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Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 80 AULA 04: Organização Político-Administrativa. Competências. SUMÁRIO PÁGINA 1 – Organização Político-Administrativa 1-44 2 – Repartição de Competências 45-67 3 - Lista de Questões 68-77 4 - Gabarito 78-80 1. Organização político-administrativa Para uma boa compreensão da Organização do Estado Brasileiro, é necessário que revisemos, rapidamente, o que diz o “caput” do art. 1º da Constituição: Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: Como dissemos na aula 00 deste curso, nesse dispositivo fica caracterizado que a forma de estado adotada pelo Brasil é a federação. Dá- se o nome de Federação ou Estado federal a um Estado composto por diversas entidades territoriais autônomas, dotadas de governo próprio. Por autonomia, compreende-se um conjunto de competências ou prerrogativas garantidas pela Constituição que não podem ser abolidas ou alteradas de modo unilateral pelo governo central. Segundo Alexandre de Moraes (Direito Constitucional, 28ª edição), o mínimo necessário para a caracterização da organização federalista é a decisão do legislador constituinte de criar o Estado federal e suas partes indissociáveis, a Federação (União) e os Estados-membros, pois a criação de um governo geral implica a renúncia e o abandono de certas porções de competências administrativas, legislativas e tributárias por parte dos governos locais. Essa decisão está consubstanciada nos arts. 1º e 18 da Constituição Federal. Além disso, a Constituição Federal deve estabelecer os seguintes princípios: Os cidadãos dos diversos Estados-membros aderentes à Federação devem possuir a nacionalidade única desta; Repartição constitucional de competências entre os entes federativos; Necessidade de que cada ente federativo possua uma esfera de competência tributária que lhe garanta renda própria; Poder de auto-organização dos Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, atribuindo-lhes autonomia constitucional; Possibilidade constitucional excepcional e taxativa de intervenção federal, para manutenção do equilíbrio federativo; Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 80 Participação dos Estados no Poder Legislativo federal, de forma a permitir-se a ingerência de sua vontade na formação da legislação federal; Possibilidade de criação de novo Estado ou modificação territorial de Estado existente, dependendo da aquiescência da população do Estado afetado; A existência de um órgão de cúpula do Poder Judiciário para interpretação e proteção da Constituição Federal. A Federação brasileira obedece a esses princípios, sendo composta por União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, todos entes autônomos e de mesma hierarquia. Para proteção da federação como forma de estado, o vínculo entre esses eles é indissolúvel (não há direito de secessão em nosso ordenamento jurídico). Além disso, o constituinte determinou a impossibilidade de qualquer proposta de emenda constitucional tendente a abolir a federação (art. 60, § 4º, I, CF). Destaca-se, porém, que autonomia difere de soberania. No Brasil, apenas a República Federativa do Brasil (RFB) é considerada soberana, inclusive para fins de direito internacional. Só ela possui personalidade internacional: os Estados federados são reconhecidos pelo direito internacional apenas na medida em que a RFB autoriza. Continuaremos nossa análise sobre a organização da República Federativa do Brasil (RFB) pela leitura do art. 18 da Constituição: Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. Esse dispositivo constitucional, assim como o “caput” do art. 1º da CF/88, que acabamos de rever, enumera os entes federativos que compõem a República Federativa do Brasil: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Além disso, confere autonomia a todos esses entes, que podem decidir sobre matérias específicas, dentro dos limites constitucionais. Não há subordinação ou hierarquia entre eles: todos têm suas competências definidas pela Constituição. O § 1º do art. 18 determina, ainda, que Brasília é a capital federal. Esse dispositivo é cobrado de maneira literal, por isso não faremos maiores considerações. Um ponto importante sobre o art. 18 é que a Constituição de 1988 permitiu que os Municípios compusessem o Estado federal, inovando em relação à anterior. Já os Territórios foram excluídos da Federação, passando a ser apenas integrantes da União, conforme determina o art. 18, §2º da Carta Magna: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 80 § 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. 1. (ESAF/2007/PGFN) São integrantes do pacto federativo brasileiro os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, já que a soberania é atributo exclusivo da União. Comentários: A soberania, como vimos, é atributo da República Federativa do Brasil, não da União. Questão incorreta. 2. (ESAF/2006/CGU) Não é elemento essencial do princípio federativo a existência de dois tipos de entidade - a União e as coletividades regionais autônomas. Comentários: Pelo contrário! É característica da federação a existência desses entes, todos autônomos. Questão incorreta. 3. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal da Receita Federal) No caso do Federalismo brasileiro, a soberania é um atributo da União, o qual distingue esse ente da federação dos estados e municípios, ambos autônomos. Comentários: A soberania é atributo da RFB. A União os demais entes da federação são todos autônomos. Questão incorreta. 4. (ESAF/2008/MPOG) Assinale a opção que contempla todos os entes da organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, nos termos da Constituição. a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos soberanos. b) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios, todos soberanos. c) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios, todos independentes. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 80 d) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios, todos autônomos. e) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos autônomos. Comentários: De acordo com o art. 18 da Constituição Federal, a organização político- administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição.A letra E é o gabarito. 5. (ESAF/2008/CGU) No que concerne à República Federativa do Brasil, ela compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos soberanos, nos termos da Constituição. Comentários: A RFB, nos termos do art. 18, determina que a organização político- administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição. Questão incorreta. 6. (ESAF/2008/CGU) O Distrito Federal é chamado de Brasília e com esse nome constitui a Capital Federal. Comentários: O Distrito Federal não se confunde com Brasília (Capítulo V, Seção I, CF) e é esta última a capital do Brasil (art. 18, § 1º, CF). Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 80 1. União A União é pessoa jurídica de direito público interno, sem personalidade internacional, autônoma, com competências administrativas e legislativas enumeradas pela Carta Magna. Quando representa a República Federativa do Brasil, entretanto, apresenta soberania. Note que neste caso quem realmente pratica os atos de Direito Internacional é a República Federativa do Brasil, sendo apenas representada por órgãos da União (como o Presidente da República, por exemplo). Não confunda, caro (a) aluno (a) os conceitos de República Federativa do Brasil (RFB) e União. A primeira é o todo, compreendendo União, Estados- membros, Distrito Federal e Municípios. A segunda é parte: é um dos integrantes da RFB. Em seu artigo 20, a Constituição enumera os bens da União. Veja, no quadro a seguir, quais são eles: Bens da União As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva O mar territorial Os recursos minerais, inclusive os do subsolo As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré- históricos Os terrenos da marinha e seus acrescidos As praias marítimas As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios Os potenciais de energia hidráulica As ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas destas as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade federal, e as referidas no art. 26, II da CF (essas áreas, mesmo contendo sede de Municípios, pertencem à União) Dispõe a CF/88 (art. 20, IX) que pertencem à União os recursos minerais, inclusive os do subsolo. O solo onde esses recursos estão situados, porém, permanece como propriedade do particular. Só para enriquecer nossos conhecimentos, reproduzirei o art. 176 da Carta Magna: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 80 Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. Suponhamos, como exemplo, que seja encontrada uma mina de ouro em uma fazenda do Sr. João da Silva, em Goiás. A propriedade da fazenda continuará sendo do Sr. João, embora o ouro encontrado seja da União. Caso uma concessionária venha a explorar essa jazida, deverá pagar royalties à União, proprietária dos recursos minerais. O produto da lavra (ouro extraído), entretanto, será da concessionária. É importante ressaltar que o legislador constituinte permitiu à União, para efeitos administrativos, a criação de regiões de desenvolvimento (art. 43), mediante a articulação de sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando ao seu desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais, por meio de lei complementar, que disporá sobre as condições para integração de regiões em desenvolvimento; a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social (CF, art. 174, § 1º), aprovados juntamente com estes. Além disso, poderão ser estabelecidos incentivos regionais que compreenderão, além de outros, na forma da lei (art. 43, § 2º, CF): Igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de responsabilidade do Poder Público; Juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias; Isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas; Prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas. 7. (ESAF/2007/TCE-GO) São bens da União as bacias hidrográficas que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 80 O texto constitucional não fala em “bacias hidrográficas”, mas em lagos, rios e quaisquer correntes de água. Questão incorreta. 8. (ESAF/2005/MPOG) As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios pertencem à União, salvo após a sua demarcação, quando passarão a ser bens da comunidade indígena que as ocupe de forma tradicional. Comentários: Não há tal ressalva no texto constitucional (art. 20, XI, CF). Questão incorreta. 9. (ESAF/2006/SRF) Em razão de alteração promovida por emenda constitucional, a ilha costeira que seja sede da capital do Estado passou a ser considerada bem estadual. Comentários: As ilhas que contêm a sede de Municípios pertencem, em regra, ao próprio Município (art. 20, IV, CF). Questão incorreta. 10. (ESAF/2006/ENAP) Em razão de emenda ao texto constitucional de 1988, todas as áreas das ilhas oceânicas ou costeiras que contenham sede de Municípios deixaram de ser bens da União. Comentários: Nada disso! As ilhas que contenham áreas afetadas ao serviço público e a unidade federal, e as referidas no art. 26, II da CF, mesmo contendo sede de Municípios, pertencem à União, por força do art. 20, IV, da Carta Magna. Questão incorreta. 11. (ESAF/2006/CGU) As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos, desde que não situados em terras de propriedade dos Estados, pertencem à União. Comentários: As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré- históricos são sempre bens da União, conforme art. 20, X, da Constituição Federal. Questão incorreta. 12. (ESAF/2003/MPOG) O mar territorial que se projeta a partir dos limites dos Estados-membros litorâneos a eles pertence; por isso, esses Estados fazem jus a compensação financeira pela exploraçãode petróleo ou gás natural que ocorra na região. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 80 De fato, determina o art. 20, § 1º, da Constituição, que é assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. O erro do enunciado é afirmar que o mar territorial pertence aos Estados, pois se trata de um bem da União (art. 20, VI, CF). Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 80 2. Estados-membros Os Estados-membros, assim como a União, são entes autônomos, apresentando personalidade jurídica de direito público interno. Apresentam capacidade de auto-organização e autolegislação, conforme se depreende do artigo 25, “caput” da Constituição: Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. A auto-organização se dá por meio da elaboração de suas Constituições, fruto do exercício do poder constituinte derivado decorrente pela atuação de suas Assembleias Legislativas. Já a autolegislação ocorre pela edição de suas próprias leis, resultando da atuação do legislador ordinário, também nas Assembleias Legislativas. Tanto a auto-organização quanto a autolegislação devem obedecer aos princípios constitucionais sensíveis, enumerados taxativamente pela Constituição em seu art. 34, VII. O nome “sensíveis” se deve ao fato de que estes são de observância obrigatória, sob pena de intervenção federal, ou seja, caso contrariados, provocam uma reação: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (...) VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. Devem, também, obedecer aos princípios constitucionais extensíveis, normas de organização que a Lei Fundamental estendeu a Estados-membros, Municípios e Distrito Federal. Encontram-se dispostos em Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 80 normas espalhadas pelo texto da Carta Magna. É o caso dos fundamentos e objetivos fundamentais da RFB, por exemplo (art. 1º, I a V; art. 3º, I a IV e art. 4º, I a X, CF/88). Por fim, os Estados-membros