Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Neurologia AVC Isquêmico Depois da fase hiperaguda, deve ser feita uma investigação quanto ao mecanismo que levou ao AVC. Essa investigação pode ser feita com doppler de vasos e coração. Quanto a etiologia De pequenos vasos: Lacuna microvascular (diagnostico pela imagem do paciente na internação depois da fase hiperaguda), será dupla antiagregação com AAS e clopdogrel por três meses. De grandes vasos: O tratamento será AAS OU clopidogrel e, posteriormente, avalia se há a necessidade ou não de ser feita alguma cirurgia nesses vasos Cardioembólico Anticoagulante Quadro Clínico Vai ser apresentado um quadro clínico de uma síndrome neurovascular, com déficit neurológico focal. Exemplos: Hemiparesia direita + afasia -> síndrome neurovascular acometendo cerebral média esquerda. Hemiparesia esquerda + heminegligência -> cerebral média direita. Hemianopsia homônima -> lesão em território posterior da artéria occiptal, em córtex contralateral. Ataxia cerebelar -> território posterior do cerebelo. Hemiparesia direita + afasia de expressão -> ínsula esquerda (giro pré-central esquerdo), na cerebral média esquerda. O único exame diagnóstico na fase hiperaguda do AVC é o dextro. Tomografia apenas para dizer se há ou não sangramento na fase hiperaguda (hipoatenuação). Diagnósticos diferenciais de AVC • Epilepsia • Infecções sistêmicas • Tumores cerebrais • Distúrbios tóxico-metabólicos • Vertigem postural benigna • Cardiopatia isquêmica • Síncope • Traumatismo Craniano. Conduta Depende de qual fase do AVC o paciente está Janela de trombólise: 4,5h da última vez em que foi visto bem- a conduta será sempre a de trombólise (é quebrar o trombo, não é antiagregar e nem anticoagular) Para a trombólise, é necessário colocar o paciente nos critérios de inclusão e se certificar de que não há nenhum critério de exclusão. Critérios de inclusão: • AVC com sintomas debilitantes • Mais de 18 anos • Início dos sintomas até 4,5h da última vez visto bem Contraindicações Plaquetas < 100.000 Discrasia sanguínea INR > 1,7 TCE grave nos últimos 3 meses AVCi últimos 3 meses Hemorragia intracraniana prévia História de hemorragia sub araracnoidea História de endocardite infecciosa história de dissecção aortica Cirurgia no SNC nos últimos 3 meses Neoplasia intraxial craniana Neoplasia ou sangramento no TGI nos últimos 21 dias Hemorragia interna ativa PA > 185x110 intratável Atenção: não é uma contraindicação absoluta. Para o tratamento, se deve baixar apenas um pouco menos que esse nível (tridil). Discrasia sanguínea Uso de heparina < 48 com tempo de tromboplastina parcial ativa (TTPa) alterado Enoxaparina dose anticoagulante completa < 24h Uso de novos anticoagulantes orais (NOACs) com alteração nos testes de coagulação TC crânio com hiperatenuação TC crânio com hipodensidade extensa (> 1/3 do hemisfério) Objetivos do tratamento do AVC (além da trombólise), também incluem a profilaxia secundária, que consiste em: Evitar lesão secundária e otimizar a circulação colateral, por meio de: Não permitir febre, hipoxemia, engasgos, hiper/hipoglicemia. Hidratação adequada. Se o paciente não é elegível para trombólise, se pode realizar a profilaxia secundária Para os AVCs que chegam já em fase aguda (primeiras 24-48h), quando já passou a janela de trombólise, e ainda não se sabe qual foi o mecanismo (cardioembólico, pequenas ou grandes artérias etc.), o protocolo é ofertar a todos os pacientes um antiagregante (AAS ou clopidogrel (se posteriormente descobrir que a causa for cardioembólica, vai usar anticoagulante depois, mas no começo vai receber antiagregante do mesmo jeito)) e estatina. (além de evitar danos secundários e otimizar a circulação colateral) Após esse tratamento, se deve investigar a causa que levou ao AVC, por meio de um estudo de vasos (doppler de carótidas, angiotomografia/ angioressonância de artérias cervicais e intracranianas, além de um estudo do coração feito por raio X de toráx, ECG e ecocardiograma (se foi de grandes artérias ou