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AULA 03: Poder Executivo. Poder Judiciário. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1-Poder Executivo 1-30 
2-Poder Judiciário 31-67 
3- Lista de Questões 68-74 
4- Gabarito 75-76 
1. Poder Executivo 
I. Presidencialismo 
 No presidencialismo, o Presidente da República acumula as funções de 
Chefe de Governo e Chefe de Estado. Já no parlamentarismo, o chefe de 
Estado é o Rei ou o Presidente da República, enquanto o chefe de Governo é o 
Gabinete, chefiado pelo Primeiro-Ministro. 
 “Puxa, Nádia... Estou confuso (a)...Qual a diferença entre chefe de 
Governo e chefe de Estado?” 
A chefia de Estado é a própria representação do Estado, principalmente 
no que se refere às relações internacionais. O chefe do Estado está acima da 
política, e por isso é responsável pela nomeação de cargos sem caráter 
político. Por isso, no presidencialismo, quando exerce a função de chefe de 
Estado, o Presidente da República não presta contas de seus atos ao Poder 
Legislativo, pois não há cunho político em suas decisões. 
Por outro lado, a chefia de Governo está fortemente relacionada à 
política, visando principalmente à realização de ações e tomada de decisões 
com base nos anseios dos diversos setores sociais. 
Assim, de posse desses conceitos, podemos perceber que o 
presidencialismo se diferencia do parlamentarismo pela maior independência 
de poderes. No presidencialismo, o chefe do governo escolhe e nomeia seus 
ministros, sem qualquer interferência do Legislativo, enquanto no 
parlamentarismo o Parlamento e o Gabinete não subsistem sem o apoio um do 
outro. Em alguns casos, é o Parlamento que nomeia os integrantes do 
Gabinete. Em outros, é o chefe do Executivo que os nomeia, desde que haja 
apoio da maioria parlamentar (é o caso da Inglaterra, por exemplo). 
Outro importante aspecto do presidencialismo é que os governantes 
possuem mandato por prazo certo. No Parlamentarismo, isso não ocorre: o 
Primeiro-Ministro permanece no cargo enquanto possuir maioria parlamentar. 
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Por fim, no Presidencialismo há responsabilidade do governo 
diretamente perante o povo. Já no Parlamentarismo esta se dá perante o 
parlamento: caso o Primeiro Ministro perca o apoio parlamentar, exonera-se 
imediatamente. 
O quadro a seguir resume as principais características do 
Presidencialismo: 
 
Com base no que acabamos de estudar e no art. 1º da Constituição 
Federal, podemos concluir que a República Federativa do Brasil apresenta as 
seguintes características: 
 
II. Funções do Poder Executivo 
 A função típica do Poder Executivo é a executiva, que se consubstancia 
pela aplicação da lei aos casos concretos. Essa função executiva subdivide-se 
em função de governo (atribuições de decisão política) e função administrativa 
(intervenção, fomento e prestação de serviço público). 
P
R
E
S
I
D
E
N
C
I
A
L
I
S
M
O
 
MAIOR INDEPENDÊNCIA ENTRE OS PODERES 
MANDATO POR PRAZO CERTO 
ACÚMULO DAS FUNÇÕES DE CHEFE DE GOVERNO E 
CHEFE DE ESTADO 
RESPONSABILIDADE PERANTE O POVO 
República Federativa do Brasil 
•Forma de estado = Federação 
•Regime político = Democracia 
•Forma de governo = República 
•Sistema de governo = Presidencialismo 
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 Além de sua função típica, o Executivo exerce outras, atípicas. Cabe a 
esse Poder legislar (por meio da edição de medidas provisórias e decretos 
autônomos) e julgar (contencioso administrativo). 
 
1. (Cespe/2010/TRE-MT) Tanto as tarefas de chefe de Estado como 
as de chefe de governo integram o rol de competências privativas do 
presidente da República. 
Comentários: 
O Poder Executivo é personificado pelo Presidente da República, que 
acumula as funções de Chefe de Governo e Chefe de Estado. Questão correta. 
 
 
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III. Investidura e posse 
 Determina o art. 77, § 1º, da Constituição, que a eleição do Presidente 
da República importará a do Vice-Presidente com ele registrado. O § 2º do 
mesmo artigo estabelece, ainda, que será considerado eleito Presidente o 
candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de 
votos, não computados os em branco e os nulos. 
 Assim, tanto o Presidente quanto o Vice-Presidente da República são 
eleitos pelo sistema majoritário, no qual é eleito o candidato com maior 
número de votos. 
 Destaca-se que o sistema majoritário, em regra, divide-se em duas 
espécies básicas: sistema majoritário puro ou simples ou sistema majoritário 
de dois turnos. 
 Pelo primeiro (puro ou simples), considera-se eleito o candidato que 
obtiver o maior número de votos. A Carta Magna adotou esse sistema para a 
eleição dos Senadores (art. 46, CF) e de prefeitos municipais, em Municípios 
com menos de 200 mil eleitores (CF, art. 29, II). 
Já pelo segundo (sistema de dois turnos), será considerado eleito o 
candidato que obtiver a maioria dos votos válidos (não computados os em 
branco e os nulos). Caso não obtenha essa maioria na primeira votação, será 
realizado um novo turno de votações. Esse método é adotado pela Lei 
Fundamental para as eleições de Presidente da República, Governador de 
Estado e Distrito Federal e Prefeitos de Municípios com mais de 200 mil 
eleitores (CF, art. 77). 
 O art. 77, “caput”, da Constituição Federal, determina que a eleição do 
Presidente e do Vice-Presidente da República realizar-se-á, simultaneamente, 
no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de 
outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do 
mandato presidencial vigente. Com isso, determina que à eleição para esses 
cargos aplica-se o sistema majoritário de dois turnos, pelo qual o candidato só 
se elege pela maioria absoluta dos votos, que, não sendo obtida no primeiro 
turno, será garantida em um segundo turno. 
A Constituição define, ainda, nos § 4º e 5º do art. 77 da CF, que se, 
antes de realizado o segundo turno, ocorrer morte, desistência ou 
impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os remanescentes, o 
de maior votação. Além disso, se remanescer, em segundo lugar, mais de um 
candidato com a mesma votação, qualificar-se-á o mais idoso. 
 O Presidente e o Vice-Presidente da República tomarão posse em sessão 
conjunta do Congresso Nacional, em 1º de janeiro, prestando o compromisso 
de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o 
bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a 
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independência do Brasil. Se, decorridos dez dias da data fixada para a posse, o 
Presidente ou o Vice-Presidente, salvo motivo de força MAIOR, não tiver 
assumido o cargo, este será declarado vago. 
 Observe que o cargo só será considerado vago se nenhum dos 
candidatos (Presidente e Vice) comparecer. A existência de força maior 
também modifica a situação, conforme o esquema abaixo: 
 
 
 Sobre o mandato presidencial, destaca-se ainda que, de acordo com oart. 82 da Carta Magna, este é de quatro anos e terá início em primeiro de 
janeiro do ano seguinte ao da eleição do Presidente da República. É permitida 
a reeleição para um único período subsequente. 
 Para finalizar o tópico, destaca-se que a Constituição exige alguns 
requisitos para a candidatura ao cargo de Presidente e Vice-Presidente da 
República: 
 Ser brasileiro nato (art. 12, § 3º, CF); 
 Estar no gozo dos direitos políticos; 
 Ter mais de 35 anos; 
 Não ser inelegível (não incidir em nenhuma das hipóteses de 
inelegibilidade previstas na Carta Magna); 
 Possuir filiação partidária. 
IV. Substituição e sucessão 
Ausência de 
força maior 
PR não 
comparece 
O candidato a Vice assumirá o 
mandato como Presidente e 
exercerá integralmente o mandato 
sem Vice-Presidente 
PR e Vice não 
comparecem 
O cargo será considerado vago 
Força maior 
PR não 
comparece 
O eleito Vice assumirá o mandato 
de Presidente temporariamente, até 
que o eleito para este cargo tome 
posse 
Vice não 
comparece 
O eleito Presidente exercerá seu 
cargo sem Vice até que este seja 
empossado 
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 Os impedimentos são afastamentos temporários do Presidente da 
República, ocorrendo, por exemplo, quando este se afasta do País. Quando 
ocorrem, o Vice-Presidente substitui o Presidente no cargo. 
 Já a vacância é o afastamento definitivo do Presidente, com consequente 
sucessão do Vice-Presidente no cargo, ocorrendo nas seguintes situações: 
 
