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1 DOENÇA NODULAR TIREOIDIANA E CÂNCER DE TIREOIDE Rodrigo começou a aula falando que fazendo a palpação de tireoide em alguns alunos sempre acha nódulos tireoidianos, pelo menos 1x/ano. Nódulo de tireoide é um achado bem comum. Estima-se que se fizermos ultrassom em mais ou menos 10 mulheres de 50-60 anos, mais ou menos em 5 encontraremos nódulos pequenos, minúsculos. MENSAGEM: USG de tireoide NÃO É EXAME DE ROTINA!! Sempre que quiser pedir USG de tireoide, palpar antes para ter certeza de o porquê estar pedindo esse exame. Nossa grande preocupação quando encontramos um nódulo de tireoide é que queremos saber se ele é benigno ou maligno. Só vamos saber essa determinação quando tirarmos o nódulo, mas temos vários dados/características no exame físico e na anamnese que ajudam e que podem SUGERIR (não quer dizer se é benigno ou maligno, pode apenas sugerir) se o nódulo tem mais chance de ser benigno ou maligno. Então quando o paciente tem: • História familiar de tireoidite de Hashimoto, nódulo benigno ou bócio = falam a favor de benignidade. • Manifestações de hiper e hipotireoidismo também falam a favor de benignidade. Quando você tem um paciente que o TSH e o T4 livre vêm alterados, isso é muito bom, pois é mais um sinal de que o nódulo é benigno. Se você tem aumento súbito no nódulo, acompanhado de DOR (tem que ser acompanhado de dor), isso fala a favor de um nódulo cístico ou uma tireoidite subaguda, isso são dados que sugerem benignidade. Aumento de nódulo sem dor já começa a nos preocupar. Quais são os dados que nos fazem pensar em malignidade? • Criança e idoso – Abaixo de 18 anos e acima de 70 anos, nós sempre ficamos mais preocupados. Sempre que encontramos um nódulo em pacientes com menos de 18 anos ou acima dos 70 anos, investigamos com um pouquinho mais de cuidado. • Homens (tem risco 2 vezes maior do que mulheres): doenças de tireoide são típicas de mulheres, então quando encontramos um nódulo no homem, a gente olha com mais cuidado pois esse nódulo tem um risco um pouquinho maior de malignidade. 2 • A tireoide é extremamente sensível à radiação, então, paciente que tenha feito radioterapia por qualquer motivo, aumenta muito o risco de câncer de tireoide, então a gente monitora esses pacientes bem de perto, pois são os pacientes que têm mais chance de desenvolver. • Rouquidão: Na enorme maioria das vezes, não tem nada a ver com a tireoide, geralmente a rouquidão só aparece em nódulos malignos que estejam acometendo o nervo laríngeo recorrente; • É muito comum ver paciente dizendo que está com dificuldade de engolir, que está com pigarro. Então, sintomas compressivos (disfagia, disfonia, dispneia), só vai aparecer em nódulo de crescimento muito rápido. Então se você tiver um paciente com rouquidão e com esses sintomas de compressão, de novo, NÃO QUER DIZER QUE É MALIGNO, mas aumenta as chances de malignidade, aumenta nossa preocupação; • Nódulos que crescem rapidamente e que são indolores; • Nódulos duros e fixos; • Presença de linfonodomegalia cervical; • Nódulo grande (> 4 cm). Esses são dados que quando chega um paciente com alteração de tireoide, te ajudam a direcionar e pensar se pode ser maligno ou benigno. Pacientes com menor risco (no quadro abaixo à direita) : são mulheres, entre 20 e 50 anos, com nódulos pequenininhos, não tem linfonodo acometido, esse é o nódulo clássico benigno para gente. Como classificamos os nódulos de tireoide? Primeiramente, classificamos em: ✓ Benigno ✓ Maligno Avaliamos a função da tireoide: ✓ Função normal ✓ Função aumentada (hipertireoidismo) ✓ Função diminuída (hipotireoidismo) A presença de hiper e hipo falam a favor de benignidade. 