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Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 76 AULA 03: Poder Executivo. Poder Judiciário. SUMÁRIO PÁGINA 1-Poder Executivo 1-30 2-Poder Judiciário 31-67 3- Lista de Questões 68-74 4- Gabarito 75-76 1. Poder Executivo I. Presidencialismo No presidencialismo, o Presidente da República acumula as funções de Chefe de Governo e Chefe de Estado. Já no parlamentarismo, o chefe de Estado é o Rei ou o Presidente da República, enquanto o chefe de Governo é o Gabinete, chefiado pelo Primeiro-Ministro. “Puxa, Nádia... Estou confuso (a)...Qual a diferença entre chefe de Governo e chefe de Estado?” A chefia de Estado é a própria representação do Estado, principalmente no que se refere às relações internacionais. O chefe do Estado está acima da política, e por isso é responsável pela nomeação de cargos sem caráter político. Por isso, no presidencialismo, quando exerce a função de chefe de Estado, o Presidente da República não presta contas de seus atos ao Poder Legislativo, pois não há cunho político em suas decisões. Por outro lado, a chefia de Governo está fortemente relacionada à política, visando principalmente à realização de ações e tomada de decisões com base nos anseios dos diversos setores sociais. Assim, de posse desses conceitos, podemos perceber que o presidencialismo se diferencia do parlamentarismo pela maior independência de poderes. No presidencialismo, o chefe do governo escolhe e nomeia seus ministros, sem qualquer interferência do Legislativo, enquanto no parlamentarismo o Parlamento e o Gabinete não subsistem sem o apoio um do outro. Em alguns casos, é o Parlamento que nomeia os integrantes do Gabinete. Em outros, é o chefe do Executivo que os nomeia, desde que haja apoio da maioria parlamentar (é o caso da Inglaterra, por exemplo). Outro importante aspecto do presidencialismo é que os governantes possuem mandato por prazo certo. No Parlamentarismo, isso não ocorre: o Primeiro-Ministro permanece no cargo enquanto possuir maioria parlamentar. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 76 Por fim, no Presidencialismo há responsabilidade do governo diretamente perante o povo. Já no Parlamentarismo esta se dá perante o parlamento: caso o Primeiro Ministro perca o apoio parlamentar, exonera-se imediatamente. O quadro a seguir resume as principais características do Presidencialismo: Com base no que acabamos de estudar e no art. 1º da Constituição Federal, podemos concluir que a República Federativa do Brasil apresenta as seguintes características: II. Funções do Poder Executivo A função típica do Poder Executivo é a executiva, que se consubstancia pela aplicação da lei aos casos concretos. Essa função executiva subdivide-se em função de governo (atribuições de decisão política) e função administrativa (intervenção, fomento e prestação de serviço público). P R E S I D E N C I A L I S M O MAIOR INDEPENDÊNCIA ENTRE OS PODERES MANDATO POR PRAZO CERTO ACÚMULO DAS FUNÇÕES DE CHEFE DE GOVERNO E CHEFE DE ESTADO RESPONSABILIDADE PERANTE O POVO República Federativa do Brasil •Forma de estado = Federação •Regime político = Democracia •Forma de governo = República •Sistema de governo = Presidencialismo Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 76 Além de sua função típica, o Executivo exerce outras, atípicas. Cabe a esse Poder legislar (por meio da edição de medidas provisórias e decretos autônomos) e julgar (contencioso administrativo). 1. (Cespe/2010/TRE-MT) Tanto as tarefas de chefe de Estado como as de chefe de governo integram o rol de competências privativas do presidente da República. Comentários: O Poder Executivo é personificado pelo Presidente da República, que acumula as funções de Chefe de Governo e Chefe de Estado. Questão correta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 76 III. Investidura e posse Determina o art. 77, § 1º, da Constituição, que a eleição do Presidente da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado. O § 2º do mesmo artigo estabelece, ainda, que será considerado eleito Presidente o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e os nulos. Assim, tanto o Presidente quanto o Vice-Presidente da República são eleitos pelo sistema majoritário, no qual é eleito o candidato com maior número de votos. Destaca-se que o sistema majoritário, em regra, divide-se em duas espécies básicas: sistema majoritário puro ou simples ou sistema majoritário de dois turnos. Pelo primeiro (puro ou simples), considera-se eleito o candidato que obtiver o maior número de votos. A Carta Magna adotou esse sistema para a eleição dos Senadores (art. 46, CF) e de prefeitos municipais, em Municípios com menos de 200 mil eleitores (CF, art. 29, II). Já pelo segundo (sistema de dois turnos), será considerado eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos (não computados os em branco e os nulos). Caso não obtenha essa maioria na primeira votação, será realizado um novo turno de votações. Esse método é adotado pela Lei Fundamental para as eleições de Presidente da República, Governador de Estado e Distrito Federal e Prefeitos de Municípios com mais de 200 mil eleitores (CF, art. 77). O art. 77, “caput”, da Constituição Federal, determina que a eleição do Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato presidencial vigente. Com isso, determina que à eleição para esses cargos aplica-se o sistema majoritário de dois turnos, pelo qual o candidato só se elege pela maioria absoluta dos votos, que, não sendo obtida no primeiro turno, será garantida em um segundo turno. A Constituição define, ainda, nos § 4º e 5º do art. 77 da CF, que se, antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o de maior votação. Além disso, se remanescer, em segundo lugar, mais de um candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão conjunta do Congresso Nacional, em 1º de janeiro, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 76 independência do Brasil. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força MAIOR, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. Observe que o cargo só será considerado vago se nenhum dos candidatos (Presidente e Vice) comparecer. A existência de força maior também modifica a situação, conforme o esquema abaixo: Sobre o mandato presidencial, destaca-se ainda que, de acordo com oart. 82 da Carta Magna, este é de quatro anos e terá início em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da eleição do Presidente da República. É permitida a reeleição para um único período subsequente. Para finalizar o tópico, destaca-se que a Constituição exige alguns requisitos para a candidatura ao cargo de Presidente e Vice-Presidente da República: Ser brasileiro nato (art. 12, § 3º, CF); Estar no gozo dos direitos políticos; Ter mais de 35 anos; Não ser inelegível (não incidir em nenhuma das hipóteses de inelegibilidade previstas na Carta Magna); Possuir filiação partidária. IV. Substituição e sucessão Ausência de força maior PR não comparece O candidato a Vice assumirá o mandato como Presidente e exercerá integralmente o mandato sem Vice-Presidente PR e Vice não comparecem O cargo será considerado vago Força maior PR não comparece O eleito Vice assumirá o mandato de Presidente temporariamente, até que o eleito para este cargo tome posse Vice não comparece O eleito Presidente exercerá seu cargo sem Vice até que este seja empossado Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 76 Os impedimentos são afastamentos temporários do Presidente da República, ocorrendo, por exemplo, quando este se afasta do País. Quando ocorrem, o Vice-Presidente