 O art. 79, “caput”, da Constituição, determina que substituirá o 
Presidente, no caso de impedimento, e suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-
Presidente. 
 Reza o art. 80 da Carta Magna que em caso de impedimento do 
Presidente e do Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão 
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara 
dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal Federal. 
 Destaca-se que a sucessão presidencial, no caso de vacância definitiva 
do cargo, antes do término do mandato, possui regras diferenciadas, 
dependendo de quem o substitua, bem como do período que restar para o 
término do mandato. Assim, só o Vice-Presidente pode suceder o Presidente 
definitivamente. Os demais (Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal e do Supremo Tribunal Federal) o farão temporariamente, até que 
ocorra nova eleição, conforme a tabela a seguir: 
H
I
P
Ó
T
E
S
E
S
 
D
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 V
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C
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Ú
B
L
I
C
A
 
PELO NÃO-COMPARECIMENTO PARA A POSSE 
DENTRO DE DEZ DIAS DA DATA FIXADA PARA A 
MESMA, EXCETO POR FORÇA MAIOR 
POR MORTE, RENÚNCIA, PERDA OU SUSPENSÃO 
DOS DIREITOS POLÍTICOS E PERDA DA 
NACIONALIDADE BRASILEIRA 
POR CRIME DE RESPONSABILIDADE, OU 
COMUM, MEDIANTE DECISÃO DO SENADO 
FEDERAL OU DO STF, RESPECTIVAMENTE 
AUSÊNCIA DO PAÍS POR MAIS DE QUINZE DIAS, 
SEM LICENÇA DO CONGRESSO NACIONAL 
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 É importante destacar que a hipótese prevista no § 2º do art. 81 da 
Carta Magna é a uma modalidade de eleição indireta. Trata-se de uma 
exceção no processo eleitoral, que só é legítima porque foi prevista pelo 
constituinte originário. 
Eu sabia que você iria me perguntar isso... É possível a previsão de 
eleição indireta no ordenamento jurídico dos Estados? 
Mesmo não havendo lei federal permissiva, entende o STF que lei 
estadual poderá prever, sim, eleição indireta em Estado, caso haja previsão 
para a realização desta na Constituição Estadual. Isso porque, mesmo 
dispondo a Constituição, em seu art. 22, I, que compete privativamente à 
União legislar sobre direito eleitoral, a lei que prevê eleição indireta em Estado 
não é, segundo a Corte, materialmente eleitoral, visto que apenas regula a 
sucessão “extravagante” do Chefe do Poder Executivo. 
 Por fim, é importante destacar que o art, 83 da Constituição dispõe que 
o Presidente e o Vice-Presidente da República não poderão, sem licença do 
Congresso Nacional, ausentar-se do País por período superior a quinze dias, 
sob pena de perda do cargo. 
 Trata-se de uma previsão para evitar que a cadeira presidencial fique 
sem representante por um longo período. Afinal, o Brasil não pode ficar muito 
tempo sem o seu líder (ou sua líder, já que temos uma Presidenta!). Durante o 
período de afastamento, o cargo ficará ocupado pelo Vice-Presidente ou pelos 
sucessores presidenciais, na forma do art. 80. 
 Um ponto importante a se destacar é que, segundo o STF, tanto a 
necessidade de autorização para o afastamento do Chefe do Executivo quanto 
a penalidade de perda de cargo, em caso de descumprimento, são normas de 
reprodução obrigatória pelos demais entes federativos. Trata-se de uma 
consequência do princípio da simetria. 
VACÂNCIA 
DOS CARGOS 
DE 
PRESIDENTE 
E VICE-
PRESIDENTE 
NOS DOIS 
PRIMEIROS 
ANOS DO 
MANDATO... 
ELEIÇÃO DIRETA NOVENTA 
DIAS DEPOIS DE ABERTA A 
ÚLTIMA VAGA 
NOS DOIS 
ÚLTIMOS 
ANOS DO 
MANDATO... 
ELEIÇÃO INDIRETA, PELO 
CONGRESSO NACIONAL, 
TRINTA DIAS APÓS ABERTA A 
ÚLTIMA VAGA 
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2. (ESAF/Procurador da Fazenda/1998) Será considerado eleito 
Presidente o candidato que, computados os votos brancos e nulos, 
obtiver a maioria absoluta de votos. 
Comentários: 
Não se computam os votos brancos e nulos na eleição do Presidente de 
República (art. 77, § 2º, CF). Questão incorreta. 
3. (ESAF/2006/CGU) Na eleição para Presidente da República, se 
antes do segundo turno ocorrer a morte do candidato a Presidente da 
República, o candidato a Vice-Presidente assume a cabeça da chapa e, 
no caso de sua eleição, em seus impedimentos, ele será substituído, 
sucessivamente, pelo Presidente da Câmara dos Deputados, pelo 
Presidente do Senado Federal e pelo Presidente do Supremo Tribunal 
Federal. 
 
Comentários: 
 Nesse caso, será convocado para o segundo turno, dentre os 
remanescentes, o de maior votação (art. 77, § 4º, CF). Questão incorreta. 
4. (ESAF/2006/IRB) Por força de disposição constitucional, as 
posses do Presidente e do Vice-Presidente da República deverão ser 
sempre simultâneas, sob pena dos cargos serem declarados vagos. 
Comentários: 
Estabelece o parágrafo único do art. 78 da Constituição que se 
decorridos dez dias da data fixada para a posse, o Presidente ou o Vice-
Presidente, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será 
declarado vago. Observe que o cargo só será considerado vago se nenhum dos 
candidatos (Presidente e Vice) comparecer. Não há necessidade de que as 
posses sejam simultâneas. Questão incorreta. 
5. (ESAF/2009/Receita Federal) Vagando os cargos de Presidente e 
Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de 
aberta a última vaga. 
Comentários: 
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A eleição, em regra, se dará em noventa dias após aberta a última vaga 
(art. 81, CF). Questão correta. 
6. (ESAF/2006/ENAP) Ocorrendo a vacância simultânea, nos 
últimos dois anos do período presidencial, dos cargos de Presidente e 
de Vice-Presidente da República, a eleição para ambos os cargos será 
feita trinta dias depoisda última vaga, pelo Congresso Nacional, na 
forma da lei. 
Comentários: 
 É o que determina o art. 81, § 1º, da Carta Magna. Questão correta. 
7. (ESAF/2006/ENAP) Em caso de impedimento do Presidente e do 
Vice-Presidente, ou vacância dos respectivos cargos, serão 
sucessivamente chamados ao exercício da Presidência o Presidente do 
Senado Federal, o da Câmara dos Deputados e o do Supremo Tribunal 
Federal. 
Comentários: 
Em caso de impedimento do Presidente e do Vice-Presidente, ou 
vacância dos respectivos cargos, serão sucessivamente chamados ao exercício 
da Presidência o Presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e 
o do Supremo Tribunal Federal. Memorize bem essa ordem! Questão incorreta. 
8. (ESAF/2004/MPU) Haverá eleições indiretas para presidente e 
vicepresidente da República se ambos os cargos ficarem vagos nos 
dois últimos anos do período presidencial. 
Comentários: 
 É o que determina o no § 2º do art. 81 da Carta Magna. Questão correta. 
 
 
 
 
 
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V. Atribuições do Presidente da República 
 As atribuições do Presidente da República enquanto Chefe de Estado e 
Chefe de Governo estão enumeradas no art. 84 da Constituição Federal. Veja 
quais são elas, na tabela a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Compete 
privativamente 
ao Presidente 
da República... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado; 
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a 
direção superior da administração federal; 
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos 
previstos nesta Constituição; 
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem 
como expedir decretos e regulamentos para sua fiel 
execução; 
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente; 
VI - dispor, mediante decreto, sobre: 
 a) organização e funcionamento da administração federal, 
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou 
extinção de órgãos públicos; 
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar 
seus representantes diplomáticos; 
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, 
sujeitos a referendo do Congresso Nacional; 
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio; 
X - decretar e executar a intervenção federal; 
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso 
Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, 
expondo a situação do País e solicitando as providências 
que julgar necessárias; 
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se 
necessário, dos órgãos instituídos em lei; 
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, 
nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los 
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Compete 
privativamente 
ao Presidente 
da República... 
para os cargos que lhes são privativos; 
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os 
Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-
Geral da República, o presidente e os diretores do Banco 
Central e outros servidores, quando determinado em lei; 
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros 
do Tribunal de Contas da União; 
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos na 
Constituição, e o Advogado-Geral da União; 
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos 
termos do art. 89, VII; 
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o 
Conselho de Defesa Nacional; 
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, 
autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por 
ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, 
e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, 
a mobilização nacional; 
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do 
Congresso Nacional; 
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas; 
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, 
que forças estrangeiras transitem pelo território nacional 
ou nele permaneçam temporariamente; 
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o 
projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de 
orçamento previstos na Constituição; 
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro 
de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as 
contas referentes ao exercício anterior; 
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na 
forma da lei; 
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos 
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termos do art. 62; 
XXVII - exercer outras atribuições previstas na 
Constituição. 
 
