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Biblioteca Digital da Câmara dos Deputados Centro de Documentação e Informação Coordenação de Biblioteca http://bd.camara.gov.br "Dissemina os documentos digitais de interesse da atividade legislativa e da sociedade.” POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS Documentos para debate Câmara dos Deputadosação parlam entar P O L ÍT IC A S P Ú B L IC A S S O B R E D R O G A S : D o cu m e n to s p a ra d e b a te Comissão Especial das Políticas sobre Drogas Brasília ı 2011 Conheça outros títulos da série AÇÃO PARLAMENTAR na página da Edições Câmara, no portal da Câmara dos Deputados: www2.camara.gov.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/edicoes. Públicas Debate De ba te De ba te Dr og as Debate dr og as de ba te debatedrogas Debate drogasdrogas PÚ BL IC AS PÚBLICAS PÚBLICAS PÚ BL IC AS PÚBLICAS DROGAS DROGAS Drogas Po lít ica s Políticas PolíticasDrogas Po lít ica s Políticas Políticas D EB AT E Capa - Políticas Públicas sobre drogas_22-6-11.indd 1 29/6/2011 14:49:57 Mesa da Câmara dos Deputados 54ª Legislatura – 1ª Sessão Legislativa 2011-2015 Presidente Marco Maia 1a Vice-Presidente Rose de Freitas 2o Vice-Presidente Eduardo da Fonte 1o Secretário Eduardo Gomes 2o Secretário Jorge Tadeu Mudalen 3o Secretário Inocêncio Oliveira 4o Secretário Júlio Delgado Suplentes de Secretário 1o Suplente Geraldo Resende 2o Suplente Manato 3o Suplente Carlos Eduardo Cadoca 4o Suplente Sérgio Moraes Diretor-Geral Rogério Ventura Teixeira Secretário-Geral da Mesa Sérgio Sampaio Contreiras de Almeida Capa - Políticas Públicas sobre drogas_22-6-11.indd 2 29/6/2011 14:49:58 ação parlam en tarCâmara dos Deputados Comissão Especial das Políticas sobre Drogas POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE DROGAS Documentos para debate Centro de Documentação e Informação Edições Câmara Brasília | 2011 Plano de trabalho para nortear e facilitar os debates, estudos e proposições de po- líticas públicas e de projetos de lei des- tinados a combater e prevenir os efeitos do crack e de outras drogas ilícitas. aç ão p ar la m en ta r CÂMARA DOS DEPUTADOS DIRETORIA LEGISLATIVA Diretor: Afrísio Vieira Lima Filho CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO Diretor: Adolfo C. A. R. Furtado COORDENAÇÃO EDIÇÕES CÂMARA Diretora: Maria Clara Bicudo Cesar DEPARTAMENTO DE COMISSÕES Diretor: Luiz Antônio Souza da Eira Projeto gráfico Racsow Diagramação e Capa Hudson dos Santos Câmara dos Deputados Centro de Documentação e Informação – Cedi Coordenação Edições Câmara – Coedi Anexo II – Praça dos Três Poderes Brasília (DF) – CEP 70160-900 Telefone: (61) 3216-5809; fax: (61) 3216-5810 edicoes.cedi@camara.gov.br SÉRIE Ação parlamentar n. 447 Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) Coordenação de Biblioteca. Seção de Catalogação. Políticas públicas sobre drogas : documentos para debate. – Brasília : Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2011. 94 p. – (Série ação parlamentar ; n. 447) ISBN 978-85-736-5862-0 Ao alto do título: Câmara dos Deputados. Comissão Especial das Políticas sobre Drogas. Plano de trabalho para nortear e facilitar os debates, estudos e proposições de políticas públicas e de projetos de lei destinados a combater e prevenir os efeitos do crack e de outras drogas ilícitas. 1. Entorpecente, Brasil. 2. Toxicomania, tratamento, Brasil. 3. Tráfico de drogas, prevenção, Brasil. 4. Políticas públicas, Brasil. I. Série. CDU 343.57(81) ISBN 978-85-736-5861-3 (brochura) ISBN 978-85-736-5862-0 (e-book) Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar Sumário Membros da Comissão Especial das Políticas sobre Drogas (Cedroga)......................................................5 Apresentação .....................................................................9 Plano de Trabalho para os Debates nas Unidades da Federação ....................................................11 Políticas Públicas sobre Drogas – Documento para Debate ......................................................................13 Eixo: Prevenção .......................................................13 Eixo: Acolhimento e Tratamento ............................14 Eixo: Reinserção Social ............................................16 Eixo: Repressão ao Tráfico .......................................18 Eixo: Legislação .......................................................18 Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 ...........................24 Decreto nº 5.912, de 27 de setembro de 2006 ................58 Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001 ................................70 Resolução – RDC nº 101, de 30 de maio de 2001 D.O. de 31/5/2001 ...................................................75 Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 5 MEMBROS DA COMISSÃO ESPECIAL DAS POLÍTICAS SOBRE DROGAS (Cedroga) Mesa da Comissão Presidente REGINALDO LOPES PT (MG) Vice-Presidentes WILSON FILHO PMDB (PB) JOÃO CAMPOS PSDB (GO) IRACEMA PORTELLA PP (PI) Relator GIVALDO CARIMBÃO PSB (AL) Composição da Comissão Bloco PT Titulares LUIZ COUTO PT (PB) NELSON PELLEGRINO PT (BA) REGINALDO LOPES PT (MG) ROGÉRIO CARVALHO PT (SE) Suplentes ARTUR BRUNO PT (CE) JOSÉ GUIMARÃES PT (CE) PAULO PIMENTA PT (RS) WELITON PRADO PT (MG) PMDB Titulares FABIO TRAD PMDB (MS) HUGO MOTTA PMDB (PB) WILSON FILHO PMDB (PB) Suplentes FÁTIMA PELAES PMDB (AP) LEONARDO QUINTÃO PMDB (MG) MARLLOS SAMPAIO PMDB (PI) aç ão p ar la m en ta r 6 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate OSMAR TERRA PMDB (RS) RAIMUNDÃO PMDB (CE) PSDB Titulares DELEGADO WALDIR PSDB (GO) JOÃO CAMPOS PSDB (GO) WILLIAN DIB PSDB (SP) Suplentes EDUARDO BARBOSA PSDB (MG) FERNANDO FRANCISCHINI PSDB (PR) PP Titulares AFONSO HAMM PP (RS) IRACEMA PORTELLA PP (PI) Suplentes ALINE CORRÊA PP (SP) JOSÉ LINHARES PP (CE) DEM Titulares ELI CORREA FILHO DEM (SP) FÁBIO SOUTO DEM (BA) Suplentes AUGUSTO COUTINHO DEM (PE) MANDETTA DEM (MS) PR Titulares ANDERSON FERREIRA PR (PE) GIACOBO PR (PR) Suplentes DR. PAULO CESAR PR (RJ) LILIAM SÁ PR (RJ) Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 7 PSB Titulares DOMINGOS NETO PSB (CE) GIVALDO CARIMBÃO PSB (AL) Suplentes PASTOR EURICO PSB (PE) SANDRA ROSADO PSB (RN) PDT Titular VIEIRA DA CUNHA PDT (RS) Suplente DR. JORGE SILVA PDT (ES) PV, PPS Titular ROSANE FERREIRA PV (PR) Suplente GERALDO THADEU PPS (MG) PTB Titular ARNALDO FARIA DE SÁ PTB (SP) Suplente RONALDO NOGUEIRA PTB (RS) PSC Suplente MARCELO AGUIAR PSC (SP) PCdoB Titular EVANDRO MILHOMEN PCdoB (AP) Suplente DELEGADO PROTÓGENES PCdoB (SP) aç ão p ar la m en ta r 8 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate PRB Titular RICARDO QUIRINO PRB (DF) Suplente OTONIEL LIMA PRB (SP) PMN Titular FÁBIO FARIA PMN (RN) PRTB Titular AUREO PRTB (RJ) PHS Titular FELIPE BOURNIER PHS (RJ) Informações da Comissão Secretária: Maria de Fátima Moreira Secretário Adjunto: Mário Dráusio O. de Azeredo Coutinho Consultor Legislativo: Sergio Senna Pires Local: Anexo II – Pavimento Superior – Sala 170-A Telefones: (61) 3216-6204/6232 Fax: 3216-6225 e-mail: cedroga.decom@camara.gov.br Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 9 Apresentação A Comissão Especial destinada a promover estudos e pro-posições de políticaspúblicas e de projetos de lei destina-dos a combater e prevenir os efeitos do crack e de outras drogas ilícitas (Cedroga) elaborou este plano de trabalho para nortear e facilitar os debates sobre o tema que ocorrerão em to- das as unidades da Federação. Em suma, as atividades deverão ser realizadas com base nos cinco eixos que orientam o trabalho da comissão: prevenção; acolhimento e tratamento; reinserção social; repressão ao tráfi- co; sugestões para legislação. Durante o período sugerido, de junho a agosto, espera-se que sejam discutidas as ações existentes em cada unidade da Federação e expostas as sugestões dos participantes do evento para a comissão nos eixos de trabalho. Por isso, este manual detalha de forma objetiva e esclarecedo- ra como os estados deverão conduzir os trabalhos rumo a pro- mover estudos e proposições de políticas públicas de combate ao crack e outras drogas. O sucesso de uma nova política nacional sobre drogas depende da união, eficácia e eficiência das ações, que não poderão ser feitas isoladamente, mas sim de forma conjunta e sob diretrizes específi- cas, não se esquecendo as particularidades de cada estado, que irá contribuir com informações e sugestões a partir de sua realidade. Deputado Reginaldo Lopes Presidente Deputado Givaldo Carimbão Relator Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 11 Plano de Trabalho para os Debates nas Unidades da Federação Os debates deverão ser organizados pelos eixos que orientam os trabalhos da comissão: 1. Prevenção; 2. Acolhimento e tratamento; 3. Reinserção social; 4. Repressão ao tráfico; 5. Legislação. Relativamente aos itens acima, interessa que sejam debatidas as ações existentes em cada unidade da