3 Os nódulos podem ser: ✓ Sólidos (causam um pouco de preocupação); ✓ Císticos (cistos são bolas cheias de líquido, claramente benigno); ✓ Mistos (sendo sólido e cístico) Sempre que temos excesso de T4, a gente diz que o nódulo é TÓXICO. Então: ➢ Bócio nodular atóxico = TSH e T4 livre NORMAIS. ➢ Bócio nodular tóxico = TSH baixo e T4 ELEVADO. Os bócios também podem ser unilonodulares ou multilonodulares. Então tenham na cabeça: vocês palpam a tireoide, achou um nódulo, uma das primeiras coisas que se pede é a função tireoidiana. Nesses casos está indicado solicitar o ANTI-TPO logo de cara. Por quê? Porque sabemos classicamente que esse paciente tem uma doença tireoidiana. ➢ TSH elevado com ANTI-TPO positivo = hipotireoidismo primário (pode ser clínico, subclínico) mas é um hipotireoidismo por tireoidite de Hashimoto. Então, nesses casos os nódulos tendem a ser benignos; ➢ TSH baixo e ANTI-TPO positivo, podendo incluir o TRAB depois = temos um paciente com doença de Graves. ➢ O grande desafio diagnóstico é o paciente que tem um nódulo, quando você dosa o TSH, você vê que ele está BAIXO, e o ANTI-TPO está negativo. E aí você fica com uma pergunta na cabeça. De onde está vindo o T4 que está suprimindo esse TSH? De onde está vindo esse excesso de T4? Está vindo do nódulo ou da glândula? Então, nesses casos onde tenho que descobrir se é um nódulo hiperfuncionante, se é um nódulo que está produzindo T4 de maneira autônoma, se é uma doença de Plumer, que é o nome dessa doença, eu preciso pedir uma CINTILOGRAFIA DE TIREOIDE. ➢ A ÚNICA INDICAÇÃO DE PEDIR CINTILOGRAFIA DE TIREOIDE É O PACIENTE COM NÓDULO DE TIREOIDE E TSH BAIXO. (PORQUE PRECISO SABER SE MEU NÓDULO É QUENTE OU FRIO). Vemos ao lado, claramente um nódulo no polo inferior direito da tireoide, um nódulo quente. Ele está captando todo iodo, é um paciente com doença de plumer. Doença de plumer é isso, um nódulo hiperfuncionante e autônomo. Esse nódulo está produzindo T4 independente dos valores de TSH. Então, se eu identificar um nódulo desse, quais são os tratamentos? ➢ Iodo Radioativo: mesmo iodo da cintilografia, se na cintilografia eu faço menor, na doença de plumer eu faço uma dose maior. Então é o mesmo iodo radioativo, pois quem vai captar todo iodo radioativo é o nódulo, e esse iodo radioativo destrói o nódulo. 4 ➢ Cirurgia: pode fazer uma lobectomia com uma istimectomia. Vai tirar o nódulo, obvio que é a terapia mais efetiva que existe; ➢ Injeção percutânea de etanol: injeta álcool dentro do nódulo, pois ele destrói esse nódulo. Rodrigo, a gente não pode fazer os medicamentos do graves (metimazol e propiltiouracil) para esses pacientes? Esse paciente tem um nódulo hiperfuncionante e autônomo. Então você dando esses remédios ele vai parar de produzir esses hormônios, mas na hora que você tirar o remédio ele vai voltar a produzir. Então pode até fazer a medicação para controlar um pouco o paciente, mas depois será necessária a realização do tratamento definitivo. (dos 3 citados acima, lembrando que o mais efetivo é a cirurgia). O slide a seguir, de acordo com o Rodrigo é o ponto mais importante da aula de hoje. Qual é o exame mais importante para avaliar o nódulo de tireoide? ULTRASSONOGRAFIA BEM FEITA!! É ela que vai dar todas informações possíveis se vou operar um nódulo ou se vou puncioná-lo. De maneira geral: ➢ Nódulos > 1,5 cm com raras exceções, a gente encaminha para a PAAF (punção aspirativa por agulha fina). É feita guiada com o USG, é um citopatológico, não podemos chamar de biópsia pois não tiramos um fragmento e sim células. ➢ Nódulos < de 1,5 cm: normalmente vou olhar as características do nódulo na USG para saber o que eu vou fazer. 