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Planejamento de Cardápio Professora Mestre Queila Turchetto Diretor Geral Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino e Pós-graduação Daniel de Lima Diretor Administrativo Eduardo Santini Coordenador NEAD - Núcleo de Educação a Distância Jorge Van Dal Coordenador do Núcleo de Pesquisa Victor Biazon Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Projeto Gráfico e Editoração André Oliveira Vaz Revisão Textual Kauê Berto Web Designer Thiago Azenha UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Candido Berthier Fortes, 2177, Centro Paranavaí-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rua Pernambuco, 1.169, Centro, Paranavaí-PR (44) 3045 9898 UNIFATECIE Unidade 4 BR-376 , km 102, Saída para Nova Londrina Paranavaí-PR (44) 3045 9898 www.fatecie.edu.br As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site ShutterStock FICHA CATALOGRÁFICA FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS DO NORTE DO PARANÁ. Núcleo de Educação a Distância; TURCHETTO, Queila. Planejamento de Cardápio. Queila. Turchetto. Paranavaí - PR.: Fatecie, 2020. 96 p. Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Zineide Pereira dos Santos. AUTORA Possui graduação em Nutrição pelo Centro de Ensino Superior de Maringá(2005), especialização em Fisiologia Humana pela Universidade Estadual de Maringá(2007) e mestrado em Tecnologias Limpas pelo Centro de Ensino Superior de Maringá(2017). Atualmente é Professor do curso de gastronomia e Nutrição do Centro de Ensino Superior de Maringá. Tem experiência na área de Nutrição e consultorias no Setor de Alimentos e Bebidas. Atuando principalmente nos seguintes temas: Avaliação Ambiental, Produção mais limpa, Restaurante Universitário, Resíduos sólidos, Gestão de Restaurantes, Produção de Alimentos. INFORMAÇÕES RELEVANTES: ● Mestrado em Tecnologias Limpas 2015 - 2017 Centro de Ensino Superior de Maringá Título: FERRAMENTAS DE GESTÃO AMBIENTAL COMO ESTRATÉGIA PARA CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS SUSTENTÁVEIS DE ALIMENTAÇÃO,Ano de Obtenção: 2017 Isabele Picada Emanuelli. Palavras-chave: Avaliação Ambiental; Produção mais limpa; Restaurante Universitário; Resíduos sólidos. Grande área: Outros Setores de ativi- dade: Alimentação; Atividades ligadas ao patrimônio cultural e ambiental. ● Especialização em Fisiologia Humana 2006 - 2007 Universidade Estadual de Maringá Título: Suplementação de ácido linoléico conjugado em ratos obesos submetidos a exercício Orientador: Solange Marta Franzoi de Moraes ● Graduação em Nutrição 2002 - 2005 Centro de Ensino Superior de Maringá Título: Estudo da Avaliação corpórea e tendência de transtornos alimentares em adolescentes do sexo feminino. Orientador: Rosana Helena Chiuchetta ● http://lattes.cnpq.br/3571683471770302 https://www.escavador.com/sobre/24559808/centro-de-ensino-superior-de-maringa https://www.escavador.com/sobre/24537669/universidade-estadual-de-maringa https://www.escavador.com/sobre/627759/solange-marta-franzoi-de-moraes https://www.escavador.com/sobre/24559808/centro-de-ensino-superior-de-maringa https://www.escavador.com/sobre/830473/rosana-helena-chiuchetta APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Caro aluno (a) seja bem-vindo a apostila de planejamento de cardápios e com grande esmero que apresento os temas que iremos trabalhar com carinho e com bastante dedicação a partir deste momento. Na unidade I iremos trabalhar bases de uma alimentação saudável visando a elaboração de cardápios mais equilibrados. Entendemos o que é a composição de um alimento e associamos a um prato composto facilitando a visualização dos grupos dos alimentos. Associamos a estrutura de um menu de acordo com a tipologia e a fatores que são imprescindíveis para formação de um público alvo. Na unidade II iremos trabalhar com as tipologias de restaurante, diferenciando os restaurantes comerciais dos institucionais. Nos restaurantes comerciais as tipologias são diferenciadas em cardápios de especialidades e cardápios para eventos, já nos institucio- nais vamos focar nos restaurantes de Unidades de Alimentação e Nutrição que foram o perfil dos restaurantes industriais. Em nossas unidades III e IV entramos em sistema de gerenciamento onde associa- mos as ferramentas desde de a ficha técnica até a engenharia de cardápio, para termos a segurança de planejamento de cardápios rentáveis. Querido aluno (a) espero que com os conhecimentos adquiridos nesta apostila possa contribuir com seu crescimento pessoal e profissional e aproveito para reforçar o convite a você, para junto conosco percorrer esta jornada de conhecimento e multiplicar os conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material. SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 6 Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios UNIDADE II ................................................................................................... 31 Tipologia de Cardápio UNIDADE III .................................................................................................. 54 Ficha Técnica e Gestão financeira UNIDADE IV .................................................................................................. 74 Engenharia de Cardápios - Métodos Gerenciais 6 Plano de Estudo: ● Bases da Alimentação; ● Cardápio ou Menu; ● Fatores determinantes no cardápio; ● Planejamento estratégico. Objetivos de Aprendizagem: ● Compreender através da elaboração de um prato composto o que são nutrientes, e quais as fontes dos grupos alimentares para composição de cardápios mais saudáveis; ● Diferenciar Cardápios de Menu; ● Estudar quais são os fatores determinantes para um elaborar um cardápio de sucesso; ● Analisar quais as estratégias principais para elaboração de cardápios. UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios Professora Mestre Queila Turchetto 7UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios INTRODUÇÃO ● Caro aluno (a) gostaria de iniciar esta unidade trazendo em foco a importân- cia de uma elaboração de cardápio programada. Quando se fala em sentar e realizar um planejamento estratégico, estudar seu público alvo, atentar as exigências nutricionais e mostrar todo o carinho que você tem ao seu comensal, representa o que é mais procurado hoje em dia, ou a gama de produtos gourmet e artesanais não te diz nada? ● Saiba querido aluno (a) que a elaboração de um cardápio se inicia na escolha do ingrediente, na forma de armazená-lo, quem irá manipulá e com qual equipa- mento e utensílio. Planejar um cardápio, envolve conhecimento de produção e finalização. Não adianta querer colocar ovos cozidos para uma cozinha industrial com 3000 funcionários, é barato sim, é fácil? Então, já imaginou descascar 3000 ovos? Isto que estou falando de um para cada um. ● Nesta unidade vamos trabalhar com os conceitos iniciais de Cardápio e Menu, apresentar noções básicas e importantes de nutrição, lembrando que é impor- tante para quem trabalha com alimentação saber como elaborar cardápios mais saudáveis, não disse acima do carinho e cuidado? Além desses temas, iremos trabalhar com a estrutura básica de um cardápio e claro quais as estratégias iniciais para elaboração de um cardápio de sucesso. 8UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios 1 BASES DA ALIMENTAÇÃO Inicialmente para elaboração de cardápios é necessário conhecimento básico em nutrição. Atualmente, é comprovado que nossa saúde depende de uma alimentação sau- dável, já dizia Hipócrates “Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”, portanto para que os menus propostos independentes da tipologia (restaurantes comerciais ou institucionais) possam oferecer refeições equilibradas devemos compreen- der que uma dieta deve ser capaz de beneficiar a saúde, porém sem deixar de trazer prazer considerável a vida.Podemos conceituar a nutrição como um processo de utilização dos nutrientes que passaram por metabolização no sistema digestório, e que foram absorvidas para corrente sanguínea obtidas através do alimento consumido via oral (TEICHMANN, 2000). 1.1 Categorias dos Alimentos; Primeiramente devemos compreender o que são nutrientes. Pedro Escudero, 1934 define nutrientes como: substâncias cuja ausência no regime ou diminuição abaixo do limite mínimo, produzem ao fim de certo tempo, enfermidade carencial. E o que é alimento? Alimento é toda substância que fornece os nutrientes para manutenção da vida. Podemos dizer que eles não são todos iguais, já que sua composição química é diversificada, exigindo no planejamento uma composição onde eles se comple- mentam entre si. 9UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios Os alimentos estão presentes na natureza em fontes de origem vegetal e animal. Alguns já estão prontos para comer como as frutas, e outros precisam passar por processo de cocção para serem fontes de nutrientes disponíveis ao organismo. Imagine comer um grão de feijão, sem cozinhá-lo? Outras fontes de nutrientes provindas de alimentação indus- trializada, carregam consigo outros ingredientes como corantes, conservantes, excessos de sal, açúcar dentre outros. Podemos dividir os alimentos em dois grandes grupos: os macronutrientes e micronutrientes. Os macronutrientes compostos pelos carboidratos, proteínas e gorduras fornecem a quantidade de energia para o corpo em forma de calorias. Os micronutrientes (vitaminas e minerais) não fornecem calorias – provêm de nutrientes essenciais à vida, já ouviu falar que Vitamina C, ajuda a cura a gripe? SAIBA MAIS Em nossa flora brasileira possuímos um fruto denominado CAMU-CAMU, em 100g de polpa ele possui 2000mg de Vitamina C. Ele é considerado um alimento funcional. Devi- do que a recomendação diária de Vitamina C é de 45mcg, tornando seu consumo uma forma de suplementação. Figura: Camu-Camu 10UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios Sabe-se que as proteínas e os carboidratos fornecem 4kcal por grama de alimento, já a gordura fornece 9kcal por grama. Sendo assim 1 colher de servir de arroz com 50g contém cerca de 15g de carboidratos, só em carboidratos ele fornece 60kcal. Não cabe aqui em nossos estudos o cálculo da composição nutricional dos pratos, esta tarefa necessária faz parte do trabalho do nutricionista em um restaurante, porém para compreensão de como constituir um cardápio equilibrado vamos entender como compor um cardápio/ prato que pode proporcionar saúde ao seu comensal. 