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Teorias dos sujeitos Benveniste e Charaudeau

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SUBJETIVIDADE E ENUNCIAÇÃO EM BENVENISTE
Introdução à Análise do Discurso
Wander Emediato
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1. Crítica da linguagem como Instrumento de comunicação
Razões da visão instrumental: a linguagem serve para transmitir: ordens, questões, anúncios. 
Restrições: outros meios, que não a linguagem, também serviriam para cumprir o mesmo objetivo (sinais, gestos, mímicas etc).
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 Natureza e linguagem
Instrumentos são fabricações: flecha, martelo, roda são instrumentos. São exteriores ao homem.
A linguagem está no homem, ele não a fabricou. (critica a idéia original de um homem elaborando com outro a linguagem, nos primórdios)
O homem é um sujeito falante.
É por e na linguagem que o homem se constitui em sujeito. A linguagem, em sua realidade própria, funda o conceito de “ego”
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Subjetividade
Definição: capacidade do locutor de se colocar como sujeito
É ego quem diz ego, determinado pelo estatuto lingüístico da pessoa.
(com isso Benveniste se diferencia do conceito psicológico de ego e de subjetividade afetiva)
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EU E TU – fundamentos lingüísticos da subjetividade
Consciência de si é dada por contraste. Eu só diz eu se dirigindo a un tu. Condição do diálogo.
A linguagem só é possível porque cada locutor se coloca como sujeito remetendo a si mesmo como eu em seu discurso. 
O outro ao qual eu se dirige como tu se torna o seu eco, tratando por sua vez eu de tu. Posições reversíveis e complementares. Condição da linguagem.
Cai a antinomia entre indivíduo e sociedade.
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Língua e expressão da pessoa
Uma língua não se concebe sem expressão da pessoa.
Pronomes não remetem a nenhum conceito nem a um indivíduo.
Pronomes se diferem de todos os outros signos da língua, pois não remetem a nenhum conceito, mas a um ato de discurso individual, remete a um locutor, uma instância do discurso.
Signos remetem a uma realidade, os pronomes remetem apenas a uma realidade do discurso.
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Categorias da língua e da dêixis
Pronomes
Demonstrativos
Advérbios
Organizadores espaciais e temporais em torno de ego.
Isto, este, aquele, aqui, lá, agora, o ano passado, ontem, amanhã, atrás de mim. Só ganham sentido em relação a uma instância do discurso.
Verbos (performativos): eu prometo, eu garanto, eu juro (compare com ele promete…)
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O aparelho formal da enunciação
Condições de emprego das formas não são idênticas às condições de emprego da língua.
A enunciação é essa colocação em funcionamento da língua por um ato individual de utilização.
É o ato de produzir um enunciado e não o texto do enunciado que é o objeto.
Definir a enunciação em seu aspecto formal de realização.
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As condições da enunciação
1. O ato de enunciação: introduz o locutor como condição necessária. (antes da enunciação a língua é apenas possibilidade)
Após a enunciação a língua é efetuada em uma instância de discurso. 
Enunciação pode se definir como um ato de apropriação (do aparelho formal).
Toda enunciação postula um alocutário.
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As condições da enunciação
2. A referência: apropriação da língua exprime uma certa relação com o mundo. 
Necessidade de referir supõe a possibilidade de co-referir identicamente (consenso pragmático, locutor é sempre um co-locutor). 
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Formas vazias (ostensão) e formas plenas (intensão)
Formas vazias remetem às coordenadas temporais, espaciais e pessoais.
Formas plenas remetem a conceitos (nomes) 
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Uma teoria dos sujeitos da Linguagem
Introdução à Análise do Discurso
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Identidade e legitimidade
Falar da comunicação humana é, antes de tudo, falar do problema da identidade do sujeito falante, enquanto ser comunicante e, portanto, de seu direito de comunicar.
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Construção do sentido
- O sentido está voltado para os parceiros do ato de linguagem, determinando o modo de existência dos sujeitos falantes.
- O sentido se constrói sobre a teatralização generalizada da vida comunitária, o jogo cotidiano dos simulacros. 
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Princípios de base do Ato de comunicação
- Princípio de interação: define o ato como um fenômeno de troca entre dois parceiros, os quais se encontram:
em uma relação não simétrica (engajados em trocas de turno com dois tipos de comportamento: produzir/emitir; receber/interpretar);
Ligados por um reconhecimento recíproco dos papéis de base e por um olhar avaliador. Há o eu e o outro, mas o outro constitui o eu. Co-construção.