 No que se refere à função de comandante supremo das Forças Armadas, 
não se trata de título honorífico, mas de verdadeira função de comando e 
direção das atividades do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. 
 De acordo com o parágrafo único do art. 84 da Carta Magna, o 
Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos 
VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da 
República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados 
nas respectivas delegações. 
 Nesse sentido, entende o STF que o presidente da República pode 
delegar aos ministros de Estado, por meio de decreto, a atribuição de demitir, 
no âmbito das suas respectivas pastas, servidores públicos federais (STF, 
Primeira Turma, RMS 24128 DF, julgamento 06.04.2005). 
 A lista do art. 84 da Carta Magna é exemplificativa, conforme se 
depreende do inciso XXVII do art. 84 da Constituição, que diz que o Presidente 
da República exercerá outras atribuições previstas na Constituição. 
 Em regra, essas atribuições são indelegáveis, só podendo ser exercidas 
pelo Presidente da República ou por quem o substituir ou suceder. Entretanto, 
o parágrafo único do art. 84 permite que o Presidente delegue algumas 
atribuições aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República e ao 
Advogado-Geral da União: 
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VI. Poder regulamentar 
 O poder regulamentar é uma das mais importantes prerrogativas do 
Poder Executivo, estando previsto no art. 84, IV, da Constituição, que 
estabelece que cabe privativamente ao Presidente da República expedir 
decretos e regulamentos para a fiel execução das leis. 
 Os decretos e regulamentos são, portanto, atos normativos infralegais, 
devendo subordinar-se às leis. Segundo a doutrina, classificam-se em: 
Atribuições 
delegáveis do PR 
Dispor, mediante decreto, sobre organização e 
funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou 
extinção de órgãos públicos e extinção de 
funções ou cargos públicos, quando vagos 
Conceder indulto e comutar penas, com 
audiência, se necessário, dos órgãos instituídos 
em lei 
Prover os cargos públicos federais, na forma da 
lei 
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O art. 84, VI, da CF/88 prevê hipóteses de edição de decreto autônomo. 
Esses atos, por serem primários, têm a mesma hierarquia das leis formais, 
situando-se logo abaixo da Constituição. Submetem-se, por isso, ao controle 
de constitucionalidade por Ação Direta de Inconstitucionalidade genérica, 
segundo o STF (ADI 3.232, Rel. Min. Cezar Peluso, DJE de 03.10.2008). 
 Os regulamentos de execução, segundo a doutrina e a jurisprudência, 
visam à fiel execução da lei (STF, Pleno, ADIN no 1.435-8/DF, medida liminar, 
DJU, 06.08.1999). Buscam detalhar a lei, não criam direitos nem obrigações 
diversas das previstas no texto legal. 
 Essa vedação, conforme lição de Alexandre de Moraes, não significa que 
o regulamento deva se limitar a reproduzir o texto da lei, sob pena de 
inutilidade. Caberá ao Poder Executivo evidenciar e explicitar todas as 
previsões legais, decidindo a melhor forma de executá-las e, eventualmente, 
até mesmo suprindo lacunas de ordem prática ou técnica. 
Decretos ou 
regulamentos 
de execução 
• São atos normativos secundários, sendo editados para 
possibilitar a fiel execução de uma lei. Sua edição é 
competência indelegável do Chefe do Executivo. Exercem 
a função de uniformizar a aplicação da lei, assegurando a 
observância do princípio da igualdade, ou seja, que a 
Administração atuará da mesma forma diante de casos 
semelhantes. 
Decretos ou 
regulamentos 
autorizados 
• São atos regulamentares que complementam a lei com 
base em expressa determinação nela contida. Essa lei 
deve determinar precisamente os contornos dos decretos 
ou regulamentos autorizados. São editados 
principalmente por órgãos administrativos de natureza 
técnica, como as agências reguladoras, por exemplo. 
Decretos ou 
regulamentos 
autônomos 
• São atos normativos primários que disciplinam a 
organização ou a atividade administrativa, extraindo sua 
validade diretamente da Constituição. Existem em nosso 
ordenamento jurídico desde a EC no 32/2001 (art. 84, VI, 
da CF). A competência para sua edição pode ser delegada, 
nos termos do parágrafo único do art. 84 da CF. 
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9. (ESAF/2007/PGFN) Compete ao Presidente da República a 
nomeação dos Ministros de Estado, a qual, em certas situações, se 
condiciona à aprovação do Conselho da República. 
Comentários: 
Compete ao Presidente, de fato, como vimos (art. 84, I, CF) nomear e 
exonerar os Ministros do Estado. Entretanto, não há nenhuma situação 
prevista na Constituição em que esta nomeação esteja condicionada à 
aprovação do Conselho da República. Questão incorreta. 
10. (ESAF/2006/CGU) Conforme estabelece a Constituição Federal, 
o Presidente da República só poderá comutar penas depois da 
audiência prévia dos órgãos instituídos em lei. 
Comentários: 
 O art. 84, XII da Constituição determina que compete ao Presidente da 
República conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, 
dos órgãos instituídos em lei. Portanto, a audiência será discricionária, não 
obrigatória, como diz o enunciado. Questão incorreta. 
11. (ESAF/2006/IRB) Compete ao Presidente da República nomear, 
após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros dos Tribunais 
Superiores, o presidente e os diretores do Banco Central. 
Comentários: 
 É o que determina o art. 84, XIV, da Constituição Federal. Questão 
correta. 
12. (ESAF/2002/MRE) Antes de nomear o Ministro de Estado das 
Relações Exteriores o Presidente da República deve necessariamente 
submeter o nome por ele escolhido para o cargo à aprovação de 
comissão da Câmara dos Deputados instituída para acompanhar a 
política externa do Governo. 
Comentários: 
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 A CF/88 não faz tal exigência. A escolha do Ministro de Estado das 
Relações Exteriores é de juízo discricionário do Presidente da República, tendo 
caráter político. Questão incorreta. 
13. (ESAF/2006/CGU) Compete ao Presidente da República exercer 
o comando supremo das Forças Armadas e ao Ministro de Estado da 
Defesa, por força das suas atribuições administrativas, a nomeação 
dos oficiais-generais para os cargos que lhes são privativos. 
Comentários: 
Dispõe a CF/88, em seu art. 84, XIII, que compete ao Presidente da 
República exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus 
oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos. 
Questão incorreta. 
14. (ESAF/2007/PGFN) Entre as competências do Presidente se 
encontra a de convocar o Conselho da República e o Conselho de 
Defesa Nacional, embora eventualmente possa delegar a atribuição de 
presidi-los. 
Comentários: 
De fato, determina a Constituição que compete privativamente ao 
Presidente da República convocar e presidir o Conselho da República e o 
Conselho de Defesa Nacional (art. 81, XVIII, CF). Entretanto, tais atribuições, 
diferentemente do que diz o enunciado, são indelegáveis. Questão incorreta. 
15. (ESAF/2007/PGFN) As atribuições constitucionais do Presidente 
da República na condição de Chefe de Estado são delegáveis aos 
Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao 
Advogado-Geral da União. 
Comentários: 
 Em regra, as atribuições constitucionais do Presidente da República são 
indelegáveis, havendo apenas algumas hipóteses excepcionais em que a 
delegação é possível. Questão incorreta. 
16. (ESAF/2006/ENAP) A competência do Presidente da República 
para permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças 
estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam 
temporariamente pode ser delegada ao Ministro de Estado da Defesa, 
por expressa previsão constitucional. 
Comentários: 
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 Essa atribuição não é delegável, por não constar das hipóteses previstas 
no art. 84, parágrafo único da Constituição. Questão incorreta. 
17. (ESAF/2006/CGU) Compete ao Presidente da República dispor, 
mediante decreto, sobre a criação ou extinção de órgãos públicos, 
desde que não implique aumento de despesa. 
Comentários: 
Não pode o Presidente, por decreto autônomo, criar ou extinguir órgãos 
públicos. Questão incorreta. 
18. (ESAF/2004/MPU) É da competência privativa do presidente da 
república extinguir, mediante decreto, funções ou cargos públicos. 
Comentários: 
 Compete ao Presidente da República dispor, mediante decreto autônomo, 
sobre: 
 
