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– Teoria e exercícios 
Profa. Nádia Carolina – Aula 04 
 
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AULA 04: Organização Político-Administrativa. 
Competências. 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1 – Organização Político-Administrativa 1-44 
2 – Repartição de Competências 45-67 
3 - Lista de Questões 68-77 
4 - Gabarito 78-80 
1. Organização político-administrativa 
 Para uma boa compreensão da Organização do Estado Brasileiro, é 
necessário que revisemos, rapidamente, o que diz o “caput” do art. 1º da 
Constituição: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos: 
Como dissemos na aula 00 deste curso, nesse dispositivo fica 
caracterizado que a forma de estado adotada pelo Brasil é a federação. Dá-
se o nome de Federação ou Estado federal a um Estado composto por diversas 
entidades territoriais autônomas, dotadas de governo próprio. Por autonomia, 
compreende-se um conjunto de competências ou prerrogativas garantidas pela 
Constituição que não podem ser abolidas ou alteradas de modo unilateral pelo 
governo central. 
Segundo Alexandre de Moraes (Direito Constitucional, 28ª edição), o 
mínimo necessário para a caracterização da organização federalista é a decisão 
do legislador constituinte de criar o Estado federal e suas partes indissociáveis, 
a Federação (União) e os Estados-membros, pois a criação de um governo 
geral implica a renúncia e o abandono de certas porções de competências 
administrativas, legislativas e tributárias por parte dos governos locais. Essa 
decisão está consubstanciada nos arts. 1º e 18 da Constituição Federal. Além 
disso, a Constituição Federal deve estabelecer os seguintes princípios: 
 Os cidadãos dos diversos Estados-membros aderentes à Federação 
devem possuir a nacionalidade única desta; 
 Repartição constitucional de competências entre os entes federativos; 
 Necessidade de que cada ente federativo possua uma esfera de 
competência tributária que lhe garanta renda própria; 
 Poder de auto-organização dos Estados-membros, Distrito Federal e 
Municípios, atribuindo-lhes autonomia constitucional; 
 Possibilidade constitucional excepcional e taxativa de intervenção 
federal, para manutenção do equilíbrio federativo; 
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– Teoria e exercícios 
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 Participação dos Estados no Poder Legislativo federal, de forma a 
permitir-se a ingerência de sua vontade na formação da legislação federal; 
 Possibilidade de criação de novo Estado ou modificação territorial de 
Estado existente, dependendo da aquiescência da população do Estado 
afetado; 
 A existência de um órgão de cúpula do Poder Judiciário para 
interpretação e proteção da Constituição Federal. 
 A Federação brasileira obedece a esses princípios, sendo composta por 
União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios, todos entes autônomos 
e de mesma hierarquia. Para proteção da federação como forma de estado, o 
vínculo entre esses eles é indissolúvel (não há direito de secessão em nosso 
ordenamento jurídico). Além disso, o constituinte determinou a impossibilidade 
de qualquer proposta de emenda constitucional tendente a abolir a federação 
(art. 60, § 4º, I, CF). 
 Destaca-se, porém, que autonomia difere de soberania. No Brasil, 
apenas a República Federativa do Brasil (RFB) é considerada soberana, 
inclusive para fins de direito internacional. Só ela possui personalidade 
internacional: os Estados federados são reconhecidos pelo direito 
internacional apenas na medida em que a RFB autoriza. 
 Continuaremos nossa análise sobre a organização da República 
Federativa do Brasil (RFB) pela leitura do art. 18 da Constituição: 
Art. 18. A organização político-administrativa da República 
Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos 
desta Constituição. 
 Esse dispositivo constitucional, assim como o “caput” do art. 1º da 
CF/88, que acabamos de rever, enumera os entes federativos que compõem a 
República Federativa do Brasil: União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. Além disso, confere autonomia a todos esses entes, que podem 
decidir sobre matérias específicas, dentro dos limites constitucionais. Não há 
subordinação ou hierarquia entre eles: todos têm suas competências definidas 
pela Constituição. 
 O § 1º do art. 18 determina, ainda, que Brasília é a capital federal. Esse 
dispositivo é cobrado de maneira literal, por isso não faremos maiores 
considerações. 
 Um ponto importante sobre o art. 18 é que a Constituição de 1988 
permitiu que os Municípios compusessem o Estado federal, inovando em 
relação à anterior. Já os Territórios foram excluídos da Federação, passando a 
ser apenas integrantes da União, conforme determina o art. 18, §2º da Carta 
Magna: 
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§ 2º - Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, 
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem 
serão reguladas em lei complementar. 
 
1. (ESAF/2007/PGFN) São integrantes do pacto federativo 
brasileiro os Estados-Membros, o Distrito Federal e os Municípios, 
todos autônomos, já que a soberania é atributo exclusivo da União. 
Comentários: 
A soberania, como vimos, é atributo da República Federativa do Brasil, 
não da União. Questão incorreta. 
2. (ESAF/2006/CGU) Não é elemento essencial do princípio 
federativo a existência de dois tipos de entidade - a União e as 
coletividades regionais autônomas. 
Comentários: 
 Pelo contrário! É característica da federação a existência desses entes, 
todos autônomos. Questão incorreta. 
3. (ESAF/2005/SRF/Auditor-Fiscal da Receita Federal) No caso do 
Federalismo brasileiro, a soberania é um atributo da União, o qual 
distingue esse ente da federação dos estados e municípios, ambos 
autônomos. 
Comentários: 
 A soberania é atributo da RFB. A União os demais entes da federação são 
todos autônomos. Questão incorreta. 
4. (ESAF/2008/MPOG) Assinale a opção que contempla todos os 
entes da organização político-administrativa da República Federativa 
do Brasil, nos termos da Constituição. 
a) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos soberanos. 
b) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios, todos 
soberanos. 
c) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios, todos 
independentes. 
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d) União, Estados, Distrito Federal, Territórios Federais e Municípios, todos 
autônomos. 
e) União, Estados, Distrito Federal e Municípios, todos autônomos. 
Comentários: 
De acordo com o art. 18 da Constituição Federal, a organização político-
administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta 
Constituição.A letra E é o gabarito. 
5. (ESAF/2008/CGU) No que concerne à República Federativa do 
Brasil, ela compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, todos soberanos, nos termos da Constituição. 
Comentários: 
 A RFB, nos termos do art. 18, determina que a organização político-
administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da 
Constituição. Questão incorreta. 
6. (ESAF/2008/CGU) O Distrito Federal é chamado de Brasília e com 
esse nome constitui a Capital Federal. 
Comentários: 
 O Distrito Federal não se confunde com Brasília (Capítulo V, Seção I, CF) 
e é esta última a capital do Brasil (art. 18, § 1º, CF). Questão incorreta. 
 