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Princípios de base do Ato de comunicação
Princípio de pertinência: exige que:
– interlocutor supõe que o locutor tem uma intenção, um projeto de fala;
- os dois partilham um mínimo de dados constitutivos desse ato, sem o que não poderiam dialogar.
- reconhecem a existência de certos saberes sobre o mundo, seus valores e as normas que regulam os comportamentos sociais por rituais linguageiros (saberes compartilhados). 
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Princípios de base do Ato de comunicação
Princípio de influência:
– o que motiva a intenção do sujeito falante se inscreve em uma finalidade acional (ou psicológica) e o obriga a se perguntar: “Como devo falar para agir sobre o outro?” 
A resposta a essa questão implicará o uso de estratégias discursivas (hipóteses- abdutivas - sobre o destinatário).
A toda ação de influência corresponde uma ação de contra-influência.
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Princípios de base do ato de comunicação
Princípio de regulação – se o princípio de influência coloca os parceiros em uma luta discursiva, aqui consiste em colocar em cena certas estratégias cuja finalidade é assegurar a continuidade ou a ruptura da troca comunicativa:
aceitação/rejeição da palavra do outro;
Valorização/desvalorização do parceiro;
Reivindicação/afirmação de uma identidade (coletiva de nós ou individual de eu) 
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Esses quatro princípios formam o que Charaudeau denomina: 
 
 CONTRATO DE COMUNICAÇÃO
Espécie de aliança que lhes permite co-construir o sentido e se legitimar.
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Discurso
Discurso não deve ser assimilado à expressão verbal.
Discurso não é equivalente a texto.
Discurso não é uma unidade que ultrapassa a frase.
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Primeira definição de Charaudeau
1. Discurso está relacionado com a encenação do ato de linguagem.
 Circuito interno 
 espaço do dizer
 Encenação discursiva
Circuito externo - Espaço do fazer social
 Encenação linguageira
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2. Discurso e saberes compartilhados
Discurso está relacionado a um conjunto de saberes compartilhados construído por um grupo social.
Os discursos sociais (ou imaginários sociais) mostram a maneira como as práticas são representadas em um dado contexto sociocultural.
Representações sobre práticas, representações sobre valores.
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Componentes da relação contratual
A) Comunicacional: quadro físico da situação de comunicação: co-presença dos parceiros ou não? Situação monolocutiva ou interlocutiva? Eles se vêem? São únicos ou múltiplos? Que canal e que código semiológico usam?
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Componentes da relação contratual
B) Psicossocial: estatutos reconhecidos nos parceiros; idade, sexo, categoria socio-profissional, hierarquia, parentesco, público, privado etc.
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Componentes da relação contratual
C) Intencional: conhecimentos a priori sobre o outro e sobre si mesmo, qual é o propósito e a pertinência da informação e seu valor estratégico?
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Transformação e transação
A semiotização do mundo
Mundo Sujeito Mundo Sujeito Mundo
a Comunicante significado Interpretante interpretado
Significar (finalizado por Sc)
(finalizado por Si)
 Proc. de transformação
 Processo de transação
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Parâmetros contratuais
– Finalidade (informar? Instruir? Persuadir? Seduzir? Incitar?)
- Identidade (quais papéis devem ser assumidos pelos interactantes? Papéis sociais, papéis discursivos.)
- Tematização/problematização (qual o quadro temático pertinente e em que direção se problematiza? Bakhtin: qual a orientação apreciativa?)
- Dispositivo (quais são as circunstâncias físicas, materiais, espaciais, temporais próprias da situação?)
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Papéis sociais e papéis discursivos
PARCEIROS: assumem papéis sociais (professor, aluno, jornalista, leitor de jornal, político, eleitor, cidadão)
PROTAGONISTAS: assumem papéis discursivos (atitudes enunciativas, enuncivas, axiológicas, vereditivas).
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Bibliografia
Charaudeau, Patrick. Uma teoria dos sujeitos da linguagem. In: Emediato, W. et al. Análises do discurso hoje. V. 1. Rio de Janeiro: Nova Fronteira/Lucerna, 2008.
Charaudeau, P. O discurso das mídias, São Paulo; Contexto, 2006. 
Charaudeau, P. O discurso político. São Paulo: Contexto, 2005.
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