 Note que a competência do Presidente se limita à extinção, mediante 
decreto, de cargos e funções públicas quando vagos. Questão incorreta. 
19. (ESAF/2003/Ministério do Trabalho) Embora a Constituição 
Federal determine que a criação ou extinção de cargos, no âmbito do 
Poder Executivo, deva ocorrer por meio de lei, no caso do cargo estar 
vago, sua extinção poderá se dar por meio de Decreto do Presidente da 
República. 
Comentários: 
 De fato, a CF/88 determina, em seu art. 48, X, que a criação ou extinção 
de cargos, no âmbito do Poder Executivo, deve ocorrer por meio de lei. 
Contudo, excepciona essa regra em seu art. 84, VI, “b”, ao permitir que a 
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Organização e funcionamento da 
administração federal, quando não 
implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos 
Extinção de funções ou cargos 
públicos, quando vagos 
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extinção do cargo ou da função pública, quando vagos, se dê por decreto do 
Presidente da República. Questão correta. 
 
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VII. Vice-Presidente e Ministros de Estado 
 A Constituição confere ao Vice-Presidente diversas funções, que, 
segundo Alexandre de Moraes, podem ser classificadas em próprias ou típicas 
ou impróprias ou atípicas: 
 Funções próprias ou típicas: são aquelas para as quais o cargo de 
Vice-Presidente foi criado, sendo-lhe inerentes. Podem resultar de previsão 
expressa da Constituição ou de lei complementar. São elas: substituição (CF, 
art. 79), sucessão (CF, art. 80), participação nos Conselhos da República (CF, 
art. 89, I) e de Defesa Nacional (CF, art. 91, I), bem como as eventuais 
atribuições estabelecidas pela lei complementar prevista no art. 79, parágrafo 
único, da Carta Magna. 
 Funções impróprias: funções de auxílio ao Presidente da República, 
nos termos do art. 79 da Constituição, sempre que por ele convocado para 
missões especiais. 
 Os Ministros de Estado são livremente nomeáveis e exoneráveis pelo 
Presidente da República, sendo escolhidos dentre brasileiros natos ou 
naturalizados, maiores de vinte e um anos e no exercício dos direitos políticos 
(art. 87, “caput”, CF). O Ministro da Defesa, como você se lembra, 
necessariamente deverá ser brasileiro nato. 
 O art. 87, parágrafo único, da Constituição, arrola em lista 
exemplificativa as atribuições dos Ministros de Estado, conforme a tabela a 
seguir: 
 
 
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PRATICAR OS ATOS PERTINENTES ÀS ATRIBUIÇÕES 
QUE LHE FOREM OUTORGADAS OU DELEGADAS PELO 
PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
APRESENTAR AO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
RELATÓRIO ANUAL DE SUA GESTÃO NO MINISTÉRIO 
EXPEDIR INSTRUÇÕES PARA A EXECUÇÃO DAS LEIS, 
DECRETOS E REGULAMENTOS 
EXERCER A ORIENTAÇÃO, COORDENAÇÃO E 
SUPERVISÃO DOS ÓRGÃOS E ENTIDADES DA 
ADMINISTRAÇÃO FEDERAL NA ÁREA DE SUA 
COMPETÊNCIA E REFERENDAR OS ATOS E DECRETOS 
ASSINADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
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VIII. Conselho da República e Conselho de Defesa Nacional 
 Esses dois órgãos têm função consultiva, ou seja, manifestam-se, em 
caráter opinativo, quando consultados pelo Presidente da República. 
 Compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre intervenção 
federal, estado de defesa e estado de sítio, bem como sobre as questões 
relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. Já o Conselho de 
Defesa Nacional é órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos 
relacionados com a soberania nacional e a defesa do Estado democrático. 
 Do Conselho da República participam: 
 
 Os membros grifados com amarelo são, como você verá a seguir, 
comuns ao Conselho da República e ao Conselho de Defesa Nacional. 
 Do Conselho de Defesa Nacional participam: 
 
 O art. 91, § 1º, CF/88, enumera as competências do Conselho de Defesa 
Nacional: 
Membros do Conselho da República 
• O Vice-Presidente da República 
• O Presidente da Câmara dos Deputados 
• O Presidente do Senado Federal 
• Os líderes da maioria e da minoria na Câmara dos Deputados 
• Os líderes da maioria e da minoria no Senado Federal; 
• O Ministro da Justiça 
• Seis cidadãos brasileiros natos, com mais de trinta e cinco anos de idade, 
sendo dois nomeados pelo Presidente da República, dois eleitos pelo Senado 
Federal e dois eleitos pela Câmara dos Deputados, todos com mandato de 
três anos, vedada a recondução. 
Membros do Conselho da Defesa Nacional 
• O Vice-Presidente da República 
• O Presidente da Câmara dos Deputados 
• O Presidente do Senado Federal 
• O Ministro da Justiça 
• O Ministro de Estado da Defesa 
• O Ministro das Relações Exteriores 
• O Ministro do Planejamento 
• Os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica 
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 Opinar nas hipóteses de declaração de guerra e de celebração da paz, 
nos termos desta Constituição; 
 Opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da 
intervenção federal; 
 Propor os critérios e condições de utilização de áreas indispensáveis à 
segurança do território nacional e opinar sobre seu efetivo uso, especialmente 
na faixa de fronteira e nas relacionadas com a preservação e a exploração dos 
recursos naturais de qualquer tipo; 
 Estudar, propor e acompanhar o desenvolvimento de iniciativas 
necessárias a garantir a independência nacional e a defesa do Estado 
democrático. 
 Dica: note os verbos usados para descrever as competências. Todos 
demonstram o caráter opinativo do Conselho. 
IX. Responsabilização do Presidente da República 
 A Constituição Federal prevê a responsabilização do Presidente da 
República pela prática de crimes de responsabilidade. Trata-se de infrações 
político-administrativas cometidas no exercício do cargo cujas sanções 
importam em vacância do cargo, ou seja, na saída do agente do cargo e sua 
inabilitação por certo período de tempo para o exercício de funções públicas. 
 O artigo 85 da Constituição prevê que alguns atos do Presidente da 
República configuram-se crimes de responsabilidade, conforme a tabela a 
seguir: 
 
