em demasia de drogas e o sexo livre. 
 Muitos festivais hippies aconteceram nos Estados Unidos e também em 
outros lugares do mundo, como Inglaterra e Brasil, porém o mais famoso de todos que 
reuniu cerca de meio milhão de pessoas foi o festival Woodstock. Neste estavam 
presentes várias bandas e cantores do cenário musical da contracultura (o rock) em três 
dias de “paz, amor e rock´n´roll” – lema do festival em questão. Segundo Alves (2002) 
este movimento, principalmente os seus festivais, foi vista visto como um ato de 
libertinagem, por parte dos conservadores, onde os jovens abusavam do sexo e das 
drogas. 
 Porém, nesta época também se deu a divisão mundial (imposta) entre 
países desenvolvidos (hemisfério norte) e subdesenvolvidos (hemisfério sul), e 
significava muito para a população dos países estarem ou não “em vias do 
desenvolvimento”. Este discurso potencializou o consumo de bens materiais e também 
simbólicos importados dos países desenvolvidos. Como exemplo podemos citar a 
música, o cinema, além de bebidas, roupas, calçados, acessórios, etc.5 
 Os países que pertenciam ao terceiro mundo (países subdesenvolvidos) 
deveriam alcançar o desenvolvimento, porém através dos mesmos artifícios utilizados 
pelos países do primeiro mundo (países desenvolvidos). Ou seja, os países ricos 
encontraram uma solução para seus problemas de falta de mão-de-obra e falta de matéria-
 
5 Rock, n, Roll; Hollywood; Coke; Whisky; Jeans; All Star; Ray ban. Dentre inúmeros outros produtos e 
marcas, estas foram as que tiveram maior aceitação e incorporação no mercado externo, sendo que 
perduram até os dias atuais com as mesmas características. 
9 
 
prima, entrando nos países pobres através de indústrias multinacionais e tirando assim a 
sua autonomia em relação ao crescimento econômico, político e social. E a partir desta 
entrada, houve uma forte troca de bens culturais. Troca esta que afetou muito a cultura de 
países como o Brasil, que importavam cultura industrializada e exportava matéria prima e 
mão –de – obra em sua maioria. Segundo Paes (1997), 
 
Atraídas por mão-de-obra barata e abundante ou por grandes mercados 
potenciais e, logicamente, por garantias políticas, as multinacionais, 
sobretudo americanas, atravessaram todas as fronteiras nacionais – 
realizando o que se chamou de internacionalização da economia –, 
dominando a economia mundial e ligando o mundo em dimensões 
planetárias. (PAES, 1997, p. 12) 
 
 
 O Brasil, além da relativa vulnerabilidade econômica em relação aos 
Estados Unidos, passou por um momento crítico de limitada liberdade de expressão 
devido à implementação da ditadura militar que se instaurou e obteve legitimidade no 
ano de 1964. Nos primeiros anos de ditadura o governo militar procurou acabar com a 
oposição, eliminando o direto de voto popular além de instaurar o sistema unipartidário. 
Portanto, entre os anos de 1964 e 1968 a atenção estava voltada para os inimigos 
políticos, assim, neste período os artistas tiveram tempo de se reunir e criar diversos 
artifícios contra a ditadura militar. Porém, no final do ano de 1968 foi imposto o Ato 
Institucional militar nº 5, conhecido como AI-5. Este ato tinha como objetivo principal 
reestruturar as forças a favor da chamada “revolução militar”. Para tanto seria necessário 
destituir de expressão e participação aqueles que ganharam adeptos e obtinham 
resultados positivos nas suas lutas contra o regime durante os quatro primeiros anos: os 
artistas. 
 Os militares, seguindo o decreto do poder executivo, exilaram e 
torturaram diversos artistas jovens que criticavam o modelo de sociedade que era criado 
no país. Ainda mais, muitos artistas foram proibidos de publicar sua arte, privados de 
liberdade de expressão. Mas, mesmo assim, a cultura brasileira sofreu grandes 
modificações (positivas a nosso ver) durante o período de ditadura militar. Apesar de 
difundir a desilusão, praticar a tortura levando muitas vezes à morte, durante o período de 
ditadura militar houve um relativo crescimento do pensamento crítico, fortalecimento da 
juventude, além do crescimento das produções culturais em nível underground. No 
período da ditadura no Brasil formulou-se o “terreno” propício para o surgimento de uma 
10 
 
