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* * Prof. Edivaldo Ximenes/Enzimologia - UnB Glicólise e Catabolismo de Hexoses Disciplina: Bioquímica Fundamental * * Nos vegetais superiores e nos animais, a glicose tem três destinos principais: pode ser armazenada (polissacarídeo ou sacarose), ser oxidada a compostos de três átomos de carbono (piruvato), através da glicólise, ou ser oxidada a pentoses, através da via das pentoses fosfato (via do fosfogliconato) * * * * Glicólise * * Via Glicolítica * * Via Glicolítica * * Via Glicolítica Glicólise (do grego glykys, “doce” e lysis, “quebra”) Via catabólica central Como a energia armazenada em moléculas como a glicose é usada para realizar trabalho biológico? Única fonte em algumas células e tecidos: Mamíferos (eritrócitos, medula renal, cérebro e espermatozóides); Plantas que estocam amido e algumas aquáticas; Microrganimos anaeróbicos. Precursores para síntese A via De glicose a piruvato 2 fases, 10 etapas Todos açúcares são isômeros D * * Funções da Via Glicolítica Transformar glicose em piruvato. Sintetizar ATP com ou sem oxigênio. Preparar a glicose para ser degradada totalmente em CO2 e H2O. Permitir a degradação parcial da glicose em anaerobiose. Alguns intermediários são utilizados em diversos processos biossintéticos. * * Primeira Fase Consumo de energia Captação da glicose pela célula A captação de glicose pela célula é um processo que consome energia, porém durante as reações seqüenciais da glicólise, parte da energia livre liberada da glicose é conservada na forma de ATP. * * Visão Geral: Fase Preparatória * * Fosforilação de glicose. A glicose-6-fosfato é o produto ativado que não se difunde para fora da célula. A hexoquinase não é uma enzima específica, ela fosforila outras hexoses comuns como a D-frutose e D-manose. A enzima requer Mg2+ porque o verdadeiro substrato dela não é o ATP mas sim o complexo MgATP. Sob condições intracelulares esta reação é irreversível, pois ela forma um composto de baixa energia (glicose-6-fosfato) a partir da hidrólise de um composto de alta energia (ATP) * * Conversão da glicose-6-fosfato em frutose-6-fosfato pela fosfoexoisomerase Esta enzima catalisa a isomerização reversível de uma aldose (glicose-6-fosfato) em uma cetose (frutose -6-fosfato). Pela variação relativamente pequena da energia livre, esta reação processa-se rapidamente em qualquer das duas direções. A enzima também requer Mg2+ e é específica para as duas hexoses (glicose-6-fosfato e frutose-6-fosfato) * * Fosforilação da frutose-6-fosfato em frutose-1,6-bifosfato Reação é irreversível nas condições celulares. A fosfofrutoquinase é uma enzima alostérica (regulátória) sendo uma das mais complexas. Ativadores da fosfofrutoquinase – baixos níveis de ATP e altos níveis de ADP e AMP. Inibidores da fosfofrutoquinase – altos níveis de ATP e ácido cítrico e quando a célula está bem suprida de outros combustíveis como os ácidos graxos. A enzima requer Mg2+ e é especifíca para frutose-6-fosfato. * * Clivagem da frutose 1,6-bifosfato Reação que envolve a ruptura da frutose 1,6-bifosfato para formar duas trioses fosfato diferentes, o gliceraldeído-3-fosfato (aldose) e a diidroxiacetona fosfato (cetose). Pode ocorrer nas duas direções. Durante a glicólise os produtos da reação (2 trioses fosfato) são removidas rapidamente, deslocando a reação na direção das trioses. * * Interconversão das trioses fosfato Apenas uma das trioses fosfato formada (gliceraldeído-3-fosfato) pode ser diretamente degradada nos passos subseqüente da glicólise. Com evolução dos organismos e para não haver acúmulo