‘ A competência para processar e julgar o Presidente da República nos 
crimes de responsabilidade é do Senado Federal, após autorização da Câmara 
dos Deputados, por 2/3 de seus membros. No julgamento do Presidente da 
República, funcionará como Presidente o do STF. 
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 A EXISTÊNCIA DA UNIÃO 
O LIVRE EXERCÍCIO DO PODER LEGISLATIVO, DO PODER 
JUDICIÁRIO, DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DOS PODERES 
CONSTITUCIONAIS DAS UNIDADES DA FEDERAÇÃO 
O EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS, INDIVIDUAIS 
E SOCIAIS 
A SEGURANÇA INTERNA DO PAÍS 
A PROBIDADE NA ADMINISTRAÇÃO 
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 Qualquer cidadão tem legitimidade para oferecer acusação contra o 
Presidente da República à Câmara dos Deputados pela prática de crime de 
responsabilidade. Nesse caso, o exame da Câmara se fará por critérios 
políticos, sendo assegurado ao Presidente da República o direito ao 
contraditório e à ampla defesa. 
 Caso admitida a acusação pela Câmara, o Senado Federal estará 
vinculado ao julgamento do Presidente da República, ou seja, este não 
poderá decidir pelo não julgamento. Entretanto, da mesma forma que ocorre 
na Câmara, o julgamento do Senado tem cunho político. 
 Instaurado o julgamento, o Presidente da República fica suspenso de 
suas funções, retornando a elas em caso de absolvição ou de decurso do prazo 
de cento e oitenta dias sem conclusão do julgamento, sem prejuízo do 
regular andamento do processo. 
 A condenação do Presidente da Repúblicaserá proferida por 2/3 dos 
membros do Senado Federal, em votação nominal aberta. Acarretará a 
perda do cargo, com a inabilitação, por oito anos, para o exercício de função 
pública, sem prejuízo das demais sanções judiciais cabíveis. A sentença será 
formalizada por Resolução do Senado Federal. 
No que se refere aos crimes comuns, a Constituição garante ao 
Presidente da República algumas prerrogativas e imunidades processuais. 
 Primeiramente, a Carta Magna exige autorização prévia da Câmara 
dos Deputados, por dois terços dos seus membros (art. 86, “caput”, CF) para 
que o Presidente da República seja processado e julgado. 
 A segunda imunidade é a vedação à prisão do Presidente da República, 
nas infrações penais comuns, enquanto não sobrevier sentença condenatória 
(art. 86, § 3º, CF). Assim, o Presidente da República, ao contrário do que 
ocorre com os parlamentares, não pode sofrer prisão em flagrante, em 
nenhuma hipótese. Trata-se da chamada imunidade formal em relação à 
prisão. 
 Finalmente, durante o seu mandato, o Presidente da República tem uma 
relativa irresponsabilidade pela prática de atos estranhos ao exercício de suas 
funções. Assim, o Chefe do Executivo só poderá ser responsabilizado, durante 
seu mandato, pela prática de atos referentes à atividade presidencial. É a 
chamada imunidade penal relativa. 
Essa última imunidade só se aplica a infrações de natureza penal. Assim, 
pode haver apuração, durante o mandato do Presidente da República, de 
responsabilidade civil, administrativa, fiscal ou tributária. 
Destaca-se que, segundo o STF, tanto a imunidade formal em relação à 
prisão quanto a imunidade penal relativa não se estendem aos Governadores 
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do Estado e do Distrito Federal e nem aos Prefeitos por atos normativos 
próprios (editados por esses entes federativos). Isso porque somente a Corte 
pode, por reserva constitucional, legislar sobre prisão. 
 Os processos referentes a crimes comuns praticados pelo Presidente da 
República são julgados pelo STF. Entretanto, diferentemente do que ocorre nos 
casos de crime de responsabilidade, a autorização da Câmara não vincula o 
STF, podendo o Tribunal rejeitar a denúncia ou queixa-crime. 
 Caso o STF receba a denúncia ou queixa-crime, o Presidente da 
República ficará suspenso de suas funções pelo prazo máximo de cento e 
oitenta dias, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo (art.86, § 
1º, CF). 
 
20. (ESAF/2008/CGU) Enquanto não sobrevier sentença 
condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não 
estará sujeito à prisão. 
Comentários: 
 Trata-se da chamada imunidade formal em relação à prisão (art. 86, § 
3º, CF). Questão correta. 
21. (ESAF/2001/SERPRO) O Presidente da República não pode ser 
preso enquanto durar o seu mandato. 
Comentários: 
 O Presidente da República poderá ser preso sim, quando sobrevier 
sentença condenatória. Questão incorreta. 
22. (ESAF/2006/CGU) O Presidente da República comete crime de 
responsabilidade se praticar ato que atente contra a lei orçamentária. 
Comentários: 
O artigo 85 da Constituição prevê que alguns atos do Presidente da 
República configuram-se crimes de responsabilidade, conforme a tabela a 
seguir: 
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 Questão correta. 
23. (ESAF/2007’/PGFN) Em caso de crime de responsabilidade do 
Presidente da República, a competência para o julgamento é do 
Senado Federal, sendo que a condenação depende da deliberação 
favorável do equivalente a 2/3 dos votos daquela Casa Parlamentar. 
Comentários: 
 De fato, a competência para processar e julgar o Presidente da República 
nos crimes de responsabilidade é do Senado Federal, após autorização da 
Câmara dos Deputados, por 2/3 de seus membros (art. 52, parágrafo único, 
CF/88). Questão correta. 
24. (ESAF/2006/ENAP) Admitida a acusação contra o Presidente da 
República, por dois terços da Câmara dos Deputados, por infrações 
penais comuns ou por crimes de responsabilidade, ficará o Presidente 
da República, em consequência da admissão da acusação, suspenso 
das suas funções até o término do processo. 
Comentários: 
 Determina o art. 86 da Carta Magna que, admitida a acusação contra o 
Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será 
ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações 
penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade. 
Os §§ 1º e 2º do mesmo artigo determinam, adicionalmente, que o Presidente 
ficará suspenso de suas funções: i) nas infrações penais comuns, se recebida a 
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A EXISTÊNCIA DA UNIÃO 
O LIVRE EXERCÍCIO DO PODER LEGISLATIVO, DO PODER 
JUDICIÁRIO, DO MINISTÉRIO PÚBLICO E DOS PODERES 
CONSTITUCIONAIS DAS UNIDADES DA FEDERAÇÃO 
O EXERCÍCIO DOS DIREITOS POLÍTICOS, INDIVIDUAIS E SOCIAIS 
A SEGURANÇA INTERNA DO PAÍS 
A PROBIDADE NA ADMINISTRAÇÃO 
A LEI ORÇAMENTÁRIA 
O CUMPRIMENTO DAS LEIS E DAS DECISÕES JUDICIAIS 
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denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal; ii) nos crimes de 
responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal. Se, 
decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver 
concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular 
prosseguimento do processo. 
 Note que a suspensão das funções do Presidente se dará por cento e 
oitenta dias, podendo ser encerrada antes do final do processo. Questão 
incorreta. 
25. (ESAF/2007/PGFN) O Presidente ficará suspenso de suas funções 
nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade quando 
autorizados os respectivos processamentos pela Câmara dos 
Deputados. 
Comentários: 
 A suspensão do processo se dá em dois momentos diferentes, conforme 
o tipo de processo sofrido pelo Presidente da República (o art. 86, § 1º, I e II, 
CF). São eles: 
 
