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Ação, sinais clínicos e tratamento dos pacientes que são picadas por abelhas

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	Mecanismo de ação: O veneno vários peptídeos que formam uma proteína com propriedades hemolítica, cardiotóxica e citotóxica; age como um detergente natural, destruindo as membranas biológicas; age sinergicamente com a fosfolipase A2 na estrutura de fosfolipídios das membranas, atuando também como um fator de difusão; contem apamina, um peptídeo neurotóxico que apresenta profundos efeitos nas funções da medula espinhal, atravessa a barreira hematoliquórica e age como um efetor altamente seletivo de permeabilidade iônica em certas membranas celulares, diminuindo os fluxos de potássio, reduzindo amplamente o tônus inibitório e aumentando a excitabilidade; contem o peptídeo degranulante de mastócito que causa eritemas e dor localizada. Contêm serotonina e histamina que produzem vasodilatação e um aumento de permeabilidade nos capilares sangüíneos, facilitando a penetração das toxinas no tecido. 
	Sinais clínicos: Os locais mais comumente atacados pelas abelhas são as regiões nasal, oral e ocular. Reações de hipersensibilidade ocorrem como resultado de uma ou poucas picadas e não são relacionadas à toxicidade, podendo haver resposta fatal a uma simples picada. Sintomas e sinais de toxicidade incluem náusea, vômito, fraqueza generalizada, hipotensão, edema pulmonar, taquicardia e perda da consciência. Em casos de um número extremo de picadas, a morte ocorre rapidamente por causa da cardiotoxicidade do veneno. Manifestações tardias incluem hematúria, rabdomiólise e insuficiência renal aguda. Há relatos de alterações no mecanismo de coagulação, hemólise intravascular, síndrome da deficiência respiratória aguda, disfunção hepática, hipertensão e lesão do miocárdio (provavelmente devido à liberação de catecolaminas endógenas pela fosfolipase A2 e melitina do veneno), choque, coma, insuficiência renal aguda e hemorragias. Em cães pode desencadear coagulação intravascular disseminada (CID) devido ao dano hepático causado pelo veneno e subseqüente liberação de grandes quantidades de tromboplastina tecidual.
	Tratamento: Não há antídoto específico para cada gênero de abelha. A conduta a ser instituída é o tratamento suporte. A monitoração da ventilação e vigorosa correção da hipovolemia são cruciais na conduta imediata das reações tóxicas a picadas de abelhas. Administrar epinefrina por via SC imediatamente, porque a intoxicação e a anafilaxia podem ocorrer simultaneamente ou pode ser difícil distinguí-las. Administrar anti-histamínicos H1 e H2 pela via intravenosa (cimetidina na dose de 5 a 10 mg/kg três vezes ao dia e difenidramina na dose de 1 a 2 mg/kg duas vezes ao dia). Administrar corticóides (succinato de prednisolona sódica ou hidrocortisona, na dose de 10 mg/kg pela via intravenosa; repetir em 3 a 4 horas se necesário), embora sua ainda não está bem estabelecida. Pode ser indicado alcalinização da urina se a rabdomiólise for grave. Os animais devem ser monitorizados para detectar danos mais graves. Os ferrões devem ser retirados um por um, com o cuidado de evitar-se a inoculação do veneno neles contido.

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