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1. União 
A União é pessoa jurídica de direito público interno, sem personalidade 
internacional, autônoma, com competências administrativas e legislativas 
enumeradas pela Carta Magna. Quando representa a República Federativa do 
Brasil, entretanto, apresenta soberania. Note que neste caso quem realmente 
pratica os atos de Direito Internacional é a República Federativa do Brasil, 
sendo apenas representada por órgãos da União (como o Presidente da 
República, por exemplo). 
 Não confunda, caro (a) aluno (a) os conceitos de República Federativa do 
Brasil (RFB) e União. A primeira é o todo, compreendendo União, Estados-
membros, Distrito Federal e Municípios. A segunda é parte: é um dos 
integrantes da RFB. 
 Em seu artigo 20, a Constituição enumera os bens da União. Veja, no 
quadro a seguir, quais são eles: 
 
 
 
 
 
Bens 
da 
União 
As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das 
fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação 
e à preservação ambiental, definidas em lei 
Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu 
domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites 
com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou 
dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais 
As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países 
Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica 
exclusiva 
O mar territorial 
Os recursos minerais, inclusive os do subsolo 
As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-
históricos 
Os terrenos da marinha e seus acrescidos 
As praias marítimas 
As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios 
Os potenciais de energia hidráulica 
As ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas destas as que contenham 
a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço 
público e a unidade federal, e as referidas no art. 26, II da CF (essas 
áreas, mesmo contendo sede de Municípios, pertencem à União) 
Dispõe a CF/88 (art. 20, IX) que pertencem à União os recursos 
minerais, inclusive os do subsolo. O solo onde esses recursos estão situados, 
porém, permanece como propriedade do particular. Só para enriquecer nossos 
conhecimentos, reproduzirei o art. 176 da Carta Magna: 
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– Teoria e exercícios 
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Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos 
minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem 
propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou 
aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao 
concessionário a propriedade do produto da lavra. 
 Suponhamos, como exemplo, que seja encontrada uma mina de ouro em 
uma fazenda do Sr. João da Silva, em Goiás. A propriedade da fazenda 
continuará sendo do Sr. João, embora o ouro encontrado seja da União. Caso 
uma concessionária venha a explorar essa jazida, deverá pagar royalties à 
União, proprietária dos recursos minerais. O produto da lavra (ouro extraído), 
entretanto, será da concessionária. 
 É importante ressaltar que o legislador constituinte permitiu à União, 
para efeitos administrativos, a criação de regiões de desenvolvimento (art. 
43), mediante a articulação de sua ação em um mesmo complexo 
geoeconômico e social, visando ao seu desenvolvimento e à redução das 
desigualdades regionais, por meio de lei complementar, que disporá sobre as 
condições para integração de regiões em desenvolvimento; a composição dos 
organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, 
integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social (CF, 
art. 174, § 1º), aprovados juntamente com estes. 
 Além disso, poderão ser estabelecidos incentivos regionais que 
compreenderão, além de outros, na forma da lei (art. 43, § 2º, CF): 
 Igualdade de tarifas, fretes, seguros e outros itens de custos e preços de 
responsabilidade do Poder Público; 
 Juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias; 
 Isenções, reduções ou diferimento temporário de tributos federais 
devidos por pessoas físicas ou jurídicas; 
 Prioridade para o aproveitamento econômico e social dos rios e das 
massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, 
sujeitas a secas periódicas. 
 
7. (ESAF/2007/TCE-GO) São bens da União as bacias hidrográficas 
que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, 
ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham. 
Comentários: 
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O texto constitucional não fala em “bacias hidrográficas”, mas em lagos, 
rios e quaisquer correntes de água. Questão incorreta. 
8. (ESAF/2005/MPOG) As terras tradicionalmente ocupadas pelos 
índios pertencem à União, salvo após a sua demarcação, quando 
passarão a ser bens da comunidade indígena que as ocupe de forma 
tradicional. 
Comentários: 
 Não há tal ressalva no texto constitucional (art. 20, XI, CF). Questão 
incorreta. 
9. (ESAF/2006/SRF) Em razão de alteração promovida por emenda 
constitucional, a ilha costeira que seja sede da capital do Estado 
passou a ser considerada bem estadual. 
Comentários: 
 As ilhas que contêm a sede de Municípios pertencem, em regra, ao 
próprio Município (art. 20, IV, CF). Questão incorreta. 
10. (ESAF/2006/ENAP) Em razão de emenda ao texto constitucional 
de 1988, todas as áreas das ilhas oceânicas ou costeiras que 
contenham sede de Municípios deixaram de ser bens da União. 
Comentários: 
 Nada disso! As ilhas que contenham áreas afetadas ao serviço público e a 
unidade federal, e as referidas no art. 26, II da CF, mesmo contendo sede de 
Municípios, pertencem à União, por força do art. 20, IV, da Carta Magna. Questão 
incorreta. 
11. (ESAF/2006/CGU) As cavidades naturais subterrâneas e os 
sítios arqueológicos e pré-históricos, desde que não situados em terras 
de propriedade dos Estados, pertencem à União. 
Comentários: 
 As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-
históricos são sempre bens da União, conforme art. 20, X, da Constituição 
Federal. Questão incorreta. 
12. (ESAF/2003/MPOG) O mar territorial que se projeta a partir dos 
limites dos Estados-membros litorâneos a eles pertence; por isso, 
esses Estados fazem jus a compensação financeira pela exploraçãode 
petróleo ou gás natural que ocorra na região. 
Comentários: 
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– Teoria e exercícios 
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 De fato, determina o art. 20, § 1º, da Constituição, que é assegurada, 
nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como 
a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da 
exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de 
geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo 
território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, 
ou compensação financeira por essa exploração. O erro do enunciado é afirmar 
que o mar territorial pertence aos Estados, pois se trata de um bem da União 
(art. 20, VI, CF). Questão incorreta. 
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2. Estados-membros 
 Os Estados-membros, assim como a União, são entes autônomos, 
apresentando personalidade jurídica de direito público interno. Apresentam 
capacidade de auto-organização e autolegislação, conforme se depreende do 
artigo 25, “caput” da Constituição: 
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas 
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios 
desta Constituição. 
 A auto-organização se dá por meio da elaboração de suas Constituições, 
fruto do exercício do poder constituinte derivado decorrente pela atuação de 
suas Assembleias Legislativas. Já a autolegislação ocorre pela edição de suas 
próprias leis, resultando da atuação do legislador ordinário, também nas 
Assembleias Legislativas. 
 Tanto a auto-organização quanto a autolegislação devem obedecer aos 
princípios constitucionais sensíveis, enumerados taxativamente pela 
Constituição em seu art. 34, VII. O nome “sensíveis” se deve ao fato de que 
estes são de observância obrigatória, sob pena de intervenção federal, ou seja, 
caso contrariados, provocam uma reação: 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito 
Federal, exceto para: 
(...) 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios 
constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime 
democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e 
indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de 
impostos estaduais, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e 
nas ações e serviços públicos de saúde. 
 Devem, também, obedecer aos princípios constitucionais 
extensíveis, normas de organização que a Lei Fundamental estendeu a 
Estados-membros, Municípios e Distrito Federal. Encontram-se dispostos em 
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– Teoria e exercícios 
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normas espalhadas pelo texto da Carta Magna. É o caso dos fundamentos e 
objetivos fundamentais da RFB, por exemplo (art. 1º, I a V; art. 3º, I a IV e 
art. 4º, I a X, CF/88). 
 Por fim, os Estados-membros devem obediência aos princípios 
constitucionais estabelecidos, normas espalhadas pelo texto da Constituição 
que, além de organizarem a própria federação, estabelecem preceitos centrais 
de observância pelos Estados-membros em sua auto-organização. Exemplo: 
arts. 27; 28, 37, I a XXI, §§ 1º a 6º; 39 a 41, CF. 
 Nesse sentido, tem-se o entendimento do Supremo Tribunal Federal de 
que “se é certo que a nova Carta Política contempla um elenco menos 
abrangente de princípios constitucionais sensíveis, a denotar, com isso, a 
expansão de poderes jurídicos na esfera das coletividades autônomas locais, o 
mesmo não se pode afirmar quanto aos princípios federais extensíveis e aos 
princípios constitucionais estabelecidos, os quais, embora disseminados pelo 
texto constitucional, posto que não é tópica a sua localização, configuram 
acervo expressivo de limitações dessa autonomia local, cuja identificação – até 
mesmo pelos efeitos restritivos que deles decorrem – impõe-se realizar (STF, 
Pleno, ADI no 216/PB, RTJ 146/388). 
 Para fixarmos melhor quais são os princípios constitucionais sensíveis, 
que tal um esquema? 
 
