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Fichamento III de Psicopatologia - Transtornos de Humor

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA
FICHAMENTO III DE PSICOPATOLOGIA
GIOVANA GOMES
CAMPINAS 2022
GIOVANA GOMES
FICHAMENTO III DE PSICOPATOLOGIA
Trabalho apresentado à disciplina de Psicopatologia I, da faculdade de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, como parte das atividades de laboratório exigidas para avaliação.
Orientador: 
PUC-CAMPINAS 2022
1. SÍNTESE DAS IDEIAS PRINCIPAIS DOS AUTORES
1.1. Definição de transtorno de humor, descrição clínica, sintomas e critérios diagnósticos
· No passado, os transtornos de humor eram chamados de transtornos depressivos, afetivos ou neuroses depressivas, e apenas com o DSM-III passaram a ser tratados como transtornos do humor
· Tal caracterização se dá porque que possui tal transtorno apresenta desvios em seu humor
· Depressão e mania contribuem para os transtornos de humor
· Depressão, em seu caso mais grave, é chamada de episódio depressivo maior, contando com humor deprimido, duração de, no mínimo, duas semanas, contando com sintomas cognitivos e perturbação de funções físicas
↳ Tal episódio, geralmente, também leva a perda de interesse e falta de
sensações de prazer
↳ Sintomas somáticos, desligamento comportal e emocional e baixa ativação comportamental
↳ Presença de anedonia nos casos mais graves, onde há baixo afeto positivo, além do alto afeto negativo
· Um outros dos estados dos transtornos do humor conta com exacerbação de alegria, entusiamos ou euforia
↳ Mania: prazer extremo, hiperatividade, baixa necessidade de sono,
elaboração de planos grandiosos e sentimento de impotência frente a tudo. Também pode conter fuga de ideias. Precisam durar menos de uma semana para serem diagnosticados, se o caso for muito grave
↳ Às vezes, na mania, o indivíduo fica autodestrutivo e compulsivo em
gastos, demandando internação
↳ O estado deprimido faz parte da mania
↳ Mania pode durar entre três e quatro meses, se não for tratado
↳ Há também o episódio hipomaníaco, que é menos sério e pouco problemático, mas que serve indicativo para outros transtornos do humor
· Mania e depressão caracterizam-se como transtornos do humor unipolares. Entretanto, mania unipolar sozinha é rara, já que há a tendência de que se desenvolva também a depressão
↳ Episódios maníacos isolados são mais recorrentes na adolescência
· Quando há alternação entre depressão e mania, caracteriza-se um transtorno do humor bipolar
↳	Porém,	pode	ser	que	essa alternação não seja plenamente
delimitada, já que podem haver características mistas entre as duas em um mesmo momento
· Atualmente,	compreende-se	que	o	transtorno	bipolar	passa	por	certo desenvolvimento, começando leve e consolidando-se como crônico
· Relevante se atentar ao curso e padrão temporal dos episódios maníacos e depressivos. O curso temporal auxilia nos objetivos do tratamento
1.1.1. Transtornos depressivos
Há vários tipos descritos pelo DSM-V, se diferenciando pela frequência e gravidade dos sintomas e de seu curso
O transtorno depressivo maior é o transtorno do humor de mais fácil reconhecimento, contendo depressão e ausência de mania/hipomania
↳ É raro que ocorra apenas um episódio na vida
↳ Ocorrência de dois episódios com intervalo de, ao menos, dois meses, caracteriza um transtorno depressivo maior recorrente
↳ Estudos demonstram que depressão unipolar tende a ser crônica, com variações de ocorrência, mas nunca desaparecendo por completo
· Transtorno depressivo maior persistente (distimia) é semelhante ao transtorno depressivo maior, mas com um curso e duração diferentes. Poder apresentar menos sintomas, mas com duração da depressão de até mais de trinta anos
↳ Definido como humor deprimido de duração de, ao menos, dois anos,
e com intervalos de episódios menor que de dois meses