1.2 Constituição do cardápio; Vamos imaginar agora um prato composto, este prato deve apresentar uma porção de proteína outra de amido e outra de vegetais, a partir desta visualização vamos com- preender como os grupos de alimentos podem ser classificados de acordo com a nutrição. Figura 01. Prato Composto A porção proteica relaciona-se ao grupo de alimentos construtores devem corres- ponder a 25% do prato. A principal fonte deste grupo são alimentos ricos em proteínas como as carnes, ovos, leite e derivados, que são responsáveis por fornecer energia que auxiliam no processo de crescimento e renovação celular. 11UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios A porção de amido ou de carboidratos relacionamos ao grupo de alimentos ener- géticos. O nome já diz que fornece energia através da quantidade de calorias. As principais fontes são pão, arroz, macarrão as batatas e também devem proporcionar 25% do prato associando fibras como adicionais (preferia os carboidratos integrais para este grupo ali- mentar). As gorduras também são consideradas fontes de alimentos energéticos, no prato ela deve estar embutida no preparo dos alimentos. REFLITA Os Carboidratos são divididos em três categorias principais: monossacarídeos, dissaca- rídeos e polissacarídeos. Como exemplos de monossacarídeos há a glicose e a frutose; como dissacarídeos, a sacarose, maltose e lactose; e, no grupo dos polissacarídeos, destacam-se os carboidratos complexos (Sackheim & Lehman, 2001). A porção de vegetais representa o grupo dos reguladores composto pelas vitami- nas e minerais e devem fazer parte de 50% da composição do prato. As principais fontes deste grupo é que traz alegria e cor ao prato através dos vegetais das frutas. Lembre-se nós vendemos pela imagem que reflete, no próximo tópico iremos entender como as cores influenciam na escolha de compra. E ver a importância não só nutricional de manter este grupo na elaboração de um prato. Para fecharmos o tópico em bases da nutrição, segue a definição de elaboração de cardápios compreendida por Pedro Escudero, 1937 em Leis da Alimentação: Lei da Quantidade: atenta para excessos e restrições alimentares. A quantidade de calorias e nutrientes a serem oferecidos ao indivíduo deve suprir suas necessidades sem ser prejudicial ao organismo. Lei da Qualidade: atenta a variedade dos grupos alimentares nas refeições (lembre- -se do prato composto estudo acima) – uma alimentação completa inclui todos os grupos de nutrientes. Lei da Harmonia: atenta a distribuição dos nutrientes para que o aproveitamento seja o adequado pelo organismo. Estes devem encontrar-se em proporções adequadas nas refeições. 12UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios Lei da Adequação: atenta a individualidade biológica. A alimentação deve ser qualitativamente e quantitativamente específica em proporção de nutrientes para manter a saúde e desenvolvimento das atividades diárias de cada indivíduo. REFLITA No Guia alimentar sobre a população brasileira podemos encontrar como se basear para elaboração de uma alimentação cada vez mais saudável de acordo com os hábitos dos brasileiros. Link https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_alimentar_populacao_brasileira_2ed.pdf 13UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios 2 CARDÁPIO OU MENU? A evolução de um cardápio continua constante. Podemos dizer que a ordem perma- neceu a mesma, porém um pouco mais light. Dos grandes banquetes, hoje entrada – prato principal e sobremesas ao menu degustação, as modificações se tornaram necessárias para atender o consumidor atual, cada vez com menos tempo e mais exigente em seus gastos. Conhecido também como MENU o cardápio, lista ou carta é um veículo de informa- ção para venda e propaganda de um restaurante e têm como função orientar o comensal na escolha dos alimentos e bebidas. SAIBA MAIS A palavra menu é originária à Paris do século XVIII, época das confrarias, que podemos considerar os precursores atuais dos sindicatos (BARRETTO, 2008). O cliente ao adentrar em um restaurante, espera encontrar o que satisfaça suas expectativas físicas e emocionais. O cardápio segue sendo a primeira conversa entre o restaurante e seu comensal que devesse apresentar de forma mais cordial possível. E para isso apresentar em sua estrutura conceitos básicos. 14UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios 2.1 Estrutura de cardápio O cardápio não deve ser muito extenso e nem muito curto. Se muito curto pode desmotivar o cliente causando a impressão de que não tem muita escolha e se muito ex- tenso pode deixar o cliente muito confuso. O cardápio deve apresentar a seriedade do estabelecimento, estar sempre limpo, sem rasuras, cores agradáveis, conteúdo bem distribuído, letras com tamanho de fácil leitura e claro os preços. Para elaboração estrutural dos cardápios Silva & Martinez (2008) descrevem: - Os constituintes do cardápio devem ser agrupados: como entradas; prato princi- pal; sobremesas, etc; - Fazer a descrição dos pratos de uma forma atraente: Filet de Mignon cozido em temperaturacontrolada ao molho de vinho do porto com legumes salteados na manteiga trufada – lembre-se explique, você está conversando com seu comensal; - Apresentar se necessário o tempo específico para o preparo; - O Layout deve ser de fácil manuseio e ir de encontro com o estilo do estabeleci- mento; - Apresentar informações sobre taxas de serviços, telefones de órgãos fiscalizado- res e as formas de pagamento aceitas pelo estabelecimento. O restaurante que apresentar coquetéis, vinhos, aconselhas páginas ou cartas separadas, para facilitar a exposição do produto para cliente. SAIBA MAIS Os restaurantes podem proporcionar ótimas experiências ao partilhar vinhos em seu restaurante. Bons sinais que o Restaurante se preocupa com esta prática está: Já dispor taças de vinhos na mesa, taças grandes servidas com menos da metade, muitos vinhos servidos por taça e principalmente CARTAS de vinhos limpas e organizadas contendo detalhes extras como a descrição dos estilos de vinhos. (OLD, 2014) 15UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios 2.2 Cardápio ou Menu? A ordem de serviços atual engloba entrada, prato principal e sobremesa, Teichmann (2000) apresenta as variações em serviço em: 01 serviço (Entrada): “Hors d´oeuvre” frio; Ou sopa Ou “Hors d´oeuvre” quente. A apresentação deve seguir esta ordem, sendo que a sopa nunca será “Hors d´oeu- vre”. Pode ser apresentado apenas como 02 serviço = sopa ou “Hors d´oeuvre” quente. 02 serviço (servindo a sopa); Ou o “Hors d´oeuvre” quente; Ou o pescado. 03 serviço (prato principal); Pescado (ás vezes); Ou ave; Ou carnes; 04 serviço (sobremesa); Queijo; Ou doce; Ou fruta; Ou ainda dividindo este serviço em 3. Na explicação exposta por Teichmann (2000) alguns serviços tradicionais não foram apresentados: Sorbet: é uma espécie de gelado ácido, feito a base de suco de frutas ou espu- mante. Tradicionalmente é servido entre as refeições para limpar o paladar, e permitir ao comensal o consumo da próxima refeição, sem interferência de sabor. 16UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios Figura 02: Sorbet de melancia Assados: hoje este prato é mais apresentado em serviços de buffet pela proposta de serviço em peças grandes servidas inteiras. Figura 03: frango assado 17UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios Entremet: já conhecemos não é? Preparo açucarado em camadas, hoje definitivo no grupo das sobremesas. Figura 04: entremet contemporâneo É importante ressaltarmos que o número de serviços pode ser maior ou menor que o sugerido anteriormente. Definir a quantidade de pratos vai ser baseado em: • No tipo de refeição pretende-se ofertar; • O preparo dos pratos; • O número de pessoas a serem servidas; • No tempo disponivel do cliente; • No valor do investimento; • Na capacidade de produção da cozinha; • No número de funcionários para produção; • Na louça existente para apresentação. 18UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios Enfim, chegaram a uma conclusão? Como podemos diferenciar Cardápio de Menu? - não consegue diferenciar? - você está certo! Não existe diferença, são sinônimos. 