 Os Estados-membros possuem, também, autogoverno, apresentando 
Legislativo, Executivo e Judiciário estaduais. Por meio do povo, são eleitos 
seus representantes no Legislativo e Executivo locais, sem subordinação ao 
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Direitos da pessoa humana 
Forma republicana, sistema representativo e regime democrático 
Aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos 
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na 
manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços 
públicos de saúde 
Prestação de contas da administração pública, direta e indireta 
Autonomia municipal 
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Poder Central. A Constituição Federal prevê expressamente a existência dos 
Poderes Legislativo (CF, art. 27), Executivo (CF, art. 28) e Judiciário (CF, art. 
125) estaduais. 
O Poder Legislativo estadual é unicameral, sendo formado apenas pela 
Assembleia Legislativa. Veja o que dispõe o artigo 27, §1º, da Carta Magna: 
§ 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados 
Estaduais, aplicando-se-lhes as regras desta Constituição 
sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, 
remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e 
incorporação às Forças Armadas. 
 Os deputados estaduais são eleitos para mandatos de quatro anos, pelo 
sistema proporcional. Seu número é determinado pela regra estabelecida no 
art. 27, “caput”, da Carta Magna: 
Art. 27. O número de Deputados à Assembleia Legislativa 
corresponderá ao triplo da representação do Estado na 
Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, 
será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais 
acima de doze. 
 Assim, caso um Estado tenha 38 (trinta e oito) deputados federais, terá 
36+(38-12), o que totaliza 62 (sessenta e dois) deputados estaduais. 
 No que se refere ao Poder Executivo estadual, destaca-se o art. 28 da 
Constituição: 
Art. 28. A eleição do Governador e do Vice-Governador de 
Estado, para mandato de quatro anos, realizar-se-á no 
primeiro domingo de outubro, em primeiro turno, e no último 
domingo de outubro, em segundo turno, se houver, do ano 
anterior ao do término do mandato de seus antecessores, e a 
posse ocorrerá em primeiro de janeiro do ano subsequente, 
observado, quanto ao mais, o disposto no art. 77. 
§ 1º Perderá o mandato o Governador que assumir outro 
cargo ou função na administração pública direta ou indireta, 
ressalvada a posse em virtude de concurso público e 
observado o disposto no art. 38, I, IV e V.(Renumerado do 
parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 2º Os subsídios do Governador, do Vice-Governador e dos 
Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa da 
Assembleia Legislativa, observadoo que dispõem os arts. 37, 
XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
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 Observe que o subsídio do Governador, do Vice-Governador e dos 
secretários de Estado é fixado por lei, a partir de projeto apresentado pela 
Assembleia Legislativa. Sujeita-se, portanto, a veto do Governador. Seu valor 
serve como limite remuneratório (teto) no âmbito do Poder Executivo estadual, 
exceto para os procuradores e defensores públicos, cujo teto salarial será 
90,25% do subsídio de Ministro do STF (CF, art. 37, XI). 
 Mesmo diante dessa regra, os Estados-membros podem adotar um limite 
diverso para Legislativo, Executivo e Judiciário, um teto único. É o que 
determina o art. 37, §12, da Constituição: 
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste 
artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, 
em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições 
e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos 
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a 
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do 
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, 
não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos 
Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores. 
 No que concerne ao Judiciário, estabelece a Constituição que os Estados 
organizarão sua Justiça, observados os princípios nela estabelecidos (art. 125, 
“caput”, CF/88). A Carta Magna determina, ainda, que a competência dos 
tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização 
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça (art. 125, § 1º, CF/88). 
 A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a 
Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos juízes de direito e 
pelos Conselhos de Justiça e, em segundo grau, pelo próprio Tribunal de 
Justiça, ou por Tribunal de Justiça Militar nos Estados em que o efetivo militar 
seja superior a vinte mil integrantes (art. 125, § 3º, CF/88). 
 Além de auto-organização, autolegislação e autogoverno, os Estados 
possuem autoadministração. Assim, são competentes para se administrarem, 
no exercício das competências definidas pela Constituição. 
 Determina a Carta Magna que os Estados poderão, mediante lei 
complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e 
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para 
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de 
interesse comum (art. 25, § 3º, CF/88). São, portanto, três os requisitos para 
que os estados atuem nessas hipóteses: 
 Lei complementar estadual; 
 Que os municípios envolvidos sejam limítrofes; 
 Finalidade de organização, o planejamento e a execução de funções 
públicas de interesse comum. 
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Mas, afinal, o que são microrregiões, regiões metropolitanas e 
aglomerados urbanos? 
As regiões metropolitanas são formadas por um conjunto de Municípios 
cujas sedes se unem, com certa continuidade urbana, em torno de um 
Município-polo. As microrregiões, por sua vez, são formadas por Municípios 
limítrofes, sem continuidade urbana, com características homogêneas e 
problemas administrativos comuns. Finalmente, os aglomerados urbanos são 
áreas urbanas cujos Municípios apresentam tendência à complementaridade de 
suas funções, exigindo, por isso, um planejamento integrado e uma ação 
coordenada dos entes públicos. É o caso da Baixada Santista, por exemplo. 
A CF/88 determina quais são os bens dos Estados em seu art. 26, que 
reproduzimos abaixo: 
Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: 
I - as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, 
emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma 
da lei, as decorrentes de obras da União; 
II - as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no 
seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, 
Municípios ou terceiros; 
III - as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; 
IV - as terras devolutas não compreendidas entre as da União. 
 
13. (ESAF/2010/SMF-RJ) Ainda sobre a repartição constitucional de 
bens e de competências entre a União, os Estados, o Distrito Federal 
e os Municípios, é correto afirmar que os Estados organizam-se e 
regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observado o 
disposto na legislação federal. 
Comentários: 
 Na auto-organização dos Estados, estes devem observar os princípios da 
Constituição, não normas infraconstitucionais. Questão incorreta. 
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14. (ESAF/2001/SRF) Em relação aos chamados princípios 
constitucionais sensíveis, as unidades federadas gozam de 
autodeterminação plena. 
Comentários: 
Não há autodeterminação, mas sim necessidade de obediência aos 
princípios constitucionais sensíveis. Questão incorreta. 
15. (ESAF/2009/Ministério da Fazenda) O número de Deputados à 
Assembleia Legislativa corresponderá ao triplo da representação do 
Estado na Câmara dos Deputados. 
Comentários: 
 É o que determina o art. 27 da Carta Magna. Questão correta. 
16. (ESAF/2006/SRF) O subsídio dos Deputados Estaduais, que é 
fixado por lei de iniciativa da Assembleia Legislativa, tem por limite o 
valor correspondente a um percentual, definido na Constituição 
Federal, que é aplicado sobre o subsídio, em espécie, estabelecido para 
os Deputados Federais. 
Comentários: 
 O subsídio dos deputados estaduais é fixado por LEI de iniciativa da 
Assembleia Legislativa, na razão de, no máximo, 75% (setenta e cinco por 
cento) daquele estabelecido, em espécie, para os deputados federais (CF, art. 
27, §2º, CF/88). Seu valor serve como limite remuneratório (teto) no âmbito 
do Poder Legislativo estadual (CF, art. 37, XI). Questão correta. 
17. (ESAF/2006/CGU) Em face de emenda constitucional, o subsídio 
dos Deputados Estaduais tem por limite a remuneração dos 
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado. 
Comentários: 
 O subsídio dos Deputados Estaduais tem por limite o valor de 75% 
daquele dos deputados federais (CF, art. 27, §2º, CF/88). Questão incorreta. 
18. (ESAF/2005/MPOG) Os subsídios dos Governadores de Estado e 
dos membros das Assembleias Legislativas estaduais devem ser 
fixados por ato do Congresso Nacional. 
Comentários: 
 De acordo com o §2º do art. 28 da Carta da República, os subsídios do 
Governador, do Vice-Governador e dos Secretários de Estado serão fixados por 
lei de iniciativa da Assembleia Legislativa. Questão incorreta. 
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19. (ESAF/2006/CGU) Os subsídios dos Secretários de Estado serão 
fixados por lei de iniciativa do Poder Executivo. 
Comentários: 
 Os subsídios dos Secretários de Estado serão fixados por lei de iniciativa 
da Assembleia Legislativa (art. 28, § 2o, CF). Questão incorreta. 
20. (ESAF/2009/SEFAZ-SP) Os Estadospodem instituir regiões 
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas 
por agrupamentos de Municípios limítrofes, para integrar a 
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de 
interesse comum. 
Comentários: 
 De fato, determina a Carta Magna que esses entes poderão, mediante lei 
complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e 
microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para 
integrar a organização, o planejamento e a execução de funções públicas de 
interesse comum (art. 25, § 3º, CF/88). Questão correta. 
21. (ESAF/2007/PGFN) Compete aos Estados-Membros, no âmbito de 
sua autonomia, instituir regiões metropolitanas, aglomerações 
urbanas e microrregiões. 
Comentários: 
 É o que determina o art. 25, § 3º, CF/88. Questão correta. 
22. (ESAF/2009/Ministério da Fazenda) Incluem-se entre os bens 
dos estados as terras devolutas não compreendidas entre as da União. 
Comentários: 
Os bens dos Estados são listados na tabela a seguir: 
 