↳ Tende a ser visto como mais grave pela maior presença de comorbidades e melhora mais lenta
· Depressão dupla: junção de episódios depressivos maiores e depressão persistente com menos sintomas
· Há critérios extras para os transtornos depressivos, sendo um a classificação da gravidade do episódio em três níveis e outro em oito especificadores, que contam com características psicóticas, síntomas ansiosos, características mistas, características melancólicas, características atípicas, catatonia, início do periparto e padrão sazonal. Dentre esses, alguns adentram o transtorno depressivo maior, outros a ele e ao persistente
· Início e duração
↳ Baixo risco de desenvolver depressão maior até o início da adolescência. A partir dele, o aumento do risco cresce linearmente
↳ Estudos demonstram crescimento em curva U, com sintomas altos em jovens adultos, queda na meia-idade e crescimento na velhice
↳ Aparente aumento dos casos e dos suicídios
↳ Pode durar anos
↳ Primeiro episódio dura de dois a nove meses, caso não seja tratado
· Luto a depressão
↳ O luto pode levar o indivíduo a experienciar diversos sintomas depressivos, ansiosos, entorpecimento emocional e negação, e que às vezes chegam a ser sintomas gravíssimos, demandando tratamento já que tornam os indivíduos suscetíveis a quadros depressivos
↳ Pode surgir luto normal, luto integrado e luto complicado
-Outros transtornos depressivos
↳ Transtorno disfórico pré-menstrual (TDPM) e transtorno disruptivo de desregulação do humor
1.1.2. Transtorno bipolar
· A principal característica é a alternação entre episódios maníacos e depressivos
· Nos estados maníacos, os comportamentos emitidos tendem a não serem percebidos como indevidos pelas pessoas com transtorno bipolar
↳ Costumam achar o estado maníaco agradável e considerar a
medicação aversiva em períodos de desânimo, suspendendo o uso para terem as sensações do estado de mania
· Transtorno ciclotímico
↳ Semelhante ao transtorno depressivo persistente
↳ Há alternância entre depressão e elevação de humor, mas sem alcançar episódio de mania ou episódios depressivos graves
· Possui os mesmos especificadores diagnósticos que os transtornos depressivos
↳	Especificadores	catatônicos ligam-se aos episódios depressivo maiores e, raramente, a episódios maníacos
↳ Especificadores de características psicóticas podem se ligar aos episódios maníacos
bipolar
↳ Especificadores de sintomas ansiosos se manifestam no transtorno
↳	Especificador	de	características	mistas	liga-se	a	episódios
depressivos e maníacos principais
↳ Especificador de ciclagem rápida é exclusivo dos transtornos
bipolares;
1.2. Prevalência dos transtornos de humor
· Estudos atuais demonstram que o transtorno depressivo maior incide em cerca de 16% da população mundial; os transtorno depressivo persistente e depressão maior crônica incide em cerca de 3,5% da população; e o transtorno bipolar incide em cerca de 1% da população
· Mulheres aparentam ter o dobro de propensão aos transtornos de humor, se comparadas aos homens
↳ Elas também são mais propensas a ciclagem rápida, porém, também
há propensão à ansiedade e a fase depressiva, no lugar da maníaca
· Em negros, há uma ligeira propensão menor a transtorno depressivo maior e persistente, mas sem distinções nos transtornos bipolares
· Em crianças e adolescentes, há pouco consenso sobre a prevalência, em decorrência de muitas variações
↳ Entretanto, pode-se afirmar que a prevalência é menor nas crianças
pré-púberes, se comparadas aos adultos, mas que tal prevalência cresce consideravelmente na adolescência
↳ Entre 2 e 5 anos de idade, há incidência de cerca de 15% para
depressão maior, e não aparenta haver diferenças entre os sexos
↳ De 20 a 50% das crianças demonstram sintomas depressivos, mas que não caracterizam transtornos e estados graves
↳ Pensando nos adolescentes, verifica-se a mesma incidência de transtorno depressivo que nos adultos, e com predomínio da manifestação em mulheres