devem obediência aos princípios constitucionais estabelecidos, normas espalhadas pelo texto da Constituição que, além de organizarem a própria federação, estabelecem preceitos centrais de observância pelos Estados-membros em sua auto-organização. Exemplo: arts. 27; 28, 37, I a XXI, §§ 1º a 6º; 39 a 41, CF. Nesse sentido, tem-se o entendimento do Supremo Tribunal Federal de que “se é certo que a nova Carta Política contempla um elenco menos abrangente de princípios constitucionais sensíveis, a denotar, com isso, a expansão de poderes jurídicos na esfera das coletividades autônomas locais, o mesmo não se pode afirmar quanto aos princípios federais extensíveis e aos princípios constitucionais estabelecidos, os quais, embora disseminados pelo texto constitucional, posto que não é tópica a sua localização, configuram acervo expressivo de limitações dessa autonomia local, cuja identificação – até mesmo pelos efeitos restritivos que deles decorrem – impõe-se realizar (STF, Pleno, ADI no 216/PB, RTJ 146/388). Para fixarmos melhor quais são os princípios constitucionais sensíveis, que tal um esquema? Os Estados-membros possuem, também, autogoverno, apresentando Legislativo, Executivo e Judiciário estaduais. Por meio do povo, são eleitos seus representantes no Legislativo e Executivo locais, sem subordinação ao P R I N C Í P I O S C O N S T I T U C I O N A I S S E N S Í V E I S Direitos da pessoa humana Forma republicana, sistema representativo e regime democrático Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde Prestação de contas da administração pública, direta e indireta Autonomia municipal Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 80 Poder Central. A Constituição Federal prevê expressamente a existência dos Poderes Legislativo (CF, art. 27), Executivo (CF, art. 28) e Judiciário (CF, art. 125) estaduais. O Poder Legislativo estadual é unicameral, sendo formado apenas pela Assembleia Legislativa. Veja o que dispõe o artigo 27, §1º, da Carta Magna: § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas. Os deputados estaduais são eleitos para mandatos de quatro anos, pelo sistema proporcional. Seu número é determinado pela regra estabelecida no art. 27, “caput”, da Carta Magna: Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze. Assim, caso um Estado tenha 38 (trinta e oito) deputados federais, terá 36+(38-12), o que totaliza 62 (sessenta e dois) deputados estaduais. No que se refere ao Poder Executivo estadual, destaca-se o art. 28 da Constituição: Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. § 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro cargo ou função na administração pública direta ou indireta, ressalvada a posse em virtude de concurso público e observado o disposto no art. 38, I, IV e V.(Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, observadoo que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 80 Observe que o subsídio do Governador, do Vice-Governador e dos secretários de Estado é fixado por lei, a partir de projeto apresentado pela Assembleia Legislativa. Sujeita-se, portanto, a veto do Governador. Seu valor serve como limite remuneratório (teto) no âmbito do Poder Executivo estadual, exceto para os procuradores e defensores públicos, cujo teto salarial será 90,25% do subsídio de Ministro do STF (CF, art. 37, XI). Mesmo diante dessa regra, os Estados-membros podem adotar um limite diverso para Legislativo, Executivo e Judiciário, um teto único. É o que determina o art. 37, §12, da Constituição: § 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. No que concerne ao Judiciário, estabelece a Constituição que os Estados organizarão sua Justiça, observados os princípios nela estabelecidos (art. 125, “caput”, CF/88). A Carta Magna determina, ainda, que a competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça (art. 125, § 1º, CF/88). A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes (art. 125, § 3º, CF/88). Além de auto-organização, autolegislação e autogoverno, os Estados possuem autoadministração. Assim, são competentes para se administrarem, no exercício das competências definidas pela Constituição. Determina a Carta Magna que os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum (art. 25, § 3º, CF/88). São, portanto, três os requisitos para que os estados atuem nessas hipóteses: Lei complementar estadual; Que os municípios envolvidos sejam limítrofes; Finalidade de organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 80 Mas, afinal, o que são microrregiões, regiões metropolitanas e aglomerados urbanos? As regiões metropolitanas são formadas por um conjunto de Municípios cujas sedes se unem, com certa continuidade urbana, em torno de um Município-polo. As microrregiões, por sua vez, são formadas por Municípios limítrofes, sem continuidade urbana, com características homogêneas e problemas administrativos comuns. Finalmente, os aglomerados urbanos são áreas urbanas cujos Municípios apresentam tendência à complementaridade de suas funções, exigindo, por isso, um planejamento integrado e uma ação coordenada dos entes públicos. É o caso da Baixada Santista, por exemplo. A CF/88 determina quais são os bens dos Estados em seu art. 26, que reproduzimos abaixo: Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. 13. (ESAF/2010/SMF-RJ) Ainda sobre a repartição constitucional de bens e de competências entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, é correto afirmar que os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observado o disposto na legislação federal. Comentários: Na auto-organização dos Estados, estes devem observar os princípios da Constituição, não normas infraconstitucionais. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 80 14. (ESAF/2001/SRF) Em relação aos chamados princípios constitucionais sensíveis, as unidades federadas gozam de autodeterminação plena. Comentários: Não há autodeterminação, mas sim necessidade de obediência aos princípios constitucionais sensíveis. Questão incorreta. 15. (ESAF/2009/Ministério da Fazenda) O número de Deputados à Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do Estado na Câmara dos Deputados. Comentários: É o que determina o art. 27 da Carta Magna. Questão correta. 16. (ESAF/2006/SRF) O subsídio dos Deputados Estaduais, que é fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, tem por limite o valor correspondente a um percentual, definido na Constituição Federal, que é aplicado sobre o subsídio, em espécie, estabelecido para os Deputados Federais. Comentários: O subsídio dos deputados estaduais é fixado por LEI de iniciativa da Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, 75% (setenta e cinco por cento) daquele estabelecido, em espécie, para os deputados federais (CF, art. 27, §2º, CF/88). Seu valor serve como limite remuneratório (teto) no âmbito do Poder Legislativo estadual (CF, art. 37, XI). Questão correta. 