contracultura que se consolidou através dos anos 1960 e parte dos anos 1970. A mesma 
possuía características ímpares em relação à contracultura estadunidense, porém 
entendemos que pode ser caracterizada como tal, por ter função crítica, contestadora e 
impulsionadora de ações que potencializam os ideais da juventude. 
 Inserida neste contexto sócio/cultural brasileiro, a contracultura foi 
inicialmente identificada nos movimentos estudantis do início da década de 1960, 
portanto, contendo um cunho político de luta e rebeldia, embasado nos ideais da nova-
esquerda estadunidense que lutava contra o alistamento de recrutas para a Guerra do 
Vietnã. Ainda no início da década de 1960, os jovens adeptos ao rock no país chocavam 
com a sua estética e suas pretensões de viver a sua própria liberdade, sem as “rédeas” do 
mundo adulto. 
 A Jovem Guarda foi o movimento que expressou física e 
simbolicamente a geração rock and roll no Brasil da década de 1960. Segundo Carmo 
(2001) “a Jovem Guarda era a versão nacional da energia rebelde do rock´n´roll, ritmo 
que estava invadindo o mundo inteiro. Sua música emblemática, Quero que vá tudo pro 
inferno, revela um pouco de seu ideário. Defender a música nacional não importava para 
esta tribo” (CARMO, 2001, p. 43) 
 Segundo o pensamento da época, expresso pela revista de circulação 
nacional Realidade, o rock chocou o país. 
 
Quando o Rock´n roll chegou ao Brasil, em 1955, com os discos de 
Bill Haley e seus cometas, os sociólogos e psicólogos ganharam um 
problema que já preocupava grande parte de seus colegas no resto do 
mundo. A juventude brasileira adotou não só o rock, mas as atitudes e 
filosofia dos cantores norte-americanos. Com o tempo, os jovens 
substituíram o rock pelo twist e depois pelo hully-gully, com uma 
rápida passagem por Elvis Presley. Até que surgiram os Beatles, com o 
ié-ié-ié. E, o que era mania de apenas umas parte da juventude, 
transformou-se em obsessão e fenômeno social. Apareceu então 
Roberto Carlos, cantando. O calhambeque foi o grande início e em 
setembro de 1965nascia em São Paulo uma revolução: o programa 
Jovem Guarda. (REALIDADE, 1966, p. 75) 
 
Portanto, percebe que na própria Jovem Guarda já havia traços de 
contracultura, no sentido de agir contra a estética cultural do país. Porém, na década de 
1960 no Brasil surgem outros grupos, com características mais próximas às da 
contracultura, porém usando da própria cultura nacional para reivindicar o poder para a 
11 
 
juventude. Podemos citar como exemplo o movimento artístico/cultura Tropicalismo ou 
Tropicália. 
Por possuir ligação com a cultura popular brasileira, e ao mesmo tempo 
com os mesmo ideais da contracultura, a tropicália nos chama atenção pois, 
diferentemente da Jovem Guarda, não tenta se tornar cópia do que era produzido de arte 
no exterior, mas sim produzi-la baseando-se na cultura popular do Brasil e mesclando, 
interligando com o que era produzido fora do país. Segundo Paes (1997), 
 
“O pós-tropicalismo6, da mesma forma que a contracultura, não se 
restringiu à produção artístico cultural, mas ultrapassou esses limites, 
envolvendo amplos setores das classes médias urbanas, dos grandes 
centros do País, em busca de novas concepções de vida, novos valores e 
comportamentos, buscas enfim de outras explicações do mundo e da 
felicidade. Atingiu mesmo muitos daqueles que haviam atuado no 
movimento estudantil e nos partidos políticos de esquerda. A militância 
política nos moldes dos anos 60 estava inviabilizada, não apenas porque 
a ditadura em sua fase mais terrorista havia desestruturado todas as 
organizações, mas também porque muitos daqueles jovens haviam se 
transformado naquela incrível trajetória dos anos 60” (PAES, 1997, p. 
84) 
 
 Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, a contracultura não se 
restringiu à música, mesmo que esta, segundo Guerreiro (1994), foi um dos principais 
veículos de exposição da nova cultura, devido ao fácil acesso através das rádios, 
mostrando um padrão de comportamento e de filosofia que moveu a juventude nos anos 
1960. Portanto, várias foram as expressões artísticas que, enquanto rebeldes e 
contestadoras, enquadram-se na categoria contracultura. Nos Estados Unidos tem-se na 
literatura o movimento beat, as críticas cômicas da revista MAD, no cinema os filmes de 
Stanley Kubric, que abordavam temas pouco recorrentes na época, como o uso de drogas, 
a insanidade e a violência. nas artes plásticas as pinturas pop art de Andy Warol. 
 No Brasil apesar do destaque da música, temos o cinema de Glauber 
Rocha (iniciando o que hoje conhecemos como Cinema Novo), as pinturas de Hélio 
Oiticica, a imprensa alternativa veiculada pelo Pasquim e demais. Porém, além de se 
convergirem neste sentido, os dois movimentos contraculturais possuíam outras 
 
6 Termo criado por Heloísa Buarque para designar Underground (marginal, subterrâneo). Ou seja, pós-
tropicalismo indica a influência do tropicalismo e não a superação espaço-temporal do mesmo. 
12 
 
características similares como por exemplo a forte crítica social presente nos seus 
discursos. Segundo Paes (1997) 
 
“(…) o inconformismo com os esquemas comerciais e com as 
imposições dos meios de comunicação de massa, a crítica à sociedade 
de consumo, a recusa dos modelos anteriores e a busca de maior 
liberdade temática, técnica ou de linguagem e, ainda, a intenção de 
provocar a desacomodação e a desalienação (termo característico da 
época) do espectador” (PAES, 1997, p. 8) 
 
 
 Ainda mais, os dois movimentos convergem no que concerne às 
mudanças, mesmo que estas não simbolizassem algo coletivo. A contracultura causou 
mudanças comportamentais em nível macro e também esteve presente no nível micro, 
individual, mudando comportamentos, maneiras de perceber o mundo, estilos de vida. 
Para Amorim (2007), as mudanças que eram almejadas por quem aderia à contracultura 
estavam no âmbito da micropolítica. 
 Com o intuito de ilustrar nossa comparação entre a contracultura nos 
Estados Unidos e a contracultura no Brasil a seguir compararemos duas canções e suas 
letras, uma do cantor e compositor Bob Dylan, famoso pela suas letras de protesto a favor 
da ampliação dos direitos civis. A outra canção foi composta pelo grupo brasileiro Os 
Mutantes, um dos precursores do movimento tropicalista, este, segundo nossa opinião, é 
o movimento com as características mais próximas da contracultura no Brasil. 
 
Blowin' In The Wind (Bod Dylan)7 
 
How many roads must a man walk down 
Before you can call him a man? 
How many seas must a white dove sail 
Before she can sleep in the sand? 
Yes and how many times must cannonballs fly 
Before they're forever banned? 
 
The answer, my friend, is blowin' in the wind 
The answer is blowin' in the wind 
 
Yes and how many years can a mountain exist 
Before it's washed to the seas (sea) 
Yes and how many years can some people exist 
 
7 Optamos por manter a música no idioma original para que não houvesse nenhuma alteração na análise, 
uma possível tradução está anexada no final do texto. 
13 
 
Before they're allowed to be free? 
Yes and how many times must a man turn his head 
Pretend that he just don't see? 
 
The answer, my friend, is blowin' in the wind 
The answer is blowin' in the wind 
 
Yeah and how many times must a man look up 
Before he can see the sky? 
Yes and how many ears must one man have 
Before he can hear people cry? 
Yes and how many deaths will it take till he knows 
That too many people have died? 
The answer, my friend, is blowin' in the wind 
The answer is blowin' in the wind? 
 