· Em idosos acima de 65 anos, o transtorno depressivo maior aflige metade do grupo
· No transtorno bipolar, a incidência de 1% aparenta ser nivelada, independente da faixa etária
· Já existem indícios de depressão em bebês de 3 meses de idade, e isso se manifestaprincipalmente em filhos de mulheres deprimidas, sem haver clareza se isso se dá por causas biológicas ou sociais
· Há muitas semelhanças entre tais transtornos em diferentes faixas-etárias, sendo que apenas o transtorno disruptivo de desregulação do humor tem peculiaridades, devendo ter o diagnóstico feito até os 12 anos
· Na depressão, durante a infância, há uma manifestação diferenciada, onde crianças de até 3 anos podem manifestá-la por, por exemplo, expressões faciais tristes, irritabilidade, problemas de alimentação e sono, etc, podendo se tornar transtorno disruptivo de desregulação do humor em alguns casos graves
↳ Há índices de depressão pré-escolar como preditora de depressão
posterior, além de aumentar o risco a outros transtornos
· Na mania, até os 9 anos, a manifestação se dá por maior irritabilidade e oscilações emocionais, mas apenas a irritabilidade não contempla o diagnóstico
· Há diferenças expressivas, entretanto, nos padrões de comorbidades entre as faixas-etárias, fazendo com que, por exemplo, se confunda a depressão infantil com o TDAH
↳ Outra diferença, por exemplo, seria no transtorno bipolar
adolescente, que conta com maior agressividade, impulsividade, propensão a acidentes e provocações sexuais
· Transtornos de humor no geral, durante a infância, aumentam a predisposição ao desenvolvimento do transtorno depressivo maior, ansiedade, dependência de substâncias, suicídio, etc
· Pensando na velhice, estudos detectaram taxas de 14% a 42% de depressão em idosos em casas de repouso
↳ Há correlação entre depressão na velhice e problemas para dormir,
ansiedade de doença e agitação
↳ Também se correlaciona a depressão a comorbidades como
alzheimer
↳ Ansiedade liga-se a depressão em um terço dos idosos, assim como
abuso de álcool
↳ Menopausa aparenta aumentar a taxa de depressão feminina
· A manifestação dos transtornos de humor também mudam em decorrência de diferenças culturais, como ansiedade e depressão sendo somáticos em dados grupos
↳ Tais divergências podem ser atribuídas, entre outras coisas, a visão cultural e ao papel do indivíduo na sociedade
· Entre indivíduos criativos e líderes, há historicamente uma ligação com a melancolia, transtornos de humor, incidência de suicídio, mas há apenas hipóteses para explicar tal fenômeno
1.3. Causas dos Transtornos de humor
· São consideradas algumas dimensões para o entendimento das causas dos transtornos
· Dimensão biológica conta com estudos de genética, a fim de compreender até que ponto a influência familiar biológica determina os transtornos. Para isso, os estudos com gêmeos são de suma importância a fim de verificar a hereditariedade dos transtornos de humor, além das influências no âmbito social
↳ Relacionada a essa dimensão, também considera-se os
neurotransmissores, o sistema endócrino, o sono, os ritmos circadianos e diversas estruturas e funcionamentos cerebrais
· Dimensão psicológica e social tem uma relação inextricável com a dimensão orgânica, considerando estudos que relacionam aos transtornos de humor os eventos vitais estressantes, o estresse, o desamparo aprendido, os estilos cognitivos negativos, as vulnerabilidades cognitivas, as questões de gênero e o apoio social
· A partir disso, também surgiu uma terceira dimensão, responsável por integrar a psicológica e a biológica, a fim de compreender os transtornos de humor de uma maneira multifacetada e multideterminada
1.4. Tratamento: intervenções biológicas