substitui o Presidente no cargo. Já a vacância é o afastamento definitivo do Presidente, com consequente sucessão do Vice-Presidente no cargo, ocorrendo nas seguintes situações: O art. 79, “caput”, da Constituição, determina que substituirá o Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice- Presidente. Reza o art. 80 da Carta Magna que em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. Destaca-se que a sucessão presidencial, no caso de vacância definitiva do cargo, antes do término do mandato, possui regras diferenciadas, dependendo de quem o substitua, bem como do período que restar para o término do mandato. Assim, só o Vice-Presidente pode suceder o Presidente definitivamente. Os demais (Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do Supremo Tribunal Federal) o farão temporariamente, até que ocorra nova eleição, conforme a tabela a seguir: H I P Ó T E S E S D E V A C  N C I A D O C A R G O D E P R E S I D E N T E D A R E P Ú B L I C A PELO NÃO-COMPARECIMENTO PARA A POSSE DENTRO DE DEZ DIAS DA DATA FIXADA PARA A MESMA, EXCETO POR FORÇA MAIOR POR MORTE, RENÚNCIA, PERDA OU SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS E PERDA DA NACIONALIDADE BRASILEIRA POR CRIME DE RESPONSABILIDADE, OU COMUM, MEDIANTE DECISÃO DO SENADO FEDERAL OU DO STF, RESPECTIVAMENTE AUSÊNCIA DO PAÍS POR MAIS DE QUINZE DIAS, SEM LICENÇA DO CONGRESSO NACIONAL Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 76 É importante destacar que a hipótese prevista no § 2º do art. 81 da Carta Magna é a uma modalidade de eleição indireta. Trata-se de uma exceção no processo eleitoral, que só é legítima porque foi prevista pelo constituinte originário. Eu sabia que você iria me perguntar isso... É possível a previsão de eleição indireta no ordenamento jurídico dos Estados? Mesmo não havendo lei federal permissiva, entende o STF que lei estadual poderá prever, sim, eleição indireta em Estado, caso haja previsão para a realização desta na Constituição Estadual. Isso porque, mesmo dispondo a Constituição, em seu art. 22, I, que compete privativamente à União legislar sobre direito eleitoral, a lei que prevê eleição indireta em Estado não é, segundo a Corte, materialmente eleitoral, visto que apenas regula a sucessão “extravagante” do Chefe do Poder Executivo. Por fim, é importante destacar que o art, 83 da Constituição dispõe que o Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, sob pena de perda do cargo. Trata-se de uma previsão para evitar que a cadeira presidencial fique sem representante por um longo período. Afinal, o Brasil não pode ficar muito tempo sem o seu líder (ou sua líder, já que temos uma Presidenta!). Durante o período de afastamento, o cargo ficará ocupado pelo Vice-Presidente ou pelos sucessores presidenciais, na forma do art. 80. Um ponto importante a se destacar é que, segundo o STF, tanto a necessidade de autorização para o afastamento do Chefe do Executivo quanto a penalidade de perda de cargo, em caso de descumprimento, são normas de reprodução obrigatória pelos demais entes federativos. Trata-se de uma consequência do princípio da simetria. VACÂNCIA DOS CARGOS DE PRESIDENTE E VICE- PRESIDENTE NOS DOIS PRIMEIROS ANOS DO MANDATO... ELEIÇÃO DIRETA NOVENTA DIAS DEPOIS DE ABERTA A ÚLTIMA VAGA NOS DOIS ÚLTIMOS ANOS DO MANDATO... ELEIÇÃO INDIRETA, PELO CONGRESSO NACIONAL, TRINTA DIAS APÓS ABERTA A ÚLTIMA VAGA Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 76 2. (ESAF/Procurador da Fazenda/1998) Será considerado eleito Presidente o candidato que, computados os votos brancos e nulos, obtiver a maioria absoluta de votos. Comentários: Não se computam os votos brancos e nulos na eleição do Presidente de República (art. 77, § 2º, CF). Questão incorreta. 3. (ESAF/2006/CGU) Na eleição para Presidente da República, se antes do segundo turno ocorrer a morte do candidato a Presidente da República, o candidato a Vice-Presidente assume a cabeça da chapa e, no caso de sua eleição, em seus impedimentos, ele será substituído, sucessivamente, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, pelo Presidente do Senado Federal e pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal. Comentários: Nesse caso, será convocado para o segundo turno, dentre os remanescentes, o de maior votação (art. 77, § 4º, CF). Questão incorreta. 4. (ESAF/2006/IRB) Por força de disposição constitucional, as posses do Presidente e do Vice-Presidente da República deverão ser sempre simultâneas, sob pena dos cargos serem declarados vagos. Comentários: Estabelece o parágrafo único do art. 78 da Constituição que se decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice- Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago. Observe que o cargo só será considerado vago se nenhum dos candidatos (Presidente e Vice) comparecer. Não há necessidade de que as posses sejam simultâneas. Questão incorreta. 5. (ESAF/2009/Receita Federal) Vagando os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 76 A eleição, em regra, se dará em noventa dias após aberta a última vaga (art. 81, CF). Questão correta. 6. (ESAF/2006/ENAP) Ocorrendo a vacância simultânea, nos últimos dois anos do período presidencial, dos cargos de Presidente e de Vice-Presidente da República, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depoisda última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. Comentários: É o que determina o art. 81, § 1º, da Carta Magna. Questão correta. 7. (ESAF/2006/ENAP) Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados e o do Supremo Tribunal Federal. Comentários: Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. Memorize bem essa ordem! Questão incorreta. 8. (ESAF/2004/MPU) Haverá eleições indiretas para presidente e vicepresidente da República se ambos os cargos ficarem vagos nos dois últimos anos do período presidencial. Comentários: É o que determina o no § 2º do art. 81 da Carta Magna. Questão correta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 76 V. Atribuições do Presidente da República As atribuições do Presidente da República enquanto Chefe de Estado e Chefe de Governo estão enumeradas no art. 84 da Constituição Federal. Veja quais são elas, na tabela a seguir: Compete privativamente ao Presidente da República... I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal; III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição; IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; VI - dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos; VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; X - decretar e executar a intervenção federal; XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias; XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei; XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 76 Compete privativamente ao Presidente da República... para os cargos que lhes são privativos; XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador- Geral da República, o presidente e os diretores do Banco Central e outros servidores, quando determinado em lei; XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União; XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos na Constituição, e o Advogado-Geral da União; XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII; XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional; XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional; XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional; XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos na Constituição; XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 76 termos do art. 62; XXVII - exercer outras atribuições