2.3 Formato e ponto focal De acordo com o dicionário ponto focal é uma estratégia muito utilizada dentro do Visual Merchandising baseada na altura do posicionamento do produto em relação ao olho humano. Na elaboração de um cardápio utilizamos o ponto focal como estratégia para expor produtos em imagens que possuem maior rentabilidade para o estabelecimento ou para promover uma promoção, por ser uma região que atrai a visão de forma involuntária. A localização desta região diferencia-se de acordo com o formato do cardápio: • Cardápio simples: o ponto focal se localiza superior a direita; Figura 05: Cardápio simples 19UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios • O cardápio que apresenta 1 dobra o ponto focal se localiza: superior direita na primeira e área maior da superior direita da outra. Figura 06: Cardápio com 1 dobra • O Cardápio com duas dobras: superior direita da primeira, superior do meio e superior direita da segunda. Figura 07: Cardápio com 02 dobras 20UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios 3 FATORES DETERMINANTES NO CARDÁPIO Os fatores determinantes para planejamento de um cardápio vão além da escolha dos pratos, ingredientes, técnicas e sabores. Cada conceito é único, cada restaurante pos- sui sua estrutura física e administrativa. Podemos relacionar os fatores determinantes de um cardápio inicialmente em: 3.1 Consumidores; Para elaboração de um cardápio uma das primeiras etapas é conhecer o público alvo do qual o cardápio será elaborado. É necessário saber, sexo, idade, poder aquisitivo, o tempo disponível a alimentação, quanto mais informações a persona a quem se destina o cardápio mais atingirá o público alvo. Figura 08: público alvo 21UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios Alguns exemplos irão ajudar a compreender a necessidade do estudo de um pú- blico alvo para planejamento de cardápios. Ao preparar um cardápio para adolescentes, lembre-se de evitar preparações elaboradas, tenha fartura e que o consumo do alimento seja rápido. Mulheres prestam mais atenção, atentar a detalhes as cores, texturas e variedades provavelmente agradaram mais seus paladares. Porém não devemos generalizar, estude sempre seu público alvo e não tome decisões precipitadas. E quando trabalhar com uma clientela abrangente, a escolha é uma só: Diversificar. 3.2 Preferências regionais; Cada cidade, cada estado com suas características. Gostaria de abordar esta te- mática de duas formas. A primeira é: os restaurantes típicos - devem apresentar ao máximo possível a culinária do qual está representando, é por este motivo que as pessoas procuram estes locais, é para conhecer o sabor, a textura, se for para fritar acarajé com óleo de soja, não frite – não é porque a aceitação da cozinha baiana por ser mais “forte e apimentada” não terá sua aceitação, lute pelo conceito do qual você aplicou. A segunda é: restaurante se adaptam aos gostos locais, se a cidade consome mais feijão preto como prato base, não insista no feijão carioquinha. 3.3 Clima e Localização; A localização geográfica que está estabelecida o restaurante pode ser fator deter- minante de um cardápio. Restaurante mais isolados ou com fluxos variados, devem atentar a utilização de ingredientes locais, investir em formas de armazenamento e técnicas de conservação. 22UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios Figura 09: Cardápio de inverno A variação climática quando bem definidas, extremo calor ou extremo frio. Exigem um planejamento de cardápio adequado para evitar que falte ingredientes ou que o cardá- pio não esteja adequado a temperatura para consumo do comensal. Cardápios de inverno exigem alimentos que confortem, aqueçam e cardápios de verão até a apresentação deve buscar o frescor. SAIBA MAIS Magnus, chef de cozinha que abrilhantou o último episódio do Chef´s Table da 01 tem- porada do NetFlix representa muito bem estas duas temáticas. Ele é proprietário de um restaurante no meio do nada, em uma região extremamente fria, que só produz alimen- tos em 6 meses do ano. Ele utiliza técnicas ancestrais para conservação de ingredientes e para criar um menu tão criativo que ganhou 3 estrelas no guia Michelin. Inspira-se. Fonte: a autora Mais informações: http://meca.love/a-vida-e-a-arte-agridoce-do-chef-sueco-magnus-nilsson/ A localização também irá implicar em outros fatores como a tipologia a ser seguida pelo restaurante. Restaurantes comerciais por exemplo, longe das áreas de comércio não atingirão muito sucesso, se seu público alvo for para prato executivo que seu público tenha acesso fácil a ele. http://meca.love/a-vida-e-a-arte-agridoce-do-chef-sueco-magnus-nilsson/23UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios SAIBA MAIS O tema localização me fez lembrar de um dos meus primeiros eventos. A inexperiên- cia nos faz passar por alguns problemas sérios. Elaborei um cardápio sem conhecer a cozinha da qual iria produzir, coloquei uma salada 07 cores de vegetais branqueados. O almoço era para 600 pessoas em uma igreja em uma cidade próxima a minha (era beneficente), fui com uma equipe de 20 pessoas e quando chegamos a cozinha era um corredor de 3 metros por 5 metros, até aí tudo bem, porém tinha apenas uma janela basculante e uma porta em lado opostos e um fogão de 4 bocas (lembre-se 600 pes- soas e salada 7 cores, além é claro dos outros pratos). Quando já estávamos a ponto do desespero de atraso, alguém chegou com um fogareiro, e colocamos próximo a porta, com uma panela maior que a boca, resultado a mangueira do gás de soltou e começou a pegar fogo, sorte que uma alma corajosa pulou e desligou o gás, e estamos todos vivos hoje para contar a história. NUNCA PLANEJE um cardápio sem conhecer o local que você irá trabalhar. Fonte: Autora (experiência pessoal) 3.4 Ambiente; O ambiente deve atentar ao conceito escolhido. Muitos empreendedores não se atentam a este detalhe que é considerado fator determinante de sucesso. Ao oferecer um cardápio de cozinha brasileira, que todo o ambiente e leve ao clima a energia do brasileiro, isso é independente da forma – pode ser uma comida de boteco ou a “la carte”. Ao oferecer um menu oriental, que o comensal se sinta em outro país. Faça disso o seu diferencial que seu cliente irá se identificar com o conceito e com certeza irá se fidelizar. 24UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios Figura 10: restaurante típico marroquino 3.5 Tipo de Serviço, número de refeições e horário de atendimentos; A escolha do menu irá depender do tipo de serviço oferecido, o horário de atendi- mento e claro dos equipamentos e utensílios disponíveis para o preparo. O tipo de serviço escolhido será determinado pelo perfil do público alvo, localização e fluxo. O horário de atendimento pode determinar a tipologia escolhida, restaurantes com horários expandidos de atendimentos, preferem sistemas a “la carte”, evitando assim a contaminação e man- tendo a qualidade do alimento, horários mais curtos com grande fluxo o sistema de buffet seria mais indicado. 3.6 Equipamentos, utensílios e mão-de-obra; Disponibilidade de equipamentos e mão de obra qualificada para manuseio dos mesmos é fundamental no planejamento do cardápio. Este planejamento não deve ser pensado somente durante o pré-preparo, muito do sucesso de um restaurante está em sua agilidade na hora da finalização. Ao planejar um cardápio, lembre-se os equipamentos, utensílios devem ser adequados para preparar, para armazenar e para finalizar correta- mente os alimentos, lembrando de treinar bem sua equipe para tornar possível um serviço em harmonia. 25UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios 3.7 Sistema de Compras e Estocagem; Houve-se o dia que um estoque grande era sinal de lucratividade. Hoje esta visão não é algo tão aplicado na gestão de restaurantes. Por isso, não é possível iniciar um pla- nejamento sem conhecer a política de compras do restaurante. Conhecer os fornecedores, seus prazos, a validade dos produtos. Por isso ressaltamos planejar um cardápio é função para profissional capacitado. 26UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios 4 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO O planejamento estratégico de cardápios em gestão em restaurantes é a base de sucesso do profissional de alimentação. O cardápio é a estrela do restaurante todo investimento em conhecimento, equipamentos, ingredientes, quando bem estruturado trará retorno a organização. Podemos dizer que os fatores de sucesso para o planejamento de cardápio envolvem: 4.1 Profissionais qualificados para o planejamento; O profissional responsável para o planejamento de cardápios deve ter conhecimen- to em gestão do negócio, noções em bases da nutrição, administração e saber cozinhar muito bem. Não adianta mandar e não saber fazer, me lembro de uma situação de quando ainda estudava, fui orientada a realizar bolinhos de arroz com sobras de arroz salgado, ficaria um pouco difícil, não é? 27UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios SAIBA MAIS Noções de nutrição são necessárias ao planejamento de cardápio para qualquer tipolo- gia de restaurante. Em restaurantes comerciais é necessário saber por exemplo o que é glúten ou lactose ou se o alimento contém ou não açúcar. Somos responsáveis pela segurança alimentar dos nossos comensais, se existe alguma alergia, ou impedimento de consumo, devemos entender para poder alertar, e evitar assim qualquer problema. Fonte: Aufieri, 2019 4.2 Flexibilidade; A flexibilidade é extremamente necessária atualmente, as mudanças ocorrem diariamente. Até pouco tempo o prato base em cardápios de buffet por quilo não apresen- tavam o arroz integral, hoje ele faz parte de praticamente todos os menus, claro, não estão presentes dos cardápios desatualizados. Por isso, ficar atento às exigências e novidades do mercado faz parte de um bom planejamento estratégico. 4.3 Criatividade; A criatividade é requisito mínimo, e não estou dizendo para criação de cardápios inéditos. Restaurantes comerciais por exemplo possuem uma clientela fixa, muitas vezes a necessidade está em fazermos diferente do que todo mundo faz, estes pequenos detalhes já se tornam um grande diferencial. Para exemplificar criatividade vou mencionar sobre um pequeno empreendimento que conheci recentemente: uma CASA de Tererê. O ambiente charmoso e pequeno, porém extremamente criativo vende a torre de água ou suco ou refrigerante e as ervas para os amantes da bebida compartilharem nas tardes quentes de verão. Criativo, não é? Quando todo mundo estava vendendo torre de chope ele vende de água e ervas de Tererê. Inspi- rador. 