17. (ESAF/2006/CGU) Em face de emenda constitucional, o subsídio dos Deputados Estaduais tem por limite a remuneração dos Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado. Comentários: O subsídio dos Deputados Estaduais tem por limite o valor de 75% daquele dos deputados federais (CF, art. 27, §2º, CF/88). Questão incorreta. 18. (ESAF/2005/MPOG) Os subsídios dos Governadores de Estado e dos membros das Assembleias Legislativas estaduais devem ser fixados por ato do Congresso Nacional. Comentários: De acordo com o §2º do art. 28 da Carta da República, os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 80 19. (ESAF/2006/CGU) Os subsídios dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa do Poder Executivo. Comentários: Os subsídios dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa (art. 28, § 2o, CF). Questão incorreta. 20. (ESAF/2009/SEFAZ-SP) Os Estadospodem instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum. Comentários: De fato, determina a Carta Magna que esses entes poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum (art. 25, § 3º, CF/88). Questão correta. 21. (ESAF/2007/PGFN) Compete aos Estados-Membros, no âmbito de sua autonomia, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões. Comentários: É o que determina o art. 25, § 3º, CF/88. Questão correta. 22. (ESAF/2009/Ministério da Fazenda) Incluem-se entre os bens dos estados as terras devolutas não compreendidas entre as da União. Comentários: Os bens dos Estados são listados na tabela a seguir: Bens dos Estados As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União. As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros. As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União. As terras devolutas não compreendidas entre as da União. Questão correta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 80 23. (ESAF/2003/MPOG) Todas as terras devolutas, por decisão constitucional, constituem bens dos Estados-membros em que se situam. Comentários: Constituem bens dos Estados apenas as terras devolutas que não pertencem à União (art. 26, IV, CF). Questão incorreta. 24. (ESAF/2006/CGU) Pertencem aos Estados as ilhas fluviais localizadas em seu território, que não se situem na zona limítrofe com outros países. Comentários: Pertencem aos Estados as ilhas fluviais não pertencentes à União, ou seja, que não se situem na zona limítrofe com outros países (art. 20, IV, CF). Questão correta. 25. (ESAF/2007/TCE-GO) Incluem-se entre os bens dos Estados as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras dos Municípios. Comentários: A ressalva se dá quanto às águas em depósito decorrentes de obras da União (art. 26, I, CF). Questão incorreta. 3. Municípios Os Municípios são entes autônomos, sendo sua autonomia alçada, pela Constituição Federal, à condição de princípio constitucional sensível (CF, art. 34, VII, “c”). Essa autonomia baseia-se na capacidade de auto-organização, autolegislação, autogoverno e autoadministração. Pode-se dizer que o Município se auto-organiza por meio de sua Lei Orgânica Municipal e leis municipais; autogoverna-se por meio da eleição direta de seu Prefeito, Vice-Prefeito e vereadores sem qualquer ingerência dos Governos Federal e Estadual; e, por fim, autoadministra-se ao pôr em Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 80 exercício suas competências administrativas, tributárias e legislativas, diretamente conferidas pela Constituição Federal. No que diz respeito à auto-organização, determina a Carta da República que: Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os seguintes preceitos: I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo realizado em todo o País; II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subsequente ao da eleição; (...) V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I; VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da receita do Município; A Lei Orgânica organizará os órgãos da Administração, a relação entre Poderes, disciplinará a competência legislativa do Município, bem como suas competências comum e suplementar (art. 23 e 30, II, da Constituição, respectivamente), estabelecerá as regras do processo legislativo municipal e a regulamentação orçamentária do Município, em consonância com a Constituição Federal e a Estadual. Compete à Lei Orgânica Municipal, ainda, fixar o número de Vereadores , observado o limite máximo de: a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) habitantes; b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 80 c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes; g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 (trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes; i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) habitantes; j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 (seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) habitantes; k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 (setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) habitantes; l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 (novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes; m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes; n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 (um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhãoe trezentos e cinquenta mil) habitantes; o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes; Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 80 p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 (um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes; q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 (um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes; r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 (dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) de habitantes; s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 (três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes; t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 (quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes; u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 (cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 (seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 (sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; e x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 8.000.000 (oito milhões) de habitantes. A má notícia é: já vi isso ser cobrado em prova! A boa, por sua vez, é que geralmente se cobra a alínea “a”, ou seja, o fato de o limite máximo ser de nove Vereadores para Municípios de até 15 mil habitantes ou a alínea “x”, que determina o máximo de 55 Vereadores nos Municípios com mais de oito milhões de habitantes. O artigo 29, X da Constituição estabelece o julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça. Considerando que o constituinte não foi muito claro nessa determinação, o STF entende que a competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos se limita aos crimes de competência da justiça comum estadual. Nos demais casos, a competência originária cabe ao respectivo tribunal de segundo grau. Há duas importantes súmulas do STJ sobre esse assunto. A primeira delas é a Súmula 208, que determina que “compete à Justiça Federal processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 80 de contas perante órgão federal”. A segunda é a Súmula 209, que estabelece que “compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal”. Destaca-se, ainda, que os delitos eleitorais, segundo o STJ (STJ, DJU, 17 ago, 1992, 3ª Seção) o Prefeito deverá ser processado e julgado, originariamente, pelo Tribunal Regional Eleitoral, no caso de prática de crimes eleitorais e pelo Tribunal de Justiça (não pelo Tribunal do Júri) no caso de prática de crimes dolosos contra a vida (STJ, 5ª Turma, HC 2.259-9-MT, DJU, 28.02.1994). No que se refere aos crimes de responsabilidade praticados pelo Prefeito Municipal, é importante que os classifiquemos em próprios ou impróprios. Enquanto os primeiros são infrações político-administrativas, cuja sanção corresponde à perda do mandato e à suspensão dos direitos políticos, os segundos são verdadeiras infrações penais, apenados com penas privativas de liberdade. Os primeiros (próprios) deverão ser julgados pela Câmara Municipal, enquanto os segundos (impróprios) deverão ser julgados pelo Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara de Vereadores. Destaca-se, porém, que a Constituição Federal prevê a competência originária do Tribunal de Justiça, salvo as exceções anteriormente mencionadas, apenas para o processo e julgamento das infrações penais comuns contra o Prefeito Municipal. Não se admite a extensão interpretativa para se considerar a existência de foro privilegiado para as ações populares, ações civis públicas e demais ações de natureza cível. Essa proibição também vale para as ações de improbidade administrativa, por ausência de previsão constitucional específica. A Constituição prevê algumas hipóteses de crime de responsabilidade do Prefeito em seu art. 29-A, § 2º (rol exemplificativo): efetuar repasse que supere os limites definidos no artigo 29-A, que vimos anteriormente; não enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou enviá-lo a menor em relação à proporção fixada na Lei Orçamentária. Esquematizando: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 80 A Constituição não outorgou foro especial aos Vereadores perante o Tribunal de Justiça. Contudo, segundo o STF, a Constituição do Estado pode fazê-lo, se o legislador constituinte entender oportuno. A Carta Magna limitou- se a conceder-lhes inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município (CF, art. 29, VIII), a chamada imunidade material. No que se concerne ao subsídio dos vereadores, a Constituição determina, em seu artigo 29, VI, que este será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe a Carta Magna, os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os seguintes limites máximos: Número de habitantes Até 10.000 De 10.001 a 50.000 De 50.001 a 100.000 De 100.001 a 300.000 De 300.001 a 500.000 Acima de 500.000 Subsídio máximo do vereador (% subsídio deputados estaduais) 20% 30% 40% 50% 60% 75% Julgamento do Prefeito Crimes de competência da Justiça Comum Tribunal de Justiça Desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal Justiça Federal Crimes eleitorais TRE Crimes de responsabilidade próprios Câmara Municipal Crimes de responsabilidade impróprios e crimes dolosos contra a vida Tribunal de Justiça Ações populares, ações civis públicas e demais ações de natureza cível, bem como improbidade administrativa Primeira instância Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 80 Dispõe, ainda, a Carta Magna, em seu art. 29-A, § 1º, que a Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. Além disso, nos §§ 2º e 3º, prevê uma hipótese de crime de responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal: § 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. § 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da CâmaraMunicipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. O artigo 29, X da Constituição estabelece o julgamento do Prefeito perante o Tribunal de Justiça. Entretanto, o STF entende que a competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos se limita aos crimes de competência da justiça comum estadual. Nos demais casos, a competência originária cabe ao respectivo tribunal de segundo grau. Já no que se refere aos vereadores, a Constituição não lhes outorgou foro especial perante o Tribunal de Justiça. Contudo, segundo o STF, a Constituição do Estado pode fazê-lo, se o legislador constituinte entender oportuno. A Carta Magna limitou-se a conceder-lhes inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município (CF, art. 29, VIII). 26. (ESAF/2006/SRF) A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito de um município só terá segundo turno se, simultaneamente, nenhum dos candidatos obtiver a maioria absoluta dos votos válidos e o município tiver mais de duzentos mil habitantes. Comentários: À eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, em se tratando de Município com mais de duzentos mil eleitores, aplicam-se as regras relativas às eleições em dois turnos. Questão incorreta. 27. (ESAF/2004/CGU) Segundo a CF/88, as eleições para Prefeito seguirão as mesmas regras definidas na Constituição para a eleição do Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 80 Presidente da República, se o município tiver mais de duzentos mil habitantes. Comentários: Não caia nessa “pegadinha”! À eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, em se tratando de Município com mais de duzentos mil eleitores, aplicam-se as regras relativas às eleições em do Presidente e do Vice-Presidente da República. Questão incorreta. 28. (ESAF/2006/TCU) O subsídio dos vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, observados os limites estabelecidos pela Constituição, definidos em razão do número de habitantes. Comentários: No que se refere ao subsídio dos vereadores, a Constituição determina, em seu artigo 29, VI, que este será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe a Carta Magna, os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os limites máximos estabelecidos conforme o número de habitantes pela própria Lei Fundamental. Questão correta. 29. (ESAF/2003/AFT) O subsídio dos vereadores será fixado, para a legislatura seguinte, por lei de iniciativa da Câmara de Vereadores, sendo seu limite máximo estabelecido no texto constitucional, sob a forma de um percentual, definido com base no número de habitantes do município, a ser aplicado sobre o subsídio do Deputado Estadual. Comentários: A Constituição determina, em seu artigo 29, VI, que o subsídio dos vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que dispõe a Carta Magna, os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os limites máximos estabelecidos conforme o número de habitantes pela própria Lei Fundamental. O erro da questão é dizer que é necessário lei para a fixação desse subsídio. A Carta Marga não faz tal exigência: basta ato normativo da Câmara Municipal. Questão incorreta. 