Bens 
dos 
Estados 
As águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em 
depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de 
obras da União. 
As áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu 
domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou 
terceiros. 
As ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União. 
As terras devolutas não compreendidas entre as da União. 
Questão correta. 
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23. (ESAF/2003/MPOG) Todas as terras devolutas, por decisão 
constitucional, constituem bens dos Estados-membros em que se 
situam. 
Comentários: 
 Constituem bens dos Estados apenas as terras devolutas que não 
pertencem à União (art. 26, IV, CF). Questão incorreta. 
24. (ESAF/2006/CGU) Pertencem aos Estados as ilhas fluviais 
localizadas em seu território, que não se situem na zona limítrofe com 
outros países. 
Comentários: 
 Pertencem aos Estados as ilhas fluviais não pertencentes à União, ou 
seja, que não se situem na zona limítrofe com outros países (art. 20, IV, CF). 
Questão correta. 
25. (ESAF/2007/TCE-GO) Incluem-se entre os bens dos Estados as 
águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em 
depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de 
obras dos Municípios. 
Comentários: 
A ressalva se dá quanto às águas em depósito decorrentes de obras da 
União (art. 26, I, CF). Questão incorreta. 
 
 
 
 
 
3. Municípios 
 Os Municípios são entes autônomos, sendo sua autonomia alçada, pela 
Constituição Federal, à condição de princípio constitucional sensível (CF, art. 
34, VII, “c”). Essa autonomia baseia-se na capacidade de auto-organização, 
autolegislação, autogoverno e autoadministração. 
 Pode-se dizer que o Município se auto-organiza por meio de sua Lei 
Orgânica Municipal e leis municipais; autogoverna-se por meio da eleição 
direta de seu Prefeito, Vice-Prefeito e vereadores sem qualquer ingerência dos 
Governos Federal e Estadual; e, por fim, autoadministra-se ao pôr em 
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exercício suas competências administrativas, tributárias e legislativas, 
diretamente conferidas pela Constituição Federal. 
 No que diz respeito à auto-organização, determina a Carta da República 
que: 
Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em 
dois turnos, com o interstício mínimo de dez dias, e aprovada 
por dois terços dos membros da Câmara Municipal, que a 
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta 
Constituição, na Constituição do respectivo Estado e os 
seguintes preceitos: 
I - eleição do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Vereadores, para 
mandato de quatro anos, mediante pleito direto e simultâneo 
realizado em todo o País; 
II - eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito realizada no primeiro 
domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato 
dos que devam suceder, aplicadas as regras do art. 77, no 
caso de Municípios com mais de duzentos mil eleitores; 
III - posse do Prefeito e do Vice-Prefeito no dia 1º de janeiro 
do ano subsequente ao da eleição; (...) 
V - subsídios do Prefeito, do Vice-Prefeito e dos Secretários 
Municipais fixados por lei de iniciativa da Câmara Municipal, 
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 
153, III, e 153, § 2º, I; 
VII - o total da despesa com a remuneração dos Vereadores 
não poderá ultrapassar o montante de cinco por cento da 
receita do Município; 
 A Lei Orgânica organizará os órgãos da Administração, a relação entre 
Poderes, disciplinará a competência legislativa do Município, bem como suas 
competências comum e suplementar (art. 23 e 30, II, da Constituição, 
respectivamente), estabelecerá as regras do processo legislativo municipal e a 
regulamentação orçamentária do Município, em consonância com a 
Constituição Federal e a Estadual. 
 Compete à Lei Orgânica Municipal, ainda, fixar o número de Vereadores , 
observado o limite máximo de: 
a) 9 (nove) Vereadores, nos Municípios de até 15.000 (quinze mil) 
habitantes; 
b) 11 (onze) Vereadores, nos Municípios de mais de 15.000 (quinze mil) 
habitantes e de até 30.000 (trinta mil) habitantes; 
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c) 13 (treze) Vereadores, nos Municípios com mais de 30.000 (trinta mil) 
habitantes e de até 50.000 (cinquenta mil) habitantes; 
d) 15 (quinze) Vereadores, nos Municípios de mais de 50.000 (cinquenta 
mil) habitantes e de até 80.000 (oitenta mil) habitantes; 
e) 17 (dezessete) Vereadores, nos Municípios de mais de 80.000 (oitenta 
mil) habitantes e de até 120.000 (cento e vinte mil) habitantes; 
f) 19 (dezenove) Vereadores, nos Municípios de mais de 120.000 (cento e 
vinte mil) habitantes e de até 160.000 (cento sessenta mil) habitantes; 
g) 21 (vinte e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 160.000 (cento 
e sessenta mil) habitantes e de até 300.000 (trezentos mil) habitantes; 
h) 23 (vinte e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 300.000 
(trezentos mil) habitantes e de até 450.000 (quatrocentos e cinquenta mil) 
habitantes; 
i) 25 (vinte e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 450.000 
(quatrocentos e cinquenta mil) habitantes e de até 600.000 (seiscentos mil) 
habitantes; 
j) 27 (vinte e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 600.000 
(seiscentos mil) habitantes e de até 750.000 (setecentos cinquenta mil) 
habitantes; 
k) 29 (vinte e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 750.000 
(setecentos e cinquenta mil) habitantes e de até 900.000 (novecentos mil) 
habitantes; 
l) 31 (trinta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 900.000 
(novecentos mil) habitantes e de até 1.050.000 (um milhão e cinquenta mil) 
habitantes; 
m) 33 (trinta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.050.000 
(um milhão e cinquenta mil) habitantes e de até 1.200.000 (um milhão e 
duzentos mil) habitantes; 
n) 35 (trinta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.200.000 
(um milhão e duzentos mil) habitantes e de até 1.350.000 (um milhãoe 
trezentos e cinquenta mil) habitantes; 
o) 37 (trinta e sete) Vereadores, nos Municípios de 1.350.000 (um milhão 
e trezentos e cinquenta mil) habitantes e de até 1.500.000 (um milhão e 
quinhentos mil) habitantes; 
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p) 39 (trinta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.500.000 
(um milhão e quinhentos mil) habitantes e de até 1.800.000 (um milhão e 
oitocentos mil) habitantes; 
q) 41 (quarenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 1.800.000 
(um milhão e oitocentos mil) habitantes e de até 2.400.000 (dois milhões e 
quatrocentos mil) habitantes; 
r) 43 (quarenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 2.400.000 
(dois milhões e quatrocentos mil) habitantes e de até 3.000.000 (três milhões) 