4.4 Qualificação da mão de obra; Qualificar a mão de obra se tornou um dos fatores determinantes de sucesso de um cardápio. Pessoal envolvido, preparado dão mais resultados. O desenvolvimento profissional não deve ser esperando ser provido pela empresa, corra atrás estude, faça 28UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios estágios, conhecimento sempre será somado, e quando falamos de cardápios, criatividade, flexibilidade todo conhecimento será útil. Procure sempre antecipar as tendências, interaja com profissionais, viaje, e os resultados virão com mais facilidade. 4.5 Atratividade; Os cardápios devem ser atrativos principalmente aos olhos. Ao planejá-los, tanto no sabor a aparência deve estar aquém. A primeira avaliação é visual e ele é vendido pela imagem. Atente-se estar somente gostoso, não leva o cardápio ao sucesso. SAIBA MAIS Hoje a fotografia em comida é um nicho de mercado que está em constante crescimen- to, existem profissionais da área de fotografia se especializando na área, como chefs de cozinha se especializando em empratamento conceito “food sytling” como também em vídeos. Fonte: BELLINGHAM, L. Food styling for photographers: a guide to creating your own appetizing art. Ox- ford: Focal, 2008. 4.6 Controle de custos. Finalizando este tópico não podemos deixar de falar o lado mais importante e real da história “ os custos”. Nenhuma empresa sobrevive sem lucros. Manter um controle rígido de custos, bem como inventários, fornecedores controle de produção é o que irá realmente trazer sucesso ao cardápio elaborado. 29UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro aluno (a) a unidade 01 finalizou e trouxe consigo que a elaboração de um menu exige um planejamento estratégico estruturado,desde da forma de apresentação até como será escrito nas folhas. Ao elaborar um cardápio será necessário estudar o público, o localização, a tipologia até a cozinha que será elaborado os pratos. Chegamos a conclusão que a elaboração de um cardápio não é propor o que gostamos, mas sim o que está adaptado a todas exigências para compor um cardápio de sucesso. 30UNIDADE I Conceitos Básicos e Regras Gerais para Elaboração de Cardápios MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO • Título: Cardápios do Brasil • Autor: Ana Luiza Trajano • Editora: Senac • Sinopse: Em mais de dez anos de viagens e pesquisas por todo o país, Ana Luiza Trajano reuniu um material incomparável sobre receitas, matérias-primas e processos básicos da cozinha brasilei- ra. Ao lado de 47 pratos como tutus, farofas, bolinhos e moquecas, este livro traz um glossário com fotografias e informações sobre 167 ingredientes de nossa gastronomia e apresenta, com textos e imagens, 22 técnicas de produção de alimentos. FILME/VÍDEO • Título: Muito Além do Peso • Ano: 2012 • Sinopse: O documentário “Muito Além do Peso”, dirigido por Estela Renner, trata sobre uma verdadeira epidemia de obesidade infantil que, acredite, estamos vivendo atualmente. Exatamente por conta disso, pela primeira vez as crianças começaram a apresen- tar doenças que antes eram comuns aos adultos, como diabetes tipo 2, problemas cardiovasculares e depressão. O documentário é um alerta urgente para o que já estamos vivendo e para o que ainda está por vir. Vale a pena assistir e fazer uma reflexão de como a cozinha - a gastronomia - pode auxiliar na reversão deste processo, oferecendo cardápios mais saudáveis. • Link do vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4 https://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4 31 Plano de Estudo: ● Cardápios comerciais e serviços; ● Cardápios Especialidades; ● Cardápios para eventos; ● Restaurante institucionais. Objetivos de Aprendizagem: ● Conceituar e diferenciar a tipologia em restaurantes comerciais e serviços oferecidos. ● Compreender os tipos de especialidades encontradas no setor de restauração. ● Estabelecer a importância do planejamento de cardápios em eventos. ● Diferenciar a representação da composição das refeições em cardápios institucionais. UNIDADE II Tipologia de Cardápio Professora Mestre Queila Turchetto 32UNIDADE II Tipologia de Cardápio INTRODUÇÃO Caro aluno (a) nesta unidade vamos apresentar sobres os tipos de serviços e exem- plificar com as tipologias mais atuais no setor de restauração. O serviço de alimentação tem evoluído a cada dia e o mercado têm se segmentado em diversas conceitos de acordo com o serviço e característica do estabelecimento. Os novos segmentos começaram a ser criados para suprir os anseios de determinados grupos levando a cada restaurante a uma identidade. Sempre exemplifico aos meus alunos que: um restaurante comercial sem conceito, é um restaurante que não possui identidade, sem identidade seu cliente não se identifica com você, não criando intimidade. O restaurante precisa ter algo único, que o caracteriza, que o cliente só encontra lá. A dinamicidade desse processo criativo levou a necessidade de gerar uma linha de divisão e classificação, pois periodicamente ocorrem trocas de conceitos e estilos dos restaurantes atuais que nos deixam confusos. Nesta unidade vamos fazer uma divisão simples entre as tipologias de restaurantes para facilitar a compreensão na elaboração de cardápios. 33UNIDADE II Tipologia de Cardápio 1 CARDÁPIOS COMERCIAIS E SERVIÇOS Inicialmente vamos classificar a tipologia para restaurantes comerciais de acordo ao autor Marcelo Traldi Fonseca em seu livro Tecnologias Gerenciais de Restaurantes (1999): • Restaurante tradicional: este perfil de restaurante apresente uma característica padrão – sem muito luxo, cardápio extenso com preparações tradicionais que agradam desde crianças a pessoas de idade mais avançadas. • Restaurante Internacional: são restaurantes localizados em regiões de grande fluxo de pessoas como hotéis, normalmente são luxuosos e eventualmente possuem um piano-bar. A necessidade de um restaurante compor um cardápio sem invenções e com opções de conhecimento mundial, mantém o comensal seguro do que irá pedir, sem surpresas durante sua estadia. • Restaurante Gastronômico: A cara do Chef, este perfil de restaurante possui o cardápio, o conceito a decoração com a personalidade de quem assina pelo cardápio. Normalmente a estrutura organizacional destes restaurantes é muito bem treinada e são restaurante relativamente pequenos. Uma das característi- cas imprescindíveis é a figura do Chef, se ele não está, a comida não é boa – o cliente exige isso, os cardápios normalmente são propostas diferenciadas em serviços de menu confiance ou menu degustation que vão de 7 a 14 pratos entre entradas, pratos principais e sobremesas. Nestes menus a criatividade é liberada, e convenhamos é o sonho da maioria de nós cozinheiros. 34UNIDADE II Tipologia de Cardápio Figura 01: Alex Atala chef do restaurante DOM em São Paulo Brasil. Fonte: https://www.google.com/imgres?imgurl=https%3A%2F%2Flive.staticflickr.com%2F5019%- 2F5469211067_52a182f740_b.jpg&imgrefurl=https%3A%2F%2Fwww.flickr.com%2Fphotos%2Ftavallai%- 2F5469211067&docid=JRrdCbdbVvQYvM&tbnid=RLuXP_oYHUc12M%3A&vet=10ahUKEwiq9u7K- qpXmAhVvILkGHRE_D-AQMwg8KAEwAQ..i&w=1024&h=576&bih=568&biw=1358&q=dom%20alex%20 atala&ved=0ahUKEwiq9u7KqpXmAhVvILkGHRE_D-AQMwg8KAEwAQ&iact=mrc&uact=8 Em restaurantes comerciais a forma de serviço pode ser apresentada de algumas maneiras, para abordarmos este conceito utilizaremos como base de classificação o autor Barreto (2008) em seu livro Passaporte para o sabor que determina: • Serviço À la carte: tipo de carta ou menu com opções de pratos em sequência apresentando entradas, pratos principais, sobremesas dentre outros. A tipologia e o conceito do restaurante que irá determinar a quantidade pratos a serem oferecidos. 35UNIDADE II Tipologia de Cardápio Figura 02: A escolha do prato • Table d´hôte: este tipo de serviço é mais comum em hotéis, considerado um menu fixo apresentado geralmente em bufês, porém em alguns casos apre- senta-se pratos empratados, diferente do serviço à la carte, os alimentos são divididos em: entrada, pratos principais e sobremesas. Neste sistema estão presentes os perfis de cardápio menus confiance ou menu degustation. • Self-service: é uma denominação genérica que representa o autosserviço pelo cliente. É uma modalidade muito comum e vem sendo adotado por alguns tipos restaurantes que iremos ver a seguir. 36UNIDADE II Tipologia de Cardápio Figura 02: Self-service • Serviço empratado (pré-platted servisse – sur assiette): este tipo de serviço atualmente é considerado um conceito, da louça a assinatura de apresentação do chef. O prato já vem finalizado da cozinha, trazendo grandes desafios de beleza e equilíbrio às apresentações. 37UNIDADE II Tipologia de Cardápio Figura 03: Serviço empratado. 38UNIDADE II Tipologia de Cardápio 2 CARDÁPIOS DE ESPECIALIDADES As especialidades são inúmeras, quando relacionamos os restaurantes de espe- cialidades estamos determinando que o cardápio é restrito ao tema proposto, aumentando assim o anseio do que se propõe a apresentar. • Restaurantes Grill: são restaurantes especializados em grelhados. Podemos dizer que atualmente as churrascarias e os restaurantes Grill possuem carac- terísticas muito semelhantes para atender as exigências do atual mercado. A proposta do grill é oferecer um buffet variado, farto e um serviço à la carte de carnes nobres (churrascaria) ou na chapa (em alguns restaurantes self-service por quilo). É considerado por muitos uma alimentação mais saudável, devido a combinação de saladas e grelhados. • Brasserie: comida e bebida ao mesmo tempo, é uma dupla infalível. Este tipo de restaurante cresceu na Alemanhae posteriormente chegou ao Brasil, aqui foi batizada de choperia pelos próprios imigrantes alemãs. As brasseries tradi- cionais possuem dois salões, um para serviço de bebidas e outro para os pratos típicos. • Choperia: As choperias são adaptações das brasserias, o cardápio sofreu altera- ção e a “comida de boteco” vêm crescendo. Hoje vemos uma grande influência da cozinha brasileira nos pratos de boteco. A capacidade é muito variável pode ir de 50 para 500 lugares, a ambientação está cada vez mais eclética dando espaço a casas mais temáticas. 