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– Rigidez da Nuca e Síndrome Cerebelares É o espasmo da musculatura cervical , que produz dor quando se flexiona o pescoço, sem no entanto impedir a rotação lateral do mesmo. A irritação das meninges ou sinal meníngeos se fazem presentes nos quadros de infecção que acometem as meninges , bactérias , fungos, vírus e sangramento subaracnoide. MENINGISMO: Ocorre quando a rigidez de nuca não é proveniente de infecção das meninges , geralmente em casos de infecções sistêmicas , acometendo mais as crianças. Com o paciente deitado em decúbito dorsal, flexiona o quadril e os joelhos a 90º e tenta-se fazer uma extensão dos membros provocando a contratura do pescoço imediatamente após a manobra , indicando a presença da rigidez. Com o paciente em decúbito dorsal tenta-se fletir o pescoço em direção ao tórax e encostar o queixo no mesmo, a incapacidade de realizar a manobra indica a presença de rigidez. Com o paciente sentado ou deitado em decúbito dorsal , flexiona levemente o pescoço em direção ao tórax e o paciente irá referir sensação de choque nas extremidades de MMSS e MMII, ocorre em processos de compressão medular e na EM. – É o sinal mais precoce de irritação das meninges, da mesma forma que no sinal de Kernig, com a diferença que neste tenta-se mover os pés na horizontal (para frente) em um pés por vez, e a resposta será o desconforto na região lombar. Divide-se anatomicamente e funcionalmente em 3 partes: 1. Lobo floculonodular 2. Lobo anterior 3. Lobo posterior 4. Lobo floculonodular ou arquicerebelo: LOBO FLOCULONODULAR: Em termos filogenéticos é a parte mais antiga do cerebelo, também conhecida como vestibulocerebelo, pois suas projeções aferentes provêm dos núcleos vestibulares, tem como função a manutenção do equilíbrio. Ajuda a manter o equilíbrio e a coordenar os movimentos oculares, da cabeça e do pescoço; está interconectado intimamente ao núcleo vestibular. LOBO ANTERIOR: O lobo anterior é formado pelo vermis anterior e córtex paravermiano, conhecido também por espinocerebelo, já que suas projeções aferentes se originam nos proprioceptores dos músculos e tendões dos membros pelos tratos espinocerebelares, controla a postura, tônus muscular e a coordenação motora do tronco e das pernas (marcha). As lesões do verme causam anormalidades posturais e de marcha. LOBO POSTERIOR OU NEOCEREBELO: Forma a parte média do vermis e suas extensões laterais e a maior parte dos hemisférios cerebelares. Também conhecido como pontino cerebelo por receber fibras aferentes do córtex cerebral através dos núcleos pontinos e braço da ponte. Responsável pelos movimentos delicados iniciados no córtex. Controla os movimentos rápidos e finamente coordenados dos membros, predominantemente dos braços. LOBO POSTERIOR: A função de grande parte do lobo posterior é desconhecida. As lesões do cerebelo causam: (1) Incoordenação (ataxias) do movimento volitivo; (2) distúrbios do equilíbrio e da marcha; (3) tremor oriundo de ataxia e hipotonia; (4) redução do tônus muscular. Nas lesões unilaterais o distúrbio do movimento é ipsolateral. A incoordenação dos movimentos voluntários é a manifestação mais marcante. Existem os seguintes tipos de síndromes cerebelares: axial, apendicular e global. AXIAL Alteração do equilíbrio, alargamento da base e da marcha, da sinergia tronco-membros, da fala e da motricidade ocular. Lesão do arqui e paleocerebelo; EXAME: - Observar o paciente em pé, de olhos abertos e depois fechados. (Analisar o paciente desde o momento que ele levanta na recepção/leito). - Observar a base de sustentação do paciente (como ele para – normal: pernas um pouco abertas). - Observar a base de sustentação do paciente com pés juntos e separados. - Base de sustentação muito alargada, o paciente faz isso para conseguir ter equilíbrio. - Se apresenta dança dos