de diidroxiacetona na célula, surgiu a enzima triose-fosfato-isomerase que é extremamente ativa e converte rapidamente a diidroxiacetona fosfato em gliceraldeído-3-fosfato pela reação: * * Interconversão das trioses fosfato Esta reação completa a fase preparatória da glicólise; nela a molécula de hexose foi fosforilada em C-1 e C-6 e então dividida para formar, em última instância, duas moléculas do gliceraldeído-3-fosfato. Outras hexoses como D-frutose, D-manose e D-galactose também são conversíveis em gliceraldeído-3-fosfato. * * Segunda Fase Produção de energia Esta fase converte parte da energia contida na molécula de glicose em ATP, que será armazenada na célula. * * Visão Geral: Fase de Pagamento * * Oxidação do gliceraldeído-3-fosfato em 1,3-bifosfoflicerato É a primeira reação da via glicolítica a envolver reação de oxi-redução formando um composto de alta energia (ácido 1-3 difosfoglicérico); este composto é chamado de acil fosfato. O agente oxidante envolvido é a conenzima NAD+. A reação é facilmente reversível devido ao baixo Gº’ da hidrólise. A enzima gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase é um tetrâmero e cada subunidade liga-se a uma molécula de NAD+. A enzima possui grupos sulfidrilas (S-H) que devem estar livres (reduzidos) para a atividade catalítica. O NADH formado nessa reação precisa ser re-oxidado, até NAD+ pois as células contém quantidades limitadas de NAD+. * * Transferência do fosfato do 1,3-bifosfoglicerato para o ADP A enzima fosfoglicerato quinase transfere o grupo fosfato de alta energia do grupo carboxila do 1,3-bifosfoglicerato para o ADP, formando ATP e 3-fosfoglicerato. Esta reação e a reação anterior, são reações acopladas cujo intermediário comum é o ácido 1,3-difosglicérico que transfere seu grupo fosfato para o ADP. A soma das reações é: Resultado do acoplamento, ambas reversíveis nas condições celulares, é a formação de ATP pela liberação de energia na oxidação. A formação de ATP pela transferência de grupo fosfato de um substrato rico em energia é conhecida como fosforilação ao nível de substrato. * * Conversão do 3-fosfoglicerato em 2-fosfoglicerato Esta enzima pertence a um grupo de catalisadores, chamados fosfomutases, que transferem grupo fosfato de uma posição para outra na mesma molécula de substrato. A reação ocorre em dois passos como a seguir: 3PGA + P-Enz. (2,3 diPGA – Enz.) P – Enz. + 2PGA Enzima + 2,3 diPGA O íon Mg2+ é essencial para esta reação * * Desidratação do 2-fosfoglicerato para fosfoenolpiruvato Segunda reação glicolítica com formação de um composto de alta e energia (fosfato enólico), mediado pelo processo de desidratação. A saída da molécula de água do ácido-2-fosfoglicérico, provoca rearranjo dos elétrons no ácido fosfoenolpirúvico de modo que uma quantidade maior de energia do composto é libertada na hidrólise. A enzima enolase requer Mg2+ como cofator. * * Transferência do grupo fosforil do fosfoenolpiuvato para o ADP O último passo da via glicolítica é a transferência do grupo fosfato do ácido fosfoenolpirúvico para o ADP para formar o ATP (fosforilação ao nível de substrato). A reação da piruvato quinase é irreversível sob condições intracelulares. A enzima requer K+ e Mg2+ ou Mn2+ para sua atividade. Ela é um importante sítio de regulação. * * Rendimento Energético 2 ATP / Glicose Equação final da glicólise em condições aeróbicas, após cancelamento dos termos comuns dos dois lados da equação Glicose + 2NAD+ + 2ADP + 2Pi 2piruvato + 2NADH + 2H+ + 2ATP + 2H20 * * Visão Geral Fase Preparatória 2 fosforilações Quebra de 1 hexose em 2 trioses ATP é