Federação e expostas as sugestões dos participantes do evento para a comissão nos eixos de trabalho. Sugere-se que o período de junho até agosto seja dedicado à realização desses debates, que poderão ocorrer entre as quintas e as segundas-feiras. Orientação sobre o formato dos eventos: Após o ato de abertura, realizar uma apresentação dos temas suge- ridos pela comissão para os debates; Pode-se iniciar a primeira jornada de trabalho com uma atividade que reúna especialistas nas áreas temáticas consideradas prioritárias; A realização dos debates em oficinas temáticas pode ser realizada em, no máximo, dois dias; Orienta-se que os parlamentares coordenadores e relatores rea- lizem visitas às comunidades terapêuticas e acolhedoras de sua unidade da Federação e às unidades do SUS que recebem usuários de drogas para tratamento; aç ão p ar la m en ta r 12 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate É necessária a elaboração de relatórios dos eventos, que devem ser encaminhados ao relator da comissão, de acordo com o seguinte: a. dados sobre as ações efetivamente realizadas na uni- dade da Federação por eixo temático: prevenção, aco- lhimento e tratamento, reinserção social e repressão; b. relação das visitas realizadas pelo coordenador e pelo rela- tor das atividades às unidades do SUS (Capsad e hospitais); c. propostas de encaminhamento sobre alterações da legislação vigente. É necessário considerar que o objetivo da atividade é fazer que as pessoas debatam as políticas sobre drogas. Dessa forma, a ex- posição de especialistas não deve ser extensa a ponto de com- prometer o tempo de debate, e sim útil para aprofundá-lo; As atividades devem comportar espaço para interlocução com todos os setores da sociedade interessados e os próprios usuá- rios em recuperação; A utilização de fóruns na internet em período que anteceda os debates surte efeito benéfico e facilita o início dos trabalhos. Dep. Givaldo Carimbão – Relator Dep. Reginaldo Lopes – Presidente Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 13 Políticas Públicas sobre Drogas – Documento para Debate Eixo: Prevenção A prevenção ao uso de drogas é o resultado de um compro- misso que o governo, diversos atores e a sociedade em geral as- sumem de forma a compartilhar responsabilidades na atenção e melhoria das condições de vida. É necessário considerar se as ações preventivas têm sido pla- nejadas e direcionadas de forma a incentivar a educação para a vida saudável, se têm provido acesso aos bens culturais, incluin- do a prática de esportes, cultura, lazer e se têm difundido conhe- cimento sobre as drogas. Nesse contexto é necessário considerar, em debate: a. se tem sido fomentado o protagonismo juvenil, a partici- pação da família, da escola e da sociedade nas ações das políticas sobre drogas; b. se o conhecimento e prática da promoção da cultura de paz vem sendo valorizado; c. se as medidas nas áreas da educação, esporte e cultura no en- frentamento às drogas vêm sendo integradas e fortalecidas; d. qual a abrangência quantitativa das ações quanto à capa- citação para o trabalho em conjunto com a Educação para Jovens e Adultos, com o Sistema S, Projovem, Pronatec e outros programas que podem ser articulados em prol da prevenção ao uso de drogas; aç ão p ar la m en ta r 14 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate e. se as mensagens utilizadas em campanhas e programas educacionais vêm atingindo seus objetivos e atendendo às especificidades do público-alvo, as diversidades cultu- rais e respeitando as diferenças de gênero, raça e etnia. Além disso, é necessário realizar reflexões sobre ações para o fortalecimento do Sistema Nacional de Emprego e a articulação entre trabalho especializado e oportunidades de emprego. Os trabalhos da comissão podem fortalecer e oferecer sinergia ao Sistema Único de Saúde por meio de diretrizes legais para: a. o desenvolvimento de ações articuladas com os estabeleci- mentos de ensino, com a sociedade e com a família para a prevenção de agravos à saúde dos adolescentes e jovens de uma forma geral e dos usuários de drogas em particular; b. a garantia da inclusão de temas relativos a consumo de álcool, drogas, doenças sexualmente transmissíveis, Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Sida), plane- jamento familiar e saúde reprodutiva nas atividades dos diversos níveis e modalidades de ensino; c. a capacitação dos profissionais de saúde em uma perspec- tiva multiprofissional para lidar com o abuso de álcool e de substâncias psicoativas. Eixo: Acolhimento e Tratamento Oferta de atenção ao usuário de drogas e articulação federativa e intersetorial É necessário melhorar a estrutura do atendimento aos usuá- rios ou dependentes de drogas e suas famílias. A melhoria do nível de atenção ao usuário ou dependente de drogas é outro tema recorrente no debate realizado ao longo dos anos. Essa atenção deve ultrapassar o caráter meramente assis- tencial, caminhando na direção da responsabilização da pessoa Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 15 pelo dano que produz a si próprio e àqueles que estão mais pró- ximos, de forma a promover: a. a articulação entre o atendimento governamental e os servi- ços oferecidos pelas comunidades terapêuticas e acolhedoras; b. o necessário suporte financeiro às comunidades acolhedoras, mediante convênios e adesão aos programas governamentais; c. a articulação com as ações preventivas, preferencialmen- te levadas pelo Estado às comunidades e às residências das pessoas; d. um breve período de internação para desintoxicação; e e. a evolução para uma fase em que se combinem trabalho, educação, esporte, cultura, entre outras dimensões, que de- vem ser oferecidas em modelos urbanos e rurais como forma de promover a melhor chance de sucesso para o tratamento. Além disso, há que se verificar a viabilidade e conveniência da criação de um RegistroNacional de Entidades e de um Sistema de Informação sobre Drogas e debater acerca das medidas de in- tegração e fortalecimento das instituições não governamentais de acolhimento aos usuários de drogas. Com relação à promoção de saúde integral, é necessário le- vantar se as medidas têm construído um conjunto articulado e contínuo de ações e serviços para a prevenção, a promoção, a pro- teção e a recuperação da saúde, de forma integral, com acesso uni- versal a serviços humanizados e de qualidade, incluindo a atenção especial aos agravos mais prevalentes nos usuários de drogas. É importante realizar uma reflexão sobre os limites e possibi- lidades de ações de redução de danos, procurando articular essas estratégias com as demais dimensões preventivas e interventivas das políticas sobre drogas. aç ão p ar la m en ta r 16 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate Diretrizes setoriais para articulação federativa e intersetorial no âmbito do SUS e de outros sistemas Os trabalhos da comissão podem fortalecer e oferecer sinergia ao Sistema Único de Saúde por meio de diretrizes legais para: a. a valorização das parcerias com instituições religiosas, associações, organizações não governamentais na abor- dagem das questões de sexualidade e uso de drogas e de substâncias psicoativas; b. a articulação das instâncias de saúde e de justiça no en- frentamento do abuso de drogas, substâncias entorpe- centes e esteróides anabolizantes. Eixo: Reinserção Social Levando-se em consideração o perfil socioeconômico do usu- ário de drogas, vislumbram-se medidas de articulação entre edu- cação e trabalho como eficazes para a reinserção social de ex- usuários de drogas. No campo da educação, é necessário assegurar o que já está previsto na legislação específica do tema, que é o ensino de qua- lidade, ressaltando-se o dever do Estado de oferecer ensino regu- lar noturno, de acordo com as necessidades do educando. Outra dimensão é a educação profissional e tecnológica, que deve ser integrada aos diferentes níveis e modalidades de edu- cação, ao trabalho, à ciência e à tecnologia e desenvolvida em articulação com o ensino regular, em instituições especializadas. Existe um desemprego elevadíssimo na faixa etária com maior quantidade de usuários de drogas. No que diz respeito ao trabalho e renda, no auge da crise econômica, a taxa de desemprego total apu- rada pelo IBGE, em março de 2009, foi de 9,0%, enquanto para a faixa etária entre 16 e 24 anos, essa taxa foi de 21,1%. Segundo o es- tudo da OIT, as principais causas dessa discrepância são as seguintes: Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 17 a. falta de crescimento econômico sustentado; b. baixo crescimento da produção em setores intensivos em trabalho, em especial, o juvenil; c. deficiência e desigualdades no sistema educacional, o que implica o aumento de jovens com baixo nível de escolari- zação e qualificação; d. limitado acesso a ativos produtivos como, por exemplo, o crédito; e. discriminação, falta de proteção social adequada e exclu- são social. Tomando-se esses aspectos como base