previstas na Constituição. No que se refere à função de comandante supremo das Forças Armadas, não se trata de título honorífico, mas de verdadeira função de comando e direção das atividades do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. De acordo com o parágrafo único do art. 84 da Carta Magna, o Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações. Nesse sentido, entende o STF que o presidente da República pode delegar aos ministros de Estado, por meio de decreto, a atribuição de demitir, no âmbito das suas respectivas pastas, servidores públicos federais (STF, Primeira Turma, RMS 24128 DF, julgamento 06.04.2005). A lista do art. 84 da Carta Magna é exemplificativa, conforme se depreende do inciso XXVII do art. 84 da Constituição, que diz que o Presidente da República exercerá outras atribuições previstas na Constituição. Em regra, essas atribuições são indelegáveis, só podendo ser exercidas pelo Presidente da República ou por quem o substituir ou suceder. Entretanto, o parágrafo único do art. 84 permite que o Presidente delegue algumas atribuições aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da União: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 76 VI. Poder regulamentar O poder regulamentar é uma das mais importantes prerrogativas do Poder Executivo, estando previsto no art. 84, IV, da Constituição, que estabelece que cabe privativamente ao Presidente da República expedir decretos e regulamentos para a fiel execução das leis. Os decretos e regulamentos são, portanto, atos normativos infralegais, devendo subordinar-se às leis. Segundo a doutrina, classificam-se em: Atribuições delegáveis do PR Dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos Conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei Prover os cargos públicos federais, na forma da lei Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br14 de 76 O art. 84, VI, da CF/88 prevê hipóteses de edição de decreto autônomo. Esses atos, por serem primários, têm a mesma hierarquia das leis formais, situando-se logo abaixo da Constituição. Submetem-se, por isso, ao controle de constitucionalidade por Ação Direta de Inconstitucionalidade genérica, segundo o STF (ADI 3.232, Rel. Min. Cezar Peluso, DJE de 03.10.2008). Os regulamentos de execução, segundo a doutrina e a jurisprudência, visam à fiel execução da lei (STF, Pleno, ADIN no 1.435-8/DF, medida liminar, DJU, 06.08.1999). Buscam detalhar a lei, não criam direitos nem obrigações diversas das previstas no texto legal. Essa vedação, conforme lição de Alexandre de Moraes, não significa que o regulamento deva se limitar a reproduzir o texto da lei, sob pena de inutilidade. Caberá ao Poder Executivo evidenciar e explicitar todas as previsões legais, decidindo a melhor forma de executá-las e, eventualmente, até mesmo suprindo lacunas de ordem prática ou técnica. Decretos ou regulamentos de execução • São atos normativos secundários, sendo editados para possibilitar a fiel execução de uma lei. Sua edição é competência indelegável do Chefe do Executivo. Exercem a função de uniformizar a aplicação da lei, assegurando a observância do princípio da igualdade, ou seja, que a Administração atuará da mesma forma diante de casos semelhantes. Decretos ou regulamentos autorizados • São atos regulamentares que complementam a lei com base em expressa determinação nela contida. Essa lei deve determinar precisamente os contornos dos decretos ou regulamentos autorizados. São editados principalmente por órgãos administrativos de natureza técnica, como as agências reguladoras, por exemplo. Decretos ou regulamentos autônomos • São atos normativos primários que disciplinam a organização ou a atividade administrativa, extraindo sua validade diretamente da Constituição. Existem em nosso ordenamento jurídico desde a EC no 32/2001 (art. 84, VI, da CF). A competência para sua edição pode ser delegada, nos termos do parágrafo único do art. 84 da CF. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 76 9. (ESAF/2007/PGFN) Compete ao Presidente da República a nomeação dos Ministros de Estado, a qual, em certas situações, se condiciona à aprovação do Conselho da República. Comentários: Compete ao Presidente, de fato, como vimos (art. 84, I, CF) nomear e exonerar os Ministros do Estado. Entretanto, não há nenhuma situação prevista na Constituição em que esta nomeação esteja condicionada à aprovação do Conselho da República. Questão incorreta. 10. (ESAF/2006/CGU) Conforme estabelece a Constituição Federal, o Presidente da República só poderá comutar penas depois da audiência prévia dos órgãos instituídos em lei. Comentários: O art. 84, XII da Constituição determina que compete ao Presidente da República conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei. Portanto, a audiência será discricionária, não obrigatória, como diz o enunciado. Questão incorreta. 11. (ESAF/2006/IRB) Compete ao Presidente da República nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros dos Tribunais Superiores, o presidente e os diretores do Banco Central. Comentários: É o que determina o art. 84, XIV, da Constituição Federal. Questão correta. 12. (ESAF/2002/MRE) Antes de nomear o Ministro de Estado das Relações Exteriores o Presidente da República deve necessariamente submeter o nome por ele escolhido para o cargo à aprovação de comissão da Câmara dos Deputados instituída para acompanhar a política externa do Governo. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 76 A CF/88 não faz tal exigência. A escolha do Ministro de Estado das Relações Exteriores é de juízo discricionário do Presidente da República, tendo caráter político. Questão incorreta. 13. (ESAF/2006/CGU) Compete ao Presidente da República exercer o comando supremo das Forças Armadas e ao Ministro de Estado da Defesa, por força das suas atribuições administrativas, a nomeação dos oficiais-generais para os cargos que lhes são privativos. Comentários: Dispõe a CF/88, em seu art. 84, XIII, que compete ao Presidente da República exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos. Questão incorreta. 14. (ESAF/2007/PGFN) Entre as competências do Presidente se encontra a de convocar o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, embora eventualmente possa delegar a atribuição de presidi-los. Comentários: De fato, determina a Constituição que compete privativamente ao Presidente da República convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional (art. 81, XVIII, CF). Entretanto, tais atribuições, diferentemente do que diz o enunciado, são indelegáveis. Questão incorreta. 15. (ESAF/2007/PGFN) As atribuições constitucionais do Presidente da República na condição de Chefe de Estado são delegáveis aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União. Comentários: Em regra, as atribuições constitucionais do Presidente da República são indelegáveis, havendo apenas algumas hipóteses excepcionais em que a delegação é possível. Questão incorreta. 16. (ESAF/2006/ENAP) A competência do Presidente da República para permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente pode ser delegada ao Ministro de Estado da Defesa, por expressa previsão constitucional. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 76 Essa atribuição não é delegável, por não constar das hipóteses previstas no art. 84, parágrafo único da Constituição. Questão incorreta. 17. (ESAF/2006/CGU) Compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre a criação ou extinção de órgãos públicos, desde que não implique aumento de despesa. Comentários: Não pode o Presidente, por decreto autônomo, criar ou extinguir órgãos públicos. Questão incorreta. 