tendões, marcha ebriosa com passos irregulares de medidas e distâncias diferentes com base alargada (alcoolizado); dificuldade para se levantar do leito sem o auxílio dos membros superiores; fala escandida com variações de tom podendo haver nistagmos. – APENDICULAR Dismetria, decomposição de movimentos. Incoordenação de extremidades para movimentos finos e voluntários. Lesão dos hemisférios cerebelares. EXAME: Apresentará ipsilateralmente decomposição de movimentos ou tremor de ação durante: • A MANOBRA INDEX-NARIZ: Com o membro superior estendido toca-se a ponta do nariz com a ponta do indicador; fazer a manobra com os olhos abertos e fechados. Faz o movimento 3x unilateral e depois com os dois braços simultâneos. • PROVA DE RECHAÇO STEWART-HOLMES: Paciente sentado; flexão do antebraço contra resistência oposta pelo examinador que bruscamente a relaxa. Pede ao paciente para puxar o braço com força. Se o paciente tiver lesão cerebelar: antebraço não pode frear seu movimento, indo se chocar com a região peitoral do paciente. • MANOBRA CALCANHAR – JOELHO: Paciente em decúbito dorsal e membros inferiores estendidos; pedir para que ele toque o joelho com a ponta do calcanhar do lado oposto; deslizar o calcanhar pela crista da tíbia; solicitar que ele faça com os olhos abertos e fechados. (Observar a continuidade do movimento e metria; observar se piora com os olhos fechados – a retirada do controle visual requer integridade do controle proprioceptivo). • PROVA DE BARANY: Membros superiores estendidos paralelos apontando indicadores para frente, movimentando os membros para cima e para baixo de olhos fechados, devendo manter os membros sempre paralelos – o desvio bilateral sugere distúrbio vestibular; e o desvio unilateral sugere distúrbio cerebelar. O paciente deve fechar os olhos, nesse momento, o examinador avalia se os braços do paciente vão mudar de posição. Será positivo se o paciente com os olhos fechados, mudar a posição dos braços. Por fim, pesquisa-se a DIADOCOCINESIA: movimentos alternados rápidos com as mãos. É a habilidade de realizar repetições de forma rápida de padrões e simples de contrações, porém utilizando funções musculares. O paciente realiza movimentos repetitivos e alternados em pronação – e supinação das mãos sobre os joelhos. Este teste estará alterado em patologias cerebelares Portador de alteração cerebelar ipslateral comete erros durante o teste. GLOBAL Quando observamos alterações axiais e apendiculares simultâneas. O corpo está em equilíbrio quando todas as forças que atuam sobre ele são nulas, tudo que se encontra parado está em equilíbrio estático, logo a avaliação do paciente nesta situação avalia se alguma coisa ou algo altere esta situação. A avaliação neurológica do equilíbrio estático se faz através de uma simples prova conhecida como prova de Romberg. PROVA DE ROMBERG: Nesta prova pedimos ao paciente que fique em pé de forma natural e a primeira coisa que avaliamos é a postura anatômica e a base de sustentação, em seguida pedimos que o paciente junte os pés e feche os olhos, é possível que mesmo antes de fechar os olhos o paciente apresente alguma oscilação. Ao fechar os olhos, se o paciente cair imediatamente podemos afirmar que o sinal é positivo, geralmente causado por lesões do funículo posterior, carência de vitamina B12, neuro sífilis, mais raramente, seringomielia e aracnoidite. Quando a queda tem lado preferencial devemos repetir a manobra e se o sinal se repetir podemos dizer que a lesão é ipsilateral, mas não caracterizamos como Romberg. Pode sensibilizar o teste pedindo que ele coloque um pé na frente do outro. Ao contrário do anterior, o equilíbrio dinâmico avalia um corpo em movimento retilíneo e uniforme, desta forma a avaliação da marcha é a maneira que temos para avaliar o equilíbriodinâmico. MARCHA: A marcha exige a execução de movimentos alternados e