30. (ESAF/2003/SRF) O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em um turno. Comentários: A lei orgânica do Município é votada em dois turnos, com interstício mínimo de dez dias, sendo aprovada por dois terços dos membros da Câmara Municipal. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 80 31. (ESAF/2004/CGU) Segundo a CF/88, a Câmara Municipal não poderá gastar mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, não sendo incluído nesse percentual o gasto com o subsídio de seus Vereadores. Comentários: Segundo o art. 29-A, § 1º da Constituição, a Câmara Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. Questão incorreta. 32. (ESAF/2006/SRF) Se um prefeito municipal realizar o repasse de recursos do Poder Legislativo Municipal após o dia vinte de cada mês, ele estará incorrendo em hipótese de crime de responsabilidade. Comentários: É o que determina Carta Magna em seu art. 29-A, § 2º, I. Questão correta. 33. (ESAF/2004/MRE) O número de vereadores de um município, obedecidos aos limites mínimos e máximos, definidos na Constituição em função do número de eleitores, será fixado na lei orgânica do município. Comentários: De fato, o número de vereadores é estabelecido pela Lei Orgânica do Município. O erro do enunciado é que a Constituição apenas fixa um limite máximo para esse número, não um mínimo (art. 29, “caput” e inciso IV, da CF/88). Questão incorreta. 34. (ESAF/2004/MPU) Autoridades municipais não se sujeitam à Justiça Federal. Comentários: Como vimos, caso haja desvio de verba sujeita a prestação de contas perante órgão federal pelo Prefeito, este será julgado pela Justiça Federal. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 80 4. Distrito Federal O Distrito Federal apresenta algumas características dos Estados e algumas características dos Municípios. Como exemplo, cita-se que, como os Municípios, é regido por lei orgânica e não tem poder de organização do Ministério Público e do Poder Judiciário que atuam em seu território. Da mesma forma, apresenta competências próprias dos Estados, como é o caso da concorrente, e está sujeito à intervenção federal. Possui, ainda, como os Estados, três representantes no Senado Federal, participando da composição do Poder Legislativo federal. O Distrito Federal é ente federado autônomo e, como tal, dispõe de auto- organização, autoadministração, autolegislação e autogoverno (CF, arts. 18, 32 e 34). A auto-organização do Distrito Federal se dá por meio de lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição (art. 32, “caput”, CF/88). No que se refere à autolegislação, apresenta uma característica peculiar: a ele são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados e Municípios (CF, art. 32, §1º e 147). Não se pode, porém, dizer que o Distrito Federal apresenta todas as competências legislativas dos Estados- membros. Algumas não lhe foram estendidas, como é o caso, por exemplo, da competência para dispor sobre sua organização judiciária, do Ministério Público e da Defensoria Pública, bem como organização administrativa, que é privativa da União (art. 22, XVII, CF). Além disso, ao contrário dos Estados-membros, a competência para organizar e manter, no seu âmbito, o Ministério Público, o Poder Judiciário, a Defensoria Pública, a polícia civil, a polícia militar e o corpo de bombeiros militar é da União (CF, art. 21, XIII e XIV). Já no que tange ao autogoverno, a eleição do Governador e do Vice- Governador segue as regras da eleiçãopara Presidente da República. A dos deputados distritais segue a regra dos deputados estaduais. Outra peculiaridade do Distrito Federal é que, diferentemente do que ocorre com os demais entes federados, não há previsão constitucional para alteração dos seus limites territoriais. Ressalta-se, ainda, que, ao contrário dos Estados-membros, o Distrito Federal não pode ser dividido em Municípios (art. 32, “caput”, CF/88). Além disso, não pode organizar nem manter o Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública, nem as polícias civil e militar e o corpo de bombeiros. Todos esses órgãos são organizados e mantidos pela União, cabendo a ela legislar sobre a matéria. Nesse sentido, determina a Súmula 647 do STF que “compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal”. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 80 35. (ESAF/2003/SRF) O Distrito Federal equipara-se, em termos de competências, a um Município. Comentários: O Distrito Federal apresenta competências dos Estados e dos Municípios. Questão incorreta. 36. (ESAF/2009/Receita Federal) Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal. Comentários: É o que determina a súmula 647 do STF. Questão correta. 37. (ESAF/2006/ENAP) A utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar é matéria que se insere dentro da competência legislativa exclusiva desse ente da Federação. Comentários: De jeito nenhum! Trata-se de matéria de competência de competência exclusiva da União (art. 20, XIV, CF). Questão incorreta. 38. (ESAF/2005/MPOG) Em relação à polícia militar do Distrito Federal, compete ao Distrito Federal disciplinar a sua remuneração, uma vez que os policiais militares do Distrito Federal são servidores do Distrito Federal. Comentários: Determina a Súmula 647 do STF que “compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito Federal”. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 80 5. Territórios Federais Os Territórios federais não são entes federados, integram a União (art. 18, §2º, CF). Caso sejam criados, obedecerão às regras constitucionais a seguir: Territórios Poderão, ou não, ser divididos em Municípios (art. 33, § 1º, CF) As contas do seu Governo serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União (CF, art. 33, § 2º) Quando tiverem mais de cem mil habitantes, além do Governador, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais. A lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa (CF, art. 33, §3º) Governador escolhido pelo Presidente da República, com nome aprovado previamente, por voto secreto, após arguição pública, pelo Senado Federal (CF, art. 52, III, “c”) A jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes locais, na forma da lei (CF, art. 110, parágrafo único) Elegerão quatro deputados federais (CF, art, 45, § 2º) . Segundo a Carta Magna, a criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Destaca-se que a criação de um Território federal a partir do desmembramento de um Estado obedece as mesmas regras referentes à formação dos Estados, que estudaremos a seguir. 