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Macronutrientes do Solo: importância para as plantas

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FACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS-ICA 
FACULDADE DE AGRONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NUTRIENTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OUTUBRO/2007 
MINEIROS-GO 
 2 
FACULDADES INTEGRADAS DE MINEIROS 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS-ICA 
FACULDADE DE AGRONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NUTRIENTES 
 
Diego Oliveira Ribeiro 
Laíze Aparecida Ferreira Vilela 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OUTUBRO/2007 
MINEIROS-GO 
 3 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................06 
 
1. OS ELEMENTOS MINERAIS.............................................................................................07 
1.1 CRITÉRIOS DE ESSENCIALIDADE................................................................................08 
 
2. NITROGÊNIO.....................................................................................................................10 
2.1 
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................10 
2.2 FORMAS DE FIXAÇÃO DO NITROGENIO.....................................................................10 
2.2.1 FIXAÇÃO INDUSTRIAL...............................................................................................................10 
2.2.2 FIXAÇÃO BIOLÓGICA................................................................................................................11 
2.3 NITROGÊNIO NO SOLO.................................................................................................11 
2.3.1 FORMAS DE NITROGÊNIO NO SOLO.......................................................................................11 
2.3.2 TRANSFORMAÇÕES DO NITROGÊNIO NO SOLO..................................................................12 
2.3.2.1 Amonificação.............................................................................................................................12 
2.3.2.2 Nitrificação.................................................................................................................................12 
2.3.2.3 Mineralização............................................................................................................................12 
2.3.2.4 Imobilização...............................................................................................................................13 
2.3.2.5 Desnitrificação...........................................................................................................................13 
2.4 PERDAS DE NITROGÊNIO.............................................................................................13 
2.5 NITROGÊNIO NA PLANTA..............................................................................................13 
2.6 FUNÇÕES DO NITROGÊNIO NA PLANTA.....................................................................14 
2.7 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA...........................................................15 
2.8 CICLO DO NITROGÊNIO................................................................................................16 
2.9 ADUBOS NITROGENADOS............................................................................................16 
 
3. FÓSFORO..........................................................................................................................19 
3.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................19 
3.2 FÓSFORO NO SOLO......................................................................................................19 
3.2.1 FORMAS DE FÓSFORO NO SOLO............................................................................................19 
3.2.2 MOVIMENTO DE FÓSFORO NO SOLO.....................................................................................20 
3.2.3 DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO NO SOLO............................................................................21 
3.2.4 FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO...............................................21 
3.2.4.1 Tipo de Argila............................................................................................................................21 
3.2.4.2 Quantidade de Argila.................................................................................................................22 
3.2.4.3 Época de Aplicação...................................................................................................................22 
 4 
3.2.4.4 Aeração.....................................................................................................................................22 
3.2.4.5 Compactação............................................................................................................................22 
3.2.4.6 Umidade....................................................................................................................................22 
3.3 PERDAS DE FÓSFORO..................................................................................................23 
3.3.1 REMOÇÃO PELAS CULTURAS.................................................................................................23 
3.3.2 PERDAS POR EROSÃO.............................................................................................................23 
3.3.3 PERDAS POR LIXIVIAÇÃO........................................................................................................23 
3.4 FONTES DE FÓSFORO..................................................................................................23 
3.5 FÓSFORO NA PLANTA...................................................................................................24 
3.6 FUNÇÕES DO FÓSFORO NA PLANTA..........................................................................24 
3.7 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA...........................................................25 
3.8 CICLO DO FÓSFORO.....................................................................................................25 
3.9 ADUBOS FOSFATADOS.................................................................................................26 
3.9.1 FOSFATOS NATURAIS...............................................................................................................26 
3.9.2 SUPERFOSFATO SIMPLES.......................................................................................................27 
3.9.3 SUPERFOSFATO TRIPLO OU CONCENTRADO......................................................................27 
3.9.4 ESCÓRIA DE THOMAS...............................................................................................................27 
3.9.5 TERMOFOSFATO........................................................................................................................27 
3.9.6 FOSFATO MONOAMONIO (MAP)..............................................................................................27 
3.9.7 FOSFATO DIAMONIO (DAP)......................................................................................................28 
3.9.8 PARCIALMENTE ACIDULADO...................................................................................................28 
 
4. POTÁSSIO.........................................................................................................................29 
4.1 
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................29 
4.2 POTÁSSIO NO SOLO......................................................................................................294.2.1 FORMAS DE POTÁSSIO NO SOLO...........................................................................................29 
4.2.2 INTERAÇÃO DO POTÁSSIO COM OUTROS NUTRIENTES.....................................................30 
4.3 PERDAS DE POTÁSSIO.................................................................................................30 
4.3.1 REMOÇÃO PELAS CULTURAS.................................................................................................30 
4.3.2 PERDAS POR LIXIVIAÇÃO........................................................................................................31 
4.4 FONTES DE POTÁSSIO.................................................................................................31 
4.5 POTÁSSIO NA PLANTA..................................................................................................31 
4.6 FUNÇÕES DO POTÁSSIO NA PLANTA.........................................................................32 
4.7 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA...........................................................32 
4.8 CICLO DO POTÁSSIO.....................................................................................................33 
4.9 ADUBOS POTÁSSICOS..................................................................................................34 
 
 5 
5. CÁLCIO..............................................................................................................................35 
5.1 
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................35 
5.2 CÁLCIO NO SOLO...........................................................................................................35 
5.3 CÁLCIO NA PLANTA.......................................................................................................35 
5.4 FONTES DE CÁLCIO ....................................................................................................36 
5.5 FUNÇÕES DO CÁLCIO NA PLANTA..............................................................................36 
5.6 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA...........................................................36 
5.7 ADUBOS COM CÁLCIO..................................................................................................37 
 
6. MAGNÉSIO........................................................................................................................39 
6.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................39 
6.2 MAGNÉSIO NO SOLO. ...................................................................................................39 
6.3 MAGNÉSIO NA PLANTA.................................................................................................39 
6.4 FUNÇÕES DO MAGNÉSIO NA PLANTA........................................................................40 
6.5 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA...........................................................40 
6.6 ADUBOS COM MAGNÉSIO............................................................................................41 
 
7. ENXOFRE..........................................................................................................................42 
7.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................42 
7.2 ENXOFRE NO SOLO.......................................................................................................42 
7.2.1 TRANSFORMAÇÕES DO ENXOFRE NO SOLO........................................................................42 
7.3 CICLO DO ENXOFRE......................................................................................................43 
7.4 ENXOFRE NA PLANTA...................................................................................................43 
7.5 FUNÇÕES DO ENXOFRE NA PLANTA..........................................................................44 
7.6 SINTOMATOLOGIA DE CARENCIA NA PLANTA...........................................................44 
7.7 ADUBOS COM ENXOFRE.............................................................................................44. 
 
8. ALUMÍNIO..........................................................................................................................46 
8.1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................46 
8.2 ALÚMINIO NO SOLO.......................................................................................................46 
8.3 ALUMÍNIO NA PLANTA...................................................................................................46 
8.3.1 TOXIDEZ DE ALÚMINIO NA PLANTA........................................................................................47 
8.4 SINTOMATOLOGIA DE TOXIDEZ NA PLANTA..............................................................48 
8.5 TOLERÂNCIA AO ALUMÍNIO..........................................................................................49 
 
CONCLUSÃO.........................................................................................................................50 
 6 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................52 
 
INTRODUÇÃO 
 
O solo, do ponto de vista agrícola, consiste numa mistura de materiais 
minerais e orgânicos presentes na superfície da terra que serve de ambiente para o 
crescimento das plantas. O solo, visto como um fator de produção possui duas 
características básicas que revelam seu valor agronômico: fertilidade e 
produtividade. 
A fertilidade está relacionada com a capacidade que um solo tem de fornecer 
nutrientes às plantas em quantidades adequadas. Dessa forma, a fertilidade pode 
ser conduzida a condições ideais através de práticas de calagem e adubação 
fundamentadas em bases científicas. 
A produtividade de um solo refere-se a sua capacidade em proporcionar 
rendimento às culturas, podendo ser melhorada apenas pela intervenção humana. 
 
A prática da adubação visa corrigir deficiências dos solos e, portanto, é 
necessário se conhecer o estado inicial dos mesmos, ou seja, suas 
características físicas e propriedades químicas. Não se pode deixar de 
considerar também que os solos são ecossistemas complexos formados por 
microrganismos e outros organismos além das próprias plantas. As principais 
propriedades químicas dos solos são o pH, a CTC e a quantidade de matéria 
orgânica (PERES, 2002, p. 01). 
 
De acordo com estudos de Guilherme (2000), a presença de nutrientes 
constitui-se em um dos aspectos fundamentais para garantir a boa qualidade do solo 
e seu adequado funcionamento, principalmente no caso de agroecossistemas. Em 
ecossistemas nativos, a ciclagem natural de nutrientes é a grande responsável pela 
manutenção do bom funcionamento do ecossistema como um todo. Essa ciclagem é 
fundamental para manter o estoque de nutrientes nos ecossistemas naturais, 
evitando a perda da fertilidade natural do solo. 
Diversos elementos químicos são indispensáveis à vida vegetal, já que sem 
eles, as plantas não conseguem completar o seu ciclo de vida (VAN RAIJ, 1991). 
O presente trabalho tem por objetivo mostrar a importância desses nutrientes 
 7 
às plantas, bem como seu ciclo na natureza, sua movimentação tanto no solo como 
na planta, os sintomas que estes podem vir a causar em casos de toxidez ou 
deficiência e suas fontes na superfície da Terra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
1.OS ELEMENTOS MINERAIS 
 
Para que uma planta se desenvolva normalmente, ela necessita de alguns 
requisitos indispensáveis, tais como, local favorável à fixação de suas raízes, 
temperatura adequada, luz, ar, água, quantidade suficiente de elementos nutrientes, 
etc. Essas necessidades são atendidas, em maior ou menor proporção, pelas 
condições de clima e solo do local onde se encontra a planta. 
Quando essas necessidades básicas são atendidas as plantas, partindo do 
Carbono (C), Oxigênio (O) e Hidrogênio (H), retirados do ar, da água e de diversos 
elementos provenientes do solo, conseguem, com o auxílio da energia da luz solar, 
sintetizar a matéria orgânica necessária à sua própria formação. 
Dessa forma, através da fotossíntese, as plantas têm a capacidade de formar 
em suas células clorofiladas, inicialmente compostos orgânicos de estruturas 
simples e posteriormente compostos mais complexos, como celulose, amido, 
gorduras, proteínas, enzimas, etc. 
 