39UNIDADE II Tipologia de Cardápio Figura 04: Cervejaria • Fusion Food: uma culinária de fusão, uma mescla entre culturas. A forma de trabalho deste tipo de cozinha pode abordar métodos de cocção, apresentação dos alimentos ou ingredientes, o importante é apresentar um resultado harmo- nioso e inusitado em uma culinária de criação. Se faz necessário para este tipo de cozinha um conhecimento muito específico para não causar espanto, a linha entre o exagero é muito tênue, lembre-se é harmonia. 40UNIDADE II Tipologia de Cardápio Figura 05: Fusion Food (Spaghetti Tom Yum Goong, a fusion of Italian food. And most popular food in Thailand). • Cardápios típicos: os cardápios típicos são representações de pratos de uma determinada região ou país. Normalmente eles não têm a obrigatoriedade de seguir fielmente o hábito alimentar, devido a necessidade de adaptação dos padrões dos comensais locais. 41UNIDADE II Tipologia de Cardápio Figura 06: Restaurante típico italiano. • Fast Food: restaurantes de comida rápida, seu nome já determina a forma que o alimento deve chegar ao cliente: rápido. Todo os sistemas gerenciais relacionados ao perfil destes restaurantes devem ser simplificados para que do atendimento a entrega seja realizado em minutos, podendo ser operacional por mão-de-obra com baixa especialidade. Dentre os conceitos de fast food adentram: • Coffe shop: este perfil de restaurante possui cardápio eclético e de fácil preparação como salgados, cafés, sucos, chás, lanches, sopas, saladas, sorvetes, tortas. Pos- sui ambientação simples e estão localizados normalmente em hotéis e aeroportos, a proposta é oferecer comida rápida a qualquer hora do dia ou da noite. • Lanchonete: Longe dos hotéis e com ambientações mais simples, as lancho- netes oferecem sanduíches, petiscos com serviço informal. Os food trucks ou trailers são verdadeiras lanchonetes e atualmente possuem cliente fiel que reúnem um grande número de pessoas. • Casual Dinning: Restaurantes que mesclam o coffe shop, fusion food e grill associando a um cardápio mais gastronômico utilizando elementos de diversas culturas. Apresenta no cardápio preparações leves e rápidas, tanto para algo rápido como para uma refeição completa. 42UNIDADE II Tipologia de Cardápio 3 CARDÁPIOS PARA EVENTOS A demanda pelos serviços de festas e eventos tem crescido imensuravelmente nos últimos anos. Muito do sucesso para um grande evento está no cardápio apresentado aos convidados. Durante o primeiro contato com possível cliente, alguns questionamentos permitem que o serviço oferecido saia como previsto, evitando transtornos a equipe de trabalho como também a insatisfação do cliente que o contratou. Algumas informações são bem óbvias e caracterizam os “fatores determinantes de um cardápio” já vistos na Unidade 01 como também para eventos é essencial saber o dia, número de pessoas, horário dentre outros itens básicos. Algumas peculiaridades são específicas ao serviço de eventos, tais como: • Festas familiares e sociais: casamentos, bodas, aniversários, formaturas. Estes eventos apresentam uma heterogêneas de idades, enquanto uma terá pessoas de mais idade (evita-se cardápios com elementos de difícil mastigação) outras podem ter um público mais adolescente (que exige um cardápio mais descom- plicado e rápido). 43UNIDADE II Tipologia de Cardápio Figura 07: Festa de casamento ao ar livre. • Festas e/ou Reuniões de Agremiações ou Filantrópicas: Quando só participam mulheres a exigem de um menu mais sofisticado com ênfase em visual e na sobremesa somam a um ambiente confortável e bebidas suaves. Ao público em sua maioria homens o cardápio é simples com ênfase na bebida oferecida. • Convenção e/ou congressos: estes eventos normalmente possuem uma quanti- dade grande de participantes e irá exigir cuidados no planejamento de cardápios. Analisar o local de produção e serviço. Atentar a pratos de fácil digestão e que não alteram o hálito do comensal. • Eventos oficiais: necessidade de conhecimento do protocolo necessário para adequação sempre associando os pontos já citados. • Festas e ou/ reuniões de Associações de Deficientes: estes eventos devem além de tudo na adaptação ao serviço e salão terem atenção ao sabor do cardápio. As bebidas alcóolicas se oferecidas devem ser em pequenas quantidades. • Encerramento de reuniões comerciais: inicialmente observar a quanto tempo os comensais estão sem comer. Iniciar com petiscos antes de qualquer bebida alcoólica oferecida para evitar quaisquer sintomas desagradáveis. 44UNIDADE II Tipologia de Cardápio Empresas que oferecem o serviço de eventos, normalmente já apresentam suges- tões impressas de cardápios aos clientes. Desta forma procura padronizar e evitar qualquer imprevisto, às vezes, não muito agradável. É interessante que os cardápios impressos possibilitam alterações (customiza- ções), para que a repetição de pratos não fique exaustiva e que o nome do local não seja associado ao menu: filé ao molho madeira como prato principal. É importantíssimo que para manter um padrão de custo, todas as produções ofere- cidas nos cardápios apresentados sejam controladas através de fichas técnicas padroniza- das, iremos ver sobre fichas técnicas em nosso próxima Unidade. 45UNIDADE II Tipologia de Cardápio Exemplos de Cardápios para eventos: 3.1 Coquetel sem prato quente Salgadinhos frios e quentes (23 unidades) TIPO QUANT. TIPO QUANT. Canapés variados 5 Azeitona 5g Rocambole de salsicha 2 Amendoim 5g Torradinhas com patês 2 Batata chips 5g Discos de queijo 20g Empadinhas de palmito 2 Croquetinhos de carne 3 Iscas de frango (ao molho remou- lade) 20g Picadinho misto (queijo/presunto) 10g/10g Docinhos (4 unidades) TIPO QUANT. TIPO QUANT. Caramelados 1,5 Glaceados 2,5 Bebidas – de acordo com as determinações do cliente e a época do ano TIPO Água mineral Refrigerante Suco de tomate Cerveja Vermute (b/ t – s / d) Coquetel de fruta Coquetel de champanha Uísque – geralmente é fornecido pelo cliente. OBS: geralmente a ordem de serviço de bebidas deve ter um critério: 01a etapa: 1 bandeja de bebidas/ 3 bandejas de salgadinhos; 02a etapa: 1 bandeja de bebidas/ 2 bandejas de salgadinhos; Etapa final: 1 bandeja de bebidas/ 1 bandeja de docinhos. Fonte: Teichmamnn, Ione. (2000, página 97). 46UNIDADE II Tipologia de Cardápio 3.2 Coquetel com prato quente Salgadinhos frios e quentes (18 unidades) TIPO QUANT. TIPO QUANT. Canapés variados 5 Torradinhas pão preto com: pei- to de peru defumado Queijo Ro- quefort 1 1 Barquetes de pre- sunto e fios de ovos 2 Empadinhas de palmito 2 Croissant de queijo 1 Croquetinhos de frango 2 Risoles de camarão 2 Bolinhos de bacalhau 2 Brochetes filé com bacon 20g Docinhos variados (6 unidades) TIPO QUANT. TIPO QUANT. Caramelados 1,5 Bombinhas 2,5 Glaceados 2 Pratos quentes sempre têm o acompanhamento de arroz branco. TIPO QUANT. Peru Aristocrata (molho de cogumelos, fina juliana de ave, batatas “noisetes”, creme de espinafre) 100g/ave e Iscas de Filé a King (molho ferrugem, pimentões coloridos, dados de cebola, amendoim) 150g/filé ou 30g/arroz Delicias de frango a Bourguignonne (molho de vi- nho tinto, frango desfiado, cenouras, cebolinhas em conserva, bacon em cubos) 100g/ave e Pequenos dados de filé Barão (molho de mostarda, palmitos,ervilhas, uva passa) 150g/filé Bebidas – de acordo com as determinações do cliente e a época do ano TIPO Água mineral Refrigerantes Suco de tomate Cerveja Vermute (b/ t – s / d) Gin tônica Campari Coquetel de fruta Coq. Alexander Coq. De champanha Vinhos e champanhe, nacionais (conforme a relação existente no setor de eventos Uísque – geralmente é fornecido pelo cliente. Fonte: Teichmamnn, Ione. (2000, página 98). 47UNIDADE II Tipologia de Cardápio É importante visar a criatividade na elaboração dos cardápios para que possam encantar os clientes trazendo sempre toque de inovação evitando sempre repetições no serviço, muito comum hoje em dia. A criatividade pode estar em formas de apresentação e serviço como também utilização de novos ingredientes, aproveite para criar e reduzir custos para seus eventos. 48UNIDADE II Tipologia de Cardápio 4 RESTAURANTES INSTITUCIONAIS Uma Unidade de Alimentação de Nutrição (UAN) tem como objetivo principal ofer- tar uma alimentação saudável e equilibrada e que possa satisfazer nutricionalmente as exigências da clientela. REFLITA No Livro Hotelaria Hospitalar de Nísia Do Val Rodrigues Roxo Guimarães de 2007 apon- ta a necessidade de os hospitais agregarem ao setor de cozinha do hospital conheci- mentos fundamentais da gastronomia. Sabe-se que se o paciente chamado no livro por cliente quando bem alimentado reduz o tempo de internamento melhorando a recupe- ração do paciente. Fonte: Guimarães, 2007. Em uma UAN a formatação e apresentação de cardápio têm caraterísticas únicas, para composição das refeições oferecidas nas consideradas grandes refeições: Almoço e Jantar consideramos permanentes do cardápio: • Entradas: Para entradas como a primeira opção a serem oferecidas aos comen- sais são servidos sopa, caldos, salada crua ou cozida, antepastos. 