5 Esse é um USG NORMAL de tireoide, com ao lobo esquerdo e direito, parecendo uma borboleta. Nos cantos inferiores esquerdo e direito temos duas bolas pretas, que são as carótidas. Lembrar sempre de observar e ecogenicidade da tireoide. Quando eu tenho líquido no USG, ele vai aparecer na cor preta, chamamos de anecóico. Se acharmos uma imagem preta dentro de uma tireoide, estaremosvendo um cisto, e ver um cisto, é uma imagem completamente BENIGNA. Se acharmos um nódulo da mesma cor da tireoide, ou seja, isoecoico, vamos conseguir vê-lo pois ele tem uma borda, também sugerindo BENIGNIDADE. Se por acaso o nódulo for branco, mais branco que a tireoide, ou seja, hiperecóico e sugere BENIGNIDADE. O dado que mais preocupa a gente, é ter um nódulo que não é preto nem branco, é entre o branco e o preto, ele é mais claro do que a tireoide, nós o chamamos de nódulo hipoecoico. Nódulo hipoecoico nos preocupa, é o que mais nos faz pensar em malignidade. Então: ➢ Nódulos císticos, isoecóico, hiperecóico = sugerem benignidade; ➢ Nódulo hipoecoico = nódulo suspeito. Então: ❖ Se o nódulo tiver seus limites precisos, ótimo, também sugere benignidade. ❖ Se os limites forem imprecisos, é um nódulo suspeito. Existe uma coisa chamada calcificação, se o nódulo tiver: ❖ Calcificações grosseiras = sugere benignidade; ❖ Microcalcificações = sugere malignidade. Presença de Halo: ❖ Se o nódulo tiver halo, que o nódulo é bem delimitado = sugere benignidade; ❖ Se não tiver halo = sugere malignidade. Então, precisamos de uma ultrassonografia bem feita para que podemos olhar as características do laudo da USG, e na verdade o ideal é vermos a imagem da USG, porque se ele tiver as características de benignidade, não precisamos fazer nada com esse paciente, apenas repetir a USG a cada 1 ano/ 1 ano e meio. Se eu tiver na dúvida ou se eu tiver um nódulo com características suspeitas, eu vou realizar a PAAF. ✓ Esse é um nódulo que mata a gente de raiva, pois ele é muito pequeno, não é palpável e não deveria ter sido solicitada a USG. ✓ Na imagem aparece um pontinho branco no meio, isso é uma calcificação grosseira, é BENIGNO. ✓ Não tem que fazer nada, não dá nem para puncionar um nódulo desse. Esse é um lobo da tireoide normal, está todo bonitinho. O circulado em vermelho é o lobo da tireoide. COMO DAR O LAUDO DE UM USG: ✓ Esse é um nódulo BENIGNO. ✓ Nódulo que está todo preto! Nos tranquiliza. 6 7 ✓ Esse é um nódulo de 18,9 mm, ou seja, tem todas características de benigno. ✓ Esse nódulo já mudou um pouco. Ainda assim é um nódulo com toda cara de ser benigno. ✓ Se esse nódulo tivesse 3 cm, por conta do tamanho, a gente faria a PAAF. ✓ E a punção tem que ser feita guiada por USG, pois vai entrar em vários lugares, puxando células de todos lados. ✓ Mas batendo o olho nesse nódulo, sabemos que é benigno. Esse é um nódulo que precisamos ficar mais atentos, claramente hipoecóico, mais claro do que a glândula, temos que prestar bem atenção. Embora seja regular e sem microcalcificações. Laudos de ultrassom precisam ser muito bem descritos, com todas essas características, incluindo o tamanho do nódulo. 8 Rodrigo usou essa imagem para contar uma história de um familiar dele, que ele viu um nódulo no pescoço dela e viu que estava grande e que foi de crescimento rápido porque ele a encontra quase toda semana e ela não tinha visto isso antes. Quando ele palpou, achou melhor solicitar uma USG, cujo nódulo tinha as características ao lado. Quando ele viu essas características, tinha tudo para ser benigno, mas era um nódulo grande (3 cm). Eles tinham uma viagem marcada e aí resolveram fazer a PAAF. Se viesse benigno, eles viajariam e ela operaria depois da viagem, se viesse maligno, ela operaria e eles não viajariam. O resultado da PAAF deu BENIGNO. Então, as características ultrassonográficas foram condizentes com as características com o laudo que eu esperaria da punção. Mas de novo, as características da imagem é o que define. Esse nódulo ao lado é feio, foi colocado como se fosse sólido, mas na verdade é um nódulo misto. Tem todas as características de um nódulo SUSPEITO. Não pode dizer ainda que é maligno, estamos dizendo com certeza que esse nódulo vai para uma punção. 