de habitantes; 
s) 45 (quarenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 3.000.000 
(três milhões) de habitantes e de até 4.000.000 (quatro milhões) de 
habitantes; 
t) 47 (quarenta e sete) Vereadores, nos Municípios de mais de 4.000.000 
(quatro milhões) de habitantes e de até 5.000.000 (cinco milhões) de 
habitantes; 
u) 49 (quarenta e nove) Vereadores, nos Municípios de mais de 5.000.000 
(cinco milhões) de habitantes e de até 6.000.000 (seis milhões) de habitantes; 
v) 51 (cinquenta e um) Vereadores, nos Municípios de mais de 6.000.000 
(seis milhões) de habitantes e de até 7.000.000 (sete milhões) de habitantes; 
w) 53 (cinquenta e três) Vereadores, nos Municípios de mais de 7.000.000 
(sete milhões) de habitantes e de até 8.000.000 (oito milhões) de habitantes; 
e 
x) 55 (cinquenta e cinco) Vereadores, nos Municípios de mais de 
8.000.000 (oito milhões) de habitantes. 
 A má notícia é: já vi isso ser cobrado em prova! A boa, por sua vez, é 
que geralmente se cobra a alínea “a”, ou seja, o fato de o limite máximo ser 
de nove Vereadores para Municípios de até 15 mil habitantes ou a alínea “x”, 
que determina o máximo de 55 Vereadores nos Municípios com mais de oito 
milhões de habitantes. 
 O artigo 29, X da Constituição estabelece o julgamento do Prefeito 
perante o Tribunal de Justiça. Considerando que o constituinte não foi muito 
claro nessa determinação, o STF entende que a competência do Tribunal de 
Justiça para julgar prefeitos se limita aos crimes de competência da justiça 
comum estadual. Nos demais casos, a competência originária cabe ao 
respectivo tribunal de segundo grau. 
 Há duas importantes súmulas do STJ sobre esse assunto. A primeira 
delas é a Súmula 208, que determina que “compete à Justiça Federal 
processar e julgar prefeito municipal por desvio de verba sujeita a prestação 
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de contas perante órgão federal”. A segunda é a Súmula 209, que estabelece 
que “compete à Justiça Estadual processar e julgar prefeito por desvio de 
verba transferida e incorporada ao patrimônio municipal”. Destaca-se, ainda, 
que os delitos eleitorais, segundo o STJ (STJ, DJU, 17 ago, 1992, 3ª Seção) o 
Prefeito deverá ser processado e julgado, originariamente, pelo Tribunal 
Regional Eleitoral, no caso de prática de crimes eleitorais e pelo Tribunal de 
Justiça (não pelo Tribunal do Júri) no caso de prática de crimes dolosos contra 
a vida (STJ, 5ª Turma, HC 2.259-9-MT, DJU, 28.02.1994). 
 No que se refere aos crimes de responsabilidade praticados pelo Prefeito 
Municipal, é importante que os classifiquemos em próprios ou impróprios. 
Enquanto os primeiros são infrações político-administrativas, cuja sanção 
corresponde à perda do mandato e à suspensão dos direitos políticos, os 
segundos são verdadeiras infrações penais, apenados com penas privativas de 
liberdade. Os primeiros (próprios) deverão ser julgados pela Câmara Municipal, 
enquanto os segundos (impróprios) deverão ser julgados pelo Judiciário, 
independentemente do pronunciamento da Câmara de Vereadores. 
 Destaca-se, porém, que a Constituição Federal prevê a competência 
originária do Tribunal de Justiça, salvo as exceções anteriormente 
mencionadas, apenas para o processo e julgamento das infrações penais 
comuns contra o Prefeito Municipal. Não se admite a extensão interpretativa 
para se considerar a existência de foro privilegiado para as ações populares, 
ações civis públicas e demais ações de natureza cível. Essa proibição também 
vale para as ações de improbidade administrativa, por ausência de previsão 
constitucional específica. 
 A Constituição prevê algumas hipóteses de crime de responsabilidade do 
Prefeito em seu art. 29-A, § 2º (rol exemplificativo): efetuar repasse que 
supere os limites definidos no artigo 29-A, que vimos anteriormente; não 
enviar o repasse até o dia vinte de cada mês; ou enviá-lo a menor em relação 
à proporção fixada na Lei Orçamentária. 
 Esquematizando: 
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 A Constituição não outorgou foro especial aos Vereadores perante o 
Tribunal de Justiça. Contudo, segundo o STF, a Constituição do Estado pode 
fazê-lo, se o legislador constituinte entender oportuno. A Carta Magna limitou-
se a conceder-lhes inviolabilidade por suas opiniões, palavras e votos no 
exercício do mandato e na circunscrição do Município (CF, art. 29, VIII), a 
chamada imunidade material. 
No que se concerne ao subsídio dos vereadores, a Constituição 
determina, em seu artigo 29, VI, que este será fixado pelas respectivas 
Câmaras Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o 
que dispõe a Carta Magna, os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica 
e os seguintes limites máximos: 
Número de 
habitantes 
Até 
10.000 
De 
10.001 
a 
50.000 
De 
50.001 a 
100.000 
De 
100.001 
a 
300.000 
De 
300.001 
a 
500.000 
Acima 
de 
500.000 
Subsídio 
máximo do 
vereador (% 
subsídio 
deputados 
estaduais) 
20% 30% 40% 50% 60% 75% 
Julgamento 
do Prefeito 
Crimes de competência da Justiça 
Comum 
Tribunal de 
Justiça 
Desvio de verba sujeita a prestação 
de contas perante órgão federal 
Justiça Federal 
Crimes eleitorais TRE 
Crimes de responsabilidade próprios 
Câmara 
Municipal 
Crimes de responsabilidade 
impróprios e crimes dolosos contra 
a vida 
Tribunal de 
Justiça 
Ações populares, ações civis 
públicas e demais ações de 
natureza cível, bem como 
improbidade administrativa 
Primeira 
instância 
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Dispõe, ainda, a Carta Magna, em seu art. 29-A, § 1º, que a Câmara 
Municipal não gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha 
de pagamento, incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. 
 Além disso, nos §§ 2º e 3º, prevê uma hipótese de crime de 
responsabilidade do Presidente da Câmara Municipal: 
§ 1o A Câmara Municipal não gastará mais de setenta por 
cento de sua receita com folha de pagamento, incluído o gasto 
com o subsídio de seus Vereadores. 
§ 3o Constitui crime de responsabilidade do Presidente da 
CâmaraMunicipal o desrespeito ao § 1o deste artigo. 
 O artigo 29, X da Constituição estabelece o julgamento do Prefeito 
perante o Tribunal de Justiça. Entretanto, o STF entende que a competência do 
Tribunal de Justiça para julgar prefeitos se limita aos crimes de competência 
da justiça comum estadual. Nos demais casos, a competência originária cabe 
ao respectivo tribunal de segundo grau. 
 Já no que se refere aos vereadores, a Constituição não lhes outorgou 
foro especial perante o Tribunal de Justiça. Contudo, segundo o STF, a 
Constituição do Estado pode fazê-lo, se o legislador constituinte entender 
oportuno. A Carta Magna limitou-se a conceder-lhes inviolabilidade por suas 
opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do 
Município (CF, art. 29, VIII). 
 