Figura 1. Fotossíntese 
 
Para sintetizar todas essas substâncias, as plantas utilizam 18 elementos 
considerados indispensáveis ao seu metabolismo e são denominados, nutrientes de 
plantas e são agrupados da seguinte forma: 
a) Orgânicos: são elementos originados da água e do ar, os quais 
são responsáveis pela formação de cerca de 90-96% dos tecidos 
vegetais. Incluem o carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O); 
b) Minerais: são elementos fornecidos pelo solo e são divididos em 
 9 
macronutrientes (primários e secundários) e micronutrientes. 
Estes são responsáveis por cerca de 4-10% dos tecidos vegetais. 
São considerados Macronutrientes Primários o nitrogênio (N), fósforo (P) e 
potássio (K); Macronutrientes Secundários o cálcio (Ca), magnésio (Mg) e o enxofre 
(S); Micronutrientes o boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), 
molibdênio (Mo) e zinco (Zn). 
Lopes (1937) afirma que os macronutrientes primários geralmente tornam-se 
deficientes no solo antes dos demais, devido a maior utilização desses nutrientes 
pela planta. Os macronutrientes secundários são geralmente menos deficientes e 
usados em quantidades menores, porém, a planta precisa tê-los a disposição 
quando e onde for necessário. 
Camargos (2005) ressalta que embora sejam requeridos em menor 
quantidade, os micronutrientes são tão necessários às plantas quanto os 
macronutrientes, sendo esta separação meramente quantitativa (pelos teores 
encontrados nas plantas), podendo variar entre as diferentes espécies. 
 
1.1 CRITÉRIOS DE ESSENCIALIDADE 
 
Os macro e micronutrientes exercem funções específicas na vida da plantas 
embora em uma ou outra possa haver certo grau de substituição (MALAVOLTA, 
2006). 
Os elementos podem ser classificados de várias formas, em relação à sua 
função, à sua necessidade, etc. Quanto a sua essencialidade os elementos podem 
ser classificados em: 
a) Essenciais: são os minerais da planta, ou seja, sem estes a planta 
não vive; 
b) Benéficos: são minerais não essenciais, ou seja, a planta pode 
viver sem eles. No entanto, sua presença é capaz de contribuir 
para o crescimento, produção e, até mesmo, para a resistência à 
condições desfavoráveis do meio, como clima, pragas e doenças; 
c) Tóxicos: são elementos prejudiciais às plantas e na se enquadram 
nas classificações anteriores. No entanto, alguns elementos tidos 
como essenciais ou benéficos podem se tornar tóxicos em caso 
 10
de altas concentrações no solo. 
Um elemento para ser considerado essencial deve satisfazer dois critérios de 
essencialidade: o critério direto e o critério indireto. 
a. Critério direto: são elementos que fazem parte de algum 
composto ou participam de alguma reação, sem os quais a planta 
não vive; 
b. Critério indireto: são elementos que, quando ausentes, impedem 
que a planta complete seu ciclo. Esses elementos têm função 
específica (sintomas característicos). 
De acordo com Filho (2007), para atestar que um elemento é realmente 
essencial deve-se seguir os seguintes passos: 
1- A planta é cultivada em solução nutritiva na presença e na ausência do 
elemento cuja essencialidade se procura demonstrar. Se a planta mostrar 
anormalidades visíveis e depois morrer, o primeiro passo terá sido dado; 
2- Quando na falta do elemento e na presença de outros que apresentam 
características químicas muito próximas, a planta também morre, isto significa que 
ele não pode ser substituído; 
3- Quando o elemento em estudo for fornecido às folhas, e estiver ausente da 
solução nutritiva, e com isso garantir um crescimento normal da planta, fica evidente 
que participa diretamente da vida vegetal, não estando a sua presença anulando 
condições desfavoráveis do meio, presentes por ventura no sistema radicular; 
Camargos (2005) destaca que todos os elementos essenciais devem estar 
presentes na planta, mas nem todos que estão presentes são essenciais. 
Os elementos podem ser classificados ainda quanto ao tipo de função que 
exercem dentro da planta, sendo então chamados de: estruturais, constituinte de 
enzimas ou ativadores enzimáticos. 
a. Estrutural: o elemento faz parte da molécula de um ou mais compostos 
orgânicos. Ex: nitrogênio em aminoácidos e proteínas, cálcio em pectato e 
o magnésio na clorofila; 
b. Constituinte de enzimas: trata-se de um caso particular do anterior, 
referindo-se geralmente a metais ou elementos de transição (molibdênio) 
que fazem parte do grupo prostético de enzimas; 
c. Ativadores enzimáticos: são elementos que não fazem parte do grupo 
prostético, são dissociáveis da fração protéica da enzima, porém são 
 11
necessários à atividade da mesma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12
2. NITROGÊNIO 
 
2.1 INTRODUÇÃO 
 
Entre os elementos essenciais para a vida da planta há mais átomos de 
nitrogênio na matéria seca do que de qualquer outro elemento, geralmente, cerca de 
três vezes mais (MALAVOLTA, 1981). 
O nitrogênio é o nutriente mais utilizado, mais absorvido, mais exportado 
pelas culturas e de obtenção mais cara (dificuldade na quebra de suas moléculas-
N2). Esse elemento, por ser altamente requerido pela maioria das culturas, constitui-
se no fator mais limitante de produção, com exceção das leguminosas que 
conseguem fixá-lo de maneira diferente das demais plantas. 
O nitrogênio constitui quase 78% da atmosfera, a qual é a principal fonte do 
elemento, sendo encontrado na forma de N2 (gás nitrogênio), não diretamente 
aproveitável pelas plantas. 
Embora seja um dos elementos mais difundidos na natureza, o nitrogênio, 
praticamente não existe nas rochas que dão origem aos solos. 
 
2.2 FORMAS DE FIXAÇÃO DO NITROGENIO 
 
Para que seja possível o aproveitamento do nitrogênio atmosférico existem 
dois processos que fixam o elemento e o transferem para o solo deixando-o 
disponível às plantas. Esses processos são: a fixação biológica e a fixação 
industrial. 
 
2.2.1 FIXAÇÃO INDUSTRIAL 
 
O processo de fixação industrial baseia-se em captar o N2 através da sua 
redução por H proveniente de compostos derivados do petróleo, na presença de alta 
temperatura (450°C), alta pressão (200 atm) e de catalisador, tendo como produto 
final o gás amônia (NH3), que é o produto base para a obtenção de adubos 
nitrogenados. 
 Esse processo é responsável por 20% de todo o N fixado por ano e devido a 
 13
sua complexidade envolve um alto investimento. 
 
 
2.2.2 FIXAÇÃO BIOLÓGICA 
 
A fixação biológica é responsável por 80% do N fixado por ano, podendo 
ocorrer tanto em ambiente aquático como terrestre. 
Filho(2007) classifica a fixação biológica da seguinte forma: 
a) Sistema livre: ocorrem livres no solo, em condições aeróbicas, dependem 
de um filme de umidade para proliferarem. 
Exemplos: Bactéria - Beijerinckia (3-9 kg/ha. ano, consorciada com a cana); 
Azotobacter (6-8 kg/ha ano); Cianobactérias (3-12 kg/ha ano). 
b) Associações menos íntimas: associações com a finalidade de ajuda mútua. 
Exemplos: Líquen - Fungo + Alga + Bactéria; Azolla - Cianobactéria + 
Pteridófita. 
c) Sistema simbióticos: associação de plantas + bactérias, sendo bastante 
importante para o contexto agrícola. 
Exemplos: Leguminosas + Rhizobium e cana-de-açúcar + Acetobacter 
diazotrophicus. 
No sistema simbiótico a planta e a bactéria beneficiam-se mutuamente. A 
bactéria recebe da planta carboidratos da fotossíntese e a planta se beneficia com o 
N fixado pelas bactérias no interior dos nódulos. 
Os organismos responsáveis pela fixação são as bactérias dos gêneros 
Rhizobium (feijão), Bradyrhizobium (soja) e Azorhizobium (outras espécies) 
 
2.3 NITROGÊNIO NO SOLO 
 
2.3.1 FORMAS DE NITROGÊNIO NO SOLO 
 
No solo, o nitrogênio, apresenta-se ligado à MO, sendo que somente cerca de 
2% é liberado ao ano na forma de NO3
-, que é prontamente aproveitado pela planta. 
 14
No entanto, pode ocorrer de diversas formas no solo. O nitrogênio elementar 
(N2) é encontrado em abundância no ar do solo. Em formas inorgânicas combinadas 
o nitrogênio ocorre nos solos como óxido nitroso (N2O), óxido nítrico (NO), nitrogênio 
amoniacal (NH4
+) e nitrato (NO3
-) 
 
2.3.2 TRANSFORMAÇÕES DO NITROGÊNIO NO SOLO 
 
O nitrogênio no solo está sujeito a um grande número de processos, que 
resultam em transformações de formas orgânicas em inorgânicas e vice-versa, e 
que podem resultar em ganhos ou perdas do sistema como um todo (VAN RAIJ, 
1991). 
As principais transformações que o nitrogênio sofre no solo incluem os 
processos de amonificação, mineralização, nitrificação, imobilização, desnitrificação 
e a fixação biológica (descrita anteriormente). 
 