Questão incorreta. 
26. (ESAF/2004/MPU) O presidente da República ficará suspenso de 
suas funções se, no caso de acusação de prática de infrações penais 
comuns, for admitida a acusação, pela Câmara dos Deputados, por 
quorum qualificado. 
Comentários: 
 Nos termos do art. 86, § 1º, da CF/88, o Presidente da República ficará 
suspenso de suas funções, no caso de acusação de prática de infração penal 
comum, apenas se for recebida a denúncia ou queixa-crime pelo STF. Questão 
incorreta. 
CRIME COMUM 
SUSPENSÃO NO MOMENTO 
EM QUE É RECEBIDA A 
DENÚNCIA OU QUEIXA-
CRIME PELO STF 
CRIME DE 
RESPONSABILIDADE 
SUSPENSÃO PÓS A 
INSTAURAÇÃO DO 
PROCESSO PELO SENADO 
FEDERAL 
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27. (ESAF/2008/CGU) O Presidente ficará suspenso de suas funções 
nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime 
pelo Supremo Tribunal Federal. 
Comentários: 
 É o que determina o art. 86, § 1º, I, da Constituição. Questão correta. 
28. (ESAF/2008/CGU) O Presidente ficará suspenso de suasfunções 
nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo 
Senado Federal. 
Comentários: 
 É o que determina o art. 86, § 1º, II, da Constituição. Questão correta. 
29. (ESAF/2008/CGU) Se, decorrido o prazo de trezentos e sessenta 
e cinco dias, o julgamento do Presidente não tiver sido concluído, 
cessará o seu afastamento, sem prejuízo do regular prosseguimento 
do processo. 
Comentários: 
 Determina o art. 86, § 2º, da Constituição que, se decorrido o prazo de 
cento e oitenta dias, o julgamento do Presidente da República não estiver 
concluído, cessará seu afastamento, sem prejuízo do regular prosseguimento 
do processo. Questão incorreta. 
30. (ESAF/2008/CGU) O Presidente da República, na vigência de seu 
mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao 
exercício de suas funções. 
Comentários: 
 É o que dispõe o art. 86, § 4º, da CF/88. Trata-se da chamada 
imunidade penal relativa. Questão correta. 
31. (ESAF/2007/PGFN) Se a Câmara dos Deputados autorizar a 
abertura de processo contra o Presidente da República, o Senado, no 
caso dos crimes de responsabilidade, poderá entender pelo não-
prosseguimento se verificar desde logo a impertinência das acusações. 
Comentários: 
 A decisão da Câmara vincula o Senado Federal vincula o Senado Federal. 
Questão incorreta. 
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32. (ESAF/2002/SRF/Adaptada) O Presidente da República 
rresponde a processo criminal, qualquer que seja o crime que lhe seja 
imputado, perante o Superior Tribunal de Justiça. 
Comentários: 
 No caso de crime comum, o Presidente será julgado perante o STF e, no 
de crime de responsabilidade, pelo Senado Federal. Em ambas as hipóteses, 
deverá haver autorização da Câmara dos Deputados, por dois terços de seus 
membros (controle político), do recebimento da denúncia ou da queixa-crime 
pelo STF. Questão incorreta. 
33. (ESAF/2002/SRF/Adaptada) O Presidente da República, na 
vigência do seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos 
estranhos ao exercício de suas funções. 
Comentários: 
 É o que determina o art. 86, § 4º, da Constituição Federal. Questão 
correta. 
34. (ESAF/2006/CGU) Nos termos da Constituição Federal, o 
Presidente da República, na vigência de seu mandato, só pode ser 
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções 
quando o ilícito for de natureza penal. 
Comentários: 
 O Presidente da República não poderá ser responsabilizado por nenhum 
ato estranho ao exercício de suas funções, ainda que se trate de ilícito penal 
(art. 86, § 4º, da Constituição Federal). Questão incorreta. 
35. (ESAF/1998/Auditor-Fiscal do Ceará) Os Ministros de Estado 
somente poderão ser processados e julgados nos processos por crime 
comum após a autorização da Câmara dos Deputados. 
Comentários: 
 Essa exigência se restringe ao Presidente da República, não se 
estendendo aos Ministros de Estado. Questão incorreta. 
36. (ESAF/2006/PFN) Consolidou-se o entendimento de que o 
Presidente da República não dispõe de foro por prerrogativa de função 
para responder a ação por crime de responsabilidade. 
Comentários: 
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 O Presidente da República possui, sim, foro de prerrogativa de função 
para responder a ação por crime de responsabilidade, uma vez que só poderá 
ser julgado pelo Senado Federal, que funcionará como Tribunal político. 
Questão incorreta. 
37. (ESAF/1998/Auditor-Fiscal do Ceará) A imunidade a atos 
estranhos ao exercício das funções, prevista na Constituição Federal 
em relação ao Presidente da República, pode ser estendida aos 
Governadores de Estado. 
Comentários: 
Segundo o STF, tanto a imunidade formal em relação à prisão quanto a 
imunidade penal relativa não se estendem aos Governadores do Estado e do 
Distrito Federal e nem aos Prefeitos por atos normativos próprios (editados por 
esses entes federativos). Isso porque somente a Corte pode, por reserva 
constitucional, legislar sobre prisão. 
Dado seu caráter didático, reproduziremos parte do texto da decisão do 
STF. Entende a Corte que “o Estado-membro, ainda que em norma constante 
de sua própria Constituição, não dispõe de competência para outorgar ao 
Governador a prerrogativa extraordinária da imunidade a prisão em flagrante, 
a prisão preventiva e a prisão temporária, pois a disciplinação dessas 
modalidades de prisão cautelar submete-se, com exclusividade, ao poder 
normativo da União Federal, por efeito de expressa reserva constitucional de 
competência definida pela Carta da República. (...) Os Estados-membros não 
podem reproduzir em suas próprias Constituições o conteúdo normativo dos 
preceitos inscritos no art. 86, §§ 3º e 4º da Carta Federal, pois as 
prerrogativas contempladas nesses preceitos da Lei Fundamental – por serem 
unicamente compatíveis com a condição institucional de Chefe de Estado – são 
apenas extensíveis ao Presidente da República (ADI 1.080, j. 19.10.1995). 
Questão incorreta. 
38. (ESAF/1998/Auditor-Fiscal do Ceará) A definição de crime de 
responsabilidade e a fixação das regras do processo de 
impeachment no âmbito estadual são da competência privativa da 
União. 
Comentários: 
 É esse o entendimento do STF. Questão correta. 
39. (ESAF/2009/ANA) O Conselho da República é órgão de consulta 
do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania 
nacional e a defesa do Estado democrático. 
Comentários: 
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É o Conselho da Defesa Nacional (não o da República) o órgão de 
consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a 
soberania nacional e a defesa do Estado democrático. Questão incorreta. 
40. (ESAF/2006/ENAP) Nos termos da Constituição Federal, uma vez 
convocado, pelo Presidente da República, para pronunciar-se sobre 
questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas, 
as manifestações do Conselho da República serão vinculativas das 
decisões e das ações executivas do governo. 
Comentários: 
 As manifestações do Conselho são meramente opinativas, não 
vinculando as decisões do governo. Questão incorreta. 
41. (ESAF/2006/IRB) Em razão de sua condição de mero órgão de 
consulta, a audiência prévia do Conselho de Defesa Nacional, pelo 
Presidente da República, para fins de decretação do estado de defesa é 
facultativa, decorrendo de decisão discricionária do Presidente da 
República. 
Comentários: 
 Nesse caso, por força do art. 136 da Constituição Federal, o Conselho de 
Defesa Nacional deverá, necessariamente, ser ouvido. Veja o que determina o 
texto constitucional: 
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o 
Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, 
decretar estado de defesa para preservar ou prontamente 
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem 
pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente 
instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de 
grandes proporções na natureza. 
 
 Destaca-se, porém, que a manifestação do Conselho tem caráter 
opinativo, não vinculando a decisão do Presidente da República. Questão 
incorreta. 
42. (ESAF/2004/MPU) São membros natos do Conselho de Defesa 
Nacional os líderes da maioria e da minoria, no Senado Federal e na 
Câmara dos Deputados. 
Comentários: 
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 Os líderes da maioria e da minoria das Casas Legislativas são membros 
do Conselho da República, não do Conselho da Defesa Nacional (art. 89, IV e 
V, CF/88). Questão incorreta. 
43. (ESAF/2004/MPU) Integram o Conselho da República o vice-
presidente da República e o Ministro do Planejamento. 
Comentários: 
 O Ministro do Planejamento não faz parte do Conselho da República (art. 
89, CF). Questão incorreta. 
44. (ESAF/2004/MPU) Compete ao Conselho de Defesa Nacional, 
órgão superior de consulta do presidente da República, opinar sobre as 
questões relevantes para a estabilidade das instituições nacionais. 
Comentários: 
 Compete ao Conselho da República, nos termos do art. 90 da 
Constituição, pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e 
estado de sítio, bem como sobre as questões relevantes para a estabilidade 
das instituições democráticas. Questão incorreta. 
 
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2. Poder Judiciário 
 Como você sabe, o Poder Judiciário é um dos três Poderes que compõem 
a República Federativa do Brasil (art. 2º, CF). Cabe a ele defender a 
Constituição, garantindo a integridade do ordenamento jurídico, bem como dar 
solução aos conflitos, assegurando a efetiva aplicação do direito. 
 Cabe ao Judiciário exercer a função jurisdicional, de “dizer o direito” 
(jus dicere), aplicando a lei aos casos concretos. Por isso, em qualquer sistema 
de governo – presidencialista ou parlamentarista – o Poder Judiciário é 
plenamente independente, a fim de evitar que ingerências políticas 
prejudiquem o exercício de sua função. 
 O Poder Judiciário tem o monopólio da jurisdição. Isso porque a 
Constituição determina, no art. 5º, XXXV, que “a lei não excluirá da apreciação 
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. Com isso, garante-se a tutela 
dos direitos fundamentais e a aplicação da Justiça. 
 Com o propósito de proporcionar ao Estado brasileiro um Judiciário 
imparcial e independente, a Constituição Federal conferiu diversas 
garantias ao Judiciário, afastando-o da influência dos outros Poderes e dos 
particulares. Isso porque, nas palavras de Gilmar Mendes 1 “ao Poder Judiciário 
incumbe exercer o último controle da atividade estatal, manifeste-se ela por 
ato da Administração ou do próprio Poder Legislativo (controle de 
constitucionalidade).” 
 São exemplos dessas garantias a disposição constitucional de que 
constituem crime de responsabilidade do Presidente da República os atos que 
atentam contra o livre exercício do Poder Judiciário (art. 85, II, CF) e a 
vedação de que medida provisória ou lei delegada discipline as garantias dos 
magistrados (art. 62, § 1º, I, “c” e art. 68, § 1º, I, CF). Outra importante 
garantia é a previsão constitucional de que ao Judiciário é assegurada 
autonomia administrativa e financeira (art. 99, CF). 
 A autonomia financeira se traduz na elaboração, pelos tribunais, de suas 
respectivas propostas orçamentárias, dentro dos limites estipulados pela Lei de 
Diretrizes Orçamentárias. Além disso, essa autonomia é fortalecida pela 
disposição constitucional de que os recursos provenientes das custas e 
emolumentos sejam destinados exclusivamente ao custeio dos serviços 
afetos às atividades específicas da Justiça (art. 98, § 2º, CF). 
 Nesse sentido, reza a CF/88 que: 
Art. 99. Ao Poder Judiciário é assegurada autonomia 
administrativa e financeira. 
 