 
26. (ESAF/2006/SRF) A eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito de um 
município só terá segundo turno se, simultaneamente, nenhum dos 
candidatos obtiver a maioria absoluta dos votos válidos e o município 
tiver mais de duzentos mil habitantes. 
Comentários: 
À eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, em se tratando de Município com 
mais de duzentos mil eleitores, aplicam-se as regras relativas às eleições 
em dois turnos. Questão incorreta. 
27. (ESAF/2004/CGU) Segundo a CF/88, as eleições para Prefeito 
seguirão as mesmas regras definidas na Constituição para a eleição do 
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Presidente da República, se o município tiver mais de duzentos mil 
habitantes. 
Comentários: 
 Não caia nessa “pegadinha”! À eleição do Prefeito e do Vice-Prefeito, em 
se tratando de Município com mais de duzentos mil eleitores, aplicam-se as 
regras relativas às eleições em do Presidente e do Vice-Presidente da 
República. Questão incorreta. 
28. (ESAF/2006/TCU) O subsídio dos vereadores será fixado pelas 
respectivas Câmaras Municipais em cada legislatura para a 
subsequente, observados os limites estabelecidos pela Constituição, 
definidos em razão do número de habitantes. 
Comentários: 
No que se refere ao subsídio dos vereadores, a Constituição determina, 
em seu artigo 29, VI, que este será fixado pelas respectivas Câmaras 
Municipais em cada legislatura para a subsequente, observado o que 
dispõe a Carta Magna, os critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e 
os limites máximos estabelecidos conforme o número de habitantes pela 
própria Lei Fundamental. Questão correta. 
29. (ESAF/2003/AFT) O subsídio dos vereadores será fixado, para a 
legislatura seguinte, por lei de iniciativa da Câmara de Vereadores, 
sendo seu limite máximo estabelecido no texto constitucional, sob a 
forma de um percentual, definido com base no número de habitantes 
do município, a ser aplicado sobre o subsídio do Deputado Estadual. 
Comentários: 
 A Constituição determina, em seu artigo 29, VI, que o subsídio dos 
vereadores será fixado pelas respectivas Câmaras Municipais em cada 
legislatura para a subsequente, observado o que dispõe a Carta Magna, os 
critérios estabelecidos na respectiva Lei Orgânica e os limites máximos 
estabelecidos conforme o número de habitantes pela própria Lei Fundamental. 
O erro da questão é dizer que é necessário lei para a fixação desse subsídio. A 
Carta Marga não faz tal exigência: basta ato normativo da Câmara Municipal. 
Questão incorreta. 
30. (ESAF/2003/SRF) O Município reger-se-á por lei orgânica, votada 
em um turno. 
Comentários: 
 A lei orgânica do Município é votada em dois turnos, com interstício 
mínimo de dez dias, sendo aprovada por dois terços dos membros da Câmara 
Municipal. Questão incorreta. 
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31. (ESAF/2004/CGU) Segundo a CF/88, a Câmara Municipal não 
poderá gastar mais de setenta por cento de sua receita com folha de 
pagamento, não sendo incluído nesse percentual o gasto com o 
subsídio de seus Vereadores. 
Comentários: 
 Segundo o art. 29-A, § 1º da Constituição, a Câmara Municipal não 
gastará mais de setenta por cento de sua receita com folha de pagamento, 
incluído o gasto com o subsídio de seus Vereadores. Questão incorreta. 
32. (ESAF/2006/SRF) Se um prefeito municipal realizar o repasse de 
recursos do Poder Legislativo Municipal após o dia vinte de cada mês, 
ele estará incorrendo em hipótese de crime de responsabilidade. 
Comentários: 
 É o que determina Carta Magna em seu art. 29-A, § 2º, I. Questão 
correta. 
33. (ESAF/2004/MRE) O número de vereadores de um município, 
obedecidos aos limites mínimos e máximos, definidos na Constituição 
em função do número de eleitores, será fixado na lei orgânica do 
município. 
Comentários: 
 De fato, o número de vereadores é estabelecido pela Lei Orgânica do 
Município. O erro do enunciado é que a Constituição apenas fixa um limite 
máximo para esse número, não um mínimo (art. 29, “caput” e inciso IV, da 
CF/88). Questão incorreta. 
34. (ESAF/2004/MPU) Autoridades municipais não se sujeitam à 
Justiça Federal. 
Comentários: 
 Como vimos, caso haja desvio de verba sujeita a prestação de contas 
perante órgão federal pelo Prefeito, este será julgado pela Justiça Federal. 
Questão incorreta. 
 
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4. Distrito Federal 
 
 O Distrito Federal apresenta algumas características dos Estados e 
algumas características dos Municípios. Como exemplo, cita-se que, como os 
Municípios, é regido por lei orgânica e não tem poder de organização do 
Ministério Público e do Poder Judiciário que atuam em seu território. Da 
mesma forma, apresenta competências próprias dos Estados, como é o caso 
da concorrente, e está sujeito à intervenção federal. Possui, ainda, como os 
Estados, três representantes no Senado Federal, participando da composição 
do Poder Legislativo federal. 
O Distrito Federal é ente federado autônomo e, como tal, dispõe de auto-
organização, autoadministração, autolegislação e autogoverno (CF, arts. 18, 
32 e 34). A auto-organização do Distrito Federal se dá por meio de lei 
orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e 
aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promulgará, atendidos 
os princípios estabelecidos na Constituição (art. 32, “caput”, CF/88). 
No que se refere à autolegislação, apresenta uma característica peculiar: 
a ele são atribuídas as competências legislativas reservadas aos Estados 
e Municípios (CF, art. 32, §1º e 147). Não se pode, porém, dizer que o 
Distrito Federal apresenta todas as competências legislativas dos Estados-
membros. Algumas não lhe foram estendidas, como é o caso, por exemplo, da 
competência para dispor sobre sua organização judiciária, do Ministério Público 
e da Defensoria Pública, bem como organização administrativa, que é privativa 
da União (art. 22, XVII, CF). Além disso, ao contrário dos Estados-membros, a 
competência para organizar e manter, no seu âmbito, o Ministério Público, o 
Poder Judiciário, a Defensoria Pública, a polícia civil, a polícia militar e o corpo 
de bombeiros militar é da União (CF, art. 21, XIII e XIV). 
Já no que tange ao autogoverno, a eleição do Governador e do Vice-
Governador segue as regras da eleiçãopara Presidente da República. A dos 
deputados distritais segue a regra dos deputados estaduais. 
 Outra peculiaridade do Distrito Federal é que, diferentemente do que 
ocorre com os demais entes federados, não há previsão constitucional para 
alteração dos seus limites territoriais. Ressalta-se, ainda, que, ao contrário dos 
Estados-membros, o Distrito Federal não pode ser dividido em Municípios (art. 
32, “caput”, CF/88). 
 Além disso, não pode organizar nem manter o Judiciário, o Ministério 
Público e a Defensoria Pública, nem as polícias civil e militar e o corpo de 
bombeiros. Todos esses órgãos são organizados e mantidos pela União, 
cabendo a ela legislar sobre a matéria. Nesse sentido, determina a Súmula 647 
do STF que “compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos 
membros das polícias civil e militar do Distrito Federal”. 
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35. (ESAF/2003/SRF) O Distrito Federal equipara-se, em termos de 
competências, a um Município. 
Comentários: 
 O Distrito Federal apresenta competências dos Estados e dos 
Municípios. Questão incorreta. 
36. (ESAF/2009/Receita Federal) Compete privativamente à União 
legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do 
Distrito Federal. 
Comentários: 
 É o que determina a súmula 647 do STF. Questão correta. 
37. (ESAF/2006/ENAP) A utilização, pelo Governo do Distrito 
Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar é 
matéria que se insere dentro da competência legislativa exclusiva 
desse ente da Federação. 
Comentários: 
 De jeito nenhum! Trata-se de matéria de competência de competência 
exclusiva da União (art. 20, XIV, CF). Questão incorreta. 
38. (ESAF/2005/MPOG) Em relação à polícia militar do Distrito 
Federal, compete ao Distrito Federal disciplinar a sua remuneração, 
uma vez que os policiais militares do Distrito Federal são servidores do 
Distrito Federal. 
Comentários: 
 Determina a Súmula 647 do STF que “compete privativamente à União 
legislar sobre vencimentos dos membros das polícias civil e militar do Distrito 
Federal”. Questão incorreta. 
 