9 Nessa imagem, de baixo para cima vamos vendo o risco de malignidade de cada nódulo. ✓ O primeiro, de baixo para cima é um nódulo completamente cístico, ou seja, benigno. ✓ Na segunda fileira, esses nódulos se chamam espongiformes, que ele não explicou anteriormente, mas são nódulos benignos; ✓ Na terceira fileira, vemos um nódulo mais branco do que a tireoide, é hiperecoico, bem regular, perfeitinho. Ao lado dele, vemos um nódulo isoecoico, mas também direitinho, com margens regulares. ✓ O terceiro nódulo da terceira fileira (low suspicion) é misto, mas dentro do nódulo tem uma parte sólida e acima líquida. Na hora que for fazer uma punção desse nódulo tenho que tirar células da parte sólida, pois é ali que se encontra a área suspeita, não adianta puncionar a parte líquida, pois não vai me fornecer informações suficientes. ✓ Na quarta fileira (intermediate suspicion): são nódulos mais suspeitos, pois são hipoecoicos. Eles continuam regulares, mas são claramente hipoecogênicos. ✓ Na quinta e última fileira (high suspicion), o primeiro nódulo é cheio de microcalcificações, não conseguimos ver as margens direito. Os outros nódulos também têm características estranhas. Começamos a ter aumento no risco de malignidade de acordo com as características dos nódulos. Tem mais um dado que podemos utilizar, que não vale muita coisa, mas pode ser feito. É o doppler, ele avalia a vascularização do nódulo. ✓ Na letra A (o áudio cortou na hora gente, porém dá pra ver que tem muito pouca vascularização); 10 ✓ Na letra B, temos uma vascularização periférica; ✓ Na letra C, temos vascularização periférica e central; ✓ Na letra D, temos um nódulo com vascularização central. Os nódulos vinham com o laudo e com uma classificação chamada de Chammas e Lagalla: Quanto mais tem vascularização central, maior seria o risco de câncer. E nos pacientes sem vascularização, não teria um risco tão alto. Mas hoje não é muito usado, pois as características do ultrassom são mais importantes do que as do Doppler. Então o risco de malignidade e fazer biópsia, vai de acordo com as características do USG. Então aquele nódulo que é todo cístico não tem que puncionar. Conforme vai tendo as características, você vai deixando sua indicação de PAAF mais, ou menos evidente. Um bom ultrassom hoje, vai vir sempre com o TI-RADS: Ele utiliza 5 itens: Composição: ✓ Se é cístico ou completamente cístico – 0 pontos 11 ✓ Espongiforme – 0 pontos ✓ Misto- 1 ponto ✓ Sólido – 2 pontos Ecogenicidade: ✓ Anecoico – 0 pontos ✓ Hiper ou isoecoico – 1 ponto ✓ Hipoecoico -2 pontos ✓ Muito hipoecoico – 3 pontos Formato: ✓ Se o shape for do comprimento da glândula – 0 pontos ✓ Se o shape for o contrário da glândula – 3 pontos Também olhar as margens e olhar se tem microcalcificações. O bom ultrassonografista ele vai olhar essa classificação. TI-RADS 1: 0 PONTOS – Nódulo cístico, anecoico, que segue o formato da glândula, de margens bem definidas e sem ecogenicidade.É BENIGNO. NÃO TEM QUE FAZER PUNÇÃO. TI-RADS 2: 2 PONTOS – Sem suspeita, não precisa puncionar. TI-RADS 3: 3 PONTOS – É um nódulo com suspeita baixa. Vai puncionar se ele for MAIOR QUE 2,5 CM, mas se ele tiver abaixo disso, pode seguir. • Se for um nódulo de 4 a 6 pontos, é um nódulo de moderada suspeição. Punciona se o nódulo tiver MAIS DE 1,5 CM; • Se o nódulo tiver 7 pontos ou mais, você punciona se ele tiver MAIS QUE 1,0 CM; Então após a punção: • 70% dos nódulos são benignos • 5% vão vir malignos • 15% vão ser suspeitos • 10% insatisfatórios Então eu vou olhar meu nódulo, classificá-lo com TI-RADS e definir se vou fazer uma punção. Definiu se vai fazer,se fizer, vou buscar no laudo o sistema BETHESDA. 