2.3.2.1 Amonificação: 
A amonificação refere-se a transformação do nitrogênio orgânico em NH3; 
 
 
2.3.2.2 Nitrificação 
 A nitrificação compreende a passagem de NH4
+ a NO3
-, sendo dividida em 
dois processos: 
 a) Nitritação: oxidação do NH4
+ a NO2
-, tendo como agentes os 
nitrossomomas; 
 
 b) Nitratação: redução de NO2
- a NO3
-, tendo como agentes as nitrobacter. 
 
 
2.3.2.3 Mineralização 
A mineralização é um processo de transformação do nitrogênio orgânico, não 
 15
sendo assimilável pelas plantas dessa forma, para a forma mineral, assimilável. Este 
processo compreende duas etapas: amonificação e nitrificação (já descritas). 
2.3.2.4 Imobilização 
A imobilização é um processo inverso à mineralização, ou seja, é a 
transformação do nitrogênio da forma mineral para a forma orgânica, devido a sua 
utilização por microrganismos do solo. È, portanto uma transformação do N da forma 
assimilável para a forma não assimilável pelas plantas. 
 
2.3.2.5 Desnitrificação 
 A desnitrificação é o principal processo de perda de N e consiste na produção 
de formas gasosas de N a partir de NO2
- e NO3
-. Esse processo ocorre em 
condições de solo encharcado, ou seja, anaerobiose. 
 
2.4 PERDAS DE NITROGÊNIO 
 
 Além da remoção pelas culturas, o nitrogênio pode ser perdido por lixiviação, 
volatilização e erosão. 
 Trabalhos apresentados por Van Raij (1991) mostraram que o nitrogênio é o 
nutriente que mais se perde por erosão, devido a sua concentração nas camadas 
mais superficiais do solo, onde o processo de erosão atua. Além disso, as partículas 
de MO (sua maior concentração) e de argila envolvidas com MO erodem mais 
facilmente do que as partículas minerais maiores do solo. 
 De todo o nitrogênio perdido por lixiviação cerca de 99% encontra-se na 
forma de nitrato. Isso se deve a sua alta solubilidade na água e ao fato de possuir 
cargas negativas, ou seja, mesma carga do complexo de troca. 
 As perdas por volatilização referem-se às perdas quando ocorre a 
desnitrificação, mas a volatilização mais temida pelo agricultor é da amônia que 
pode ser originada da mineralização do N da MO ou da adição de fertilizantes. 
 
2.5 NITROGÊNIO NA PLANTA 
 
Nitrato e Amônio são as maiores formas de nitrogênio inorgânico que 
podem ser absorvidos pelas raízes de plantas superiores. A maior parte de 
amônia é incorporada a compostos orgânicos nas raízes, enquanto que o 
 16
nitrato devido à sua mobilidade no xilema pode ser encontrado nos vacúolos 
de raízes, folhas e em órgãos de armazenamento. O acúmulo de nitrato nos 
vacúolos são importantes para o balanço cátion-ânion, para o equilíbrio 
osmótico e para a qualidade de vegetais e de forrageiras em geral (FILHO, 
2007)·. 
 
A absorção de N via radicular ocorre em ordem decrescente de preferência, 
nas formas de aminoácidos (AA), amidas, uréia, NH4
+ e NO3
-, sendo que as formas 
de NH4
+ e NO3
- dependem da mineralização da matéria orgânica e do pH do solo, 
pois se o pH é ácido há o predomínio de NH4
+ e se o pH tende à neutralidade, temos 
o NO3
-. 
 
O contato de nitrogênio com a raiz da planta ocorre por fluxo de massa (99%) 
e somente 1% ocorre por interceptação radicular. 
 O transporte do nitrogênio dentro da planta ocorre pelo xilema na forma em foi 
absorvido (NH4
+ e NO3
-) e sua redistribuição é feita através do floema na forma de 
aminoácidos (AA) e amidas. 
 
2.6 FUNÇÕES DO NITROGÊNIO NA PLANTA 
 
 O nitrogênio possui duas funções principais: estrutural e participação em 
processos metabólicos. A tabela 1 relaciona os principais compostos nitrogenados 
que se encontram nas plantas e indica os processos que participam. 
 
Tabela 1. Compostos nitrogenados e sua participação em alguns processos. 
ESTRUTURA 
CONSTITUINTE OU 
ATIVADORES ENZIMÁTICOS 
PROCESSO 
Aminoácidos 
Proteínas 
Bases nitrogenadas 
Ácidos nucléicos 
Enzimas 
Coenzimas 
Vitaminas 
Glicoproteínas 
Todos (constituintes) 
Absorção iônica 
Fotossíntese 
Respiração 
Síntese em geral 
Multiplicação e Diferenciação 
celular 
Herança Gênica 
 17
Pigmentos 
Fonte: Malavolta, 2006. 
 
O nitrogênio também está relacionado à qualidade de produção através de: 
- estimulo ao crescimento de raízes; 
- ajuda na absorção de cálcio (NO3
-); 
- estimulo a formação e o desenvolvimento de gemas floríferas e frutíferas; 
- maior vegetação e perfilhamento (gramíneas); 
- aumento do teor de proteínas em grãos 
 
2.7 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA 
 
O principal sintoma da carência ou falta de nitrogênio nas plantas é uma 
clorose generalizada nas folhas mais velhas, enquanto que as folhas mais novas se 
mantêm verdes. A coloração amarelada está associada à degradação da clorofila e 
com a modificação da forma do cloroplasto. 
Dentre os demais sintomas visíveis pode-se citar: 
- folhas amareladas, inicialmente as mais velhas; 
- ângulo agudo entre caule e folhas; 
- dormência de gemas laterais; 
- redução do perfilhamento; 
- senescência precoce; 
- crescimento em geral diminuído, com possível aumento no comprimento das 
raízes; 
Dentre os sintomas químicos pode-se citar: 
- baixo teor de clorofila; 
- produção de outros pigmentos; 
Dentre os sintomas citológicos pode-se citar: 
- pequenos núcleos; 
- cloroplastos pequenos; 
Dentre os sintomas metabólicos pode-se citar: 
- redução da síntese de proteínas; 
- alto conteúdo de açucares e alta pressão osmótica. 
 18
 Em caso de excesso de nitrogênio na planta, esta apresentaos seguintes 
sintomas: 
- aumento da fase vegetativa; 
- atraso no florescimento; 
- pode haver redução na frutificação; 
Em geral, as principais causas de deficiência de nitrogênio no Brasil são: 
- solos pobres em matéria orgânica; 
- acidez - menor mineralização; 
- lixiviação; 
- seca prolongada; 
 
2.8 CICLO DO NITROGÊNIO 
 
Malavolta (2006) descreve o ciclo do carbono da seguinte forma: 
O nitrogênio é responsável por 5% da matéria orgânica do solo (MO). Cerca 
de 98% está em forma orgânica e somente 2% encontra-se em forma mineral. Não 
deve-se esquecer a presença de formas gasosas (N2 do ar do solo e dos óxidos de 
nitrogênio). 
Os compostos nitrogenados são mineralizados pelos microrganismos do solo. 
A multiplicação e a atividade dos microrganismos que decompõem os restos 
vegetais e animais, transformando-os em MO, exige a assimilação de N mineral em 
protoplasma microbiano. O nitrogênio pode ser adicionado ao solo como fertilizante 
mineral, restos orgânicos, água das chuvas (que arrastam o N da atmosfera 
combinado com oxigênio) e pela fixação biológica. 
Pela decomposição do nitrato, nitrito e volatilização da amônia, parte do N 
fixado volta à atmosfera de onde veio fechando o ciclo como mostra a figura 2. 
 
2.9 ADUBOS NITROGENADOS 
 
A fertilização nitrogenada é uma complementação à capacidade de 
suprimento de nitrogênio dos solos, a partir da mineralização de seus estoques de 
MO. Em função de sua forma de atuação e das condições gerais de emprego é 
habitual classificar os fertilizantes nitrogenados em orgânicos e químicos, cuja 
 19
seleção de uma ou outra forma depende dos fatores e condições do solo, das 
condições climáticas, da velocidade de atuação e do valor econômico. 
Devido à sua alta mobilidade, a quantidade total de nitrogênio adicionada com 
os fertilizantes nitrogenados deve ser aplicada de forma fracionada, a fim de que a 
planta possa encontrar no solo o nitrogênio que necessita, nos períodos críticos do 
seu ciclo vital. 
 
Figura 2. Ciclo do Nitrogênio. 
 
Os principais adubos nitrogenados minerais são divididos em quatro grupos: 
� Amoniacais: apresentam o nitrogênio na forma amoniacal. 
� Nítricos: apresentam o nitrogênio na forma nítrica. 
� Nítrico-amoniacais: apresentam o nitrogênio na forma nítrica e amoniacal. 
� Amídicos: apresentam o nitrogênio na forma amídica (uréia). 
Os fertilizantes nitrogenados orgânicos são provenientes da mineralização 
dos resíduos vegetais e animais, através da ação efetiva da microbiota do solo. 
 