39. (ESAF/2007/TCE-GO) A criação, a transformação em Estado ou a reintegração ao Estado de origem dos Territórios Federais serão reguladas em lei complementar. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 80 Segundo o art. 18, § 2º, da Constituição, os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Questão correta. 40. (ESAF/2006/CGU) A reintegração de um Território Federal ao seu Estado de origem, depende de emenda constitucional. Comentários: A reintegração de um Território Federal ao seu Estado de origem é regulada por lei complementar (art. 18, § 2º, da Constituição). Questão incorreta. 41. (ESAF/2005/MPOG) Nos Territórios divididos em Municípios, as contas do governo do território serão submetidas à Câmara Territorial, com prévio parecer do Tribunal de Contas Territorial. Comentários: De acordo com a Constituição, As contas do seu Governo serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União (CF, art. 33, § 2º). Essa disposição se refere tanto a Territórios divididos em Municípios quanto os que não apresentam tal divisão. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 80 6. Formação dos Estados Antes de estudarmos a formação dos Estados, é importante definirmos os fenômenos da fusão, cisão ou incorporação, possíveis de ocorrerem tanto com os Estados quanto com os Municípios. Pela fusão, o ente federado se incorpora a outro, da mesma espécie (um Estado se incorpora a outro Estado ou um Município se incorpora a outro Estado). Com isso, há a formação de um terceiro e novo ente federado, distinto dos anteriores e com personalidade própria. Os entes federativos que lhe deram origem não mais existirão. Já pela cisão, o ente federativo (Estado ou Município) se subdivide, formando dois ou mais novos entes. No caso de um Município, haverá a formação de novos Municípios. No caso de um Estado, poderão ser formados novos Estados ou Territórios. Os entes formados apresentam personalidade distinta daqueles que lhes deram origem. Os originários, por sua vez, desaparecem. Finalmente, no desmembramento, que também pode ocorrer tanto nos Estados quanto nos Municípios, duas possibilidades podem ocorrer. Em ambas as possibilidades, o ente (ou entes) originários não desaparecem. A primeira delas é quando um ou mais entes federados cedem parte de seu território para que este seja anexado a um ente já existente. Exemplo: o Município de Goiânia cede parte de seu território ao de Aparecida de Goiânia. A segunda possibilidade ocorre quando um ou mais entes federados cedem parte de seu território para que haja a formação de um novo ente. Foi o que aconteceu com Goiás, quando este cedeu parte de seu território para a formação do estado do Tocantins. De volta à análise da Constituição, seu art. 18, § 3º, determina que os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Observe que a formaçãodos Territórios obedece aos mesmos requisitos necessários para a incorporação, subdivisão e desmembramento de Estado. Combinando-se este artigo ao art. 48, VI, CF/88, tem-se que esses requisitos são: Consulta prévia, por plebiscito, às populações diretamente interessadas; Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados; Edição de lei complementar pelo Congresso Nacional. “E o que são populações diretamente interessadas, professora?” A resposta é dada pela Lei 9.709/1998, que em seu artigo 7º dispõe: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 80 Art. 7o Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5o entende-se por população diretamente interessada tanto a do território que se pretende desmembrar, quanto a do que sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo percentual que se manifestar em relação ao total da população consultada. O resultado do plebiscito é vinculante, caso desfavorável, pois torna a modificação territorial impossível. Já quando favorável, a decisão final sobre a modificação territorial é do Congresso Nacional, pois este poderá editar ou não a lei complementar. Já a consulta às Assembleias Legislativas é meramente opinativa. Mesmo se esta for desfavorável à mudança territorial, o Congresso Nacional pode editar a lei complementar que aprova a subdivisão, incorporação ou desmembramento. 42. (ESAF/2009/MPOG) Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Comentários: É o que determina o art. 18, § 3º da Constituição. Questão correta. 43. (ESAF/2010/SUSEP) Poderá ocorrer a fusão entre Estados. Nesse caso, nem todos perdem a primitiva personalidade, pois, ao surgir o Estado novo, este adquire a personalidade de um deles. Comentários: Na fusão o novo Estado adquirirá personalidade própria, distinta daquela dos entes que lhe deram origem. Questão incorreta. 44. (ESAF/2009/Ministério da Fazenda) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento dos Estados far-se-ão por lei complementar federal, após divulgação dos Estudos de Viabilidade, apresentados e publicados na forma da lei. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 80 Comentários: Não há exigência de divulgação dos Estudos de Viabilidade. Esse requisito só se aplica à criação de Municípios. Questão incorreta. 45. (ESAF/2008/CGU) A criação de territórios federais, que fazem parte da União, depende de emenda à Constituição. Comentários: Como vimos, a criação de territórios federais depende de três requisitos: Consulta prévia, por plebiscito, às populações diretamente interessadas; Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados; Edição de lei complementar pelo Congresso Nacional. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 80 7. Formação dos Municípios O art. 18, § 4º da Constituição, com redação dada pela EC no 15/1996, assim dispõe: § 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. São, portanto, cinco os requisitos para a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios: Edição de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando genericamente o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios; Aprovação de lei ordinária federal determinando os requisitos genéricos e a forma de divulgação, apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal; Divulgação dos estudos de viabilidade municipal, na forma estabelecida pela lei mencionada acima; Consulta prévia, por plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos; Aprovação de lei ordinária estadual determinando a criação, incorporação, fusão e desmembramento do(s) município(s). 46. (ESAF/2009/MPOG) A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei. Comentários: É o que determina o art. 18, § 4º da Constituição. Questão correta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 80 47. (ESAF/2004/MPU) A criação de municípios depende apenas de consulta às populações interessadas e de lei estadual autorizadora. Comentários: Há outros requisitos. A Constituição estabelece que a fusão e a incorporação de Municípios serão feitas obedecidas algumas exigências: Edição de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando genericamente o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios; Aprovação de lei ordinária federal determinando os requisitos genéricos e a forma de divulgação, apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal; Divulgação dos estudos de viabilidade municipal, na forma estabelecida pela lei mencionada acima; Consulta prévia, por plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos; Aprovação de lei ordinária estadual determinando a criação, incorporação, fusão e desmembramento do(s) município(s). Questão incorreta. 