18. (ESAF/2004/MPU) É da competência privativa do presidente da república extinguir, mediante decreto, funções ou cargos públicos. Comentários: Compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto autônomo, sobre: Note que a competência do Presidente se limita à extinção, mediante decreto, de cargos e funções públicas quando vagos. Questão incorreta. 19. (ESAF/2003/Ministério do Trabalho) Embora a Constituição Federal determine que a criação ou extinção de cargos, no âmbito do Poder Executivo, deva ocorrer por meio de lei, no caso do cargo estar vago, sua extinção poderá se dar por meio de Decreto do Presidente da República. Comentários: De fato, a CF/88 determina, em seu art. 48, X, que a criação ou extinção de cargos, no âmbito do Poder Executivo, deve ocorrer por meio de lei. Contudo, excepciona essa regra em seu art. 84, VI, “b”, ao permitir que a D e c re to A u tô n o m o Organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos Extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos Acesse www.baixarveloz.netDireito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 76 extinção do cargo ou da função pública, quando vagos, se dê por decreto do Presidente da República. Questão correta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 76 VII. Vice-Presidente e Ministros de Estado A Constituição confere ao Vice-Presidente diversas funções, que, segundo Alexandre de Moraes, podem ser classificadas em próprias ou típicas ou impróprias ou atípicas: Funções próprias ou típicas: são aquelas para as quais o cargo de Vice-Presidente foi criado, sendo-lhe inerentes. Podem resultar de previsão expressa da Constituição ou de lei complementar. São elas: substituição (CF, art. 79), sucessão (CF, art. 80), participação nos Conselhos da República (CF, art. 89, I) e de Defesa Nacional (CF, art. 91, I), bem como as eventuais atribuições estabelecidas pela lei complementar prevista no art. 79, parágrafo único, da Carta Magna. Funções impróprias: funções de auxílio ao Presidente da República, nos termos do art. 79 da Constituição, sempre que por ele convocado para missões especiais. Os Ministros de Estado são livremente nomeáveis e exoneráveis pelo Presidente da República, sendo escolhidos dentre brasileiros natos ou naturalizados, maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos (art. 87, “caput”, CF). O Ministro da Defesa, como você se lembra, necessariamente deverá ser brasileiro nato. O art. 87, parágrafo único, da Constituição, arrola em lista exemplificativa as atribuições dos Ministros de Estado, conforme a tabela a seguir: A T R I B U I Ç Õ E S D O S M I N I S T R O S D E E S T A D O ( L I S T A E X E M P L I F I C A T I V A ) PRATICAR OS ATOS PERTINENTES ÀS ATRIBUIÇÕES QUE LHE FOREM OUTORGADAS OU DELEGADAS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA APRESENTAR AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA RELATÓRIO ANUAL DE SUA GESTÃO NO MINISTÉRIO EXPEDIR INSTRUÇÕES PARA A EXECUÇÃO DAS LEIS, DECRETOS E REGULAMENTOS EXERCER A ORIENTAÇÃO, COORDENAÇÃO E SUPERVISÃO DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL NA ÁREA DE SUA COMPETÊNCIA E REFERENDAR OS ATOS E DECRETOS ASSINADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 76 VIII. Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional Esses dois órgãos têm função consultiva, ou seja, manifestam-se, em caráter opinativo, quando consultados pelo Presidente da República. Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio, bem como sobre as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. Já o Conselho de Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático. Do Conselho da República participam: Os membros grifados com amarelo são, como você verá a seguir, comuns ao Conselho da República e ao Conselho de Defesa Nacional. Do Conselho de Defesa Nacional participam: O art. 91, § 1º, CF/88, enumera as competências do Conselho de Defesa Nacional: Membros do Conselho da República • O Vice-Presidente da República • O Presidente da Câmara dos Deputados • O Presidente do Senado Federal • Os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados • Os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; • O Ministro da Justiça • Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de três anos, vedada a recondução. Membros do Conselho da Defesa Nacional • O Vice-Presidente da República • O Presidente da Câmara dos Deputados • O Presidente do Senado Federal • O Ministro da Justiça • O Ministro de Estado da Defesa • O Ministro das Relações Exteriores • O Ministro do Planejamento • Os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 76 Opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, nos termos desta Constituição; Opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal; Propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos recursos naturais de qualquer tipo; Estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado democrático. Dica: note os verbos usados para descrever as competências. Todos demonstram o caráter opinativo do Conselho. IX. Responsabilização do Presidente da República A Constituição Federal prevê a responsabilização do Presidente da República pela prática de crimes de responsabilidade. Trata-se de infrações político-administrativas cometidas no exercício do cargo cujas sanções importam em vacância do cargo, ou seja, na saída do agente do cargo e sua inabilitação por certo período de tempo para o exercício de funções públicas. O artigo 85 da Constituição prevê que alguns atos do Presidente da República configuram-se crimes de responsabilidade, conforme a tabela a seguir: ‘ A competência para processar e julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade é do Senado Federal, após autorização da Câmara dos Deputados, por 2/3 de seus membros. No julgamento do Presidente da República, funcionará como Presidente o do STF. C R I M E S D E R E S P O N S A B I L I D A D E D O P R - O S Q U E A T E N T A M C O N T R A A C O N S T I T U I Ç Ã O F E D E R A L E , E S P E C I A L M E N T E , C O N T R A A EXISTÊNCIA DA UNIÃO O LIVRE EXERCÍCIO DO PODER LEGISLATIVO, DO PODER JUDICIÁRIO, DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DOS PODERES CONSTITUCIONAIS DAS UNIDADES DA FEDERAÇÃO O EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS, INDIVIDUAIS E SOCIAIS A SEGURANÇA INTERNA DO PAÍS A PROBIDADE NA ADMINISTRAÇÃO Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 76 Qualquer cidadão tem legitimidade para oferecer acusação contra o Presidente da República à Câmara dos Deputados pela prática de crime de responsabilidade. Nesse caso, o exame da Câmara se fará por critérios políticos, sendo assegurado ao Presidente da República o direito ao contraditório e à ampla defesa. Caso admitida a acusação pela Câmara, o Senado Federal estará vinculado ao julgamento do Presidente da República, ou seja, este não poderá decidir pelo não julgamento. Entretanto, da mesma forma que ocorre na Câmara, o julgamento do Senado tem cunho político. Instaurado o julgamento, o Presidente da República fica suspenso de suas funções, retornando a elas em caso de absolvição ou de decurso do prazo de cento e oitenta dias sem conclusão do julgamento, sem prejuízo do regular andamento do processo. A condenação do Presidente da Repúblicaserá proferida por 2/3 dos membros do Senado Federal, em votação nominal aberta. Acarretará a perda do cargo, com a inabilitação, por oito anos, para o exercício de função pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. A sentença será formalizada por Resolução do Senado Federal. No que se