 
 
 
 
 20
Tabela 2. Principais fertilizantes minerais e orgânicos nitrogenados. 
FERTILIZANTES MINERAIS FERTILIZANTES ORGÂNICOS 
Fertilizante % de N 
Forma do 
N 
Fertilizante % de N 
Amônia anidra 82 NH4
+ Esterco eqüino 1,44 
Água amoniacal 10 NH4
+ Esterco bovino 1,67 
Nitrato de sódio 15 NO3
- Esterco suíno 1,86 
Uréia 44 NH2 Esterco de galinha 2,76 
Nitrato de amônio 32 NO3
- Torta de amendoim 7,65 
Sulfato de amônio 21 NH4
+ Torta de coco 4,37 
Cloreto de amônio 25 NH4
+ Torta de soja 6,56 
Nitrato de sódio 16 NO3
- Sangue seco 11,80 
Nitrato de potássio 13 NO3
- Bagaço de cana 1 
Nitrato de cálcio 16 NO3
- Torta de algodão 5 
Nitrato de amônio 
e cálcio 
20 
NH4
+ e 
NO3
- 
Torta de mamona 5 
Nitrosulfocálcio 25 
NH4
+ e 
NO3
- 
Borra de café 2,30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 21
3. FÓSFORO 
 
3.1 INTRODUÇÃO 
 
Dentre os três macronutrientes primários, o fósforo é o menos exigido pela 
plantas e, contraditoriamente, é o nutriente mais utilizado em adubações no Brasil. 
Essa situação é resultante da carência generalizada de fósforo nos solos brasileiros 
e, principalmente devido à sua forte interação com o solo, especialmente solos 
argilosos. 
Assim, ao estudar o fósforo, torna-se necessário reconhecer as 
interações do elemento com o solo e compreender a dinâmica das formas 
disponíveis para as plantas. Tal conhecimento é indispensável para a 
avaliação da disponibilidade do nutriente no solo e para orientar a prática da 
adubação fosfatada (VAN RAIJ, 1991). 
 
3.2 FÓSFORO NO SOLO 
 
3.2.1 FORMAS DE FÓSFORO NO SOLO 
 
O fósforo (P) encontra-se na solução como íons ortofosfatos, o qual é uma 
forma derivada do ácido artofosfórico (H3PO4). Este elemento pode ocorrer no solo 
em formas inorgânicas ou orgânicas, sendo que o último se eleva com o aumento da 
MO e com a diminuição do pH. 
A forma química do P no solo depende do seu pH, sendo que na faixa entre 4 
e 8 predomina a forma H2PO4
-, sendo esta a forma preferencial de absorção pela 
planta. Este elemento é fortemente influenciado pela concentração de Mg2
+ , ou seja, 
sinergismo. 
Pode ainda ser encontrado nas seguintes condições: 
� Fósforo fixado: encontra-se na forma inorgânica e está fortemente 
adsorvido ao solo, geralmente ligado ao Al, Fe e Ca dos minerais de 
argila; 
� Fósforo disponível: encontra-se na forma inorgânica e está fracamente 
adsorvido ou presente na solução do solo; 
 22
� Fósforo solúvel: encontram-se na forma inorgânica, é disponível às 
plantas e está nas formas H2PO4
-, HPO4
2-, PO4
3-; 
� Fósforo orgânico: refere-se ao fósforo ligado aos compostos orgânicos, 
como ácidos nucléicos, fosfolipídeos, etc. 
 
Figura 3. Formas de Fósforo no sistema solo-planta. 
 
 
3.2.2 MOVIMENTO DE FÓSFORO NO SOLO 
 
O fósforo se movimenta pouquíssimo na maioria dos solos, sendo que 
geralmente permanece onde é colocado, seja por intemperismo dos minerais seja 
por adubação. 
Dessa forma, raramente ocorrem perdas de fósforo por lixiviação, mesmo que 
este tenha maior mobilidade em solos arenosos. Quase todo o fósforo movimenta-se 
no solo por difusão, sendo um processo lento e de pouca amplitude, o qual depende 
da umidade do solo. 
Devido à baixa mobilidade do fósforo a sua absorção pode ficar ainda mais 
 23
comprometida em solos compactados, devido ao fato da resistência mecânica do 
solo reduzir a habilidade das raízes em absorver o fósforo além de favorecer a sua 
adsorção específica. 
 
3.2.3 DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO NO SOLO 
 
As plantas absorvem P da solução do solo. Sob esse ponto de vista, o único 
P imediatamente disponível, um dado momento, ária aquela em solução (VAN RAIJ, 
1991). 
 Infelizmente, os teores de P presentes na solução do solo são, geralmente, 
muito baixos, fazendo com o P seja um fator limitante de produção, principalmente 
em solo tropicais. 
Grande parte dos solos brasileiros são intemperizados e apresentam óxidos 
de Fe e Al e argilas do grupo da caulinita como principais constituintes da fração 
argila, minerais caracterizados pela presença de cargas de superfície variáveis 
segundo a reação do solo. Nas condições de reação ácida a moderadamente ácida, 
os óxidos de ferro e alumínio apresentam-se preferencialmente com cargas 
positivas, sendo assim capazes de reter em sua superfície vários tipos de ânions, 
predomínio de íons fosfatos, esse fenômeno é conhecido como adsorção 
específica1. 
Este tipo de adsorção é de baixa reversibilidade e constitui-se no principal 
responsável pela fixação de P no solo, principalmente nos solos descritos acima. 
 
3.2.4 FATORES QUE AFETAM A DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO 
 
Quando fosfatos são adicionados ao solo, a maior parte do fósforo passa para 
a fase sólida através. De acordo com Lopes (1989), a disponibilidade do fósforo 
pode ser afetada por diversos fatores: 
 
3.2.4.1 Tipo de Argila 
 
 
1Adsorção específica: retenção de ânions pela fase sólida, por meio de ligaçõesfortes (covalentes), passando a 
fazer parte da estrutura da micela. 
 24
Solos com altos teores de argilas cauliniticas ou óxidos de Fe e Al fixam mais 
fósforo adicionado do que qualquer outro solo. 
 
3.2.4.2 Quantidade de Argila 
 
Solos com alto teor de argila fixam mais fósforo do que solos argilosos. 
 
3.2.4.3 Época de Aplicação 
 
Quanto maior for o período de contato do solo com o fósforo adicionado, 
maiores são as chances para fixação. Em solos com alta capacidade de fixação, a 
cultura precisa absorver o fósforo antes que este seja adsorvido pelo solo, sendo 
necessárias adubações em linha que reduzam ao máximo as chances dessa fixação 
ocorrer. 
 
3.2.4.4 Aeração 
 
O oxigênio é necessário para o crescimento da planta e para a absorção dos 
nutrientes. Isso se deve por que o oxigênio também é essencial para decomposição 
biológica da matéria orgânica, a qual é fonte de P. 
 
3.2.4.5 Compactação 
 
 A compactação reduz a aeração e o espaço poroso na zona radicular, 
reduzindo a absorção de fósforo e o crescimento das plantas. Dessa forma, diminui 
o volume de solo que as raízes podem penetrar limitando o acesso das mesmas ao 
fósforo do solo e favorecendo sua adsorção nas micelas do solo. 
 
3.2.4.6 Umidade 
 
 O aumento da umidade do solo até níveis ótimos torna o P mais disponível 
para as plantas, mas o excesso de umidade exclui o O2, limitando o crescimento das 
raízes e reduzindo a absorção de P. 
 
 25
 
 
3.3 PERDAS DE FÓSFORO 
 
3.3.1 REMOÇÃO PELAS CULTURAS 
 
 Todas as culturas removem muito pequenas quantidades de fósforo do solo. 
Dos três macronutrientes principais, é o menos absorvido pelas plantas. A média de 
remoção é em torno de 5kg/ha/ano (COELHO, 1973). 
 
3.3.2 PERDAS POR EROSÃO 
 
 A erosão é um tipo de a perda mais drástica do que a remoção pelas culturas. 
Entretanto, o P removido pelas plantas está em forma disponível, enquanto o 
removido pela erosão possui pequena proporção das formas de fósforo disponível. 
 As perdas por erosão são grandes porque o P é contido em grande parte pela 
MO, a qual é concentrada na camada superficial. 
 
3.3.3 PERDAS POR LIXIVIAÇÃO 
 
 Os fertilizantes fosfatados solúveis reagem rapidamente com o solo, 
permanecendo, em sua maior parte, perto do local de adição. Em conseqüência da 
baixa solubilidade e limitado movimento do P no solo, sua perda por lixiviação é 
desprezível na maioria dos solos. 
 
3.4 FONTES DE FÓSFORO 
 
As fontes minerais de fósforo são todas originadas de rochas fosfáticas, 
conhecidas como “fosfatos naturais”, que são encontrados na forma de compostos 
de ferro, alumínio e de cálcio. Os fosfatos de ferro e de alumínio têm sua 
solubilidade aumentada com a elevação do pH do solo. Os fosfatos de cálcio 
(apatitas e fosforitas), por sua vez, são mais solúveis em solos com pH ácido. 
 26
No comércio, são encontradas fontes naturais de fósforo e fontes 
industrializadas, obtidas a partir das naturais. 
Existem três grupos de rochas fosfáticas ou fosfatos tricálcicos: 
� Fluorapatitas: Ca10(PO4)6F2; 
� Hidroxiapatitas: Ca10(PO4)6OH2; 
� Carbonatoapatitas: Ca10(PO4)6CO3. 
A reatividade do fosfato natural está diretamente relacionada com o grau de 
substituições isomórficas, ou seja, quanto maior substituição do PO4
-3 pelo CO3
-2+F- 
maior a reatividade do mesmo. 
 