48. (ESAF/2008/CGU) A criação de Municípios deve ser feita por lei complementar federal. Comentários: A criação de Municípios deve ser feita por lei ordinária estadual, conforme a sequência de passos a seguir: Questão incorreta. C r ia ç ã o d e M u n ic íp io s Edição de lei complementar federal, fixando genericamente o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, incorporação, fusão e desmembramento de municípios Aprovação de lei ordinária federal determinando os requisitos genéricos e a forma de divulgação, apresentação e publicação dos estudos de viabilidade municipal Divulgação dos estudos de viabilidade municipal Consulta prévia, por plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos Aprovação de lei ordinária estadual determinando a criação, incorporação, fusão e desmembramento do(s) município(s) Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolinawww.estrategiaconcursos.com.br 34 de 80 8. Vedações aos Entes Federados A Constituição estabelece, em seu art. 19, algumas vedações aos entes federados: Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantesrelações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II - recusar fé aos documentos públicos; III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. No que se refere ao inciso I, observa-se que o Brasil é um Estado laico, leigo ou não confessional, não adotando qualquer religião oficial. Entretanto, admite-se a colaboração de interesse público com os cultos religiosos ou igrejas, na forma da lei. O inciso II veda que um ente da Federação recuse fé a documentos públicos produzidos por outro, em virtude de sua procedência. Assim, a Receita Federal do Brasil não pode recusar fé a uma certidão negativa de débito emitida pela Secretaria da Fazenda do Tocantins, por exemplo. Trata-se de uma garantia que visa a fortalecer o pacto federativo. Finalmente, o inciso III acima também reforça o pacto federativo, ao vedar que os entes da federação criem preferências entre si ou entre brasileiros, em função de sua naturalidade. Assim, é vedado, por exemplo, que um concurso público estabeleça que somente os naturais de Minas Gerais poderão concorrer a determinada vaga. 49. (ESAF/2009/Ministério da Fazenda) É vedado aos Estados manter relação de aliança com representantes de cultos religiosos ou igrejas, resguardando- se o interesse público. Comentários: Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 80 É o que determina o art. 19, I, da Constituição. Questão correta. 50. (ESAF/2008/CGU) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros ou estrangeiros. Comentários: É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros. A Constituição não veda a criação de distinção entre brasileiros e estrangeiros. Questão incorreta. 51. (ESAF/2000/SRF/Técnico da Receita Federal) Aos Estados- Federados, na Constituição Federal, é vedado legislar ou estabelecer diferenças entre brasileiros e estrangeiros e recusar fé aos documentos públicos ou particulares. Comentários: Como dissemos, a Constituição não veda a criação de distinção entre brasileiros e estrangeiros. Além disso, a Constituição não veda recusar fé aos documentos particulares, mas apenas aos públicos. Questão incorreta. 52. (ESAF/2000/SRF/Técnico da Receita Federal) Em relação às competências vedadas aos Estados-Federados, podemos afirmar que lhes é vedado, explicitamente, estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada a colaboração de interesse público; recusar fé aos documentos públicos; criar distinções entre brasileiros ou preferência em favor de qualquer das pessoas jurídicas de direito público interno. Comentários: O art. 19 da Constituição veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; Recusar fé aos documentos públicos; Criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Questão correta. 53. (ESAF/2005/SEFAZ-MG) O Estado-membro não pode recusar fé aos documentos que ele próprio expediu, mas pode recusá-la aos documentos públicos produzidos nos Municípios. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 80 Comentários: O Estado-membro não pode, por vedação constitucional (art. 19, II, CF), recusar fé aos documentos públicos produzidos por qualquer dos entes federativos. Questão incorreta. Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 80 9. Intervenção Federal A autonomia dos entes federados poderá, excepcionalmente, ser afastada, em algumas situações anormais determinadas taxativamente pela Constituição. Nesse caso, haverá intervenção da União sobre Estados ou Distrito Federal ou sobre Municípios situados em Territórios (a chamada intervenção federal) ou, ainda, intervenção do Estado em seu Município (intervenção estadual). As hipóteses de intervenção federal nos Estados e Municípios são dispostas em rol taxativo (“numerus clausus”) no art. 34 da CF: Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I - manter a integridade nacional; II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação; V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo motivo de força maior; b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos em lei; VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial; VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e Acesse www.baixarveloz.net Direito Constitucional para ATA/MF – Teoria e exercícios Profa. Nádia Carolina – Aula 04 Prof. Nádia Carolina www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 80 nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000) Nos casos previstos no art. 34, I, II, III e V, o Presidente da República age de ofício, independentemente de provocação. É a chamada intervenção federal espontânea. Já no caso de coação ou impedimento que impeça o livre exercício dos Poderes Legislativo ou Executivo, a intervenção dependerá de solicitação, ao Presidente da República, do Poder que está sofrendo a coação ou o impedimento. Caberá ao Presidente decidir acerca da conveniência e oportunidade de atender ao pedido. Em alguns casos, porém, a intervenção será provocada por requisição, ficando o Presidente da República obrigado a promovê-la, caso a suspensão do ato impugnado não seja suficiente para restabelecer a normalidade. São eles: Para garantir o livre exercício do Poder Judiciário, em que a decretação da intervenção federal dependerá de requisição do STF. Para prover a execução de ordem
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