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Principais causas de febre sem sinais localizatórios em pediatria. Introdução: Uma das infecções mais comuns na infância; Morbidade e recorrência alta; Risco para lesão do parênquima renal; Risco para desenvolvimento de hipertensão arterial; Trato urinário superior: pielonefrite (febre, sintomas sistêmicos, Giordano positivo, criança prostada, leucocitúria importante, marcadores inflamatórios alterados); Trato urinário inferior: cistite (urgência miccional, disúria leve, sem história de febre e paciente em BEG). Etiologia: Hematogênica; Ascendente da microbiota intestinal (mais comum); Fatores do hospedeiro – disfunção miccional, constipação intestinal, uso de antibióticos prévios; Patogenicidade da bactéria; Agentes mais frequentes: E. coli (80-90%); Meninos: Proteus sp; Neonatos: Klebsiella sp; Adolescentes: Staphylococcus saprophyticus; Imunossuprimidos: leveduras, Citrobacter, Pseudomonas; Cistite hemorrágica: adenovírus. Quadro clínico: Disúria, polaciúria, urgência miccional; Vômitos, hiporexia, mal estar e diarreia; Febre e Giordano + sugerem pielonefrite; Toxemia, desidratação, dificuldades de aceitação oral; Sepse; Neonatos: icterícia prolongada e déficit no ganho ponderal – pensar em infecção urinária. Diagnóstico: Urinálise: leucocitúria, nitrito positivo e hematúria; Nitrito positivo: alta especificidade (altamente sugestivo de infecção urinária); Nitrito negativo (não afasta infecção urinária): gram +, Pseudomonas não convertem nitrato em nitrito, por exemplo; Vulvovaginites, balanopostite e gastroenterites podem levar a leucocitúria (importante a coleta da cultura de urina); Urocultura é essencial para diagnóstico; Punção suprapúbica; Cateterização transuretral (coleta por sonda) >1000 leucócitos; Jato médio < 100.000 leucócitos; Toda infecção urinária tem que fazer ultrassom de rins e vias urinárias; Em um segundo episódio de infecção urinária, mesmo com ultrassom normal, deve-se pedir uretrocistografia miccional (contraste) para ver o grau de refluxo vesicoureteral, onde grau 3 para cima é necessário encaminhar para urologista; Na cintilografia renal é possível observar cicatrizes dos quadros infecciosos que o paciente apresentou. Tratamento: Levar em consideração a aiade + quadro clínico + agente causador + sensibilidade ao antibiótico; Recomendação geral: ITU febril 10-14 dias de antibiótico; Iniciar antibiótico após coleta de urocultura (em média 4 dias para ficar pronta); Se sinais de gravidade: internação; Após resultado da urocultura escalonar o tratamento; Se menores de 1 mês: internação; Após 48 horas do término do antibiótico: colher nova urocultura, que deve vir negativa; Opções terapêuticas: cefalexina, amoxicilina, clavulanato, cefadroxil, ceftriaxona, amicacina, nitrofurantoína; Lembrar dos pacientes que são candidatos a ter infecções urinárias em maior incidência: disfunções vesicais, constipação, ingesta inadequada de líquidos, hábitos de higiene íntima (ITU de repetição). Acompanhamento: Investigar anomalia estrutural e funcional; Em alguns casos descobre-se refluxo vesico-ureteral (RVU); ATB profilático – quando entrar? A partir do momento em que você está fazendo uma investigação e aparece um ultrassom alterado, entra-se com ATB profilático até fazer uretrocistografia miccional e cintilografia renal; Se alteração da UCM/RVU: uropediatria; Dose do ATB profilático: ½ a ¼ da dose, 1x ao dia, à noite – sulfametoxazol, trimetroprim, nitrofurantoína, cefalexina, ácido nalidixico
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