 Esta canção de Bob Dylan tornou-se um hino da contracultura, sendo 
regravada nos anos 1960 e 1970 por diversos artistas. A letra faz uma crítica forte a favor 
dos direitos civis, direito à liberdade, direito à vida, direito de ir e vir, isto fica claro no 
trecho: “Yes and how many years/can some people exist/Before they're allowed to be 
free?/”.8 
 Além do mais, na letra o compositor critica o ato da guerra em dois 
momentos específicos, no início e no final da letra: “Yes and how many times/must 
cannonballs fly/Before they're forever banned?/”; 9 “Yes and how many deaths/will it 
take till he knows/That too many people have died?/”.10 
 Enfim, a maior crítica do compositor nesta letra não se refere às 
guerras, ou mesmo à ampliação dos direito civis, mas sim à apatia dos homens, que 
vivem em um mundo de guerras e restrição de direitos e quase nada fazem para mudar a 
situação. Esta crítica está presente no discurso de muitos pensadores do século XX, como 
Herbert Marcuse, Adorno e Roszak. Porém foi contra esta apatia que os jovens se uniram 
com a intenção de mudar o mundo, mesmo que não houve revoluções extremas na 
sociedade, houve uma mudança de pensamento em busca de melhorias. A crítica fica 
evidente nestas duas partes da letra: “Yes and how many times/must a man turn his 
 
8 “Sim e quantos anos pode/ algumas pessoas existir/Até que sejam permitidas a serem livres?/”. 
9 “Sim e quantas vezes/ precisará balas de canhão voar/Até serem para sempre banidas?/” 
10 “Sim e quantas mortes/ele causará até ele saber/Que muitas pessoas morreram?/”. 
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head/Pretend that he just don't see?/”;11 “Yes and how many ears/must one man 
have/Before he can hear people cry?/”.12 
 A seguir apresentamos a letra da música “Balada do Louco” do grupo 
brasileiro Os Mutantes. 
 
Balada Do Louco (Os Mutantes) 
 
Dizem que sou louco por pensar assim 
Se eu sou muito louco por eu ser feliz 
 
Mas louco é quem me diz 
E não é feliz, não é feliz 
 
Se eles são bonitos, sou Alain Delon 
Se eles são famosos,sou Napoleão 
 
Mas louco é quem me diz 
E não é feliz, não é feliz 
 
Eu juro que é melhor 
Não ser o normal 
Se eu posso pensar que Deus sou eu 
Se eles têm três carros, eu posso voar 
Se eles rezam muito, eu já estou no céu 
 
Mas louco é quem me diz 
E não é feliz, não é feliz 
 
Eu juro que é melhor 
Não ser o normal 
Se eu posso pensar que Deus sou eu 
 
Sim sou muito louco, não vou me curar 
Já não sou o único que encontrou a paz 
Mas louco é quem me diz 
E não é feliz, eu sou feliz 
 
 
 A música do grupo brasileiro Os Mutantes, a exemplo da música de 
Bob Dylan analisada acima, também faz uma crítica ao modo de vida “normal” dos 
adultos e à forma como estes construíram o mundo. Aqui o jovem é visto como um 
louco por pensar diferente das demais pessoas, por sonhar: “Dizem que sou louco/por 
 
11Sim e quantas vezes/pode um homem virar sua cabeça/E fingir que ele simplesmente não vê?/”. 
12 “Sim e quantas orelhas/precisará ter um homem/Antes que ele possa ouvir as pessoas chorar?/”. 
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pensar assim/Se eu sou muito louco/por eu ser feliz/”. Em sua letra o grupo também 
critica o consumismo que é resultado direto da produção em massa, da indústria cultural 
e do tipo de desenvolvimento imposto por países como os Estados Unidos: “!Se eles têm 
três carros/ eu posso voar/Se eles rezam muito/ eu já estou no céu/”. Porém, 
diferentemente da crítica presente na música Blowin' In The Wind, a crítica feita aqui é 
uma sátira indireta, onde o louco é aquele que está fora dos padrões sociais, ou seja o 
jovem underground. 
 Na letra da música “Balada do louco” a voz do “louco” é uma figura 
representativa de todos os jovens da contracultura, que tenta mostrar para o mundo adulto 
que “é melhor/não ser o normal/se eu posso pensar que Deus sou eu” e assim decidir, 
influenciar, mudar o mundo ao seu redor. 
 É possível perceber nas duas letras analisadas a busca pela mudança 
partindo dos jovens, para combater a padronização social, cultural e de pensamento. 
Porém na música brasileira os trocadilhos e o simbolismo são mais presentes, pois, a 
música foi composta durante o período ditatorial no qual não era possível se expressar 
diretamente sem que houvesse censura. Não há como negar que as duas músicas são 
parte da contracultura, mesmo que inseridas em duas realidades sociais, culturais e 
políticas díspares, algumas características principais são mantidas. 
 