1
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§ 1º - Os tribunais elaborarão suas propostas orçamentárias 
dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais 
Poderes na lei de diretrizes orçamentárias. 
§ 2º - O encaminhamento da proposta, ouvidos os outros 
tribunais interessados, compete: 
I - no âmbito da União, aos Presidentes do Supremo Tribunal 
Federal e dos Tribunais Superiores, com a aprovação dos 
respectivos tribunais; 
II - no âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e 
Territórios, aos Presidentes dos Tribunais de Justiça, com a 
aprovação dos respectivos tribunais. 
§ 3º Se os órgãos referidos no § 2º não encaminharem as 
respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo 
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder 
Executivo considerará, para fins de consolidação da proposta 
orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária 
vigente, ajustados de acordo com os limites estipulados na 
forma do § 1º deste artigo. 
§ 4º Se as propostas orçamentárias de que trata este artigo 
forem encaminhadas em desacordo com os limites estipulados 
na forma do § 1º, o Poder Executivo procederá aos ajustes 
necessários para fins de consolidação da proposta 
orçamentária anual. 
§ 5º Durante a execução orçamentária do exercício, não 
poderá haver a realização de despesas ou a assunção de 
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de 
diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, 
mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais. 
 Note que a CF/88 fixa uma exceção para a realização de despesas ou a 
assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de 
diretrizes orçamentárias (LDO): despesas previamente autorizadas pela 
abertura de créditos suplementares ou especiais. 
 A autonomia administrativa do Judiciário, por sua vez, se reflete na 
previsão constitucional de que aos tribunais do Poder Judiciário compete: 
 
 
 
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Compete aos 
tribunais 
(autonomia 
administrativa) 
 Eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus 
regimentos internos, com observância das normas de 
processo e das garantias das partes, dispondo sobre a 
competência e funcionamento dos respectivos órgãos 
jurisdicionais e administrativos; 
 Organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os 
dos juízos que lhes forem vinculados, velando pelo exercício 
da respectiva atividade correicional; 
 Prover, segundo a forma prevista na Constituição, os 
cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; 
 Propor a criação de novas varas judiciárias; 
 Prover, por concurso público, os cargos necessários à 
administração da Justiça, exceto os de confiança, assim 
definidos em lei; 
 Conceder licença, férias e outros afastamentos a seus 
membros e aos juízes e servidores que lhes forem 
diretamente vinculados. 
 O STF, os Tribunais Superiores e os Tribunais de Justiça podem, ainda, 
propor ao Legislativo, observados os limites estabelecidos na Lei de 
Responsabilidade Fiscal: 
 A alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
 A criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços 
auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados; 
 A fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos 
tribunais inferiores, onde houver; 
 A criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
 A alteração da organização e da divisão judiciárias. 
 
45. (ESAF/2008/MPOG) Compete privativamente aos Tribunais de 
Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo a alteração da 
organização e da divisão judiciárias. 
 
Comentários: 
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 É o que determina o art. 96, II, “d”, da Constituição Federal. Questão 
correta. 
46. (ESAF/2004/MPU) No âmbito da União, o encaminhamento, para 
o Executivo, da proposta orçamentária dos órgãos do poder judiciário 
é da competência do presidente do Supremo Tribunal Federal. 
Comentários: 
 No âmbito da União, o encaminhamento da proposta orçamentária dos 
órgãos do Poder Judiciário compete tanto ao Presidente do STF quanto aos 
Presidentes dos Tribunais Superiores (art. 99, § 2o, I, CF). Questão incorreta. 
 
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I. As Garantias do Poder Judiciário 
 A Constituição Federal prevê que lei complementar, de iniciativa do 
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, com 
observância de vários princípios, que enumeraremos a seguir. 
 O primeiro deles diz respeito ao ingresso na carreira. Determina a 
Constituição que o cargo inicial será o de juiz substituto e que o ingresso se 
dará mediante concurso público de provas e títulos, com a participação da 
Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases, exigindo-se do bacharel em 
direito, no mínimo, três anos de atividade jurídica e obedecendo-se, nas 
nomeações, à ordem de classificação. 
 Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), considera-se atividade 
jurídica (art. 59, Resolução n. 75/2009-CNJ): 
 Aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito; 
 O efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a 
participação anual mínima em cinco atos privativos de advogado (Lei 
8.906/94) em causas ou questões distintas; 
 O exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério 
superior, que exija a utilização preponderante de conhecimento jurídico; 
 O exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados 
especiais, varas especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, 
no mínimo de 16 horas mensais e durante 1 ano; 
 O exercício de atividade de mediação ou de arbitragem na composição de 
litígios. 
 Digna de nota é a vedação, nessa Resolução, da contagem do estágio 
acadêmico ou de qualquer outra atividade anterior à colação de grau de 
bacharel em Direito para efeito de comprovação de atividade jurídica. 
 Essa posição é corroborada pelo STF. Entende a Corte que os três anos 
de atividade jurídica contam-se da data da conclusão do curso de Direito e que 
a expressão “atividade jurídica” corresponde ao desempenho de atividades 
privativas de bacharel em Direito, devendo a comprovação desses requisitos 
ocorrer na data da inscrição no concurso (ADI 3.460/DF, 31.08.2006, DJ de 
15.06.2007). 
 Destaca-se, ainda, a decisão do STF de que é constitucional o requisito 
de dois anos de bacharelado em Direito para que os candidatos possam se 
inscrever no concurso público para o cargo de Procurador da República (ADI 
1.040/ Notícias STF, 11.11.2004). 
 Outro importante princípio a ser observado no Estatuto da Magistratura é 
o da promoção na carreira, de entrância para entrância, alternadamente, por 
antiguidade e merecimento, atendidas as seguintes regras: 
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 Promoção obrigatória do juiz que figurar por três vezes consecutivas 
ou cinco alternadas em lista de merecimento; 
 Promoção por merecimento com requisitos de dois anos de exercício na 
respectiva entrância e integrar, o juiz, o primeiro quinto da lista de 
antiguidade desta, salvo se não houver, com tais requisitos, quem aceite o 
lugar vago; 
 Merecimento avaliado por desempenho e critérios objetivos de 
produtividade e presteza no exercício da jurisdição, bem como pela frequência 
e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento; 
 Recusa do juiz mais antigo, na apuração da antiguidade, somente pelo 
voto fundamentado de dois terços dos membros do respectivo tribunal, 
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até se fixar a indicação; 
 Não promoção de juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu 
poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o 
respectivo despacho ou decisão; 
 O Estatuto também deverá prever acesso aos tribunais de segundo grau 
alternadamente por antiguidade e merecimento, apurados na última ou única 
instância. É o caso do acesso dos desembargadores aos Tribunais Regionais 
Federais, do Trabalho e Eleitorais, por exemplo. 
 Também deverá o Estatuto determinar a previsão de cursos oficiais de 
preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, sendo etapa 
obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em cursos oficiais ou 
reconhecidos por escola de formação e aperfeiçoamento de magistrados. 
 Outro princípio a ser previsto no Estatuto é a residência do juiz na 
respectiva comarca, salvo autorização do tribunal. Além disso, o ato de 
remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, 
fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta do respectivo tribunal ou 
do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa. 
 O Estatuto da Magistratura também deverá garantir a publicidade e a 
motivação das decisões. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário 
serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, 
podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a 
seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do 
direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público 
à informação. As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em 
sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta 
de seus membros. 
 Outra importante previsão é a que se refere ao órgão especial. Nos 
tribunais com número superior a vinte e cinco julgadores, poderá ser 
constituído órgão especial, com o mínimo de onze e o máximo de vinte e cinco 
membros, para o exercício das atribuições administrativas e jurisdicionais 
delegadas da competência do tribunal pleno, provendo-se metade das vagas 
por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno. 
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 Também deverá ser assegurada a atividade jurisdicional ininterrupta, 
sendo vedadas férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, 
funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes 
em plantão permanente. Trata-se do princípio da ininterruptabilidade da 
jurisdição, que não permite exceção nem mesmo por Resolução do CNJ (ADI 
3.823-MC, DJ de 23.11.2007, pendente de julgamento). Observe que essa 
regra não se aplica aos Tribunais Superiores. 
 Além disso, visando a garantir a eficiência do Judiciário, o número de 
juízes na unidade jurisdicional deverá ser proporcional à efetiva demanda 
judicial e à respectiva população. Também os servidores receberão delegação 
para a prática de atos de administração E atos de mero expediente sem 
caráter decisório. Além disso, a distribuição de processos será imediata, em 
todos os graus de jurisdição. 
 Outra importante exigência da Carta Magna diz respeito ao quinto 
constitucional. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos 
Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será compostode 
membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de 
advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez 
anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos 
de representação das respectivas classes. Recebidas as indicações, o tribunal 
formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias 
subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação. 
 Essa regra, apesar de o art. 94 só fazer referência explícita aos Tribunais 
Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados, Distrito Federal e 
Territórios, aplica-se também aos tribunais do trabalho e ao Superior Tribunal 
de Justiça. 
 Na escolha desses membros, os órgãos de representação dos advogados 
e Ministério Público elaboram lista sêxtupla (com seis indicações) com 
candidatos que preencham os requisitos constitucionais, sendo três deles 
escolhidos pelo tribunal, que forma lista tríplice e a encaminha ao Chefe do 
Executivo. Este escolherá um dos três candidatos para nomeação. 
 É importante destacar que entende o STF que, não havendo membros do 
Ministério Público que preencham os requisitos constitucionais, pode haver 
preenchimento da lista sêxtupla (elaborada pelo órgão de representação do 
Ministério Público) com candidatos com menos de dez anos de carreira (ADI 
1.289, Inf. 304/STF) Também entende o STF que o Tribunal pode recusar a 
lista sêxtupla, desde que fundada a recusa em razões objetivas. Não cabe, 
entretanto, ao Tribunal, substituir a lista sêxtupla encaminhada pela entidade 
de classe por outra que o próprio órgão componha. A lista deverá ser devolvida 
à organização para que esta a refaça, total ou parcialmente (MS 25.624, DJ de 
19.12.2006). 
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 É importante ressaltar que o quinto constitucional, em regra, não se 
aplica aos Tribunais Superiores. A exceção se dá quanto ao Tribunal Superior 
do Trabalho (TST). 
II. As Garantias dos Magistrados 
 De acordo com José Afonso da Silva, as garantias do Judiciário podem 
ser de dois tipos: institucionais (que protegem o Judiciário como instituição) 
e funcionais ou de órgãos, que abrange a vitaliciedade, a inamovibilidade, a 
irredutibilidade dos subsídios e a imparcialidade dos membros do Judiciário (na 
forma de vedações). Como eu adoro esquematizar a matéria, vou sintetizar as 
três principais garantias funcionais em um gráfico: 
 