cardioembólico) Posteriormente, cabe o neurologista (e não ao clínico) ajustar a terapia adequada, pois pode ocorrer transformação hemorrágica. Quando o paciente chega no PS com suspeita de AVC, se deve pegar um acesso e já mandar a amostra para fazer hemograma e coagulograma, mas não se espera chegar os resultados para a trombólise, a não ser que o paciente afirme que tem discrasia sanguínea, faz uso de anticoagulante, é hepatopata etc. caso contrário, se deve assumir que o paciente não tem essas contraindicações e logo trombolisar AVC Hemorrágico Lembrar das diferenças da hemorragia intraparenquimatosa para a hemorragia subaracnóidea- acontecem em localizações muito diferentes. Hemorragia intraparenquimatosa Quadro clínico Mesmos que isquêmicos Cefaleia, náuseas, vômitos, sonolência (hipertensão intracraniana) Piora dos sintomas ao longo de minutos a horas – expansão. Hemorragia subaracnoide Quadro Clínico Mais rápido do que hemorragia parenquimatosa Cefaleia, náuseas, vômitos, sonolência, convulsão Presença de sinais de irritação meníngea (inflamação) Opstóteno com breve perda de consciência Hipertermia, aumento PA Normalmente não há déficits focais se ocorrer por compressão aneurismática (vasoespasmo) de NNCC Nos dois casos, se deve controlar a pressão, tratar a hipertensão intracraniana (elevação de cabeceira, sedação, diuréticos, hiperventilação, manitol), evitar danos secundários causados por hipo/hiperglicemia, hipertermia e deixar o paciente hidratado. No caso da subaracnoide, se pode administrar nimodipil para evitar vasoespasmo. Ambos têm indicação cirúrgica (não vai cobrar as indicações): - O tipo de cirurgia na intraparenquimatosa depende do volume e do local - Na subaracnoide, há a necessidade de clipar o aneurisma. Se houver uma questão com clínica sugestiva de HSA (cefaleia, rigidez de nuca, opstóteno etc.), entretanto, a tomografia está normal, não se pode descartar que não é HSA apenas pela TC, pois também é indicado puncionar o líquor para ver a coloração. Não vai cobrar classificação de HSA. Vai cobrar as complicações da HSA: Ressangramento Vasoespasmo e isquemia HIC Hiponatremia Convulsão Anatomia Vai cobrar de maneira indireta (raciocínio clínico e território topográfico) Exemplos de manifestações clínicas e topografia Fraqueza importante, atrofia, fasciculações e reflexos hipoativos ou abolidos: síndrome de neurônio motor inferior (corno anterior da medula) Fraqueza, atrofia não muito pronunciada, reflexos exaltados (os patológicos também estão presentes- Babinsky), espasticidade, tônus hipertônico: Síndrome Piramidal (giro pré-central). Tronco Síndrome mais complexas com muitos sintomas Pode cobrar em qual altura do tronco de acordo com o nervo craniano, exemplo: Disfunção de IX e X par- disfagia, alteração da motricidade do véu palatino, diminuição da sensibilidade do reflexo nauseoso: bulbo médio- alto Alteração vestibular, de mímica facial, do nervo abducente- ponte baixa (VI e VII par). Alteração do troclear- ponte alta. Alteração do III par- mesencéfalo alto. Ínsula esquerda -> área de Brocat -> afasia de expressão. Giro pré-central -> hemiparesia contralateral. Giro pós-central -> hemi/hipoestesia contralateral. Córtex occiptal -> hemianopsia contralateral Ataxia -> cerebelo. Exame Neurológico Vai dar um quadro clínico com uma manobra alterada e perguntar se é território anterior ou posterior. “Os sinais apresentados são ataxia apendicular?” Manobra index-nariz alterada + a manobra calcanhar-nariz alterada -> indica alteração de cerebelo e quem irriga essa região é a artériaposterior vértebro-basilar. Qual é o território de irrigação? Caso de cefaleia + náusea + vomito + foto de fundo de olho (normal ou com papila cheia de hemorragia): interna ou não? Exame neurológico + fundo de olho normal Paralisia facial: é de padrão central ou periférico? Cabe internação ou não? Central- só acomete andar inferior Periférico- acomete andar superior e inferior (via de regra- Paralisia de Bell). Há exceções, as centrais extendidas.
Compartilhar