· Pelos entendimentos biológicos e neurológicos acerca dos transtornos do humor, tornou-se possível tratá-los de maneiras diversas, havendo uso de medicações, eletroconvulsoterapia e da psicologia, que é um tratamento menos invasivo e que causa menos alterações fisiológicas e neuroquímicas nos pacientes
· Pensando nos medicamentos, há bons resultados de tratamentos com eles para transtornos de humor depressivos, por meio do uso de antidepressivos, que auxiliam na remissão de sintomas e na melhora da qualidade de vida dos pacientes
↳ Alguns dos mais utilizados são das classes inibidores seletivos de recaptação de serotonina e inibidores mistos de recaptação, estão entre eles a fluoxetina, a sertralina, o citalopram, a venlafaxina e a duloxetina
↳ Entretanto, deve-se frisar que uso de tais medicações também pode ter uma série de efeitos diversos e negativos a saúde dos pacientes
↳ É relevante, junto ao uso de medicações, fazer associação aos tratamentos psicológicos
· Já pensando nos transtornos de humor bipolares, para além unicamente da fase depressiva, faz-se uso de estabilizadores de humor, como é o caso do lítio, que previne episódios maníacos que não são tratados e que podem surgir com o uso de antidepressivos
-Eletroconvulsoterapia e estimulação magnética transcraniana também são utilizados nos tratamentos, geralmente quando não há resposta, por parte do paciente, ao uso de medicações. É um tratamento mais invasivo que a medicação, mesmo que se tenha, atualmente, tecnologias que tornam-no seguro
↳ Tais tratamentos são feitos por estímulos elétricos realizados
diretamente no cérebro dos pacientes, durante algumas sessões
↳ Após as sessões, é necessária a continuação do tratamento por meio de medicações e de intervenções psicoterapêuticas
↳ A EMT é um tratamento mais recente e novo, sendo menos doloroso e “agressivo”, e contando com menos efeitos colaterais
2. COMENTÁRIOS
Enquanto lia, o que mais pensei foi em como, no senso comum e nas obras de ficção (como músicas, filmes, literatura, entre outros), os transtornos do humor são extremamente distorcidos, assim como também se dá em outros transtornos psicopatológicos, como vimos acerca da esquizofrenia. A questão, por exemplo, da bipolaridade, é a que me parece ser mais incompreendida, já que é muito recorrente que alguém que aparenta ter mudado rapidamente de humor é
chamado de “bipolar”, o que é incongruente com o real significado de tal transtorno, que não se resume a tais meras mudanças repentinas.
A depressão também passa por falta de compreensão, por ser associada a preguiça, falta de motivação, entre outras coisas, mas aparenta ser retratada, na minha percepção, de uma forma um pouco mais fidedigna e coerente do que os transtornos bipolares.
Outro fator sobre o qual refleti foi sobre como mesmo havendo as distorções dos transtornos, algumas obras têm tido um cuidado maior para abordá-los. Na série Euphoria, a protagonista é uma garota com transtorno bipolar, e a série consegue enfatizar bem os estados depressivos e maníacos da personagem, sendo bem fiéis ao mostrarem, por exemplo, o estado depressivo da personagem, no qual ela não consegue nem sair de sua cama para urinar, se limpar e comer, ficando suja e mal cuidada. Em contrapartida, também aparecem estados de mania em que a jovem tem o que aparenta ser um delírio de grandeza, se envolvendo com traficantes e acreditam ser capaz de liderar um esquema de venda de drogas avaliado em milhares de dólares.
Considero válido também comentar que, novamente, achei o texto destinado ao fichamento como sendo muito didático. Barlow consegue descrever os transtornos de forma clara e completa, trazendo casos reais que exemplificam muito bem os transtornos e dão abertura para uma compreensão ampla e prática dos mesmos.
REFERÊNCIA
BARLOW, D.; DURAND, M. Transtorno de humor. In: Psicopatologia - uma abordagem integrada. 3 ed. São Paulo: Cengage learning, 2020. p.220-261.

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