 A vitaliciedade confere a garantia, ao magistrado, de que ele só 
perderá o cargo por sentença judicial transitada em julgado, com todas as 
garantias inerentes ao processo. Essa regra, entretanto, comporta uma 
exceção, que é a perda de cargo por determinação do Senado Federal, no caso 
de crime de responsabilidade cometido pelos Ministros do STF ou pelos 
membros do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 
 Essa garantia é adquirida após dois anos de efetivo exercício do cargo, 
no caso de juiz que ingressou na carreira por meio de concurso público de 
provas e títulos e imediatamente para os membros dos Tribunais. Assim, o 
VITALICIEDADE 
•AQUISIÇÃO: APÓS DOIS ANOS DE EXERCÍCIO PARA OS 
MAGISTRADOS DO PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO E A 
PARTIR DA POSSE PARA OS DEMAIS. 
IRREDUTIBILIDADE 
DE SUBSÍDIOS 
•EVITA QUE O MAGISTRADO SOFRA PRESSÕES POR MEIO DA 
REDUÇÃO DE SEU SUBSÍDIO, GARANTINDO-SE, COM ISSO, 
A INDEPENDÊNCIA NECESSÁRIA AO EXERCÍCIO 
JURISDICIONAL. 
INAMOVIBILIDADE 
•GARANTIA DE QUE O MAGISTRADO PERMANECERÁ EM SUA 
SEDE DE ATIVIDADE. CASOS EM QUE É POSSÍVEL A 
REMOÇÃO: 
-> COM SUA CONCORDÂNCIA; 
-> POR INTERESSE PÚBLICO (DECISÃO DA MAIORIA 
ABSOLUTA DO RESPECTIVO TRIBUNAL OU DO CNJ, 
ASSEGURADA AMPLA DEFESA) 
•EXCEÇÃO: OS JUÍZES MILITARES, MESMO TENDO ESSA 
GARANTIA, DEVERÃO ACOMPANHAR AS FORÇAS EM 
OPERAÇÃO JUNTO ÀS QUAIS TENHAM DE SERVIR. 
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empossado pela regra do quinto constitucional adquire vitaliciedade no 
momento da posse, estando dispensado de estágio probatório. 
 A garantia da inamovibilidade assegura ao juiz que este não será 
removido, de uma localidade para outra (ou mesmo de uma comarca ou sede 
para outra), sem o seu consentimento. Assegura, também, que ele não será 
afastado da apreciação de um caso ou de um processo por mecanismos 
institucionais. A remoção, em regra, só poderá se dar com a concordância do 
magistrado. 
 Há, contudo, uma exceção, prevista constitucionalmente: a remoção (ou 
mesmo disponibilidade ou aposentadoria) do magistrado por interesse público. 
Nesse caso, deverá haver decisão da maioria absoluta do respectivo tribunal 
ou do CNJ, assegurada ampla defesa. 
 Por fim, a irredutibilidade de vencimentos afasta a possibilidade de que 
lei reduza os subsídios pagos aos juízes. Visa-se, com isso, proteger o 
Judiciário contra pressões do Legislativo. 
 
47. (ESAF/2004/MPU) A inamovibilidade, como garantia do juiz, não 
admite exceções. 
Comentários: 
 Há uma exceção à inamovibilidade: é possível a remoção, 
independentemente do consentimento do juiz, no caso de interesse público, 
mediante decisão do órgão colegiado competente do Ministério Público, pelo 
voto da maioria absoluta de seus membros, assegurada ampla defesa (art. 
128, § 5o, I, “b”, CF). Questão incorreta. 
48. (ESAF/2004/MPU) Para concorrer à vaga de juiz em Tribunal 
Regional Federal, no quinto constitucional, o membro do Ministério 
Público deverá ter mais de dez anos de carreira e ser indicado, pelo 
seu órgão, em lista sêxtupla, a ser encaminhada ao respectivo 
tribunal. 
Comentários: 
 Segundo o art. 94, “caput”, da Carta Magna, um quinto dos lugares dos 
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e 
Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez 
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anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação 
ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em 
lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Questão 
correta. 
49. (ESAF/2006/CGU) Só poderá ser promovido por merecimento o 
juiz que demonstrar dois anos de exercício na respectiva entrância e 
que integrar a primeira quinta parte da lista de antiguidade para a 
promoção. 
Comentários: 
 A Carta Magna abre a possibilidade de, mesmo quem não preencher tais 
requisitos ser promovido. Isso é possível se não houver, dentre os que 
preencherem tais requisitos, quem aceite o lugar vago (art. 93, II, “b”, CF). 
Questão incorreta. 
50. (ESAF/2004/MPU) Após a vitaliciedade, o juiz só perderá seu 
cargo por deliberação administrativa tomada por maioria qualificada 
do Pleno do Tribunal a que estiver vinculado. 
Comentários: 
 Após a vitaliciedade, a perda do cargo se dará por sentença judicial 
transitada em julgado (art. 95, I, CF). Questão incorreta. 
51. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal) Nos termos da Constituição 
Federal, os servidores do Poder Judiciário poderão receber delegação 
para a prática de atos administrativos e atos de mero expediente com 
caráter decisório, desde que, no último caso, a conduta estabelecida 
no ato já esteja sumulada no Tribunal. 
Comentários: 
 Segundo o art. 93, XIV, da Constituição, os servidores receberão 
delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente 
sem caráter decisório. Não há exigência de que o ato

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