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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS – UEMG PASSOS CURSO DE NUTRIÇÃO – BACHARELADO – 6º PERÍODO ALINE DE SOUSA CASTRO JACQUELINE GRANJA SACCOMANI VISITA DOMICILIAR COMO ESTRATÉGIA DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE Trabalho proposto na disciplina de Nutrição em Saúde Pública, ministrada no curso de Nutrição da Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG, Unidade Passos. Profa. Vivian Freitas Silva Braga Silveira. Passos 2021 Relato de Experiência A visita domiciliar como estratégia de assistência à saúde A seguir apresentamos o relatório da experiência de uma nutricionista que trabalha em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) localizada no município de Passos/MG para mostrar como funciona a prática da visita domiciliar na assistência a saúde. 1. Levantamento das Necessidades: Foi solicitado pela enfermeira da equipe de atendimento uma nutricionista em domicílio, ao paciente Antônio Carlos, de 44 anos, que sofreu um AVC a um ano e meio, alimenta-se por sonda nasogástrica e que ela acha que, talvez, possa passar para via oral. O paciente reside com a mãe de 63 anos e o pai de 68 anos (que é alcoólatra). Encontrasse em estado de desnutrição, dificuldade de desenvolver atividades de rotina e ansiedade. 2. Planejamento: Com isso, a equipe concluiu que tem a necessidade de acompanhamento com realização de visitas domiciliares do nutricionista, fisioterapeuta, psicóloga e ACS, com intuito de melhorar o estado nutricional do paciente, suporte psicológico para os problemas familiares e fisioterapia para ajudar na locomoção. Foi agendado uma primeira visita com a equipe da ACS para conhecer melhor o histórico do paciente, limitações e reais necessidades. 3. Execução: Na primeira visita foi encontrada uma casa de alvenaria com 3 cômodos, 2 banheiros, cozinha, sala de TV e lavanderia. A casa é ventilada, bem iluminada, mas com condições precárias de higiene local e pessoal. Possui tratamento de água adequado, esgoto e lixo com destino correto. O paciente relatou que está com dificuldade de locomoção, como, ir ao banheiro fazer as necessidades, tomar banho e ficar sentado por muito tempo para realizar as refeições. Fomos recebidos pela porta da sala e junto ao paciente estavam seus pais que também residem na casa do paciente. Em seu relato nos contou que está tendo crises de ansiedade, fraqueza e que o pai é alcoólatra. Disse também sentir incomodo por conta da sonda nasogástrica e não vê a hora de pode voltar a ingerir alimentos via oral. Não citou mais nenhum tipo de patologia, há não ser a questão da desnutrição, causada possivelmente pelo seu quadro clínico. Durante a primeira visita foi realizada a medição de altura (1,70m) e peso (50kg), constatando IMC de 17,3 kg/m2, onde teve uma perda de 10kg em aproximadamente 1 ano e meio. O paciente recebe alimentação via nasogástrica e tem baixa de hidratação. A renda familiar é baseada na aposentadoria do pai e o salário do paciente, chegando ao equivalente a 4 salário-mínimos. Foi orientada que o paciente precisa de um acompanhamento nutricional e fonoaudiólogo, para uma possível dieta via oral com o intuito de que possa recuperar o peso, iniciando com refeições mais leves e pastosas, pelo fato de que está a muito tempo se alimentando com sonda, consequentemente melhorando o quadro de desnutrição. Também necessita de acompanhamento fisioterapêutico para melhorar o desenvolvimento de suas atividades básicas e acompanhamento com um psicólogo. O caso foi discutido em equipe, concluindo-se um acompanhamento mensal da nutricionista, fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicóloga e ACS, assim como visita periódica de médico e enfermeiro para realização de exames laboratoriais no domicílio. 4. Registro de dados: Peso inicial: 50kg Altura: 1,70m IMC: 17,3 kg/m2 Estrutura da casa: Alvenaria, 3 cômodos, 2 banheiros, cozinha, sala de TV e lavanderia. A casa é ventilada, bem iluminada, mas com condições precárias de higiene local e pessoal. Possui tratamento de água adequado, esgoto e lixo com destino correto Alimentação: Via sonda nasogástrica Renda familiar: 4 salários mínimos Conduta: Orientar e acompanhar o paciente para uma reavaliação após 1 mês da primeira visita. 5. Avaliação: Após a primeira visita, foram realizadas mais duas nos meses seguintes. Na segunda, o paciente havia conseguido atingir 100% das metas calóricas via sonda nasogástrica, e com isso, apresentou uma pequena melhora no seu estado nutricional, onde foi constatado o ganho de 1,2kg. Após a avaliação da Fonoaudióloga, em conjunto com a Nutricionista, foi considerado que o paciente já estava apto para evoluir para dieta via oral, porém inicialmente, na consistência liquida/pastosa pelo fato de estar com uma pequena dificuldade para mastigar e deglutir, e também lhe foi fornecido um suplemento proteico. Após a retirada da sonda, o paciente relatou se sentir bem mais confortável e animado para iniciar sua dieta via oral. Foi observado também a melhora em sua locomoção, após 4 sessões de fisioterapia, porém, o quadro de ansiedade ainda estava presente. Na terceira visita, o paciente estava visivelmente melhor, mais calmo, porém se queixava de ter enjoado da dieta realizada no último mês, por conta da falta de variedade e consistência pastosa dos alimentos. Após avaliação da Fono e realização da pesagem, foi constatado o ganho de 2,5kg em 1 mês e melhora significativa na mastigação e deglutição dos alimentos. Com isso foi concluído que o paciente estava liberado para dieta livre, porém foi orientado pela nutricionista quanto a qualidade e quantidades necessárias para a melhora de seu estado nutricional, como por exemplo dar preferência aos alimentos in natura ou minimamente processados, como as frutas, legumes, verduras, carnes e cereais, e também foi orientado sobre a importância da ingestão adequada de água, já que a mãe relatou que o filho não estava ingerindo a quantidade recomendada. Por fim, foi marcado um retorno da equipe multidisciplinar em um prazo de 2 meses, para acompanhamento do caso.
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