49UNIDADE II Tipologia de Cardápio • Prato Principal: Para fornecimento do aporte proteico e caracterização de prato principal geralmente são servidas as carnes. • Para Guarnição que é considerado o acompanhamento quente direto do prato principal (que combina com ele). Pode ser preparado com farináceos e hortali- ças nos diferentes modos de preparo. • Prato Base: No Brasil é a duplinha arroz com feijão, com a procura de oferecer cardápios mais saudáveis o arroz integral está fazendo parte do cardápio atual- mente como parte do Prato Base. • Sobremesa: A sobremesa é uma UAN normalmente é fruta ou produção de doces simples. • Complementos indiretos: podem ser opções de bebidas, outros acompanha- mentos que não combinam diretamente com o prato principal, opções de café da manhã. Figura 08: Buffet simples Para exemplificação de um cardápio semanal, segue o modelo em cozinha indus- trial, ressaltando que a forma de apresentação pode ser variável. Porém esta forma de visualização permite ao cliente Na Tabela 01. apresento um exemplo de formatação de uma semana de cardápio utilizado como modelo em cozinha industrial, ressaltando que a forma de apresentação é extremamente variável no mercado. Apresentar o cardápio semanalmente permite ao comensal a visualização do período de uma semana de cardápio e exige da UAN manter as programações estabelecidas. 50UNIDADE II Tipologia de Cardápio Tabela 1.3 Cardápio Semanal em UAN em padrão básico Preparações Segunda Terça Quarta Quinta Sexta Entrada Escarola com pepino em cubos Grão-de-bico ao vinagrete Alface-lisa com rabanete Chicoria com azeitonas pre- tas Agrião com mi- lho Prato Principal Almondegas ao sugo Espeto de Al- catra com ce- bola e pimen- tão verde Frango assado Bife fricando- le (intercalado com bacon) Cação ao mo- lho de pimen- tões verme- lhos e leite de coco Opção Ovos fritos Salsicha ao sugo Omelete sim- ples Steak de peixe Omelete de queijo Guarnição Batata assada Couve à mi- neira Berinjela à par- megiana Acelga refoga- da Brócolis ao alho e óleo Prato Base Arroz + Feijão Arroz + Feijão Arroz + Feijão Arroz + Feijão Arroz + Feijão Sobremesa Mamão em fa- tias Gelatina de Uva Murcote Banana Car- melada Maçã Verme- lha Bebida Mate gelado Suco de La- ranja Suco de Aba- caxi Suco de Uva Suco de Mara- cujá Fonte: Silva e Martinez (2008, 92-93). Os cardápios em uma UAN apresentam-se em categorias diferenciadas. Estas categorias se diferenciam pelas opções oferecidas no cardápio e claro pelo custo que apresentam per capita. SAIBA MAIS Per Capita é uma nomenclatura utilizada em cardápios que significa quantidade por pessoa. Fonte: TEICHMANN, 2009. As categorias podem ser classificadas como: • Categoria básica ou horista: é a de menor custo para UAN. Oferece apenas um tipo de sobremesa, um tipo de bebida e uma entrada composta, um prato principal e se for oferecido uma segunda opção normalmente é um ingrediente de baixo custo; o pão é indispensável como complemento. 51UNIDADE II Tipologia de Cardápio • A Categoria intermediária ou mensalista: exige um cardápio mais elaborado que o padrão básico. Oferece duas opções de entrada; duas opções de prato principal (o cliente opta por uma ou outra); oferece uma opção de guarnição que acompanha as duas opções de prato principal. O prato base vira elemento de composição e pode ou não acompanhar o cardápio. As sobremesas doces são menores pois sempre acompanham opções de frutas. Os complementos são bem variados e criativos, devido essa variedade é uma das opções mais escolhidas para gerenciamento de perfil de cardápios em UAN. • Categoria Superior ou diretoria: o nome já diz, é só para a diretoria. O cardápio para a clientela seleta pode variar com ingredientes exclusivos, cozinha interna- cional e compor atendimento de salão. Para o planejamento de cardápios exi- ge-se no mínimo três entradas, pratos principais e três guarnições combinando com os pratos principais; oferece-se planejamento diário de um tipo de massa ou risoto. A proposta da sobremesa é mais sofisticada: são servidas “a lá carte” ou em bufê onde o número é bastante variado. 52UNIDADE II Tipologia de Cardápio CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro aluno (a) chegamos ao fim de mais uma unidade. Vimos que o setor de res- tauração cresce a cada dia, trazendo novidades que agregam ao setor, trazendo inovação e desafios ao mercado. É como se fosse o setor de moda, o que é moda ou o que é contemporâneo? O que dita o cardápio mesmo estando dentro da tipologia escolhida é o consumidor. Hoje aluno você já pode olhar para os restaurantes da sua cidade e classificá-los: este é de especialidade ou é mais tradicional. A escolha do conceito dita a forma da elabo- ração de um cardápio, lembre-se sem conceito não existe identidade e sem identidade não existe fidelização de clientes, e o mundo muito grande não queira agradar todo mundo, nem caberiam nas cadeiras do seu restaurante. 53UNIDADE II Tipologia de Cardápio MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO • Título: Alimentação de Coletividade: uma abordagem gerencial • Autora: Célia Silvério Vaz • Editora: Celia Vaz; Edição: 3 2011. • Sinopse: Para os diversos atores do mercado do food service no Brasil, o entendimento da atividade como um negócio ainda está distante. Daí a transformá-los em profissionais desse mercado, a distância é idêntica. Tanto para aqueles que atuam em restaurantes comerciais como para aqueles que o fazem em restaurantes para coletividade, as fontes e recursos para a formação profissional são ainda precários - poucas escolas de gastronomia, reduzida literatura abordando o tema no Brasil, escassos grupos de estudo, inexistência de uma base de dados sobre esse mercado etc. FILME/VÍDEO • Título: a 100 passos de um sonho • Ano: 28 de agosto de 2014 • Sinopse: No sul da França, Madame Mallory (Helen Mirren) é uma respeitada e autoritária dona de um restaurante estrelado no famoso guia Michelin que está cada vez mais preocupada com um estabelecimento indiano, concorrente, que abriu do outro lado da rua doseu empreendimento. Ela trava uma verdadeira guerra contra o vizinho, mas aos poucos conhece o filho do seu adver- sário, Hassan Kadam (Manish Dayal), um garoto com verdadeiro talento para a culinária. Os dois tornam-se amigos, e Mallory passa a guiá-lo pelos conhecimentos da refinada gastronomia francesa, sem abandonar a tradição indiana, encorajando-o a alçar voos muito mais altos. http://www.adorocinema.com/filmes/agenda/week-2014-08-28/ 54 Plano de Estudo: • Composição e Objetivos da Ficha Técnica • Caraterísticas da Receita ou ficha técnica • Gestão Financeira do Serviço de Alimentação • Outros custos de uma Refeição Objetivos de Aprendizagem: • Conceituar e contextualizar a importância do uso da ficha técnica em restaurantes; • Apresentar a ferramenta de ficha técnica como instrumento de gestão; • Estabelecer a importância do controle financeiro na gestão de restaurantes; • Apresentar outros custos na composição de uma refeição. UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira Professora Mestre Queila Turchetto 55UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira INTRODUÇÃO Caro aluno (a) em primeiro lugar gostaria de ressaltar a importância da ferramenta que irei lhes apresentar nesta Unidade. A ficha técnica é uma das grandes pás para o verdadeiro sucesso de um empreendimento no setor de restauração. “Ficha Técnica (...) é, portanto, um instrumento gerencial e de apoio operacional, pelo qual se faz o levantamento dos custos, se ordena as etapas de preparação e montagem dos pratos que são, ou podem vir a ser preparados pelo restaurante.” (VASCONCELLOS, 2002, p.36) A ficha técnica é um instrumento de padronização, é como se fosse uma fórmula matemática, onde são necessários a cada passo ser perfeitamente descritos para que outra pessoa ao ler, saiba exatamente segui-la e conseguir reproduzir perfeitamente. A necessidade de padronização no setor de restauração é uma forma de fidelização de clientes, se um dia ele te visita e gosta de algo que consumiu, ele irá voltar para consumir a mesma produção, até mesmo para mostrar a alguém. Os benefícios da padronização vão além da fidelização de clientes, otimiza tempo, reduz tempo de produção, desperdiça menos ingredientes e claro ajuda o estabelecimento a poupar dinheiro, é ou não é uma pá para o sucesso? 56UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira 1 COMPOSIÇÃO E OBJETIVOS DA FICHA TÉCNICA A ficha técnica funciona como um instrumento de ordenação, são como fórmulas escritas que podem ser utilizadas contra a rotina, a improvisação e a estagnação, servem como requisitos fundamentais para o controle operacional de um restaurante. Permitindo determinar o fluxo da operação e analisar os pontos críticos de controle de qualidade, além de gerenciar os custos e mão-de-obra. Podemos considerar a ficha técnica como um instrumento de gestão barata e eficiente e de indispensável uso nos restaurantes, para reforçar vamos listar os objetivos principais: • Permitir que a receita seja reproduzível; • Redução do tempo de preparo; • Padronização e qualidade do produto final; • Baixar custos; • Coordenador custos com mão-de-obra e ingredientes; • Padronizar os processos de produção na cozinha; • Elaboração de cardápios criativos; • Manter as características sensoriais mesmo sendo produzidas por pessoas diferentes; • Reduzir capital de estoque. 57UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira 2 CARACTERÍSTICAS DA RECEITA OU FICHA TÉCNICA A ficha técnica deve ser um instrumento de fácil uso e entendimento, basicamente deve apresentar o nome do prato, rendimento ou número de porções, ingredientes e quan- tidades e unidades de medidas, valor dos produtos e detalhadamente o passo a passo para produção. SAIBA MAIS Não é aconselhável a utilização de medidas caseiras. Não existe uma padronização em tamanho de xícaras, copos e talheres, dificultando a reprodução da receita, posterior- mente. Fonte: a autora. O nome a ser utilizado na ficha técnica deve ser claro e deve representar a categoria em que está alocado, por exemplo: doce belga (doce a base de gelatina e pudim) – setor de sobremesas. Os ingredientes devem obrigatoriamente serem citados em sua ordem de utilização e podem ser numerados e classificados. A utilização de marcas de produtos em fichas técnicas só ficam permitidas se o produto realmente fará diferença no produto final ou se 58UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira o receituário for parte de propaganda. Termos culinários ou em outros idiomas devem ser explicados ou traduzidos. Não se deve utilizar unidades de medidas diferentes. (ex: 1 xícara de leite e 200ml de leite) - Lembrando que utilizar medidas caseiras não é uma boa escolha. O modo de preparo em toda receita deve ser escrito no mesmo tempo verbal, utilize sempre termos de fácil compreensão, além de mencionar todos os ingredientes descritos. Sempre inicie com os procedimentos de pré-preparo, tais como higienização, dessalga, subdivisão, marinadas dentre outros processos necessários. SAIBA MAIS Algo que aprendi com a rotina da cozinha é que em primeiro lugar, não julgue e segundo não pense que você tenha mais ou menos conhecimento, ao elaborar uma ficha técnica pense que ela precisa ser compreendida por todos. Fonte: a autora. Tabela 01: Modelo de Ficha Técnica (Silva & Martinez, 2008 p. 30-31). Setor: Nome da preparação culinária: Número ou classificação: Categoria da receita culinária (sobremesa, entrada, carnes, sopas, guarnições, lanches, bebida): Padronização da Receita culinária Ingredien- tes Medida caseira Medida P a d r ã o (g) Per Capita Fator de correção Custo Per capita Quantidade Para 100 por- ções Quantidade por refeição (al- moço, jantar, ceia, etc.) Modo de Preparo: 1. Colocar..... 2. .... 3. .... 4. ... Equipamentos e Utensílios 59UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira Preparo em micro-ondas ou forno combinado Congelamento, decoração e sugestão de acompanhamento Tempo de preparo: Preço de Venda total: No de porções: Preço de venda por porção: Peso da porção: Custo do alimento: Medida caseira da porção: 5% de quebras ou perdas: Rendimento: Preço + ICMS: Custo total: Custo da porção: TOTAL: Observações: Perfil Nutricional: Valor Energético da preparação: Valor Energético da porção: Proteínas Lipídeos Carboidratos Outro Nutriente Total (g) Total (cal) Tabela 02. Modelo de ficha técnica Fonte: A autora. 60UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira A ficha técnica parece uma ferramenta complicada, mais ela é na verdade muito fácil, porém não posso dizer que não é trabalhosa, porém após as primeiras a prática torna-a um dos exercícios mais prazerosos na cozinha, falando nisso a ficha técnica deve ser realizada de preferência no local em que as produções irão ser realizadas, a chama do boca do fogão interfere em tempo de cocção a panela a ser utilizada, padronizar é descrever exatamente como foi feita até nos pequenos detalhes. SAIBA MAIS Falar sobre ficha técnica me lembra sobre um trabalho recente onde ao padronizar uma receita de cocção de rabada, a panela de pressão - em minha casa para teste de sabor - pegou em 25 minutos e deixei 1 hora na pressão, no restaurante com fogão de baixa pressão, ela demorou 1 hora e meia para pegar pressão e deixei 20 minutos na pressão. Reforçando, cozinhar em casa – não é igual que no restaurante. Fonte: a autora. É importante para que sejam padronizados os ingredientes durante a escrita da ficha técnica que a cozinha possui utensílios básicos para pesos e medidas: • Balança digital eletrônica e balança digital eletrônica de precisão: utilizo as duas balanças em padronizações, uma para as porções maiores de 50g e a balança de precisão para temperos, mais é necessário padronização até de temperos? Claro! Padrão é padrão. Figura01: Balança digital eletrônica 61UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira Figura 02: Balança digital de precisão • Copo Medidor: para medição de líquidos é importante saber a técnica correta para medição de líquidos. Mantenha o copo sob uma superfície reta e olhe na altura do líquido. Olhar de baixo para cima ou de cima para baixo, fará que tenha uma medicação incorreta. Costumo padronizar algumas receitas o líquido em peso, porque facilita a medição em alguns casos. Figura 03: Copo Medidor 62UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira • Colheres medidoras: as colheres medidoras ajudam a padronização de tem- peros, pesar sempre 1g, 5g, 10g em balanças de precisão podem atrasar o serviço, assim de acordo com a densidade/volume do tempero padronizado utilizando as colheres, agiliza e facilita a produção. Figura 04: Colheres medidoras. SAIBA MAIS Como consultora de restaurante utilizo a ficha técnica como instrumento de criação, ao desenvolver um cardápio para um restaurante, todo o processo criativo é realizado direito na ficha técnica. Nos dias dos testes eu e minhas balanças, copos e colheres medidoras vamos ao local que irá se produzido o alimento e realizo todos os preparos para padronizar as fichas técnicas. Este trabalho é um dos mais importantes para um restaurante, e é aí que entendemos que a forma que cozinhamos em casa não é a mes- ma que um restaurante. Fonte: a autora. Além de toda informação escrita da ficha técnica é importantíssimo em restaurantes a padronização de apresentação do prato, portanto faz-se necessário apresentar uma foto de boa qualidade da montagem para quem for reproduzir conseguir seguir com exatidão mantendo a padronização na hora de apresentar o produto. 63UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira 3 GESTÃO FINANCEIRA DO SERVIÇO DE ALIMENTAÇÃO Como é o setor de restauração em sua volta? Já reparou como são abertos diversos restaurantes todos os anos e são poucos que se mantém na graça do povo, tornando-se pontos de encontro com carteirinha marcada. Passam por crises, prosperam e continuam ali, às vezes não possuem a melhor comida e porque isto acontece? Podemos pegar caso a caso e analisar e tentar identificar quais foram os erros e acertos de cada estabelecimento, porém se formos elencar apenas um a mais comum seja a falta de experiência na gestão do negócio. O Gestor ou gerente é o profissional responsável por maximizar as partes envolvi- das no negócio, otimizando a utilização dos recursos na produção dos serviços. SAIBA MAIS Não diga que você escolheu gastronomia, porque não gosta de matemática. Mais sai dizendo que começou a gostar de matemática porque na gastronomia ela te fez ganhar dinheiro. Fonte: a autora 64UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira Uma das grandes falhas do gestor é a falta de planejamento. Não planejar uma ficha técnica corretamente, é uma delas. Fazer um planejamento com custos errados e posteriormente ter valores bem maiores - corre-se o grande risco das empresas ditas no começo, existe muito investimento na setor, porém pouca fidelização por baixo controle de custos. Como um dos grandes desafios é o controle financeiro o essencial é ter conheci- mento preciso com o que ocorre com o dinheiro nos negócios e se ter controle da empresa que se gerencia ou de que se é proprietário. 3.1 Custo Podemos definir custos como a soma dos gastos necessários para a produção e distribuição dos alimentos. Os custos podem ser relacionados com o volume de produção e serem indiretos ou diretos: • Os custos diretos: são aqueles que relacionamos aos gastos com matéria prima, mão-de-obra e são de fácil identificação. • Os custos indiretos: são aqueles que não são relacionados diretamente com a matéria prima, mas são essenciais para que a empresa funcione. Estes custos não são fáceis de identificar, como exemplo o custo da energia elétrica, aluguel, gás como todo um um restaurante. Nos serviços de alimentação os custos são classificados em cinco componentes: • Matéria prima ou gêneros alimenticios: gastos com produtos alimenticios. SAIBA MAIS Um dos maiores erros na hora de calcular o preço de venda, é utilizar apenas os dados com o custo com matéria prima para multiplicar por 3 e achar que terá um lucro de 200% em cima do produto. Fonte: a autora. 65UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira • Materiais descartáveis: material descartável, tanto para produção quanto para distribuição do produto produzido. • Gastos gerais de produção ou custos indiretos de fabricação: compreendem outros gastos com a produção de alimentos como o próprio gás, material de limpeza, energia. • Mão de obra: gastos com a mão de obra em geral, da produção a distribuição do alimento. • Impostos: percentagem definidas por lei, sobre venda ou faturamento da em- presa. 3.2 Custo Unitário da matéria-prima A matéria prima é conhecida como o item de maior utilização em uma empresa. Cada setor utiliza sua matéria prima, em um restaurante, estamos falando de produtos alimentícios. Ao se calcular o custo unitário, busca-se conhecer o valor que foi gasto com maté- ria-prima para se produzir cada produto ou serviço. Podemos calcular o custo unitário de produtos alimentícios com base no consumo per capita: • Listar todos os ingredientes e respectivas quantidades em per capita a serem utilizados na produção (lembra da ficha técnica)?; • Multiplicar as quantidades per capita de cada produto pelo seu valor unitário; • E por fim somar os valores encontrados de custo per capita de cada alimento. Veja o exemplo na tabela: 66UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira Tabela 3. Cálculo do custo unitário de produtos alimentícios per capita Produtos Alimentícios Quantidade per capita (*) - kg Preço/kg (R$) Custo per capita (R$) Feijão Coxa de Frango Tomate Batata Arroz Outros produtos alimentí- cios 0,04 0,25 0,10 0,15 0,10 3,00 3,60 2,00 1,60 2,00 0,12 0,90 0,20 0,24 0,20 1,54 Custo Unitário Total 3,20 (*) Valores referencias médios. Fonte: (Vaz, 2011, página 75) Assim, teremos o custo unitário de produtos alimentícios R$ 3,20 3.3 Cálculo do custo unitário de produtos alimentícios com base no consumo por preparações ou serviços: • Inicialmente é necessário listar todos os gêneros alimentícios e as quantidades utilizadas na produção; • Multiplicar a quantidade de cada ingrediente pelo custo unitário; • Realizar a soma dos valores encontrados de cada alimento. • Aplicar o valor na fórmula ⇒ Custo unitário dos produtos alimentícios: custo total de produtos alimentícios utilizados na produção / número de produtos ou serviços produzidos. 67UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira Tabela 4: Cálculo do custo unitário de produtos alimentícios para se produzir 100 refeições. Produtos Alimentícios Quantidade Total (*) - kg Preço/kg (R$) Custo per capita (R$) Feijão Coxa de Frango Tomate Batata Arroz Outros produtos alimentícios 4 25 10 15 10 3,00 3,60 2,00 1,60 2,00 12 90 20 24 20 154 Custo Total 320 (*) Valores referencias médios. Fonte: (Vaz, 2011, página 76) Aplicando a formula, teremos: Custo unitário dos produtos alimentícios: custo total de produtos alimentícios utili- zados na produção / número de produtos ou serviços produzidos. Custo unitário dos produtos alimentícios = R$ 320 / 100 Custo unitário dos produtos alimentícios = R$ 3,20 Na prática a viabilidade de cálculo ao comparar as duas formas aplicadas, con- clui-se que o consumo per capita permite fazer os cálculos com qualquer quantidade de usuários permitindo contemplar uma margem de segurança. 68UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira 4 OUTROS CUSTOS DE UMA REFEIÇÃO Podemos considerar gastos decorrentes a produção que não estão ligados à mão- -de-obra, aos impostos ou a matéria prima, mais sim a gastos com o aluguel, gás, energia elétrica, lavanderia, material de limpeza,telefone, entre outros. A boa parte destes gastos não possui relação direta com o volume de produção. São de difícil identificação e para poder encontrar o custo unitário desses gastos é preciso utilizar um sistema de rateio. Para elaboração do rateio ou distribuição proporcional é necessário que a empresa aplique um critério que pode ser estimado ou até mesmo arbitrado, como em restaurante a aplicação que se aplique em uma produção com diversos produtos e é necessário que: • Faça o rateio proporcional ao tempo gasto para produção, atribuindo maior valor aqueles que possuem maior tempo de produção. • Fazer o rateio proporcional a quantidade de cada produto ou serviço, atribuindo maior valor aqueles que são produzidos em maior quantidade. • Fazer o rateio dos custos relacionados a matéria prima e de produtos descartá- veis, atribuindo maior valor aqueles de maior gasto. 69UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira Para exemplificarmos o custo unitário dos gastos gerais de produção por rateio observe a tabela a seguir: Tabela 05: Exemplo de custo mensal com material de limpeza. Serviço Custo direto unitário (R$) Quantidade do Serviço Custo direto total de matéria prima e produ- tos descartáveis (R$) Almoço Desjejum 4,00 1,00 6.000 4.000 24.000,00 4.000,00 TOTAL DO CUSTO DIRETO 28.000,00 Fonte: Vaz, 2011 p. 78 A tabela representa o exemplo de um restaurante com um custo mensal com mate- rial de limpeza (relacionamos ao custos indiretos) de R$ 1.400,00, oferecendo mensalmente 6.000 refeições no almoço e 4.000 no desjejum. O custo unitário da matéria prima e produtos descartáveis (relacionamos aos custos diretos) do almoço é de R$ 4,00 e do desjejum de R$ 1,00. O rateio do custo mensal e produtos de limpeza foi calculado proporcionalmente ao custo direto da matéria prima e de produtos descartáveis como representado na tabela. R$ 28.000,00 (custo direto) = 100% R$ 1.400,00 (custo indireto de produtos de limpeza) = X% X = 1.400 x 100 / 28.000 X = 140.000 / 28.000 X = 5% Assim, o custo unitário direto deverá ser acrescido de 5%: Custo do almoço: R$ 4,00 + 5% = R$ 4,20 Custo do desjejum: R$ 1,00 + 5% = R$ 1,05 70UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira CONSIDERAÇÕES FINAIS É importante considerarmos que a ficha técnica é uma importante ferramenta que auxilia na definição de custos e porcionamento, garantindo equilíbrio dos pratos, a gestão operacional e custos adequados. Sendo uma importante fonte de informação sobre a com- posição nutricional, atuando na previsão de compras e controle de estoque. A ficha técnica ainda auxilia no pré-preparo e preparo de qualidade, sem esta fer- ramenta não seria possível realizar compras sem desperdício, informar ao cliente quais ingredientes e o modo de preparo (se necessário - em caso de alergias), calcular custos, treinamento de novos funcionários, a informatização e engenharia de cardápio seria impos- sível sem o uso desta ferramenta. 71UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira LEITURA COMPLEMENTAR Restaurantes em 2030: sete tendências para o empresário ficar de olho PUBLICADO EM: 25/11/2019 Restaurantes norte-americanos vão faturar US$ 1,2 trilhão até o final da década, gerando mais de 17 milhões de empregos. E o Brasil não ficará imune a isso, mas as condi- ções econômicas e a baixa qualificação devem atrasar a chegada destas novas tecnologias Os restaurantes do futuro serão mais sociais, com menor ênfase na rotatividade dos clien- tes. Foto: Bigstock A evolução do mercado de gastronomia nos Estados Unidos para a próxima déca- da é tema de um estudo divulgado recentemente pela National Restaurant Association, a associação que congrega proprietários de restaurantes daquele país. A entidade aponta o uso de tecnologias de inteligência artificial — como streaming, robôs e até mesmo drones — como a principal tendência dos restaurantes do futuro. O estudo, elaborado em parceria com a American Express e a Nestlé Professional, aponta que os restaurantes norte-americanos vão faturar US$ 1,2 trilhão (R$ 4,7 tri) até o final da década, gerando mais de 17 milhões de empregos. E o Brasil não ficará imune a isso, mas as condições econômicas e a baixa qualificação devem atrasar a chegada destas novas tecnologias. 72UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira Restaurante inteligente – interação de clientes e restaurantes em tempo real através de aplicativos e assistentes virtuais como Siri (Apple) e Alexa (Amazon). Cozinha na nuvem – restaurantes que vendem apenas por aplicativos com entrega em domicílio, com novas cadeias surgindo rapidamente em âmbito regional ou nacional. Entregas autônomas – veículos conduzidos por inteligência artificial e drones farão a entrega de pedidos em domicílio. Apps próprios ou de terceiros – mais restaurantes devem criar seus próprios aplicativos além dos marketplaces já bastante difundidos. Há previsão da entrada de novos players no mercado, como celebridades chancelando algumas marcas. Big Tech Bundles – serviços de streaming como Netflix ou Amazon Video podem combinar serviços de entrega de refeições existentes para criar uma experiência completa de jantar e entretenimento. Restaurante biônico – tecnologias de automação com robôs preparando a comida de acordo com o gosto do cliente, além de sistemas de inteligência artificial que analisam as características dos ingredientes que serão usados em diferentes combinações de pratos. Destinos sociais – o estudo aponta para um declínio das praças de alimentação de shoppings centers e espaços de fast-food, e a ascensão de restaurantes mais casuais com menor ênfase na rotatividade das mesas. Fonte: https://abrasel.com.br/noticias/noticias/restaurantes-em-2030-sete-tendencias-para-o-empresario-fi- car-de-olh/ https://abrasel.com.br/noticias/noticias/restaurantes-em-2030-sete-tendencias-para-o-empresario-ficar-de-olh/ https://abrasel.com.br/noticias/noticias/restaurantes-em-2030-sete-tendencias-para-o-empresario-ficar-de-olh/ 73UNIDADE III Ficha Técnica e Gestão financeira MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO • Título: Restaurantes - Controlando custos e aumentando lucros • Autor: Célia Silvério Vaz • Editora: Celia Vaz; Edição: 2 2011. • Sinopse: É uma obra que complementa o livro “alimentação de Coletividade”, tratando agora mais profundamente do controle de custos, como custos com mão de obra, custos indiretos de fabricação, custos com matéria-prima, gestão de estoque, controle de custos, apuração de resultados e percentuais de custos em relação à receita. FILME/VÍDEO • Título: CHEF • Ano: 14 de agosto de 2014 (1h 54min) • Sinopse: Carl Casper (Jon Favreau) é o chef de um restaurante badalado de Los Angeles, mas volta e meia enfrenta problemas com o dono do local (Dustin Hoffman) por querer inovar no cardá- pio ao invés de fazer sempre os pratos mais pedidos pelos clien- tes. Um dia, um renomado crítico gastronômico (Oliver Platt) vai ao restaurante e publica uma crítica bastante negativa, baseada justamente no fato do cardápio ser pouco criativo. Furioso, Casper vai tirar satisfação com ele e acaba demitido. Pior: a briga vai parar na internet e se torna viral, o que lhe fecha as portas nos demais restaurantes. Sem saída, ele recebe a ajuda de sua ex-esposa (Sophia Vergara) para reiniciar a vida no comando de um trailer de comida. WEB • A visão de um chefe sobre ficha técnica: • https://infood.com.br/ficha-tecnica-e-essencial-para-a-operacao- -da-sua-cozinha/ http://www.adorocinema.com/filmes/agenda/week-2014-08-14/ https://infood.com.br/ficha-tecnica-e-essencial-para-a-operacao-da-sua-cozinha/ https://infood.com.br/ficha-tecnica-e-essencial-para-a-operacao-da-sua-cozinha/ 74 Plano de Estudo: ● Índices de Desempenho ● Calculo de Preço de Venda ● Engenharia de Cardápio ● Análise Gráfica para engenharia de Cardápio Objetivos de Aprendizagem: ● Definir os índices de desempenho primordiais para gerenciamento de cardápios;
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