 
 
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5. Territórios Federais 
 Os Territórios federais não são entes federados, integram a União (art. 
18, §2º, CF). Caso sejam criados, obedecerão às regras constitucionais a 
seguir: 
 
 
 
 
 
Territórios 
 Poderão, ou não, ser divididos em Municípios (art. 33, § 1º, 
CF) 
 As contas do seu Governo serão submetidas ao 
Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de 
Contas da União (CF, art. 33, § 2º) 
 Quando tiverem mais de cem mil habitantes, além do 
Governador, haverá órgãos judiciários de primeira e 
segunda instância, membros do Ministério Público e 
defensores públicos federais. A lei disporá sobre as eleições 
para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa 
(CF, art. 33, §3º) 
 Governador escolhido pelo Presidente da República, com 
nome aprovado previamente, por voto secreto, após 
arguição pública, pelo Senado Federal (CF, art. 52, III, “c”) 
 A jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais 
caberão aos juízes locais, na forma da lei (CF, art. 110, 
parágrafo único) 
 Elegerão quatro deputados federais (CF, art, 45, § 2º) 
. 
 Segundo a Carta Magna, a criação, transformação em Estado ou reintegração ao 
Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Destaca-se que a 
criação de um Território federal a partir do desmembramento de um Estado 
obedece as mesmas regras referentes à formação dos Estados, que 
estudaremos a seguir. 
 
39. (ESAF/2007/TCE-GO) A criação, a transformação em Estado ou a 
reintegração ao Estado de origem dos Territórios Federais serão 
reguladas em lei complementar. 
Comentários: 
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 Segundo o art. 18, § 2º, da Constituição, os Territórios Federais 
integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao 
Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Questão correta. 
40. (ESAF/2006/CGU) A reintegração de um Território Federal ao seu 
Estado de origem, depende de emenda constitucional. 
Comentários: 
 A reintegração de um Território Federal ao seu Estado de origem é 
regulada por lei complementar (art. 18, § 2º, da Constituição). Questão 
incorreta. 
41. (ESAF/2005/MPOG) Nos Territórios divididos em Municípios, as 
contas do governo do território serão submetidas à Câmara Territorial, 
com prévio parecer do Tribunal de Contas Territorial. 
Comentários: 
 De acordo com a Constituição, As contas do seu Governo serão 
submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de 
Contas da União (CF, art. 33, § 2º). Essa disposição se refere tanto a 
Territórios divididos em Municípios quanto os que não apresentam tal divisão. 
Questão incorreta. 
 
 
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6. Formação dos Estados 
Antes de estudarmos a formação dos Estados, é importante definirmos 
os fenômenos da fusão, cisão ou incorporação, possíveis de ocorrerem tanto 
com os Estados quanto com os Municípios. 
 Pela fusão, o ente federado se incorpora a outro, da mesma espécie (um 
Estado se incorpora a outro Estado ou um Município se incorpora a outro 
Estado). Com isso, há a formação de um terceiro e novo ente federado, 
distinto dos anteriores e com personalidade própria. Os entes federativos 
que lhe deram origem não mais existirão. 
 Já pela cisão, o ente federativo (Estado ou Município) se subdivide, 
formando dois ou mais novos entes. No caso de um Município, haverá a 
formação de novos Municípios. No caso de um Estado, poderão ser formados 
novos Estados ou Territórios. Os entes formados apresentam personalidade 
distinta daqueles que lhes deram origem. Os originários, por sua vez, 
desaparecem. 
 Finalmente, no desmembramento, que também pode ocorrer tanto nos 
Estados quanto nos Municípios, duas possibilidades podem ocorrer. Em ambas 
as possibilidades, o ente (ou entes) originários não desaparecem. 
A primeira delas é quando um ou mais entes federados cedem parte de 
seu território para que este seja anexado a um ente já existente. Exemplo: o 
Município de Goiânia cede parte de seu território ao de Aparecida de Goiânia. 
A segunda possibilidade ocorre quando um ou mais entes federados 
cedem parte de seu território para que haja a formação de um novo ente. Foi o 
que aconteceu com Goiás, quando este cedeu parte de seu território para a 
formação do estado do Tocantins. 
De volta à análise da Constituição, seu art. 18, § 3º, determina que os 
Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se 
anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, 
mediante aprovação da população diretamente interessada, através de 
plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Observe que a 
formaçãodos Territórios obedece aos mesmos requisitos necessários para a 
incorporação, subdivisão e desmembramento de Estado. Combinando-se este 
artigo ao art. 48, VI, CF/88, tem-se que esses requisitos são: 
 Consulta prévia, por plebiscito, às populações diretamente 
interessadas; 
 Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados; 
 Edição de lei complementar pelo Congresso Nacional. 
“E o que são populações diretamente interessadas, professora?” 
 A resposta é dada pela Lei 9.709/1998, que em seu artigo 7º dispõe: 
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Art. 7o Nas consultas plebiscitárias previstas nos arts. 4o e 5o 
entende-se por população diretamente interessada tanto a do 
território que se pretende desmembrar, quanto a do que 
sofrerá desmembramento; em caso de fusão ou anexação, 
tanto a população da área que se quer anexar quanto a da que 
receberá o acréscimo; e a vontade popular se aferirá pelo 
percentual que se manifestar em relação ao total da população 
consultada. 
 O resultado do plebiscito é vinculante, caso desfavorável, pois torna a 
modificação territorial impossível. Já quando favorável, a decisão final sobre a 
modificação territorial é do Congresso Nacional, pois este poderá editar ou não 
a lei complementar. Já a consulta às Assembleias Legislativas é meramente 
opinativa. Mesmo se esta for desfavorável à mudança territorial, o Congresso 
Nacional pode editar a lei complementar que aprova a subdivisão, incorporação 
ou desmembramento. 
 
42. (ESAF/2009/MPOG) Os Estados podem incorporar-se entre si, 
subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou 
formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação 
da população diretamente interessada, por meio de plebiscito, e do 
Congresso Nacional, por lei complementar. 
Comentários: 
É o que determina o art. 18, § 3º da Constituição. Questão correta. 
43. (ESAF/2010/SUSEP) Poderá ocorrer a fusão entre Estados. Nesse 
caso, nem todos perdem a primitiva personalidade, pois, ao surgir o 
Estado novo, este adquire a personalidade de um deles. 
Comentários: 
Na fusão o novo Estado adquirirá personalidade própria, distinta daquela 
dos entes que lhe deram origem. Questão incorreta. 
44. (ESAF/2009/Ministério da Fazenda) A criação, a incorporação, a 
fusão e o desmembramento dos Estados far-se-ão por lei 
complementar federal, após divulgação dos Estudos de Viabilidade, 
apresentados e publicados na forma da lei. 
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Comentários: 
 Não há exigência de divulgação dos Estudos de Viabilidade. Esse 
requisito só se aplica à criação de Municípios. Questão incorreta. 
45. (ESAF/2008/CGU) A criação de territórios federais, que fazem 
parte da União, depende de emenda à Constituição. 
Comentários: 
 Como vimos, a criação de territórios federais depende de três requisitos: 
 Consulta prévia, por plebiscito, às populações diretamente 
interessadas; 
 Oitiva das Assembleias Legislativas dos estados interessados; 
 Edição de lei complementar pelo Congresso Nacional. 
Questão incorreta. 
 
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7. Formação dos Municípios 
 O art. 18, § 4º da Constituição, com redação dada pela EC no 15/1996, 
assim dispõe: 
§ 4º A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento 
de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período 
determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de 
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos 
Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de 
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da 
lei. 
São, portanto, cinco os requisitos para a criação, incorporação, fusão e 
desmembramento de municípios: 
 Edição de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando 
genericamente o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, 
incorporação, fusão e desmembramento de municípios; 
 Aprovação de lei ordinária federal determinando os requisitos 
genéricos e a forma de divulgação, apresentação e publicação dos estudos de 
viabilidade municipal; 
 Divulgação dos estudos de viabilidade municipal, na forma 
estabelecida pela lei mencionada acima; 
 Consulta prévia, por plebiscito, às populações dos Municípios 
envolvidos; 
 Aprovação de lei ordinária estadual determinando a criação, 
incorporação, fusão e desmembramento do(s) município(s). 
 