3.5 FÓSFORO NA PLANTA 
 
Ao contrário do nitrato e do sulfato, o fosfato não é reduzido na planta 
a um estado de oxidação diferente daquele em que foi absorvido. O caminho 
mais importante para sua entrada em combinações orgânicas através da 
esterificação de um grupo OH da pentose ligada à adenosina (base + ribose = 
adenosina) para dar o monofosfato de adenosina, AMP, e depois o ADP e o 
ATP, o mais importante e o responsável pelo armazenamento e transferência 
de energia da fotossíntese e da respiração (FILHO, 2007). 
O P é o elemento que é exigido em quantidades cerca de 10 vezes menores 
que a do N, por exemplo, mas é essencial para a formação da semente e do fruto. 
Nas sementes é encontrado em grandes quantidades, tendo influência também na 
formação e no desenvolvimento dos primórdios vegetativos e no crescimento de 
raízes. 
O contato do P com a planta ocorre, em sua maioria, pela difusão, sendo 3% 
por fluxo de massa e 2% por interceptação radicular, sendo um processo ativo. 
Seu transporte na planta ocorre via xilema e se faz principalmente nas formas 
de H2PO4
- e ésteres simples de fosfatos. Sua redistribuição acontece mais 
rapidamente pelo floema, sua forma de fosfato é bastante móvel na planta, podendo 
ser redistribuído para cima e para baixo, por exemplo, folhas jovens são supridas por 
P através da raiz ou de P das folhas velhas. 
 
3.6 FUNÇÕES DO FÓSFORO NA PLANTA 
 
 27
 O P participa dos seguintes processos nas plantas: fotossíntese, síntese de 
amido e de gorduras, absorção iônica, respiração (ATP), multiplicação e 
diferenciação celular, herança gênica, acúmulo de P nos frutos, principalmente nas 
sementes (garantindo o vigor), armazenamento e transferência de energia, fixação 
simbiótica do N, melhora no crescimento da plântula vencendo o solo na procura de 
luz e crescimento radicular. 
 Em relação á qualidade de colheita: facilita a formação de raízes, aumenta a 
frutificação, apressa a maturação dos frutos, aumenta o teor de carboidratos, óleos e 
proteínas. 
 
3.7 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA 
 
 Devido ao papel do P na síntese de proteínas, carboidratos e lipídeos, sua 
falta reflete em um menor crescimento da planta. Os frutos e sementes acumulam 
quantidades menores de P (acompanhado pelo Mg). A rápida redistribuição do P 
dos órgãos mais velhos para os mais novos faz com que os sintomas apareçam em 
folhas velhas, na forma de uma coloração verde-azulada e freqüentemente com a 
tonalidade roxa de antocianina; em plantas anuais há redução do poder germinativo, 
redução do sistema radicular e produção de má qualidade. 
Os sintomas visíveis são: cor amarelada das folhas, pouco brilho, ângulos 
foliares mais estreitos, menor perfilhamento em gramíneas, gemas laterais 
dormentes, número reduzido de frutos e sementes, atraso no florescimento, 
maturação de grãos desuniformes. 
Os sintomas químicos são: aumento de pigmentos vermelhos e roxos 
(antocianina), aumento do conteúdo de carboidratos livres e aumento da relação P-
orgânico/P-inorgânico; 
Os sintomas anatômicos são: restrição na diferenciação dos caules. 
No entanto, o P quando presente no solo em altas concentrações pode 
diminuir a disponibilidade de micronutrientes. 
As causas mais comuns de deficiências são: pobreza natural do Solo, menor 
disponibilidade, baixo pH, excesso de Fe e Al e erosão. 
 
3.8 CICLO DO FÓSFORO 
 28
 
O fósforo entra no sistema do solo através de resíduos vegetais e animais ou 
por fertilizantes. Os resíduos liberam o P para o solo ao sofrerem mineralização e os 
fertilizantes disponibilizam-no diretamente para a planta. No entanto, esse P 
adicionado é perdido por inúmeros motivos, podendo ser retirado pela colheita, pela 
lixiviação (pouco significante) e principalmente pela erosão, ocorrendo assim a sua 
saída do sistema solo-planta. 
 
 
Figura 4. Ciclo do fósforo. 
 
3.9 ADUBOS FOSFATADOS 
 
Figura 5. Origem dos adubos fosfatados. 
 
 29
3.9.1 FOSFATOS NATURAIS 
 
Os fosfatos naturais de maior ocorrência são as apatitas. Esses fosfatos 
possuem um teor considerável de fósforo total (24 a 27% de P2O5 total), contudo, de 
baixa solubilidade. A solubilidade desses materiais é aumentada em meio ácido. 
 
3.9.2 SUPERFOSFATOSIMPLES 
 
Obtido por meio da mistura estequiométrica de H2SO4 com fosfatos naturais 
(apatitas). Possui, no mínimo, 18% de P2O5 solúvel em solução de citrato neutro de 
amônio (CNA), 11% de S e 19% de Ca. 
 
3.9.3 SUPERFOSFATO TRIPLO OU CONCENTRADO 
 
Obtido a partir da mistura estequiométrica de H3PO4 com fosfatos naturais 
(apatitas). Possui 43% de P2O5 solúvel em CNA e 13% de Ca. 
 
3.9.4 ESCÓRIA DE THOMAS 
 
É um subproduto da indústria do aço. Possui 17% de P2O5 total, 12% de P2O5 
solúvel em ácido cítrico (AC) a 2%, 25% de Ca e pequenas quantidades de Si, Mg, 
Fe e Mn. 
3.9.5 TERMOFOSFATO 
 
Obtido pela fusão a 1450oC de fosfato natural (apatita ou fosforita) com uma 
rocha magnesiana (serpentina). Contém 18% de P2O5 total, 16,5% de P2O5 solúvel 
em AC a 2%, 20% de Ca e 9% de Mg. 
 
3.9.6 FOSFATO MONOAMONIO (MAP) 
 
Obtido por meio da neutralização parcial de H3PO4 pela amônia. Possui 48% 
de P2O5 solúvel em CNA e 9% de N. 
 
3.9.7 FOSFATO DIAMONIO (DAP) 
 30
 
Obtido por meio da neutralização parcial de H3PO4 pela amônia. Possui 45% 
de P2O5 solúvel em CNA e 16% de N. 
 
3.9.8 PARCIALMENTE ACIDULADO 
 
Obtido pela reação do fosfato natural (apatita) com uma quantidade de ácido 
sulfúrico inferior à necessidade estequiométrica para a reação completa. Contêm 
26% de P2O5 total, 10% de P2O5 solúvel em CNA, 25% de Ca e 6% de S. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 31
4. POTÁSSIO 
 
4.1 INTRODUÇÃO 
 
 O potássio (K) é o segundo macronutriente presente em maior quantidade 
nas plantas. Esse elemento, depois do P, é o mais consumido como fertilizante pela 
agricultura brasileira. 
 Segundo Van Raij (1991), o comportamento do nutriente em solos tropicais 
aparenta ser muito mais simples do que em solos de clima temperado. Além disso, 
só há praticamente um adubo potássico de grande importância. 
 
4.2 POTÁSSIO NO SOLO 
 
 O K é um elemento muito abundante em rochas e em solos, sendo que 
grande parte encontra-se em minerais que contém o elemento nas estruturas 
cristalinas. 
 
4.2.1 FORMAS DE POTÁSSIO NO SOLO 
 
 De acordo com Filho (2005), o potássio pode ser encontrado no solo nas 
seguintes formas: 
� Rede cristalina (90 a 98%): presente nos minerais que deram origem aos 
solos como os feldspatos, micas e argilas micácias; 
� Fixado: (1 a 10%): imobilização do potássio pelas lâminas de argila 2:1 
(vermiculita e montmorilonita); 
� Trocável: todo K adsorvido nos colóides do solo; 
� Solúvel: presente na solução do solo; 
� Matéria orgânica (0,5 a 2%): liberado pela mineralização da MO, sendo a 
principal fonte de K orgânico. 
 
 
 
 32
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. Formas de potássio no solo. 
 
4.2.2 INTERAÇÃO DO POTÁSSIO COM OUTROS NUTRIENTES 
 
� Potássio e Nitrogênio: normalmente a presença de N aumenta a absorção 
de K, resultando em aumento de produção e diminuição de acamamento 
(principalmente em gramíneas); 
� Potássio e Magnésio: a elevação do K na adubação diminui o teor de Mg 
na planta e vice-versa; 
� Potássio e Cálcio: a elevação do K na adubação diminui o teor de Ca na 
planta. A elevação de Ca na solução do solo diminui a absorção de K e 
Mg pela planta e a elevação do K na solução leva a uma diminuição na 
absorção do Ca e Mg; 
� Potássio e Fósforo e Enxofre: o K promove um melhor aproveitamento do 
H2PO4
- e do SO4
2-, com melhora na qualidade de produção; 
� Potássio e Zinco: adubações com Zn levam a uma diminuição do teor de K 
na planta e deficiência de Zn eleva os teores de Ca, Mg e K; 
� Potássio e Boro: a presença de H3BO3 na adubação do solo aumenta o 
teor de K na planta, porém, isso não ocorre inversamente; 
� Potássio e Sódio: competem pelo mesmo sítio ativo de absorção; 
� Potássio e Alumínio: a presença de Al no solo desloca o K do colóide, 
resultando em uma maior lixiviação do K no perfil do solo. 
 
4.3 PERDAS DE POTÁSSIO 
 
4.3.1 REMOÇÃO PELAS CULTURAS 
K absorvido 
pela planta 
K na solução 
do solo 
K 
trocável 
K não 
trocável 
K 
mineral 
K 
aplicado 
K 
lixiviado 
 33
 Segundo Van Raij (1991), em condições normais de solo e com adequado 
suprimento de nutrientes, é elevada a remoção de K pelas culturas. Quando têm 
disponíveis grandes quantidades de K, as plantas possuem a tendência de assimilar 
K em quantidades que excedem suas necessidades. Esse fenômeno é chamado de 
consumo supérfluo ou de luxo, pois sua absorção em excesso não aumenta o 
rendimento das culturas. 
 