refere aos crimes comuns, a Constituição garante ao Presidente da República algumas prerrogativas e imunidades processuais. Primeiramente, a Carta Magna exige autorização prévia da Câmara dos Deputados, por dois terços dos seus membros (art. 86, “caput”, CF) para que o Presidente da República seja processado e julgado. A segunda imunidade é a vedação à prisão do Presidente da República, nas infrações penais comuns, enquanto não sobrevier sentença condenatória (art. 86, § 3º, CF). Assim, o Presidente da República, ao contrário do que ocorre com os parlamentares, não pode sofrer prisão em flagrante, em nenhuma hipótese. Trata-se da chamada imunidade formal em relação à prisão. Finalmente, durante o seu mandato, o Presidente da República tem uma relativa irresponsabilidade pela prática de atos estranhos ao exercício de suas funções. Assim, o Chefe do Executivo só poderá ser responsabilizado, durante seu mandato, pela prática de atos referentes à atividade presidencial. É a chamada imunidade penal relativa. Essa última imunidade só se aplica a infrações de natureza penal. Assim, pode haver apuração, durante o mandato do Presidente da República, de responsabilidade civil, administrativa, fiscal ou tributária. Destaca-se que, segundo o STF, tanto a imunidade formal em relação à prisão quanto a imunidade penal relativa não se estendem aos Governadores Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 76 do Estado e do Distrito Federal e nem aos Prefeitos por atos normativos próprios (editados por esses entes federativos). Isso porque somente a Corte pode, por reserva constitucional, legislar sobre prisão. Os processos referentes a crimes comuns praticados pelo Presidente da República são julgados pelo STF. Entretanto, diferentemente do que ocorre nos casos de crime de responsabilidade, a autorização da Câmara não vincula o STF, podendo o Tribunal rejeitar a denúncia ou queixa-crime. Caso o STF receba a denúncia ou queixa-crime, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções pelo prazo máximo de cento e oitenta dias, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (art.86, § 1º, CF). 20. (ESAF/2008/CGU) Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito à prisão. Comentários: Trata-se da chamada imunidade formal em relação à prisão (art. 86, § 3º, CF). Questão correta. 21. (ESAF/2001/SERPRO) O Presidente da República não pode ser preso enquanto durar o seu mandato. Comentários: O Presidente da República poderá ser preso sim, quando sobrevier sentença condenatória. Questão incorreta. 22. (ESAF/2006/CGU) O Presidente da República comete crime de responsabilidade se praticar ato que atente contra a lei orçamentária. Comentários: O artigo 85 da Constituição prevê que alguns atos do Presidente da República configuram-se crimes de responsabilidade, conforme a tabela a seguir: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 76 Questão correta. 23. (ESAF/2007’/PGFN) Em caso de crime de responsabilidade do Presidente da República, a competência para o julgamento é do Senado Federal, sendo que a condenação depende da deliberação favorável do equivalente a 2/3 dos votos daquela Casa Parlamentar. Comentários: De fato, a competência para processar e julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade é do Senado Federal, após autorização da Câmara dos Deputados, por 2/3 de seus membros (art. 52, parágrafo único, CF/88). Questão correta. 24. (ESAF/2006/ENAP) Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, por infrações penais comuns ou por crimes de responsabilidade, ficará o Presidente da República, em consequência da admissão da acusação, suspenso das suas funções até o término do processo. Comentários: Determina o art. 86 da Carta Magna que, admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. Os §§ 1º e 2º do mesmo artigo determinam, adicionalmente, que o Presidente ficará suspenso de suas funções: i) nas infrações penais comuns, se recebida a C R I M E S D E R E S P O N S A B I L I D A D E D O P R - O S Q U E A T E N T A M C O N T R A A C O N S T I T U I Ç Ã O F E D E R A L E , E S P E C I A L M E N T E , C O N T R A A EXISTÊNCIA DA UNIÃO O LIVRE EXERCÍCIO DO PODER LEGISLATIVO, DO PODER JUDICIÁRIO, DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DOS PODERES CONSTITUCIONAIS DAS UNIDADES DA FEDERAÇÃO O EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS, INDIVIDUAIS E SOCIAIS A SEGURANÇA INTERNA DO PAÍS A PROBIDADE NA ADMINISTRAÇÃO A LEI ORÇAMENTÁRIA O CUMPRIMENTO DAS LEIS E DAS DECISÕES JUDICIAIS Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 76 denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; ii) nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. Note que a suspensão das funções do Presidente se dará por cento e oitenta dias, podendo ser encerrada antes do final do processo. Questão incorreta. 25. (ESAF/2007/PGFN) O Presidente ficará suspenso de suas funções nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade quando autorizados os respectivos processamentos pela Câmara dos Deputados. Comentários: A suspensão do processo se dá em dois momentos diferentes, conforme o tipo de processo sofrido pelo Presidente da República (o art. 86, § 1º, I e II, CF). São eles: Questão incorreta. 26. (ESAF/2004/MPU) O presidente da República ficará suspenso de suas funções se, no caso de acusação de prática de infrações penais comuns, for admitida a acusação, pela Câmara dos Deputados, por quorum qualificado. Comentários: Nos termos do art. 86, § 1º, da CF/88, o Presidente da República ficará suspenso de suas funções, no caso de acusação de prática de infração penal comum, apenas se for recebida a denúncia ou queixa-crime pelo STF. Questão incorreta. CRIME COMUM SUSPENSÃO NO MOMENTO EM QUE É RECEBIDA A DENÚNCIA OU QUEIXA- CRIME PELO STF CRIME DE RESPONSABILIDADE SUSPENSÃO PÓS A INSTAURAÇÃO DO PROCESSO PELO SENADO FEDERAL Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 76 27. (ESAF/2008/CGU) O Presidente ficará suspenso de suas funções nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal. Comentários: É o que determina o art. 86, § 1º, I, da Constituição. Questão correta. 28. (ESAF/2008/CGU) O Presidente ficará suspenso de suasfunções nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. Comentários: É o que determina o art. 86, § 1º, II, da Constituição. Questão correta. 29. (ESAF/2008/CGU) Se, decorrido o prazo de trezentos e sessenta e cinco dias, o julgamento do Presidente não tiver sido concluído, cessará o seu afastamento, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. Comentários: Determina o art. 86, § 2º, da Constituição que, se decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento do Presidente da República não estiver concluído, cessará seu afastamento, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo. Questão incorreta. 30. (ESAF/2008/CGU) O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Comentários: É o que dispõe o art. 86, § 4º, da CF/88. Trata-se da chamada imunidade penal relativa. Questão correta. 31. (ESAF/2007/PGFN) Se a Câmara dos Deputados autorizar a abertura de processo contra o Presidente da República, o Senado, no caso dos crimes de responsabilidade, poderá entender pelo não- prosseguimento se verificar desde logo a impertinência das acusações. Comentários: A decisão da Câmara vincula o Senado Federal vincula o Senado Federal. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 76 32. (ESAF/2002/SRF/Adaptada) O Presidente da República rresponde a processo criminal, qualquer que seja o crime que lhe seja imputado, perante o Superior Tribunal de Justiça. Comentários: No caso de crime comum, o Presidente será julgado perante o STF e, no de crime de responsabilidade, pelo Senado Federal. Em ambas as hipóteses, deverá haver autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus membros (controle político), do recebimento da denúncia ou da queixa-crime pelo STF. Questão incorreta. 33. (ESAF/2002/SRF/Adaptada) O Presidente da República, na vigência do seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. Comentários: É o que determina o art. 86, § 4º, da Constituição Federal. Questão correta. 34. (ESAF/2006/CGU) Nos termos da Constituição Federal, o Presidente da República, na vigência de seu mandato, só pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções quando o ilícito for de natureza penal. Comentários: O Presidente da República não poderá ser responsabilizado por nenhum ato estranho ao exercício de suas funções, ainda que se trate de ilícito penal (art. 86, § 4º, da Constituição Federal). Questão incorreta. 35. (ESAF/1998/Auditor-Fiscal do Ceará) Os Ministros de Estado somente poderão ser processados e julgados nos processos por crime comum após a autorização da Câmara dos Deputados. Comentários: Essa exigência se restringe ao Presidente da República, não se estendendo aos Ministros de Estado. Questão incorreta. 36. (ESAF/2006/PFN) Consolidou-se o entendimento de que o Presidente da República não dispõe de foro por prerrogativa de função para responder a ação por crime de responsabilidade. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 76 O Presidente da República possui, sim, foro de prerrogativa de função para responder a ação por crime de responsabilidade, uma vez que só poderá ser julgado pelo Senado Federal, que funcionará como Tribunal político. Questão incorreta. 37. (ESAF/1998/Auditor-Fiscal do Ceará) A imunidade a atos estranhos ao exercício das funções, prevista na Constituição Federal em relação ao Presidente da República, pode ser estendida aos Governadores de Estado. Comentários: Segundo o STF, tanto a imunidade formal em relação à prisão quanto a imunidade penal relativa não se estendem aos Governadores do Estado e do Distrito Federal e nem aos Prefeitos por atos normativos próprios (editados por esses entes federativos). Isso porque somente a Corte pode, por reserva constitucional, legislar sobre prisão. Dado seu caráter didático, reproduziremos parte do texto da decisão do STF. Entende a Corte que “o Estado-membro, ainda que em norma constante de sua própria Constituição, não dispõe de competência para outorgar ao Governador a prerrogativa extraordinária da imunidade a prisão em flagrante, a prisão preventiva e a prisão temporária, pois a disciplinação dessas modalidades de prisão cautelar submete-se, com exclusividade, ao poder normativo da União Federal, por efeito de expressa reserva constitucional de competência definida pela Carta da República. (...) Os Estados-membros não podem reproduzir em suas próprias Constituições o conteúdo normativo dos preceitos inscritos no art. 86, §§ 3º e 4º da Carta Federal, pois as prerrogativas contempladas nesses preceitos da Lei Fundamental – por serem unicamente compatíveis com a condição institucional de Chefe de Estado – são apenas extensíveis ao Presidente da República (ADI 1.080, j. 19.10.1995). Questão incorreta. 38. (ESAF/1998/Auditor-Fiscal do Ceará) A definição de crime de responsabilidade e a fixação das regras do processo de impeachment no âmbito estadual são da competência privativa da União. Comentários: É esse o entendimento do STF. Questão correta. 39. (ESAF/2009/ANA) O Conselho da República é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 76 É o Conselho da Defesa Nacional (não o da República) o órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático. Questão incorreta. 40. (ESAF/2006/ENAP) Nos termos da Constituição Federal, uma vez convocado, pelo Presidente da República, para pronunciar-se sobre questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas, as manifestações do Conselho da República serão vinculativas das decisões e das ações executivas do governo. Comentários: As manifestações do Conselho são meramente opinativas, não vinculando as decisões do governo. Questão incorreta. 41. (ESAF/2006/IRB) Em razão de sua condição de mero órgão de consulta, a audiência prévia do Conselho de Defesa Nacional, pelo Presidente da República, para fins de decretação do estado de defesa é facultativa, decorrendo de decisão discricionária do Presidente da República. Comentários: Nesse caso, por força do art. 136 da Constituição Federal, o Conselho de Defesa Nacional deverá, necessariamente, ser ouvido. Veja o que determina o texto constitucional: Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza. Destaca-se, porém, que a manifestação do Conselho tem caráter opinativo, não vinculando a decisão do Presidente da República. Questão incorreta. 42. (ESAF/2004/MPU) São membros natos do Conselho de Defesa Nacional os líderes da maioria e da minoria, no Senado Federal e na Câmara dos Deputados. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucionalpara ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 76 Os líderes da maioria e da minoria das Casas Legislativas são membros do Conselho da República, não do Conselho da Defesa Nacional (art. 89, IV e V, CF/88). Questão incorreta. 43. (ESAF/2004/MPU) Integram o Conselho da República o vice- presidente da República e o Ministro do Planejamento. Comentários: O Ministro do Planejamento não faz parte do Conselho da República (art. 89, CF). Questão incorreta. 44. (ESAF/2004/MPU) Compete ao Conselho de Defesa Nacional, órgão superior de consulta do presidente da República, opinar sobre as questões relevantes para a estabilidade das instituições nacionais. Comentários: Compete ao Conselho da República, nos termos do art. 90 da Constituição, pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio, bem como sobre as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 76 2. Poder Judiciário Como você sabe, o Poder Judiciário é um dos três Poderes que compõem a República Federativa do Brasil (art. 2º, CF). Cabe a ele defender a Constituição, garantindo a integridade do ordenamento jurídico, bem como dar solução aos conflitos, assegurando a efetiva aplicação do direito. Cabe ao Judiciário exercer a função jurisdicional, de “dizer o direito” (jus dicere), aplicando a lei aos casos concretos. Por isso, em qualquer sistema de governo – presidencialista ou parlamentarista – o Poder Judiciário é plenamente independente, a fim de evitar que ingerências políticas prejudiquem o exercício de sua função. O Poder Judiciário tem o monopólio da jurisdição. Isso porque a Constituição determina, no art. 5º, XXXV, que “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Com isso, garante-se a tutela dos direitos fundamentais e a aplicação da Justiça. Com o propósito de proporcionar ao Estado brasileiro um Judiciário imparcial e independente, a Constituição Federal conferiu diversas garantias ao Judiciário, afastando-o da influência dos outros Poderes e dos particulares. Isso porque, nas palavras de Gilmar Mendes 1 “ao Poder Judiciário incumbe exercer o último controle da atividade estatal, manifeste-se ela por ato da Administração ou do próprio Poder Legislativo (controle de constitucionalidade).” São exemplos dessas garantias a disposição constitucional de que constituem crime de responsabilidade do Presidente da República os atos que atentam contra o livre exercício do Poder Judiciário (art. 85, II, CF) e a vedação de que medida provisória ou lei delegada discipline as garantias dos magistrados (art. 62, § 1º, I, “c” e art. 68, § 1º, I, CF). Outra importante garantia é a previsão constitucional de que ao Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira (art. 99, CF). A autonomia financeira se traduz na elaboração, pelos tribunais, de suas respectivas propostas orçamentárias, dentro dos limites estipulados pela Lei de Diretrizes Orçamentárias. Além disso, essa autonomia é fortalecida pela disposição constitucional de que os recursos provenientes das custas e emolumentos sejam destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça (art. 98, § 2º, CF). Nesse sentido, reza a CF/88 que: Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia administrativa e financeira. 