padronizados com os membros. Nos seres humanos os mecanismos de controle estão no tronco encefálico, núcleos da base e córtex, assim como as funções labirínticas, proprioceptivas e visuais. Um déficit em qualquer dessas estruturas afeta a marcha. Avaliação: Observar sem que o paciente perceba a deambulação natural, corrida, levantar de cadeiras, caminhar em círculos, eretos com os pés juntos, com olhos abertos e fechados (Romberg). O paciente deve ser solicitado a ficar com os pés juntos e os olhos abertos para se detectar a instabilidade decorrente de ataxia cerebelar. • Marcha cerebelar: Base alargada e cambaleante, como se o individuo estivesse bêbado, instabilidade ao ficar em pé ou – sentado, irregularidade dos passos (marcha errática), desvio para o lado da lesão cerebelar. Oscila de olhos abertos e um pouco mais quando fechados (Romberg neg). Causas: tumor cerebelar (vermis cerebelar), degeneração cerebelar hereditária ou adquirida (álcool), degeneração cerebelar paraneoplásica. • Marcha tabética: Dificuldade para ficar em pé e caminhar com força preservada. Os movimentos são bruscos, erráticos em comprimento e altura, batendo os pés ao chão. Observa o piso com atenção, perda da sensibilidade postural das pernas e pés; e vibratória com Romberg acentuado. (Não tem noção de profundidade em relação ao chão – pisa com força, marchando). Causas: EM, compressão medular (coluna posterior), ataxia de Friedreich, deficiência de vitamina B12, polioneuropatias, Tabs. Dorsalis. • Marcha espática/hemiplégica/ceifante: Membro superior fletido; membro inferior o joelho não flexiona e o membro é abduzido ao quadril com movimentos de circundação. A perna afetada é mantida estendida e em rotação interna, e o pé está invertido e em flexão plantar; a perna se move em uma direção circular junto ao quadril (circundução*). Causas: AVC, tumores, traumas, neurotoxoplasmose. • Marcha em tesoura: Os dois membros estão enrijecidos e espásticos, semifletidos, os pés se arrastam e se cruzam lembrando uma tesoura. O paciente também apresenta lordose. A marcha é lenta e rígida, e as pernas se cruzam uma na frente da outra. Causas: paralisia cerebral • Marcha vestibular: Apresenta lateropulsão (tendência involuntária de se dirigir sempre para o mesmo lado) quando anda e movimentos erráticos. Causas: lesão vestibular. • Marcha festinante: Marcha como um bloco, sem MMSS, passos pequenos e rápidos, cabeça inclinada para frente podendo ocorrer aceleração no início da marcha. A postura é fletida, a marcha se inicia lentamente, os passos são pequenos e arrastados, existe uma redução dos movimentos associados dos membros superiores, e pode ocorrer uma aceleração involuntária (festinação). Causas: Parkinson. • Marcha magnética ou apraxia Deambula com os pés grudados ao chão, arrastando, não consegue executar o movimento do passo. Doença do lobo frontal pode resultar em perda da capacidade de realizar um ato previamente aprendido (apraxia), nesse caso, a capacidade de deambular. O paciente apresenta dificuldade para iniciar a marcha e pode parecer estar colado ao solo. Uma vez iniciada, a marcha é lenta e arrastada. No entanto, não existe dificuldade de realizar os mesmos movimentos da perna, quando o paciente se encontra deitado e as pernas não estão sustentando peso. Causas: hidrocefalia de pressão normal, lesões frontais, tumor na região frontal. (Tratou a hidrocefalia, remoção do tumor = melhora da marcha). • Marcha parética ou equina: Excessivo levantamento joelho com flexão da coxa sobre a bacia com os pés pendentes. Causas: lesão do nervo periférico (lesão na 5º raiz lombar). • Marcha anserina: Oscilação da bacia, pernas afastadas, hiperlodose, inclinação do tronco para um dos lados. Causas: polioneuropatias, miosites, gravidez, luxação do quadril e distrofias musculares.
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