4.3.2 PERDAS POR LIXIVIAÇÃO 
 
Grandes quantidades de K são perdidas através da água de drenagem, nos 
solos minerais, principalmente quando tenham sido adubados com este elemento. 
Solos arenosos sofrem grandes perdas de K, no entanto, solos argilosos, mesmo 
sem receberem adubações potássicas sofrem maiores perdas devido a sua maior 
quantidade do elemento. 
 
4.4 FONTES DE POTÁSSIO 
 
 Os minerais primários mais importantes como fontes de potássio são aqueles 
encontrados em rochas ígneas, tais como feldspatos e as micas muscovita e biotita. 
Os minerais secundários são as argilas 2:1 ilita e vermiculita. 
 O intemperismo do material de origem e o grau de intemperismo do próprio 
solo afetam os minerais e, consequentemente, as formas e as quantidades de K 
existentes no solo (VAN RAIJ, 1991). 
 No caso das micas, ao sofrerem intemperização formam as ilitas também 
chamadas de micas hidratadas. Estas, por sua vez, á medida que o grau de 
intemperismo avança, dão lugar á caulinita, que não possui K em sua estrutura. 
 
4.5 POTÁSSIO NA PLANTA 
 
 O K é caracterizado pela sua alta seletividade no momento de absorção e, 
está intimamente ligado á atividade metabólica na planta. Apresenta uma alta 
mobilidade na planta, tanto no xilema como no floema. O K está ligado também ao 
controle osmótico da célula (bombas de K). 
 34
 Sua absorção pela planta ocorre na forma predominante nos colóides e na 
solução do solo, ou seja, na forma K+. Seu contanto com a raiz ocorre, em sua 
maioria por difusão, sendo que há 25% por fluxo de massa e 3% por interceptação 
radicular. 
 Tanto no xilema como no floema, o K caminha na forma de K+, sendo 
rapidamente transportado pelo xilema aos órgãos novos, onde se relaciona com as 
citocinas e com o metabolismo de N na planta. Sua redistribuição é muito rápida 
pelo floema. 
 
4.6 FUNÇÕES DO POTÁSSIO NA PLANTA 
 
 A função do Potássio é de natureza catalítica e osmótica, sendo essencial 
para as diversas funções vitais na planta. 
O K tem como característica a baixa afinidade por ligantes orgânicos, sendo 
necessário altas concentrações para que ocorram poucas ligações. 
Em relação a função osmótica, o K regula a turgidez dos tecidos, controlando 
os movimentos estomáticos que é essencial para o processo fotossintético. 
Sua atividade catalítica refere-se a ativação enzimática, pois o K ativa cerca 
de 60 enzimas participando de reações de Fosforilação, síntese de proteínas, 
metabolismo de N e carboidratos, transporte de carboidratos e outros produtos da 
respiração no floema e fixação simbiótica do nitrogênio. 
Participa ainda dos seguintes processos: Promoção do crescimento dos 
tecidos meristemáticos, Resistência à seca, geadas e à salinidade, Resistência à 
doenças e ao acamamento (gramíneas), qualidade do produto: atua na cor, 
tamanho, acidez, resistência ao transporte e melhoria no valor nutritivo (N, Vitaminas 
e açucares). 
 
4.7 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA 
 
Os sintomas de deficiência de K aparecemprimeiro nas folhas mais velhas, 
com clorose das bordas para o centro da folha, com posterior necrose. A deficiência 
de K diminui a fotossíntese e aumenta a respiração, reduzindo o suprimento de 
carboidratos e, por conseguinte o crescimento da planta. 
 35
Os sintomas visíveis são: clorose e posterior necrose das margens e pontas 
das folhas, inicialmente as mais velhas, internódio mais curto em plantas anuais, 
diminuição da dominância apical, menor tamanho dos frutos em laranjeiras, 
deficiência de ferro induzida (acúmulos de ferro nos nós inferiores). 
Os sintomas anatômicos incluem a diferenciação prejudicada dos tecidos 
condutores e perda da atividade cambial. 
Os sintomas químicos são: aumento das frações de N-alfa amídicos e 
amínicos, alto conteúdo de ácidos orgânicos e menor teor de açúcares e amido em 
órgãos de reserva; 
Em caso de altas concentrações de K no solo, as plantas apresentam 
deficiência de Magnésio induzida, além da absorção de luxo já descrita. 
 
4.8 CICLO DO POTÁSSIO 
 
 O K entra no sistema do solo através de resíduos vegetais e animais 
(adubação orgânica) e via fertilizantes minerais. Esse K adicionado pode ser 
absorvido pelas plantas, perdido por lixiviação ou tornar-se indisponível devido a sua 
fixação nos minerais do solo. 
 
Figura 7. Ciclo do Potássio. 
 36
4.9 ADUBOS POTÁSSICOS 
 
A fertilização potássica tem que garantir uma concentração de K na solução 
do solo suficientemente alta para satisfazer as necessidades da planta nos períodos 
em que o elemento é mais exigido. Este objetivo poderá ser alcançado quando 
forem evitadas perdas por lixiviação e fixação. 
A eficiência dos fertilizantes potássicos depende sistematicamente da 
maneira de como são aplicados e das condições do solo a ser fertilizado. Diante 
disso, podem-se inferir algumas sugestões quanto ao uso do potássio no solo: 
a) Solos naturalmente pobres em potássio requerem adições freqüentes e 
moderadas; 
b) Práticas culturais que melhoram as condições de aeração do solo (aração, 
gradagem, drenagem), bem como aquelas que evitam as perdas por lixiviação 
(adição de matéria orgânica e calagem) e por erosão (plantio em nível, terraço, etc) 
tendem a promover um melhor aproveitamento do K no solo; 
c) A tendência para o equilíbrio entre o K não trocável, trocável e em solução 
e as perdas às quais o K solúvel está sujeito, sugerem dois princípios básicos para a 
adição de K como fertilizante: o primeiro é que o elemento deve ser aplicado 
parceladamente em lugar de toda a quantidade necessária de uma só vez; o 
segundo é que se deve concentrar o K no sulco ou na cova de plantio, sempre que 
possível. 
Os adubos potássico mais utilizados são: 
Tabela 3. Principais fertilizantes fosfatados comercializados no Brasil. 
Fertilizantes Garantia mínima Forma do nutriente Observações 
Cloreto de K 58% de K2O 
K2O solúvel em água 
(cloreto) 
45-48% de Cl. 
Sulfato de K 48% de K2O 
K2O solúvel em água 
(sulfato) 
15-17% de S 
0-1,2% de Cl 
Sulfato de K e Mg 
18% de K2O e 
4,5% de Mg 
K2O e Mg solúvel em 
água (sulfato) 
22-24% de S 
1-2,5 de Cl 
Nitrato de K 
44% de K2O 
13% de N 
K2O solúvel em água N 
na forma NO3
- 
 
Fonte: Lopes (1989). 
 37
5. CÁLCIO 
 
5.1 INTRODUÇÃO 
 
O Cálcio (Ca) é de fundamental importância dentro da planta, pois é o 
elemento formador de parede celular, garantindo o desenvolvimento da parte 
aérea e do sistema radicular. É o elemento que juntamente com o Boro não 
apresentam caminhamento no floema, gerando problemas de morte de 
meristema apical de galhos, ramos e frutos (FILHO, 2007). 
 O Ca está intimamente ligado á aplicação de calcário no solo, sendo este uma 
de suas principais fontes. 
 
5.2 CÁLCIO NO SOLO 
 
 A forma predominante de Ca no solo é em sua forma iônica Ca2+ ou nas 
formas de CaCO3, CaSO4, CaHPO4, Ca(PO4)2. No entanto, pode ser encontrado em 
várias formas no solo. São elas: 
� Minerais primários: o Ca está presente principalmente na augita, anortita, 
epidoto e apatita; 
� Matéria Orgânica: é função do material de origem e das condições 
climáticas, podendo ocorrer como quelatos e/ou complexos; 
� Ca-trocável: este se encontra ligado aos colóides do solo; 
� Ca-disponível: todo Ca livre na solução do solo na sua forma iônica Ca2+. 
 
5.3 CÁLCIO NA PLANTA 
 
 Para a maioria das culturas, a retirada de Ca encontra-se abaixo das 
quantidades extraídas em N e K, entretanto para culturas como citros e eucalipto, e 
retirada de Ca supera a retirada de N e K. 
 O Ca possui muitos efeitos no crescimento e desenvolvimento da planta, 
atrasando seu amadurecimento, a senescência e a abscisão, melhorando a 
qualidade dos frutos e das hortaliças, a fotossíntese e outros processos como a 
divisão celular, etc. 
 38
 Sua absorção pela ocorre totalmente por fluxo de massa e, geralmente, nas 
formas de Ca2+, Ca-quelato e Ca-glutamato. O mecanismo de absorção pela planta 
pode ser passivo ou ativo (somente em condições de extrema deficiência). 
 Sua distribuição ocorre pelo xilema através de fluxo de massa e por trocas 
eletrônicas com Mg, Zn e Mn na superfície da parede do floema. Não há distribuição 
do Ca na planta pelo floema. 
 
5.4 FONTES DE CÁLCIO 
 
 O Ca tem sua origem primária nas rochas ígneas, estando contido em 
minerais como a dolomita, calcita, apatita, feldspatos cálcicos e anfibólios, que 
ocorrem também em rochas sedimentares e metamórficas. Em solos especialmente, 
ácidos de clima tropical esses minerais são intemperizados e o Ca é, em grande 
parte, perdido por lixiviação. 
 