 
 
Considerações Finais 
 Ao iniciarmos a escrita deste artigo pretendíamos fazer uma análise 
comparativa voltada mais diretamente para os movimentos contraculturais. Porém, com o 
desenrolar da pesquisa percebemos que não é possível estudar a cultura isoladamente, 
pois a mesma está ligada à economia, à política e à sociedade, o que não nos permitiu 
fixar somente em um determinado objeto. Portanto, o exercício da comparação nos 
exigiu uma contextualização histórica articulada de diversos acontecimentos que 
acarretaram no surgimento da contracultura e na sua difusão. 
 O método comparativo nos possibilitou abordar a temática proposta de 
uma maneira mais articulada e contextualizada, destacando as similaridades e 
disparidades entre as duas realidades estudadas. Segundo Franco (2000) “a 
comparabilidade emerge da capacidade humana de conhecer fazendo analogias, 
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singularizando os objetos, identificando suas diferenças e deixando emergir as 
semelhanças contextualizadas, suas particularidades históricas.” (FRANCO, 2000, p. 
207) 
 Percebemos que mesmo em duas realidades históricas diferentes, a 
juventude estadunidense e a juventude brasileira compartilharam, na década de 1960 
principalmente, dúvidas, inquietações, repressões, que as impulsionaram a lutar a favor 
dos seus ideais. Mesmo que estas mudanças não atingiram a esfera macro-social, boa 
parte da juventude mudou seu modo de pensar e agir, a sua linguagem, o modo de viver e 
interagir com a natureza e com a sociedade ao seu redor. A contracultura é um dos 
movimentos que nos auxiliam na compreensão da juventude da década de 1960, pois 
conseguiu unir, além dos jovens, suas linguagem e expressões, diversas artes e 
movimentos numa única prática cultural contra o sistema estabelecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Bibliografia 
 
 
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2002. 151 p. História e Cultura. Universidade Federal de Uberlândia: Uberlândia, 2002. 
 
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<http://contraculturabrasil.blogspot.com/>, acesso em 12 de janeiro de 2012. 
 
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Editora SENAC, 2001. 
 
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¿homogenización o diferenciación?. Revista Argentina de Sociologia. Buenos Aires. Ano 
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GROPPO, Luis Antonio. O Rock e a Formação do Mercado de Consumo Cultural 
Juvenil:a participação da música pop-rock na transformação da juventude em mercado 
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GUERREIRO, Goli. Retratos de uma tribo urbana: rock brasileiro. Salvador: Centro 
Editorial e Didático da UFBA, 1994. 
 
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PAES, Maria Helena Simões. A década de 60.Rebeldia, contestação e repressão política. 
4 ed. São Paulo: Atica. 
 
REALIDADE, Revista. Roberto Carlos: a revolução da juventude. Editora Abril, ano 1, 
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ROSZAK, Theodore. A Contracultura. Reflexões sobre a sociedade tecnocrática e a 
oposição juvenil. 2 ed. Pretópolis: Vozes, 1972. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Anexos 
 
Tradução da letra da música Blowin´ In the Wind do cantor e compositor Bob Dylan: 
 
 
Soprada no Vento (Bod Dylan) 
 
Quantas estradas precisará um homem andar 
Antes que possam chamá-lo de um homem? 
Quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar 
Antes que ela possa dormir na areia? 
Sim e quantas vezes precisará balas de canhão voar 
Até serem para sempre banidas? 
 
A resposta, meu amigo, está soprada no vento 
A resposta está soprada no vento 
 
Sim e quantos anos pode existir uma montanha 
Antes que ela seja dissolvida pelo mar? 
Sim e quantos anos podem algumas pessoas existir 
Até que sejam permitidas a serem livres? 
Sim e quantas vezes pode um homem virar sua cabeça 
E fingir que ele simplesmente não vê? 
 
A resposta, meu amigo, está soprada no vento 
A resposta está soprada no vento 
 
Sim e quantas vezes precisará um homem olhar para cima 
Antes que ele possa ver o céu? 
Sim e quantas orelhas precisará ter um homem 
Antes que ele possa ouvir as pessoas chorar? 
Sim e quantas mortes ele causará até ele saber 
Que muitas pessoas morreram? 
 
A resposta, meu amigo, está soprada no vento 
A resposta está soprada no vento

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