1 Curso de Direito Constitucional, Editora Saraiva, 6ª Edição, 2011. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 76 § 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. § 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros tribunais interessados, compete: I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos respectivos tribunais; II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais. § 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na forma do § 1º deste artigo. § 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual. § 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. Note que a CF/88 fixa uma exceção para a realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias (LDO): despesas previamente autorizadas pela abertura de créditos suplementares ou especiais. A autonomia administrativa do Judiciário, por sua vez, se reflete na previsão constitucional de que aos tribunais do Poder Judiciário compete: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 76 Compete aos tribunais (autonomia administrativa) Eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas de processo e das garantias das partes, dispondo sobre a competência e funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; Organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício da respectiva atividade correicional; Prover, segundo a forma prevista na Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; Propor a criação de novas varas judiciárias; Prover, por concurso público, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de confiança, assim definidos em lei; Conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem diretamente vinculados. O STF, os Tribunais Superiores e os Tribunais de Justiça podem, ainda, propor ao Legislativo, observados os limites estabelecidos na Lei de Responsabilidade Fiscal: A alteração do número de membros dos tribunais inferiores; A criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados; A fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; A criação ou extinção dos tribunais inferiores; A alteração da organização e da divisão judiciárias. 45. (ESAF/2008/MPOG) Compete privativamente aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo a alteração da organização e da divisão judiciárias. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF–Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 76 É o que determina o art. 96, II, “d”, da Constituição Federal. Questão correta. 46. (ESAF/2004/MPU) No âmbito da União, o encaminhamento, para o Executivo, da proposta orçamentária dos órgãos do poder judiciário é da competência do presidente do Supremo Tribunal Federal. Comentários: No âmbito da União, o encaminhamento da proposta orçamentária dos órgãos do Poder Judiciário compete tanto ao Presidente do STF quanto aos Presidentes dos Tribunais Superiores (art. 99, § 2o, I, CF). Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 76 I. As Garantias do Poder Judiciário A Constituição Federal prevê que lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, com observância de vários princípios, que enumeraremos a seguir. O primeiro deles diz respeito ao ingresso na carreira. Determina a Constituição que o cargo inicial será o de juiz substituto e que o ingresso se dará mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de classificação. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), considera-se atividade jurídica (art. 59, Resolução n. 75/2009-CNJ): Aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito; O efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a participação anual mínima em cinco atos privativos de advogado (Lei 8.906/94) em causas ou questões distintas; O exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico; O exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados especiais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, no mínimo de 16 horas mensais e durante 1 ano; O exercício de atividade de mediação ou de arbitragem na composição de litígios. Digna de nota é a vedação, nessa Resolução, da contagem do estágio acadêmico ou de qualquer outra atividade anterior à colação de grau de bacharel em Direito para efeito de comprovação de atividade jurídica. Essa posição é corroborada pelo STF. Entende a Corte que os três anos de atividade jurídica contam-se da data da conclusão do curso de Direito e que a expressão “atividade jurídica” corresponde ao desempenho de atividades privativas de bacharel em Direito, devendo a comprovação desses requisitos ocorrer na data da inscrição no concurso (ADI 3.460/DF, 31.08.2006, DJ de 15.06.2007). Destaca-se, ainda, a decisão do STF de que é constitucional o requisito de dois anos de bacharelado em Direito para que os candidatos possam se inscrever no concurso público para o cargo de Procurador da República (ADI 1.040/ Notícias STF, 11.11.2004). Outro importante princípio a ser observado no Estatuto da Magistratura é o da promoção na carreira, de entrância para entrância, alternadamente, por antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes regras: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 76 Promoção obrigatória do juiz que figurar por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento; Promoção por merecimento com requisitos de dois anos de exercício na respectiva entrância e integrar, o juiz, o primeiro quinto da lista de antiguidade desta, salvo se não houver, com tais requisitos, quem aceite o lugar vago; Merecimento avaliado por desempenho e critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição, bem como pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; Recusa do juiz mais antigo, na apuração da antiguidade, somente pelo voto fundamentado de dois terços dos membros do respectivo tribunal, assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até se fixar a indicação; Não promoção de juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o respectivo despacho ou decisão; O Estatuto também deverá prever acesso aos tribunais de segundo grau alternadamente por antiguidade e merecimento, apurados na última ou única instância. É o caso do acesso dos desembargadores aos Tribunais Regionais Federais, do Trabalho e Eleitorais, por exemplo. Também deverá o Estatuto determinar a previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, sendo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em cursos oficiais ou reconhecidos por escola de formação e aperfeiçoamento de magistrados. Outro princípio a ser previsto no Estatuto é a residência do juiz na respectiva comarca, salvo autorização do tribunal. Além disso, o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa. O Estatuto da Magistratura também deverá garantir a publicidade e a motivação das decisões. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação. As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros. Outra importante previsão é a que se refere ao órgão especial. Nos tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 76 Também deverá ser assegurada a atividade jurisdicional ininterrupta, sendo vedadas férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente. Trata-se do princípio da ininterruptabilidade da jurisdição, que não permite exceção nem mesmo por Resolução do CNJ (ADI 3.823-MC, DJ de 23.11.2007, pendente de julgamento). Observe que essa regra não se aplica aos Tribunais Superiores. Além disso, visando a garantir a eficiência do Judiciário, o número de juízes na unidade jurisdicional deverá ser proporcional à efetiva demanda judicial e à respectiva população. Também os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração E atos de mero expediente sem caráter decisório. Além disso, a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição. Outra importante exigência da Carta Magna diz respeito ao quinto constitucional. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será compostode membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação. Essa regra, apesar de o art. 94 só fazer referência explícita aos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados, Distrito Federal e Territórios, aplica-se também aos tribunais do trabalho e ao Superior Tribunal de Justiça. Na escolha desses membros, os órgãos de representação dos advogados e Ministério Público elaboram lista sêxtupla (com seis indicações) com candidatos que preencham os requisitos constitucionais, sendo três deles escolhidos pelo tribunal, que forma lista tríplice e a encaminha ao Chefe do Executivo. Este escolherá um dos três candidatos para nomeação. É importante destacar que entende o STF que, não havendo membros do Ministério Público que preencham os requisitos constitucionais, pode haver preenchimento da lista sêxtupla (elaborada pelo órgão de representação do Ministério Público) com candidatos com menos de dez anos de carreira (ADI 1.289, Inf. 304/STF) Também entende o STF que o Tribunal pode recusar a lista sêxtupla, desde que fundada a recusa em razões objetivas. Não cabe, entretanto, ao Tribunal, substituir a lista sêxtupla encaminhada pela entidade de classe por outra que o próprio órgão componha. A lista deverá ser devolvida à organização para que esta a refaça, total ou parcialmente (MS 25.624, DJ de 19.12.2006). Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 76 É importante ressaltar que o quinto constitucional, em regra, não se aplica aos Tribunais Superiores. A exceção se dá quanto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST). II. As Garantias dos Magistrados De acordo com José Afonso da Silva, as garantias do Judiciário podem ser de dois tipos: institucionais (que protegem o Judiciário como instituição) e funcionais ou de órgãos, que abrange a vitaliciedade, a inamovibilidade, a irredutibilidade dos subsídios e a imparcialidade dos membros do Judiciário (na forma de vedações). Como eu adoro esquematizar a matéria, vou sintetizar as três principais garantias funcionais em um gráfico: A vitaliciedade confere a garantia, ao magistrado, de que ele só perderá o cargo por sentença judicial transitada em julgado, com todas as garantias inerentes ao processo. Essa regra, entretanto, comporta uma exceção, que é a perda de cargo por determinação do Senado Federal, no caso de crime de responsabilidade cometido pelos Ministros do STF ou pelos membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Essa garantia é adquirida após dois anos de efetivo exercício do cargo, no caso de juiz que ingressou na carreira por meio de concurso público de provas e títulos e imediatamente para os membros dos Tribunais. Assim, o VITALICIEDADE •AQUISIÇÃO: APÓS DOIS ANOS DE EXERCÍCIO PARA OS MAGISTRADOS DO PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO E A PARTIR DA POSSE PARA OS DEMAIS. IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIOS •EVITA QUE O MAGISTRADO SOFRA PRESSÕES POR MEIO DA REDUÇÃO DE SEU SUBSÍDIO, GARANTINDO-SE, COM ISSO, A INDEPENDÊNCIA NECESSÁRIA AO EXERCÍCIO JURISDICIONAL. INAMOVIBILIDADE •GARANTIA DE QUE O MAGISTRADO PERMANECERÁ EM SUA SEDE DE ATIVIDADE. CASOS EM QUE É POSSÍVEL A REMOÇÃO: -> COM SUA CONCORDÂNCIA; -> POR INTERESSE PÚBLICO (DECISÃO DA MAIORIA ABSOLUTA DO RESPECTIVO TRIBUNAL OU DO CNJ, ASSEGURADA AMPLA DEFESA) •EXCEÇÃO: OS JUÍZES MILITARES, MESMO TENDO ESSA GARANTIA, DEVERÃO ACOMPANHAR AS FORÇAS EM OPERAÇÃO JUNTO ÀS QUAIS TENHAM DE SERVIR. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 76 empossado pela regra do quinto constitucional adquire vitaliciedade no momento da posse, estando dispensado de estágio probatório. A garantia da inamovibilidade assegura ao juiz que este não será removido, de uma localidade para outra (ou mesmo de uma comarca ou sede para outra), sem o seu consentimento. Assegura, também, que ele não será afastado da apreciação de um caso ou de um processo por mecanismos institucionais. A remoção, em regra, só poderá se dar com a concordância do magistrado. Há, contudo, uma exceção, prevista constitucionalmente: a remoção (ou mesmo disponibilidade ou aposentadoria) do magistrado por interesse público. Nesse caso, deverá haver decisão da maioria absoluta do respectivo tribunal ou do CNJ, assegurada ampla defesa. Por fim, a irredutibilidade de vencimentos afasta a possibilidade de que lei reduza os subsídios pagos aos juízes. Visa-se, com isso, proteger o Judiciário contra pressões do Legislativo. 47. (ESAF/2004/MPU) A inamovibilidade, como garantia do juiz, não admite exceções. Comentários: Há uma exceção à inamovibilidade: é possível a remoção, independentemente do consentimento do juiz, no caso de interesse público, mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa (art. 128, § 5o, I, “b”, CF). Questão incorreta. 48. (ESAF/2004/MPU) Para concorrer à vaga de juiz em Tribunal Regional Federal, no quinto constitucional, o membro do Ministério Público deverá ter mais de dez anos de carreira e ser indicado, pelo seu órgão, em lista sêxtupla, a ser encaminhada ao respectivo tribunal. Comentários: Segundo o art. 94, “caput”, da Carta Magna, um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF– Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 03 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 76 anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Questão correta. 49. (ESAF/2006/CGU) Só poderá ser promovido por merecimento o juiz que demonstrar dois anos de exercício na respectiva entrância e que integrar a primeira quinta parte da lista de antiguidade para a promoção. Comentários: A Carta Magna abre a possibilidade de, mesmo quem não preencher tais requisitos ser promovido. Isso é possível se não houver, dentre os que preencherem tais requisitos, quem aceite o lugar vago (art. 93, II, “b”, CF). Questão incorreta. 50. (ESAF/2004/MPU) Após a vitaliciedade, o juiz só perderá seu cargo por deliberação administrativa tomada por maioria qualificada do Pleno do Tribunal a que estiver vinculado. Comentários: Após a vitaliciedade, a perda do cargo se dará por sentença judicial transitada em julgado (art. 95, I, CF). Questão incorreta. 51. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) Nos termos da Constituição Federal, os servidores do Poder Judiciário poderão receber delegação para a prática de atos administrativos e atos de mero expediente com caráter decisório, desde que, no último caso, a conduta estabelecida no ato já esteja sumulada no Tribunal. Comentários: Segundo o art. 93, XIV, da Constituição, os servidores receberão delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter decisório. Não há exigência de que o ato
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