12 Bethesda I: Amostra não suficiente para dar o diagnóstico. Conduta: Repetir PAAF de 6 a 8 semanas. Bethesda II: Nódulo benigno. Conduta: seguimento clínico, repetir USG a cada 1 ano/ 1 ano e meio. Bethesda III: Atipias de significado indeterminado (famoso em cima do muro). Tem o risco de ser maligno, mas não posso afirmar nem que é benigno e nem que é maligno. Conduta: Repetir a PAAF de 6 a 8 semanas. Se repetindo a PAAF, vier bethesda III de novo, é feita uma análise molecular. Se não tiver nenhum gene maligno, não precisa fazer nada. Se tiver a presença de marcadores que sugerem malignidade, você vai mandar operar. Bethesda IV: Suspeito de neoplasia folicular. Pode ser um adenoma ou um carcinoma. 85% das vezes é um adenoma, e 15% pode ser um carcinoma. Você não tem como saber o que é só pela punção, tem que fazer lobectomia, tirando o nódulo. Bethesda V e VI: Têm grande probabilidade de ser malignos, então a gente manda direto para tireoidectomia. PROGNÓSTICO Tipos de câncer de tireoide: temos 4 tipos de CA: papiflífero, folicular, medular e anaplásico. • Papilífero é o mais comum, 90% doa CA de tireoide são desse tipo. Sua grande vantagem é que é BENIGNO. Praticamente não dá metástase, quando dá metástase dá nos linfonodos do pescoço mesmo e normalmente tem prognóstico excelente. • Folicular é um pouco mais agressivo, acomete 10% dos pacientes, nos preocupa um pouco mais, até porque já manda metástases por via hematogênica, podendo chegar em fígado, pulmão etc.; • Medular pega menos de 5% dos casos de tireoide. É extremamente agressivo, está ligado a neoplasia endócrina múltipla. Dá muita metástase e metástases muito rápidas pois evolui por via linfática e diferente dos outros tipos de câncer. Ele produz a calcitonina. • Anaplásico/ indiferenciado: extremamente raro, afeta menos de 1% dos pacientes. É praticamente fatal e mata extremamente rápido, não tem muito o que fazer. TRATAMENTO De uma maneira geral, em câncer de tireoide, nós fazemos TIREOIDECTOMIA TOTAL. E faz esvaziamento linfonodal se tiver metástase regional no pescoço. Quando você tira a tireoide, ela não sai totalmente, ficando um pouco de sua cápsula aderida na traqueia. Então, temos que ter uma maneira de destruir qualquer célula tireoidiana que tenha sobrado, então fazemos um DOSE ABLATIVA COM IODO RADIOATIVO. As células que sobrarem vão pegar esse iodo radioativo e serão completamente destruídas. É um tratamento altamente efetivo para destruir todas células da tireoide que restam no corpo dessa pessoa. Isso é importante, pois uma proteína chamada Tireoglobulina, que só é produzida pela célula tireoidiana. Então, essa tireogloblulina tem que estar praticamente zerada. Então você vai dosando essa tireoglobulina e se ela se manter zerada, perfeito, o paciente está curado. Dosamos a cada 6 meses a 1 ano, se ela está indetectável, ótimo, o paciente está curado. Se a tireoglobulina começar a subir, quer dizer que tem célula tireoidiana aparecendo, então damos uma dose pequena de iodo radioativo e fazemos um PCI (pesquisa de corpo inteiro). 13 Porque se tiver metástase aparecendo, ela vai captar o iodo e vamos ver precisamente onde ela está localizada. Então, se essa metástase captou iodo radioativo, eu dou uma dose maior de iodo, normalmente uma dose que o paciente fica internado, mas exatamente porque essa dose desse iodo tem a capacidade de destruir as metástases, então esse paciente tem uma resposta muito boa ao tratamento. Geralmente, nos CA de tireoide não fazemos nem radio e nem quimioterapia, quem acompanha é o endocrinologista, sem a participação do oncologista, exceto nos casos mais graves. O paciente, à direita, tem um monte de metástases, você deu uma dose de iodo radioativo, ele captou e aí eu pego o mesmo iodo e dou numa dose mais alta, fazendo um efeito ótimo e destruindo essas metástases. OBS: DE MANEIRA NENHUMA SE FAZ IODO RADIOATIVO EM GESTANTE. SE PRECISAR OPERAR PODE OPERAR SEM PROBLEMAS, MAS IODO NÃO SE FAZ.
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