5.5 FUNÇÕES DO CÁLCIO NA PLANTA 
 
 O Ca é um nutriente extremamente importante na nutrição das plantas sendo 
o mais abundante, depois do K. Grande parte deste nutriente está localizada nas 
folhas, sendo que as mais velhas apresentam os maiores conteúdos. É muito 
importante no desenvolvimento e funcionamento das raízes e necessário na 
formação de folhas normais. Influencia, também, a translocação e armazenamento 
de carboidratos e proteínas. 
O Ca é essencial para manter a integridade da membrana estrutural e das 
paredes celulares: quando há deficiência, as membranas começam a “vazar”, a 
compartimentação celular é rompida e a ligação do Ca com a pectina da parede 
celular é afetada. O pectato de Ca da lamela média atua como cimento entre uma 
célula e outra, sendo depositado durante a citocinese. 
Sua função estrutural é integrar o Pectato de Cálcio na Lamela Média, 
conferindo rigidez à parede celular e controlando o aumento do volume celular. 
 
5.6 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA 
 
 39
 Os sintomas visíveis incluem: 
� Amarelecimento de região limitada da margem das folhas mais novas; 
� Crescimento não uniforme da folha do qual resultam formas tortas e às 
vezes com um gancho na ponta da folha; 
� Murchamento e morte de meristema apical, gemas laterais dormentes; 
� Deformação de tubérculos acompanhada de desintegração interna; 
� Murchamento das folhas e colapso do pecíolo; 
� Raízes com aparência gelatinosa das pontas, pêlos inchados, cessação 
do crescimento apical; 
� Pequena frutificação ou produção de frutos anormais (podridão apical no 
tomateiro e pimentão, podridão amarga e bitter pit na maçã); 
� Produção pequena ou nula de sementes, mesmo com flores normais 
(cereais); 
� Menor nodulação de leguminosas. 
Os sintomas anatômicos incluem mitocôndrias menores e com menos 
proteínas, células radiculares não se diferenciam, dificuldade para mitoses. 
O Ca em excesso pode provocar deficiência de K e de Mg. 
 
5.7 ADUBOS COM CÁLCIO 
 
 Os calcários constituem-senas principais fontes de altos teores Ca, os qual 
está presente também no gesso agrícola. 
 
Tabela 4. Tipos de calcário e quantidade de Ca. 
TIPOS % DE Ca 
Calcítico 49 
Magnesiano 39 
Dolomítico 30 
 
 O gesso agrícola contém cerca de 26% de Cão, mas o Ca pode ser 
encontrado ainda em outros fertilizantes: 
 
 
 
 40
Tabela 5. Fontes de Cálcio. 
Fertilizantes % de CaO 
Super simples 20 
Super triplo 10 
Termofosfato 30 
Nitrato de Ca 26 
Nitrocálcio 10 
Calcário calcinado 42 
Cal virgem 68 
Cal hidratada 50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 41
6. MAGNÉSIO 
 
6.1 INTRODUÇÃO 
 
O magnésio (Mg) é o constituinte central da molécula de clorofila, sendo que 
este representa 10% de todo o magnésio foliar. É considerado um ativador 
enzimático por excelência, e grande parte do Mg presente na planta encontra-se 
envolvido na regulação do pH celular e do balanço cátion-anion. 
 
6.2 MAGNÉSIO NO SOLO 
 
 O Mg é encontrado no solo em menores quantidades que o Ca, estando 
presente ligado a: 
� Mineral primário: os principais são os piroxênios, anfibólios, olivinas, 
turmalinas, muscovita e biotita; 
� Mineral secundário: vermiculita, montmorilonita, ilita e clorita; 
� Carbonatos e sulfatos: MgSO4, MgCO3, CaMg(CO4)2; 
� Matéria orgânica: encontra-se num teor dez vezes maior que o K; 
� Colóides: Mg trocável; 
� Solução: todo Mg em forma imediatamente disponível á planta. 
 
6.3 MAGNÉSIO NA PLANTA 
 
 Reconhecidamente, o papel mais importante do Mg é a sua presença na 
molécula de clorofila, em que ocupa o centro de uma estrutura planar formada por 
um anel tetrapirrólico e uma cauda de fitol. 
 Sua absorção via radicular ocorre na forma química presente na solução do 
solo, Mg2+, sendo o contato do íon com a raiz através do fluxo de massa através de 
mecanismo passivo. 
 O Mg está relacionado ao transporte de P na planta, sendo que um bom 
suprimento deste pode aumentar a utilização do P dos fertilizantes. 
 O transporte do Mg na planta ocorre pelo xilema na forma Mg2+, e sua 
 42
redistribuição é realizada pelo floema e ocorre em todas as direções. 
 
6.4 FUNÇÕES DO MAGNÉSIO NA PLANTA 
 
 A principal molécula de quem o Mg participa é a clorofila, representando 2,7% 
de seu peso molecular, e representa 10% do total de Mg presente na folha. O 
restante do Mg+2 está envolvido com a ativação enzimática dentro da célula, em 
quantidades semelhantes à ativação enzimática proporcionada pelo K+. 
O Mg participa dos processos: 
� Ativador enzimático (Tioquinases, Quinases, Hexoquinases, Enolase, 
Desidrogenase, Descarboxilases, Carboxilases, Sintetases e Transferases 
entre outras); 
� Absorção iônica e trabalho mecânico, principalmente na emergência de 
plântulas e no crescimento de raízes; 
� Fotossíntese; 
� Respiração (glicolise e ciclo dos ácidos tricarboxílicos); 
� Armazenamento e transferência de energia (ATPases, fosforilases, etc); 
� Sínteses orgânicas (sintetases); 
� Balanço eletrolítico (juntamente com K+, Cl-, H+, Na+, OH-, HCO3-); 
� Garante a estabilidade dos ribossomas (não permitindo a modificação da 
seqüência gênica da molécula que poderia afetar a codificação de 
enzimas e proteínas para o desenvolvimento da planta); 
O Mg é tido como o carregador de P por excelência, garantindo 
principalmente o aumento da absorção do H2PO4-, devido a sua atuação nas 
reações de fosforilação. 
 
6.5 SINTOMATOLOGIA DE CARÊNCIA NA PLANTA 
 
O Mg por ser um nutriente com grande mobilidade dentro da planta irá 
apresentar deficiência em folhas velhas. 
Os sintomas visíveis incluem clorose em folhas velhas - clorose internerval, às 
vezes seguida de necrose ou pelo desenvolvimento de cor alaranjada(presença de 
carotenos e xantofilas em substituição à clorofila), vermelha(antocianina) ou roxa; 
 43
Os sintomas anatômicos são numerosos cloroplastos pequenos e paredes 
celulares muito finas. Os sintomas químicos incluem menor teor de clorofila, 
“carregador” de P ou simplesmente uma conseqüência do papel do Mg em sistemas 
enzimáticos implicados no metabolismo do P. 
Em situações de excesso de Mg ocorrerá uma possível carência de Ca e K . 
 
6.6 ADUBOS COM MAGNÉSIO 
 
Como principais fontes de Mg têm os calcários citados anteriormente, mas 
existem ainda outros fertilizantes: 
 
Tabela 6. Fertilizantes com Magnésio. 
 
Fertilizantes 
% 
MgO 
Sulfato de Mg 16 
K-Mag 18 
Termofosfatos 19 
Hidróxidos de Mg 69,1 
Fosmag (multifosfato 
magnesiano) 
5 
Magnesita (MgO) 90-100 
Silicato de Mg 40,2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 44
7. ENXOFRE 
 
7.1 INTRODUÇÃO 
 
 O enxofre (S), juntamente com o N e P, participa de compostos orgânicos no 
solo. Na atmosfera o S aparece na forma de dióxido de enxofre (SO2), gás sulfídrico 
e outros. 
 
7.2 ENXOFRE NO SOLO 
 
 A maior fonte de S para as plantas no solo é a MO, a qual possui cerca de 80 
a 90% do S total do solo. Na MO, o S encontra-se ligado a compostos fenólicos (S 
não ligados a C) e ligados a aminoácidos (S ligado a C). 
 Em solos arejados, o S encontra-se na forma oxidada, ou seja, na forma de 
sulfatos (SO4
-2) que é aproveitável pela planta. 
 
7.2.1 TRANSFORMAÇÕES DO ENXOFRE NO SOLO 
 
 No solo, o S passa por diversas transformações: 
a) Mineralização: esse processo ocorre juntamente com a decomposição da MO, 
que consiste na transformação do S-orgânico para S-mineral, disponibilizando-o na 
forma de SO4
-2. A mineralização ocorre na presença dos microrganismos 
Thiobacillus denitrificans e Thiobacillus thioxidans. 
b) Imobilização: é o processo inverso da mineralização, ou seja, o S-mineral é 
assimilado pelos microrganismos, sendo incorporado em seus tecidos, tornando-se 
temporariamente indisponível pela planta; 
c) Oxidação: existem no solo microrganismos que, em boas condições de aeração 
do solo, convertem as formas SO3
2-, S2O3
2-, S0, S2- para SO4
-2. 
d) Redução: processo contrário a oxidação, ou seja, redução das formas oxidadas 
para H2S, só ocorre em solos com problemas de aeração ocasionados poma 
drenagem ou compactação. 
 