e como elementos constituintes dos problemas que afetam os usuários de drogas, podem ser construídas diretrizes para as políticas públicas para a profissionalização, o trabalho e a renda, como por exemplo, a promoção de formas coletivas de organização para o trabalho, redes de economia solidária e o cooperativismo jovem de acordo com o seguinte: a. participação coletiva; b. autogestão democrática; c. igualitarismo; d. cooperação e intercooperação; e. responsabilidade social; f. desenvolvimento sustentável e preservação do equilíbrio dos ecossistemas; g. utilização da base tecnológica existente em instituições de ensino superior e centros de educação profissional; h. acesso a crédito subsidiado. Além disso, os debates anteriores levantaram a necessidade da oferta de condições especiais de jornada de trabalho por meio da compatibilização dos horários de trabalho e de estudo, da oferta dos níveis, formas e modalidades de ensino em horários que per- mitam a frequência escolar e o trabalho regular. aç ão p ar la m en ta r 18 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate Eixo: Repressão ao Tráfico Um dos aspectos mais importantes quanto à diminuição da demanda de drogas é a articulação de diversas instituições que possuem competências que contribuem para a repressão ao trá- fico. É necessário, portanto, conhecer e fortalecer as ações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI/MJ), da Secretaria da Receita Federal (SRF), do Departamento de Polícia Federal (DPF), do Fundo Nacional Antidrogas (Funad), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), da Polícia Rodoviária Federal (DPRF), das polícias civis e militares e demais setores governamentais. Além disso, em debates anteriores foi pontuada a criação e for- talecimento das ações interinstitucionais de vigilância das fron- teiras, por meio do apoio aos programas de vigilância de frontei- ras concebidos e mantidos pela Polícia Federal e pelo Exército. Igualmente significativo é que se levantem medidas de trata- mento do usuário de drogas que seja interno em estabelecimen- tos penais e de apoio às suas famílias. Eixo: Legislação No âmbito da organização do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas A articulação federativa e o aperfeiçoamento do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas são fundamentais para o êxi- to dessas políticas. No entanto, na legislação atual não há divi- são de competências pelos entes federados. Com relação a esse tema, podem ser consideradas as seguintes providências: a. dividir as competências entre a União, estados e municí- pios, facilitando e padronizando procedimentos; Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 19 b. tornar obrigatória a articulação, padronizando procedimen- tos por meio de princípios e de normas gerais, que se apli- quem a qualquer setor envolvido na política sobre drogas; c. estabelecimento de obrigação geral para o gestor público de seguir parâmetros mínimos na elaboração das políticas sobre drogas no que diz respeito: − às políticas universais que levem em conta as de- mandas e singularidades das pessoas envolvidas com o uso de drogas; − às ações emergenciais que apresentem novas chances aos usuários ou dependentes em situação de maior vulnerabilidade social; e − às ações específicas que sejam conduzidas de forma a re- conhecer e promover atenção integral, multidisciplinar e intersetorial ao usuário ou dependente de droga. A legislação infralegal tem regulado um conjunto de diretrizes setoriais nos campos da saúde, educação e trabalho como forma de indicar claramente a extrema necessidade de articulação de ações nessas áreas para aumentar a chance de êxito das políticas sobre drogas. Faz-se necessário, portanto, trazer para o nível das leis, aquela parte fundamental dessas portarias e resoluções. Nota-se que é premente o estabelecimento de critérios objeti- vos para a articulação federativa pela efetiva organização de uma rede e do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas. O atendi- mento e internação de dependentes de drogas e a devida respon- sabilização dos criminosos e dos agentes públicos e privados que prestam serviços de atenção ao usuário de drogas também é um tema recorrente no histórico das atividades realizadas na Casa sobre esse tema. Nesse sentido, a criação de uma rede e o aprimoramento do Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas são providências necessárias. Nesse tema podem ser delineadas medidas para o fortalecimentodos conselhos de políticas sobre drogas e o es- tabelecimento de sistemas nacionais de avaliação das políticas e de informação sobre drogas mais robustos do que aqueles hoje existentes. aç ão p ar la m en ta r 20 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate A finalidade da Rede Nacional de Políticas sobre Drogas é in- cluir todos os interessados no tema sem qualquer distinção no que diz respeito à forma de organização ou hierarquia entre os seus integrantes. Essa rede pode vir a se caracterizar pela inclusão de todos os inte- ressados no tema, sem qualquer distinção no que diz respeito à for- ma de organização de seus integrantes. Além disso, a rede admite a participação de indivíduos e do Sistema Nacional de Informação sobre Drogas, que dará o suporte mínimo para que essa rede se esta- beleça com base nos conselhos de políticas sobre drogas. Um Sistema Nacional de Informação sobre Drogas serve para convergir esforços e prestar o suporte mínimo para que a rede se estabeleça com base nos conselhos de políticas sobre drogas. Além disso, é imperioso promover a convergência de esforços dos entes federados pela divisão de competências entre eles de forma a delimitar o que deve ser realizado. Para tanto, é necessário, ao aprimorar o Sistema Nacional de Políticas sobre Drogas, garantir a liberdade de organização própria de cada ente federado, determinando-se diretrizes gerais que devem ser, por todos, cumpridas. Trata-se de uma estrutura formal com o objetivo de prover as condições para o desenvolvi- mento das políticas públicas. Por isso, não é possível deixar de tratar da divisão de compe- tências entre os entes federados de forma a delimitar o que deve ser realizado, não se esquecendo a necessária corresponsabilida- de pela assistência técnica e financeira. Além disso, essas atribuições devem ser articuladas para que os esforços da União, Estados, Distrito Federal e Municípios con- virjam para o fiel cumprimento dos objetivos das políticas sobre drogas como, por exemplo, a sua descentralização, o fortaleci- mento do controle social e a articulação intersetorial. Na prática, esse tipo de política necessita de um órgão local para a sua formulação e fiscalização. Nesse aspecto, é importante forta- lecer os conselhos de políticas sobre drogas por meio do seguinte: a. composição dos conselhos com dois terços de seus mem- bros oriundos da sociedade e um terço do poder público; Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 21 b. o poder público indica seus integrantes, e os assentos desti- nados à sociedade serão indicados em assembleia eleitoral; c. os conselhos são consultivos sobre as políticas públicas e deliberativos sobre o seu próprio orçamento e sobre a destinação dos recursos dos fundos, desde que sejam os seus comitês gestores. Além disso, podem ser estabeleci- dos mecanismos que fortaleçam as atividades de fiscali- zação, como, por exemplo, o poder para solicitar infor- mações e peticionar. Avaliação das políticas sobre drogas A organização de um conjunto de regras gerais para a avaliação e acompanhamento da gestão das políticas públicas sobre drogas é também necessária. Normalmente, a inexistência de uma siste- mática de avaliação dificulta o desenvolvimento dos projetos e chega a impedir o devido controle social dessas políticas. Os gestores governamentais têm optado pela contratação de uma instituição que realiza, esporadicamente, uma avaliação ou um levantamento de dados por meio de alguma metodologia científica. Sob o ponto de vista da manutenção de uma política pública bem-sucedida, esse tipo de avaliação é necessário, porém insuficiente. É imperioso que sejam estabelecidas regras para que se dispo- nha de uma sistemática perene de avaliações. Preferencialmente, que certas dimensões como os programas, seus conteúdos e mé- todos; as unidades de atendimento, sejam de saúde ou as acolhe- doras, e os resultados disso tudo sejam avaliados. Até o momento, não há lei que torne obrigatória essa concep- ção de avaliação. Podem ser elaboradas regras gerais para a avaliação e acom- panhamento da gestão das políticas públicas sobre drogas. Normalmente, a inexistência de uma sistemática de avaliação dificulta o desenvolvimento dos projetos e chega a impedir o devido controle social dessas políticas. Em um país cuja história inclui inúmeros planos e políticas que “não saem do papel”, é fundamental que seja estruturado aç ão p ar la m en ta r 22 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate um sistema de avaliação perene sobre a implementação do pró- prio sistema, sua materialidade física em instalações, programas, pessoas e o seu financiamento, por exemplo. Para tanto, deve-se pensar na instituição da obrigatoriedade da avaliação de pelo menos três dimensões: a gestão do sistema, as unidades do sistema e os resultados das políticas. No que diz respeito à gestão, o principal foco da avaliação é a eficiência e eficácia da aplicação dos recursos públicos, bem como a análise do fluxo de recursos e a implementação de compromis- sos firmados nos diversos instrumentos de cooperação, que são comumente celebrados e sobre cuja efetividade existem dúvidas. A intenção é dispor de uma metodologia que avalie essa dimensão e que deixe de ser assunto apenas do senso comum para se tornar um instrumento de gestão e redirecionamento de metas. Quanto à avaliação das unidades do sistema, trata-se daque- las que recebem recursos públicos para o seu funcionamento e, portanto, devem se submeter a algum tipo de processo avaliati- vo. Essa providência parte do pressuposto de que os usuários de drogas merecem programas que sejam ofertados dentro dos mais altos padrões de qualidade profissional. Não é aceitável que esse trabalho seja realizado de forma improvisada. Outra dimensão que pode ser avaliada é a dos resultados das políticas públicas, que, no final das contas, é o aspecto mais importante. A análise dos resultados atingidos pode, inequivo- camente, indicar as alterações necessárias nos processos, no fi- nanciamento, na articulação de políticas e instituições para que obtenham êxito. Afinal, um processo que não apresenta os resul- tados esperados merece ser revisto e analisado para que possa ser reorientado de forma a atingir os seus objetivos. Novas possibilidades de financiamento das políticas públicas sobre drogas A exiguidade de recursos aponta para a necessidade de serem criadas novas formas de financiamento das políticas sobre drogas. Uma das possibilidades é a inclusão do Fundo Nacional Antidrogas na mesma categoria dos Fundos do Esporte, da Cultura e da Infância e Adolescência, em benefício da qual o Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 23 governo federal promove uma renúncia fiscal já prevista para o fortalecimento dos recursos desses fundos. Outra possibilidade é o estabelecimento de fundos com o ob- jetivo de financiar a atividade de gestão governamental, a fis- calização e o controle das políticas públicas sobre drogas, a im- plantação do Sistema Nacional de Informação sobre Drogas e o funcionamento de conselhos. aç ão p ar la m en ta r 24 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2006 Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas (Sisnad); prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repres- são à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; define crimes e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei: TÍTULO I DisposiçõesPreliminares Art. 1º Esta lei institui o Sistema Nacional de Políticas Pú- blicas sobre Drogas (Sisnad); prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção so- cial de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes. Parágrafo único. Para fins desta lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou re- lacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União. Art. 2º Ficam proibidas, em todo o território nacional, as drogas, bem como o plantio, a cultura, a colheita e a exploração de vegetais e substratos dos quais pos- Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 25 sam ser extraídas ou produzidas drogas, ressalvada a hipótese de autorização legal ou regulamentar, bem como o que estabelece a Convenção de Vie- na, das Nações Unidas, sobre substâncias psicotró- picas, de 1971, a respeito de plantas de uso estrita- mente ritualístico-religioso. Parágrafo único. Pode a União autorizar o plantio, a cultura e a colheita dos vegetais referidos no caput deste artigo, exclusivamente para fins medicinais ou científi- cos, em local e prazo predeterminados, mediante fiscali- zação, respeitadas as ressalvas supramencionadas. TÍTULO II Do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas Art. 3º O Sisnad tem a finalidade de articular, integrar, or- ganizar e coordenar as atividades relacionadas com: I – a prevenção do uso indevido, a atenção e a reinser- ção social de usuários e dependentes de drogas; II – a repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. CAPÍTULO I Dos Princípios e dos Objetivos do Sistema Nacional de Políticas Públicas Sobre Drogas Art. 4º São princípios do Sisnad: aç ão p ar la m en ta r 26 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate I – o respeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, especialmente quanto à sua autono- mia e à sua liberdade; II – o respeito à diversidade e às especificidades po- pulacionais existentes; III – a promoção dos valores éticos, culturais e de cida- dania do povo brasileiro, reconhecendo-os como fatores de proteção para o uso indevido de drogas e outros comportamentos correlacionados; IV – a promoção de consensos nacionais, de ampla participação social, para o estabelecimento dos fundamentos e estratégias do Sisnad; V – a promoção da responsabilidade compartilha- da entre Estado e sociedade, reconhecendo a importância da participação social nas ativida- des do Sisnad; VI – o reconhecimento da intersetorialidade dos fa- tores correlacionados com o uso indevido de drogas, com a sua produção não autorizada e o seu tráfico ilícito; VII – a integração das estratégias nacionais e interna- cionais de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito; VIII – a articulação com os órgãos do Ministério Públi- co e dos Poderes Legislativo e Judiciário visando à cooperação mútua nas atividades do Sisnad; IX – a adoção de abordagem multidisciplinar que re- conheça a interdependência e a natureza com- plementar das atividades de prevenção do uso Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 27 indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas, repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas; X – a observância do equilíbrio entre as ativida- des de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não auto- rizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social; XI – observância às orientações e normas emanadas do Conselho Nacional Antidrogas (Conad). Art. 5º O Sisnad tem os seguintes objetivos: I – contribuir para a inclusão social do cidadão, vi- sando a torná-lo menos vulnerável a assumir comportamentos de risco para o uso indevido de drogas, seu tráfico ilícito e outros comporta- mentos correlacionados; II – promover a construção e a socialização do co- nhecimento sobre drogas no país; III – promover a integração entre as políticas de pre- venção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao tráfico ilícito e as políticas públicas setoriais dos órgãos do Poder Executivo da União, Distrito Federal, estados e municípios; IV – assegurar as condições para a coordenação, a integração e a articulação das atividades de que trata o art. 3º desta lei. aç ão p ar la m en ta r 28 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate CAPÍTULO II Da Composição e da Organização do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas Art. 6º ( Vetado) Art. 7º A organização do Sisnad assegura a orientação cen- tral e a execução descentralizada das atividades realizadas em seu âmbito, nas esferas federal, dis- trital, estadual e municipal e se constitui matéria definida no regulamento desta lei. Art. 8º (Vetado) CAPÍTULO III (Vetado) Art. 9º (Vetado) Art. 10. (Vetado) Art. 11. (Vetado) Art. 12. (Vetado) Art. 13. (Vetado) Art. 14. (Vetado) Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 29 CAPÍTULO IV Da Coleta, Análise e Disseminação de Informações sobre Drogas Art. 15. (Vetado) Art. 16. As instituições com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social que atendam usuários ou dependentes de drogas devem comunicar ao ór- gão competente do respectivo sistema municipal de saúde os casos atendidos e os óbitos ocorridos, preservando a identidade das pessoas, conforme orientações emanadas da União. Art. 17. Os dados estatísticos nacionais de repressão ao trá- fico ilícito de drogas integrarão sistema de infor- mações do Poder Executivo. TÍTULO III Das Atividades de Prevenção do Uso Indevido, Atenção e Reinserção Social de Usuários e Dependentes de Drogas CAPÍTULO I Da Prevenção Art. 18. Constituem atividades de prevenção do uso inde- vido de drogas, para efeito desta lei, aquelas dire- cionadas para a redução dos fatores de vulnerabili- dade e risco e para a promoção e o fortalecimento dos fatores de proteção. aç ão p ar la m en ta r 30 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate Art. 19. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas devem observar os seguintes princípios e diretrizes: I – o reconhecimento do uso indevido de drogas como fator de interferência na qualidade de vida do indivíduo e na sua relação com a co- munidade à qual pertence; II – a adoção de conceitos objetivos e de funda- mentação científica como forma de orientar as ações dos serviços públicos comunitários e pri- vados e de evitar preconceitos e estigmatização das pessoas e dos serviços que as atendam; III – o fortalecimento da autonomia e da responsabilida- de individual em relação ao uso indevido de drogas; IV – o compartilhamento de responsabilidades e a colaboração mútua com as instituições do setor privado e com os diversos segmentos sociais, incluindo usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares, por meio do estabeleci- mento de parcerias; VI – a adoção de estratégias preventivas diferencia- das e adequadas às especificidades sociocultu- rais das diversas populações, bem como das di- ferentes drogas utilizadas; VII – o reconhecimento do “não uso”, do “retarda- mento do uso”e da redução de riscos como re- sultados desejáveis das atividades de natureza preventiva, quando da definição dos objetivos a serem alcançados; VIII – o tratamento especial dirigido às parcelas mais vulneráveis da população, levando em conside- ração as suas necessidades específicas; Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 31 IX – a articulação entre os serviços e organizações que atuam em atividades de prevenção do uso inde- vido de drogas e a rede de atenção a usuários e dependentes de drogas e respectivos familiares; X – o investimento em alternativas esportivas, cul- turais, artísticas, profissionais, entre outras, como forma de inclusão social e de melhoria da qualidade de vida; XI – o estabelecimento de políticas de formação continuada na área da prevenção do uso inde- vido de drogas para profissionais de educação nos 3 (três) níveis de ensino; XII – a implantação de projetos pedagógicos de pre- venção do uso indevido de drogas, nas institui- ções de ensino público e privado, alinhados às diretrizes curriculares nacionais e aos conheci- mentos relacionados a drogas; XIII – a observância das orientações e normas emana- das do Conad; XIV – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de con- trole social de políticas setoriais específicas. Parágrafo único. As atividades de prevenção do uso indevido de drogas dirigidas à criança e ao adolescente deverão estar em consonância com as diretrizes emana- das pelo Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). aç ão p ar la m en ta r 32 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate CAPÍTULO II Das Atividades de Atenção e de Reinserção Social de Usuários ou Dependentes de Drogas Art. 20. Constituem atividades de atenção ao usuário e de- pendente de drogas e respectivos familiares, para efeito desta lei, aquelas que visem à melhoria da qualidade de vida e à redução dos riscos e dos da- nos associados ao uso de drogas. Art. 21. Constituem atividades de reinserção social do usuá- rio ou do dependente de drogas e respectivos fami- liares, para efeito desta lei, aquelas direcionadas para sua integração ou reintegração em redes sociais. Art. 22. As atividades de atenção e as de reinserção social do usu- ário e do dependente de drogas e respectivos familiares devem observar os seguintes princípios e diretrizes: I – respeito ao usuário e ao dependente de drogas, in- dependentemente de quaisquer condições, obser- vados os direitos fundamentais da pessoa huma- na, os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde e da Política Nacional de Assistência Social; II – a adoção de estratégias diferenciadas de atenção e reinserção social do usuário e do dependente de drogas e respectivos familiares que conside- rem as suas peculiaridades socioculturais; III – definição de projeto terapêutico individualiza- do, orientado para a inclusão social e para a re- dução de riscos e de danos sociais e à saúde; IV – atenção ao usuário ou dependente de drogas e aos respectivos familiares, sempre que pos- sível, de forma multidisciplinar e por equipes multiprofissionais; Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 33 V – observância das orientações e normas emana- das do Conad; VI – o alinhamento às diretrizes dos órgãos de con- trole social de políticas setoriais específicas. Art. 23. As redes dos serviços de saúde da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios desenvolverão programas de atenção ao usuário e ao dependente de drogas, respeitadas as diretrizes do Ministério da Saúde e os princípios explicitados no art. 22 desta lei, obrigatória a previsão orçamentária adequada. Art. 24. A União, os estados, o Distrito Federal e os municí- pios poderão conceder benefícios às instituições pri- vadas que desenvolverem programas de reinserção, no mercado de trabalho, do usuário e do dependen- te de drogas encaminhados por órgão oficial. Art. 25. As instituições da sociedade civil, sem fins lucra- tivos, com atuação nas áreas da atenção à saúde e da assistência social, que atendam usuários ou dependentes de drogas poderão receber recursos do Funad, condicionados à sua disponibilidade or- çamentária e financeira. Art. 26. O usuário e o dependente de drogas que, em razão da prática de infração penal, estiverem cumprindo pena privativa de liberdade ou submetidos a me- dida de segurança, têm garantidos os serviços de atenção à sua saúde, definidos pelo respectivo sis- tema penitenciário. aç ão p ar la m en ta r 34 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate CAPÍTULO III Dos Crimes e das Penas Art. 27. As penas previstas neste capítulo poderão ser apli- cadas isolada ou cumulativamente, bem como substituídas a qualquer tempo, ouvidos o Ministé- rio Público e o defensor. Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, trans- portar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com de- terminação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I – advertência sobre os efeitos das drogas; II – prestação de serviços à comunidade; III – medida educativa de comparecimento a pro- grama ou curso educativo. § 1º Às mesmas medidas submete-se quem, para seu consumo pessoal, semeia, cultiva ou colhe plantas destinadas à preparação de pequena quantidade de substância ou produto capaz de causar dependên- cia física ou psíquica. § 2º Para determinar se a droga destinava-se a consumo pessoal, o juiz atenderá à natureza e à quantidade da substância apreendida, ao local e às condições em que se desenvolveu a ação, às circunstâncias sociais e pessoais, bem como à conduta e aos ante- cedentes do agente. § 3º As penas previstas nos incisos II e III do caput des- te artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 5 (cinco) meses. Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 35 § 4º Em caso de reincidência, as penas previstas nos in- cisos II e III do caput deste artigo serão aplicadas pelo prazo máximo de 10 (dez) meses. § 5º A prestação de serviços à comunidade será cumpri- da em programas comunitários, entidades educa- cionais ou assistenciais, hospitais, estabelecimentos congêneres, públicos ou privados sem fins lucrati- vos, que se ocupem, preferencialmente, da preven- ção do consumo ou da recuperação de usuários e dependentes de drogas. § 6º Para garantia do cumprimento das medidas educa- tivas a que se refere o caput, nos incisos I, II e III, a que injustificadamente se recuse o agente, poderá o juiz submetê-lo, sucessivamente, a: I – admoestação verbal; II – multa. § 7º O juiz determinará ao Poder Público que coloque à disposição do infrator, gratuitamente, estabeleci- mento de saúde, preferencialmente ambulatorial, para tratamento especializado. Art. 29. Na imposição da medida educativa a que se refere o inciso II do § 6º do art. 28, o juiz, atendendo à re- provabilidade da conduta, fixará o número de dias- multa, em quantidade nunca inferior a 40 (quarenta) nem superior a 100 (cem), atribuindo depois a cada um, segundo a capacidade econômica do agente, o valor de um trinta avos até 3 (três) vezes o valor do maior salário mínimo. Parágrafo único. Os valores decorrentes da imposi- ção da multa a que se refere o § 6º do art. 28 serão credi- tados à conta do Fundo Nacional Antidrogas. aç ão p ar la m en ta r 36 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execu- ção das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto nos arts. 107 e seguintes do Código Penal. TÍTULOIV Da Repressão à Produção não Autorizada e ao Tráfico Ilícito de Drogas CAPÍTULO I Disposições Gerais Art. 31. É indispensável a licença prévia da autoridade competente para produzir, extrair, fabricar, trans- formar, preparar, possuir, manter em depósito, im- portar, exportar, reexportar, remeter, transportar, expor, oferecer, vender, comprar, trocar, ceder ou adquirir, para qualquer fim, drogas ou matéria- prima destinada à sua preparação, observadas as demais exigências legais. Art. 32. As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelas autoridades de polícia judiciária, que recolhe- rão quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova. § 1º A destruição de drogas far-se-á por incineração, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, guardando-se as amostras necessárias à preservação da prova. § 2º A incineração prevista no § 1º deste artigo será pre- cedida de autorização judicial, ouvido o Ministério Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 37 Público, e executada pela autoridade de polícia ju- diciária competente, na presença de representan- te do Ministério Público e da autoridade sanitária competente, mediante auto circunstanciado e após a perícia realizada no local da incineração. § 3º Em caso de ser utilizada a queimada para destruir a plantação, observar-se-á, além das cautelas necessá- rias à proteção ao meio ambiente, o disposto no De- creto nº 2.661, de 8 de julho de 1998, no que couber, dispensada a autorização prévia do órgão próprio do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). § 4º As glebas cultivadas com plantações ilícitas serão ex- propriadas, conforme o disposto no art. 243 da Cons- tituição Federal, de acordo com a legislação em vigor. CAPÍTULO II Dos Crimes Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fa- bricar, adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou for- necer drogas, ainda que gratuitamente, sem auto- rização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa. § 1º Nas mesmas penas incorre quem: I – importa, exporta, remete, produz, fabrica, ad- quire, vende, expõe à venda, oferece, fornece, tem em depósito, transporta, traz consigo ou aç ão p ar la m en ta r 38 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate guarda, ainda que gratuitamente, sem autoriza- ção ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, matéria-prima, insumo ou produ- to químico destinado à preparação de drogas; II – semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autoriza- ção ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matéria-prima para a preparação de drogas; III – utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administração, guarda ou vigilância, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autoriza- ção ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar, para o tráfico ilícito de drogas. § 2º Induzir, instigar ou auxiliar alguém ao uso indevi- do de droga: Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa de 100 (cem) a 300 (trezentos) dias-multa. § 3º Oferecer droga, eventualmente e sem objetivo de lucro, a pessoa de seu relacionamento, para juntos a consumirem: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 1 (um) ano, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa, sem prejuízo das penas previstas no art. 28. § 4º Nos delitos definidos no caput e no § 1º deste arti- go, as penas poderão ser reduzidas de um sexto a dois terços, vedada a conversão em penas restriti- vas de direitos, desde que o agente seja primário, de bons antecedentes, não se dedique às atividades criminosas nem integre organização criminosa. Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 39 Art. 34. Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, ven- der, distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer, ainda que gratuitamente, ma- quinário, aparelho, instrumento ou qualquer obje- to destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas, sem autorização ou em de- sacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 1.200 (mil e duzentos) a 2.000 (dois mil) dias-multa. Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos cri- mes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta lei: Pena – reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a 1.200 (mil e duzentos) dias-multa. Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta lei. Art. 36. Financiar ou custear a prática de qualquer dos cri- mes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta lei: Pena – reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias-multa. Art. 37. Colaborar, como informante, com grupo, organização ou associação destinados à prática de qualquer dos cri- mes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 desta lei: Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e pagamento de 300 (trezentos) a 700 (sete- centos) dias-multa. aç ão p ar la m en ta r 40 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) dias-multa. Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao conselho federal da categoria profissional a que per- tença o agente. Art. 39. Conduzir embarcação ou aeronave após o consu- mo de drogas, expondo a dano potencial a incolu- midade de outrem: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, além da apreensão do veículo, cassação da habilitação respectiva ou proibição de ob- tê-la, pelo mesmo prazo da pena privativa de liberdade aplicada, e pagamento de 200 (du- zentos) a 400 (quatrocentos) dias-multa. Parágrafo único. As penas de prisão e multa, aplica- das cumulativamente com as demais, serão de 4 (quatro) a 6 (seis) anos e de 400 (quatrocentos) a 600 (seiscentos) dias-multa, se o veículo referido no caput deste artigo for de transporte coletivo de passageiros. Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta lei são aumentadas de um sexto a dois terços, se: I – a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito; Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 41 II – o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância; III – a infração tiver sido cometida nas dependên- cias ou imediações de estabelecimentos pri- sionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais, recrea- tivas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidadesmi- litares ou policiais ou em transportes públicos; IV – o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva; V – caracterizado o tráfico entre estados da Federa- ção ou entre estes e o Distrito Federal; VI – sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação; VII – o agente financiar ou custear a prática do crime. Art. 41. O indiciado ou acusado que colaborar volunta- riamente com a investigação policial e o processo criminal na identificação dos demais coautores ou partícipes do crime e na recuperação total ou par- cial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um terço a dois terços. Art. 42. O juiz, na fixação das penas, considerará, com prepon- derância sobre o previsto no art. 59 do Código Penal, a natureza e a quantidade da substância ou do produto, a personalidade e a conduta social do agente. aç ão p ar la m en ta r 42 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate Art. 43. Na fixação da multa a que se referem os arts. 33 a 39 desta lei, o juiz, atendendo ao que dispõe o art. 42 desta lei, determinará o número de dias-multa, atri- buindo a cada um, segundo as condições econômicas dos acusados, valor não inferior a um trinta avos nem superior a 5 (cinco) vezes o maior salário-mínimo. Parágrafo único. As multas, que em caso de concur- so de crimes serão impostas sempre cumulativamente, podem ser aumentadas até o décuplo se, em virtude da situação econômica do acusado, considerá-las o juiz ineficazes, ainda que aplicadas no máximo. Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta lei são inafiançáveis e insuscetíveis de sursis, graça, indulto, anistia e liberdade provisória, vedada a conversão de suas penas em restritivas de direitos. Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar-se-á o livramento condicional após o cum- primento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao reincidente específico. Art. 45. É isento de pena o agente que, em razão da de- pendência, ou sob o efeito, proveniente de caso fortuito ou força maior, de droga, era, ao tempo da ação ou da omissão, qualquer que tenha sido a infração penal praticada, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar- se de acordo com esse entendimento. Parágrafo único. Quando absolver o agente, reco- nhecendo, por força pericial, que este apresentava, à época do fato previsto neste artigo, as condições refe- ridas no caput deste artigo, poderá determinar o juiz, na sentença, o seu encaminhamento para tratamento médico adequado. Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 43 Art. 46. As penas podem ser reduzidas de um terço a dois terços se, por força das circunstâncias previstas no art. 45 desta lei, o agente não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de enten- der o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Art. 47. Na sentença condenatória, o juiz, com base em avaliação que ateste a necessidade de encaminha- mento do agente para tratamento, realizada por profissional de saúde com competência específica na forma da lei, determinará que a tal se proceda, observado o disposto no art. 26 desta lei. CAPÍTULO III Do Procedimento Penal Art. 48. O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste título rege-se pelo disposto neste capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as dispo- sições do Código de Processo Penal e da Lei de Exe- cução Penal. § 1º O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta lei, será pro- cessado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os juizados especiais criminais. § 2º Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se ter- mo circunstanciado e providenciando-se as requi- sições dos exames e perícias necessários. aç ão p ar la m en ta r 44 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate § 3º Se ausente a autoridade judicial, as providências previstas no § 2º deste artigo serão tomadas de ime- diato pela autoridade policial, no local em que se encontrar, vedada a detenção do agente. § 4º Concluídos os procedimentos de que trata o § 2º deste artigo, o agente será submetido a exame de corpo de delito, se o requerer ou se a autoridade de polícia judiciária entender conveniente, e em seguida liberado. § 5º Para os fins do disposto no art. 76 da Lei nº 9.099, de 1995, que dispõe sobre os juizados especiais cri- minais, o Ministério Público poderá propor a apli- cação imediata de pena prevista no art. 28 desta lei, a ser especificada na proposta. Art. 49. Tratando-se de condutas tipificadas nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta lei, o juiz, sempre que as circuns- tâncias o recomendem, empregará os instrumentos protetivos de colaboradores e testemunhas previstos na Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999. Seção I Da Investigação Art. 50. Ocorrendo prisão em flagrante, a autoridade de po- lícia judiciária fará, imediatamente, comunicação ao juiz competente, remetendo-lhe cópia do auto lavrado, do qual será dada vista ao órgão do Minis- tério Público, em 24 (vinte e quatro) horas. § 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em fla- grante e estabelecimento da materialidade do deli- to, é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta deste, por pessoa idônea. Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 45 § 2º O perito que subscrever o laudo a que se refere o § 1º deste artigo não ficará impedido de participar da ela- boração do laudo definitivo. Art. 51. O inquérito policial será concluído no prazo de 30 (trinta) dias, se o indiciado estiver preso, e de 90 (no- venta) dias, quando solto. Parágrafo único. Os prazos a que se refere este arti- go podem ser duplicados pelo juiz, ouvido o Ministério Público, mediante pedido justificado da autoridade de polícia judiciária. Art. 52. Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta lei, a autoridade de polícia judiciária, remetendo os au- tos do inquérito ao juízo: I – relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a levaram à clas- sificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância ou do produto apreen- dido, o local e as condições em que se desen- volveu a ação criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antece- dentes do agente; ou II – requererá sua devolução para a realização de di- ligências necessárias. Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências complementares: I – necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser encaminhado ao juí- zo competente até 3 (três) dias antes da audiên- cia de instrução e julgamento; II – necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o agente, ou que figurem aç ão p ar la m en ta r 46 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate em seu nome, cujo resultado deverá ser encami- nhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento. Art. 53. Em qualquerfase da persecução criminal relativa aos crimes previstos nesta lei, são permitidos, além dos previstos em lei, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público, os seguintes proce- dimentos investigatórios: I – a infiltração por agentes de polícia, em tarefas de investigação, constituída pelos órgãos especiali- zados pertinentes; II – a não atuação policial sobre os portadores de drogas, seus precursores químicos ou outros pro- dutos utilizados em sua produção, que se encon- trem no território brasileiro, com a finalidade de identificar e responsabilizar maior número de integrantes de operações de tráfico e distribui- ção, sem prejuízo da ação penal cabível. Parágrafo único. Na hipótese do inciso II deste artigo, a autorização será concedida desde que sejam conheci- dos o itinerário provável e a identificação dos agentes do delito ou de colaboradores. Seção II Da Instrução Criminal Art. 54. Recebidos em juízo os autos do inquérito policial, de Comissão Parlamentar de Inquérito ou peças de informação, dar-se-á vista ao Ministério Público para, no prazo de 10 (dez) dias, adotar uma das seguintes providências: I – requerer o arquivamento; Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 47 II – requisitar as diligências que entender necessárias; III – oferecer denúncia, arrolar até 5 (cinco) teste- munhas e requerer as demais provas que en- tender pertinentes. Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. § 1º Na resposta, consistente em defesa preliminar e exceções, o acusado poderá arguir preliminares e invocar todas as razões de defesa, oferecer docu- mentos e justificações, especificar as provas que pretende produzir e, até o número de 5 (cinco), ar- rolar testemunhas. § 2º As exceções serão processadas em apartado, nos ter- mos dos arts. 95 a 113 do Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). § 3º Se a resposta não for apresentada no prazo, o juiz nomeará defensor para oferecê-la em 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos no ato de nomeação. § 4º Apresentada a defesa, o juiz decidirá em 5 (cinco) dias. § 5º Se entender imprescindível, o juiz, no prazo máxi- mo de 10 (dez) dias, determinará a apresentação do preso, realização de diligências, exames e perícias. Art. 56. Recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, orde- nará a citação pessoal do acusado, a intimação do Ministério Público, do assistente, se for o caso, e requisitará os laudos periciais. § 1º Tratando-se de condutas tipificadas como infra- ção do disposto nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta lei, o juiz, ao receber a denúncia, poderá decretar o afastamento cautelar do denunciado de aç ão p ar la m en ta r 48 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate suas atividades, se for funcionário público, comu- nicando ao órgão respectivo. § 2º A audiência a que se refere o caput deste artigo será realizada dentro dos 30 (trinta) dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 (noventa) dias. Art. 57. Na audiência de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado e a inquirição das tes- temunhas, será dada a palavra, sucessivamente, ao representante do Ministério Público e ao defensor do acusado, para sustentação oral, pelo prazo de 20 (vinte) minutos para cada um, prorrogável por mais 10 (dez), a critério do juiz. Parágrafo único. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante. Art. 58. Encerrados os debates, proferirá o juiz sentença de imediato ou o fará em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. § 1º Ao proferir sentença, o juiz, não tendo havido con- trovérsia, no curso do processo, sobre a natureza ou quantidade da substância ou do produto, ou sobre a regularidade do respectivo laudo, determi- nará que se proceda na forma do art. 32, § 1º, desta lei, preservando-se, para eventual contraprova, a fração que fixar. § 2º Igual procedimento poderá adotar o juiz, em de- cisão motivada e, ouvido o Ministério Público, quando a quantidade ou valor da substância ou do produto o indicar, precedendo a medida a elabora- ção e juntada aos autos do laudo toxicológico. Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 49 Art. 59. Nos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1º, e 34 a 37 desta lei, o réu não poderá apelar sem recolher-se à prisão, salvo se for primário e de bons anteceden- tes, assim reconhecido na sentença condenatória. CAPÍTULO IV Da Apreensão, Arrecadação e Destinação de Bens do Acusado Art. 60. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação da autoridade de polícia judiciária, ouvido o Ministério Público, havendo indícios suficientes, poderá decretar, no curso do inquérito ou da ação penal, a apreen- são e outras medidas assecuratórias relacionadas aos bens móveis e imóveis ou valores consisten- tes em produtos dos crimes previstos nesta lei, ou que constituam proveito auferido com sua práti- ca, procedendo-se na forma dos arts. 125 a 144 do Decreto-lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Có- digo de Processo Penal). § 1º Decretadas quaisquer das medidas previstas neste artigo, o juiz facultará ao acusado que, no prazo de 5 (cinco) dias, apresente ou requeira a produção de provas acerca da origem lícita do produto, bem ou valor objeto da decisão. § 2º Provada a origem lícita do produto, bem ou valor, o juiz decidirá pela sua liberação. § 3º Nenhum pedido de restituição será conhecido sem o comparecimento pessoal do acusado, podendo o juiz determinar a prática de atos necessários à conservação de bens, direitos ou valores. aç ão p ar la m en ta r 50 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate § 4º A ordem de apreensão ou sequestro de bens, direi- tos ou valores poderá ser suspensa pelo juiz, ouvi- do o Ministério Público, quando a sua execução imediata possa comprometer as investigações. Art. 61. Não havendo prejuízo para a produção da prova dos fatos e comprovado o interesse público ou so- cial, ressalvado o disposto no art. 62 desta lei, me- diante autorização do juízo competente, ouvido o Ministério Público e cientificada a Senad, os bens apreendidos poderão ser utilizados pelos órgãos ou pelas entidades que atuam na prevenção do uso in- devido, na atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclu- sivamente no interesse dessas atividades. Parágrafo único. Recaindo a autorização sobre veí- culos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à au- toridade de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de re- gistro e licenciamento, em favor da instituição à qual tenha deferido o uso, ficando esta livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União. Art. 62. Os veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte, os maquinários, uten- sílios, instrumentos e objetos de qualquer nature- za, utilizados para a prática dos crimes definidos nesta lei, após a sua regular apreensão, ficarão sob custódia da autoridade de polícia judiciária, exce- tuadas as armas, que serão recolhidas na formade legislação específica. § 1º Comprovado o interesse público na utilização de qualquer dos bens mencionados neste artigo, a autoridade de polícia judiciária poderá deles fazer Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 51 uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público. § 2º Feita a apreensão a que se refere o caput deste arti- go, e tendo recaído sobre dinheiro ou cheques emi- tidos como ordem de pagamento, a autoridade de polícia judiciária que presidir o inquérito deverá, de imediato, requerer ao juízo competente a inti- mação do Ministério Público. § 3º Intimado, o Ministério Público deverá requerer ao juízo, em caráter cautelar, a conversão do numerá- rio apreendido em moeda nacional, se for o caso, a compensação dos cheques emitidos após a instrução do inquérito, com cópias autênticas dos respectivos títulos, e o depósito das correspondentes quantias em conta judicial, juntando- se aos autos o recibo. § 4º Após a instauração da competente ação penal, o Ministério Público, mediante petição autônoma, requererá ao juízo competente que, em caráter cau- telar, proceda à alienação dos bens apreendidos, excetuados aqueles que a União, por intermédio da Senad, indicar para serem colocados sob uso e custódia da autoridade de polícia judiciária, de ór- gãos de inteligência ou militares, envolvidos nas ações de prevenção ao uso indevido de drogas e operações de repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, exclusivamente no in- teresse dessas atividades. § 5º Excluídos os bens que se houver indicado para os fins previstos no § 4º deste artigo, o requerimento de alienação deverá conter a relação de todos os de- mais bens apreendidos, com a descrição e a especifi- cação de cada um deles, e informações sobre quem os tem sob custódia e o local onde se encontram. aç ão p ar la m en ta r 52 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate § 6º Requerida a alienação dos bens, a respectiva petição será autuada em apartado, cujos autos terão tramita- ção autônoma em relação aos da ação penal principal. § 7º Autuado o requerimento de alienação, os autos se- rão conclusos ao juiz, que, verificada a presença de nexo de instrumentalidade entre o delito e os obje- tos utilizados para a sua prática e risco de perda de valor econômico pelo decurso do tempo, determi- nará a avaliação dos bens relacionados, cientificará a Senad e intimará a União, o Ministério Público e o interessado, este, se for o caso, por edital com prazo de 5 (cinco) dias. § 8º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergên- cias sobre o respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos bens e determi- nará sejam alienados em leilão. § 9º Realizado o leilão, permanecerá depositada em conta judicial a quantia apurada, até o final da ação penal respectiva, quando será transferida ao Funad, juntamente com os valores de que trata o § 3º deste artigo. § 10. Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra as decisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo. § 11. Quanto aos bens indicados na forma do § 4º deste artigo, recaindo a autorização sobre veículos, em- barcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autorida- de de trânsito ou ao equivalente órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor da autoridade de polícia judiciária ou órgão aos quais tenha deferido o uso, ficando estes livres do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores, até o trânsito em Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 53 julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União. Art. 63. Ao proferir a sentença de mérito, o juiz decidirá so- bre o perdimento do produto, bem ou valor apre- endido, sequestrado ou declarado indisponível. § 1º Os valores apreendidos em decorrência dos crimes tipificados nesta lei e que não forem objeto de tutela cautelar, após decretado o seu perdimento em favor da União, serão revertidos diretamente ao Funad. § 2º Compete à Senad a alienação dos bens apreendi- dos e não leiloados em caráter cautelar, cujo perdi- mento já tenha sido decretado em favor da União. § 3º A Senad poderá firmar convênios de cooperação, a fim de dar imediato cumprimento ao estabelecido no § 2º deste artigo. § 4º Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz do processo, de ofício ou a requerimento do Mi- nistério Público, remeterá à Senad relação dos bens, direitos e valores declarados perdidos em favor da União, indicando, quanto aos bens, o local em que se encontram e a entidade ou o órgão em cujo po- der estejam, para os fins de sua destinação nos ter- mos da legislação vigente. Art. 64. A União, por intermédio da Senad, poderá firmar convênio com os estados, com o Distrito Federal e com organismos orientados para a prevenção do uso indevido de drogas, a atenção e a reinserção social de usuários ou dependentes e a atuação na repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas, com vistas à liberação de equipa- mentos e de recursos por ela arrecadados, para a implantação e execução de programas relaciona- dos à questão das drogas. aç ão p ar la m en ta r 54 Políticas Públicas sobre Drogas: Documentos para Debate TÍTULO V Da Cooperação Internacional Art. 65. De conformidade com os princípios da não inter- venção em assuntos internos, da igualdade jurídica e do respeito à integridade territorial dos estados e às leis e aos regulamentos nacionais em vigor, e ob- servado o espírito das convenções das Nações Uni- das e outros instrumentos jurídicos internacionais relacionados à questão das drogas, de que o Brasil é parte, o governo brasileiro prestará, quando soli- citado, cooperação a outros países e organismos in- ternacionais e, quando necessário, deles solicitará a colaboração nas áreas de: I – intercâmbio de informações sobre legislações, experiências, projetos e programas voltados para atividades de prevenção do uso indevido, de atenção e de reinserção social de usuários e dependentes de drogas; II – intercâmbio de inteligência policial sobre pro- dução e tráfico de drogas e delitos conexos, em especial o tráfico de armas, a lavagem de di- nheiro e o desvio de precursores químicos; III – intercâmbio de informações policiais e judiciais sobre produtores e traficantes de drogas e seus precursores químicos. Comissão Especial das Políticas sobre Drogas ação parlam en tar 55 TÍTULO VI Disposições Finais e Transitórias Art. 66. Para fins do disposto no parágrafo único do art. 1º desta lei, até que seja atualizada a terminologia da lista mencionada no preceito, denominam-se dro- gas substâncias entorpecentes, psicotrópicas, pre- cursoras e outras sob controle especial da Portaria SVS/MS nº 344, de 12 de maio de 1998. Art. 67. A liberação dos recursos previstos na Lei nº 7.560, de 19 de dezembro de 1986, em favor de estados e do Distrito Federal, dependerá de sua adesão e res- peito às diretrizes básicas contidas nos convênios firmados e do fornecimento de dados necessários à atualização do sistema previsto no art. 17 desta lei, pelas respectivas polícias judiciárias. Art. 68. A União, os estados, o Distrito Federal e os municí- pios poderão criar estímulos fiscais e outros, desti- nados às pessoas físicas e jurídicas que colaborem na prevenção do uso indevido de drogas, atenção e reinserção social de usuários e dependentes e na repressão da produção não autorizada e do tráfico ilícito de drogas. Art. 69. No caso de falência ou liquidação
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