46. (ESAF/2009/MPOG) A criação, a incorporação, a fusão e o 
desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do 
período determinado por Lei Complementar Federal, e dependerão de 
consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios 
envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, 
apresentados e publicados na forma da lei. 
Comentários: 
É o que determina o art. 18, § 4º da Constituição. Questão correta. 
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47. (ESAF/2004/MPU) A criação de municípios depende apenas de 
consulta às populações interessadas e de lei estadual autorizadora. 
Comentários: 
 Há outros requisitos. A Constituição estabelece que a fusão e a 
incorporação de Municípios serão feitas obedecidas algumas exigências: 
 Edição de lei complementar federal pelo Congresso Nacional, fixando 
genericamente o período dentro do qual poderá ocorrer a criação, 
incorporação, fusão e desmembramento de municípios; 
 Aprovação de lei ordinária federal determinando os requisitos genéricos e 
a forma de divulgação, apresentação e publicação dos estudos de viabilidade 
municipal; 
 Divulgação dos estudos de viabilidade municipal, na forma estabelecida 
pela lei mencionada acima; 
 Consulta prévia, por plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos; 
 Aprovação de lei ordinária estadual determinando a criação, 
incorporação, fusão e desmembramento do(s) município(s). 
Questão incorreta. 
48. (ESAF/2008/CGU) A criação de Municípios deve ser feita por lei 
complementar federal. 
Comentários: 
 A criação de Municípios deve ser feita por lei ordinária estadual, 
conforme a sequência de passos a seguir: 
 
Questão incorreta. 
C
r
ia
ç
ã
o
 d
e
 
M
u
n
ic
íp
io
s
 
Edição de lei complementar federal, fixando genericamente o período 
dentro do qual poderá ocorrer a criação, incorporação, fusão e 
desmembramento de municípios 
Aprovação de lei ordinária federal determinando os requisitos genéricos e 
a forma de divulgação, apresentação e publicação dos estudos de 
viabilidade municipal 
Divulgação dos estudos de viabilidade municipal 
Consulta prévia, por plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos 
Aprovação de lei ordinária estadual determinando a criação, incorporação, 
fusão e desmembramento do(s) município(s) 
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8. Vedações aos Entes Federados 
A Constituição estabelece, em seu art. 19, algumas vedações aos entes 
federados: 
Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios: 
I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, 
embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus 
representantesrelações de dependência ou aliança, ressalvada, 
na forma da lei, a colaboração de interesse público; 
II - recusar fé aos documentos públicos; 
III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
 No que se refere ao inciso I, observa-se que o Brasil é um Estado laico, 
leigo ou não confessional, não adotando qualquer religião oficial. Entretanto, 
admite-se a colaboração de interesse público com os cultos religiosos ou 
igrejas, na forma da lei. 
 O inciso II veda que um ente da Federação recuse fé a documentos 
públicos produzidos por outro, em virtude de sua procedência. Assim, a 
Receita Federal do Brasil não pode recusar fé a uma certidão negativa de 
débito emitida pela Secretaria da Fazenda do Tocantins, por exemplo. Trata-se 
de uma garantia que visa a fortalecer o pacto federativo. 
Finalmente, o inciso III acima também reforça o pacto federativo, ao vedar 
que os entes da federação criem preferências entre si ou entre brasileiros, em 
função de sua naturalidade. Assim, é vedado, por exemplo, que um concurso 
público estabeleça que somente os naturais de Minas Gerais poderão concorrer 
a determinada vaga. 
 
49. (ESAF/2009/Ministério da Fazenda) É vedado aos Estados 
manter relação de aliança com representantes de cultos religiosos ou 
igrejas, resguardando- se o interesse público. 
Comentários: 
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 É o que determina o art. 19, I, da Constituição. Questão correta. 
50. (ESAF/2008/CGU) É vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios criar distinções entre brasileiros ou 
estrangeiros. 
Comentários: 
 É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios criar 
distinções entre brasileiros. A Constituição não veda a criação de distinção 
entre brasileiros e estrangeiros. Questão incorreta. 
51. (ESAF/2000/SRF/Técnico da Receita Federal) Aos Estados-
Federados, na Constituição Federal, é vedado legislar ou estabelecer 
diferenças entre brasileiros e estrangeiros e recusar fé aos 
documentos públicos ou particulares. 
Comentários: 
 Como dissemos, a Constituição não veda a criação de distinção entre 
brasileiros e estrangeiros. Além disso, a Constituição não veda recusar fé aos 
documentos particulares, mas apenas aos públicos. Questão incorreta. 
52. (ESAF/2000/SRF/Técnico da Receita Federal) Em relação às 
competências vedadas aos Estados-Federados, podemos afirmar que 
lhes é vedado, explicitamente, estabelecer cultos religiosos ou igrejas, 
subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles 
ou seus representantes relações de dependência ou aliança, 
ressalvada a colaboração de interesse público; recusar fé aos 
documentos públicos; criar distinções entre brasileiros ou preferência 
em favor de qualquer das pessoas jurídicas de direito público interno. 
Comentários: 
O art. 19 da Constituição veda à União, aos Estados, ao Distrito Federal 
e aos Municípios: 
 Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes 
o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de 
dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de 
interesse público; 
 Recusar fé aos documentos públicos; 
 Criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. 
Questão correta. 
53. (ESAF/2005/SEFAZ-MG) O Estado-membro não pode recusar fé 
aos documentos que ele próprio expediu, mas pode recusá-la aos 
documentos públicos produzidos nos Municípios. 
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Comentários: 
 O Estado-membro não pode, por vedação constitucional (art. 19, II, CF), 
recusar fé aos documentos públicos produzidos por qualquer dos entes 
federativos. Questão incorreta. 
 
 
 
 
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9. Intervenção Federal 
A autonomia dos entes federados poderá, excepcionalmente, ser 
afastada, em algumas situações anormais determinadas taxativamente pela 
Constituição. Nesse caso, haverá intervenção da União sobre Estados ou 
Distrito Federal ou sobre Municípios situados em Territórios (a chamada 
intervenção federal) ou, ainda, intervenção do Estado em seu Município 
(intervenção estadual). 
As hipóteses de intervenção federal nos Estados e Municípios são 
dispostas em rol taxativo (“numerus clausus”) no art. 34 da CF: 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito 
Federal, exceto para: 
I - manter a integridade nacional; 
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da 
Federação em outra; 
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; 
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas 
unidades da Federação; 
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois 
anos consecutivos, salvo motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias 
fixadas nesta Constituição, dentro dos prazos estabelecidos 
em lei; 
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão 
judicial; 
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios 
constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e regime 
democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração pública, direta e 
indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de 
impostos estaduais, compreendida a proveniente de 
transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e 
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nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 29, de 2000) 
 
 Nos casos previstos no art. 34, I, II, III e V, o Presidente da República 
age de ofício, independentemente de provocação. É a chamada intervenção 
federal espontânea. 
Já no caso de coação ou impedimento que impeça o livre exercício dos 
Poderes Legislativo ou Executivo, a intervenção dependerá de solicitação, ao 
Presidente da República, do Poder que está sofrendo a coação ou o 
impedimento. Caberá ao Presidente decidir acerca da conveniência e 
oportunidade de atender ao pedido. 
Em alguns casos, porém, a intervenção será provocada por requisição, 
ficando o Presidente da República obrigado a promovê-la, caso a suspensão do 
ato impugnado não seja suficiente para restabelecer a normalidade. São eles: 
 Para garantir o livre exercício do Poder Judiciário, em que a decretação 
da intervenção federal dependerá de requisição do STF. 
 Para prover a execução de ordem

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