 45
7.3 CICLO DO ENXOFRE 
 
 As adições de enxofre no solo ocorrem por deposição atmosférica, resíduos 
vegetais e animais (adubo orgânico) e fertilizantes minerais. O S presente na MO 
torna-se disponível através de sua mineralização. Parte do S absorvido pelas 
plantas ocorre via foliar e a outra parte entra no solo transformando-se em sulfato, o 
mesmo ocorre pelas demais entradas de S. Esse sulfato sofre várias transformações 
no solo, se sofrer imobilização passa a fazer parte dos tecidos microbianos, se não, 
pode ser absorvido pela planta, perdido por lixiviação, volatilização ou erosão ou 
através da exportação pelas culturas. 
 
Figura 7. Ciclo do Enxofre. 
 
7.4 ENXOFRE NA PLANTA 
 
 O S é absorvido ativamente pelas raízes principalmente na forma de SO4
-2. 
No entanto, as folhas também podem absorver o gás SO2 existente na atmosfera, 
porém é pouco eficaz. As raízes são capazes de absorver S orgânico como 
aminoácido (cistina e cisteína). 
 O contato do nutriente com a raiz ocorre, em sua maioria, por fluxo de massa, 
 46
ocorrendo 5% por interceptação radicular. O seu transporte e redistribuição ocorrem 
principalmente numa direção ascendente e pelo xilema. 
 
7.5 FUNÇÕES DO ENXOFRE NA PLANTA 
 
O S na planta participa de: aminoácidos, grupos prostéticos, proteínas, atua 
como catalisador orgânico de algumas enzimas, ou até mesmo, compostos voláteisque contribuem para o odor característico de plantas como o alho, a cebola e o 
abacaxi. 
 
7.6 SINTOMATOLOGIA DE CARENCIA NA PLANTA 
 
A carência de S causa vários sintomas visíveis. Dentre eles: 
� Clorose: primeiro nas folhas mais novas com coloração adicional 
(vermelha, rocha ou laranja) em algumas plantas; 
� Folhas pequenas; 
� Enrolamento das margens das folhas; 
� Necrose e desfolhamento; 
� Internódios curtos; 
� Redução do florescimento; 
� Menor nodulação em leguminosas; 
O S pode alterar ainda nos processos metabólicos das plantas: 
� Diminuição da fotossíntese e atividade respiratória; 
� Queda da síntese de proteínas; 
� Redução no teor de gorduras; 
� Diminuição da fixação biológica de N. 
As principais causas de deficiência de S nos solos ocorrem devido a pobreza 
de MO, alta acidez (menor mineralização), lixiviação e seca prolongada. 
 
7.7 ADUBOS COM ENXOFRE 
 
Os principais adubos com enxofre comercializados no Brasil são: 
 47
Tabela 7. Principais fontes de enxofre. 
Fertilizantes % de S 
Enxofre Elementar 99 
Sulfato de Cálcio (Gesso ou fosfogesso) 16 
Superfosfato Simples 10 12 
Sulfato de Âmnio 22 24 
Sulfato de Potássio e Magnésio 22 23 
Sulfato de Potássio 15 17 
Sulfato de Magnésio 12 14 
Sulfonitrato de Âmnio 13 15 
Fosfato Parcialmente Acidulado 0 - 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 48
8. ALUMÍNIO 
 
8.1 INTRODUÇÃO 
 
 Segundo Machado (1997), o alumínio (Al) é considerado como o terceiro 
elemento químico mais freqüente na crosta terrestre, onde compreende 
aproximadamente 7,1%. Os minerais de argila primários e secundários são, em 
grande parte, estruturalmente formados por Al2O3, juntamente com SiO2. 
 O Al é um dos principais fatores acidificantes, especialmente em solos de 
regiões tropicais. Em geral, seu conteúdo é muito maior nas raízes do que em outras 
partes da planta. 
 
8.2 ALÚMINIO NO SOLO 
 
 O Al no solo pode ser encontrado ligado aos minerais de argila, complexado 
em compostos solúveis da MO (ácidos húmicos e fúlvicos) ou encontrado na solução 
do solo nas seguintes formas: 
Al3+ 
Al(OH)2+ 
Al(OH)2
+ 
[Al(OH)3] 
AlSO4
+ 
AlF2+ 
AlCl3 
Al-org 
 
 O Al é também o responsável por insolubilizar o P, fixando nas micelas dos 
minerais de argila, sendo este, um dos seus principais prejuízos causados à planta. 
 
8.3 ALUMÍNIO NA PLANTA 
 
Um grande número de observações experimentais indica que a ação tóxica 
do alumínio é, por excelência, um fenômeno que ocorre no sistema radicular, que 
poderia ser sintetizado da seguinte maneira: 
 49
� Diminuições no elongamento radicular: são os primeiros sintomas de 
toxicidade observáveis; 
� Produção de biomassa radicular é normalmente mais sensível à toxicidade 
do Al que a produção de biomassa da parte aérea; 
Filho (2007) afirma que não há evidências de que o Al venha a ser um 
elemento essencial Às plantas, entretanto, existem muitos relatos de que o Al em 
baixas concentrações promove um incremento no desenvolvimento de beterraba 
açucareira, algumas leguminosas tropicais e principalmente na cultura do chá. 
Sua absorção pela planta ocorre principalmente em sua forma mais tóxica, 
Al3+, podendo também absorver nas outras espécies iônicas presentes na solução 
do solo, no entanto, estas causam pouco ou nenhum dano a planta. 
Seu contato com a planta ocorre por fluxo de massa constituindo um 
mecanismo passivo. 
 
8.3.1 TOXIDEZ DE ALÚMINIO NA PLANTA 
 
 Os efeitos fitotóxicos são observados principalmente nas raízes das plantas, 
sendo o local de maior acúmulo, servindo como um filtro impedindo a subida do Al 
até a parte aérea da planta, onde este se encontra na forma neutra. 
Filho (2007) classificou as injúrias causadas pelo efeito fitotóxico do Al em 
três grupos: 
a) Injúrias Primárias Diretas: o Al pode causar efeito negativo na integridade e 
na função da membrana plasmática. Pode ser encontrado ligado às proteínas ou aos 
fosfolipídeos nas mesmas e fluxo de íons (K+). Pode afetar os carregadores da 
membrana através da inibição pelo Al às atividades das enzimas Mg2+_ATPase, 
K+_ATPase e Ca2+_ATPase. 
b)Injúrias Primárias Indiretas: causa desbalanço iônico interno à célula, 
afetando o funcionamento das organelas e do citoplasma, inibe a divisão e o 
crescimento. Provoca desarranjo metabólico, alterando a fotossíntese, a respiração 
e atividades enzimáticas; 
c) Injúrias Secundárias: antagonismo com os nutrientes P, K, Ca e Mg, 
gerando deficiências de nutrientes; 
 
8.4 SINTOMATOLOGIA DE TOXIDEZ NA PLANTA 
 50
 
 O Al pode afetar negativamente na plantas principalmente no sistema 
radicular, da seguinte forma: 
� Raízes peculiarmente curtas ou grossas; 
� Inibição do crescimento das raízes; 
� Raízes laterais engrossadas e pequena formação de pêlos radiculares; 
� Maior predisposição da planta ao ataque de fungos; 
� Redução na absorção de P, K, Ca, Mg. 
As membranas celulares da raiz são tidas como os locais onde ocorrem as 
lesões primárias de toxicidade por Al3+. Segundo Machado (1997), o Al3+ pode 
alterar as propriedades da membrana plasmática e vacuolar resultando, assim, 
numa diminuição da permeabilidade para a água. Outro sintoma da ação tóxica do 
Al é a perda de camadas celulares periféricas e degeneração do citoplasma. 
A ação tóxica do Al também pode se dar pela inibição direta da divisão celular 
onde secções da dupla hélice de DNA são capturadas por polímeros de Al, através 
da forte ligação entre fosfato com carga negativa e a carga positiva do polímero. 
Muitos associam a toxicidade do Al com a diminuição na absorção de vários 
nutrientes, especialmente Ca e P. Entretanto, não se sabia exatamente se estes 
efeitos estavam intimamente associados ao mecanismo da toxicidade propriamente 
dita ou se eram meras conseqüências de um distúrbio anterior ocorrido ao nível 
celular. 
O Al pode afetar a absorção de fósforo diretamente pela precipitação de 
fosfato de Al na superfície da raiz impedindo-o de participar de processos de 
transferência de energia. 
Para Machado (1997), devido à competição catiônica por sítios de troca na 
raiz, a presença do alumínio pode inibir a absorção de cálcio e magnésio, onde as 
relações molares entre Ca:Mg e Mg:Al no solo são consideradas como parâmetros 
mais adequados para predizer a deficiência de Ca ou Mg induzida pelo Al do que a 
concentração individual do elemento. 
O alumínio pode diminuir a fixação biológica de nitrogênio através de danos 
diretos na planta hospedeira do rizóbio ou pela interferência nos vários estágios do 
processo de nodulação e fixação. O processo de infecção, assim como a necessária 
 51
curvatura dos pêlos radiculares para a formação dos nódulos, é reduzido pela 
presença do Al. 
 
8.5 TOLERÂNCIA AO ALUMÍNIO 
 
Embora o Al seja normalmente considerado como um elemento tóxico para as 
plantas cultivadas, existem vários trabalhos que demonstram sua essencialidade 
para algumas plantas. Machado (1997) cita em seu trabalho um experimento em 
vasos com a cultura do chá que indicou a possibilidade do Al atuar como estimulante 
do crescimento de raízes. Segundo o mesmo autor, o chá absorve alumínio ao longo 
de seu ciclo e a concentração de Al nas folhas aumenta com a idade. 
Sob certas condições e para espécies de plantas com alta tolerância ao 
alumínio, baixos níveis deste metal podem causar efeitos benéficos ao crescimento 
de plantas superiores. Entretanto, estes efeitos são considerados como exceção, 
onde a regra é o efeito negativo do alumínio no crescimento de plantas em solos de

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