investido para formar compostos com maior energia livre de hidrólise Fase do Pagamento Armazenamento da energia livre na forma de ATP Eficiência >60% na recuperação de energia Apenas 5.2% da energia de oxidação da glicose foram liberados. O restante permanece nas moléculas de piruvato. Intermediários Fosforilados Ionizados em pH 7,0 com carga negativa não atravessam a membrana contra gradiente de concentração sem gasto de energia Transferência para ADP Ligação a Mg2+ e ao sítio catalítico das enzimas * * Três possíveis destinos catabólicos do piruvato formado na glicólise. O piruvato também serve como precursor em muitas reações que não estão mostradas aqui. * * Destinos do Piruvato Respiração aeróbica Fermentação Láctica Alcoólica Reposição do NAD+ TPP; Vitamina B1 (tiamina) * * Fermentação Láctica Reação catalisada pela lactato desidrogenase que requer NADH + H+; O NADH produzido na reação 6 é reoxidado, não havendo acúmulo de NADH nos tecidos. Lactato formado por músculos ativos de animais vertebrados é reciclado. Transportado pelo sangue até o figado convertido em glicose durante a recuperação da atividade muscular. Quando o ácido láctico é produzido em grande quantidade durante contrações musculares vigorosas provoca dores, limitando o tempo de constrações musculares podem ocorrer. * * Fermentação Alcoólica Primeiros organismos vivos provavelmente surgiram em uma atmosfera sem oxigênio. Portanto a fermentação constituiu a maneira mais simples e primitiva de obter energia de moléculas nutritivas, e armazená-la sob a forma de ATP. A fermentação alcoólica é utilizada pelas leveduras e microrganismos que transformam a glicose em etanol e CO2. O piruvato é convertido em etanol e CO2 em um processo de dois passos: A enzima requer Mg2+ e tiamina pirofosfato (TPP) como cofatores. A reação é exergônica e irreversível. A redução ocorre em presença de NADH + H+ derivado da atividade da gliceraldeído-3-fosfato desidrogenase, produzindo etanol. * * Rendimento Energético 2 ATP / Glicose Equação final da glicólise, após cancelamento dos termos comuns dos dois lados da equação Glicose + 2NAD+ + 2ADP + 2Pi 2piruvato + 2NADH + 2H+ + 2ATP + 2H20 * * * * Via das Pentoses Fosfato Produção de pentoses-fosfato e NADPH; Glândulas mamárias, córtex adrenal, fígado e tecido adiposo; Ribose síntese de nucleotídios NADPH síntese de ácidos graxos e hormônios estérois G6P + 2NADP+ Ribose-5-P + 2NADPH + 2H+ * * ESTRATÉGIAS DO METABOLISMO Metabolismo é o conjunto de sistemas enzimáticos (vias metabólicas) altamente coordenados que cooperam para satisfazer as necessidades de todo o organismo. Estratégias: 1. O ATP (adenosina trifosfato) é a moeda corrente de energia. 2. O ATP é gerado pela oxidação de moléculas dos nutrientes tais como glicose, ácidos graxos e aminoácidos. 3. O NAD+ é o principal aceptor de elétrons no catabolismo e o NADPH, o principal doador de elétrons nas biossínteses. 4. As macromoléculas e estruturas supramoleculares (proteínas, polissacarídeos, membranas, ácidos nucleicos) são formados a partir de um conjunto relativamente pequeno de unidades construtoras (aminoácidos, glicose e outros mono-sacarídeos, glicerol, ácidos graxos e bases nitrogenadas). 5. As vias de degradação (catabolismo) e de biossíntese (anabolismo) são interconectadas e coordenadas. * * O catabolismo de proteínas, gorduras e carboidratos nos três estágios de respiração celular. Estágio1: a oxidação dos ácidos graxos, glicose e alguns aminoácidos libera acetil-CoA. Estágio 2: a oxidação dos grupos acetil por meio do ciclo do ácido cítrico inclui quatro passos, durante os quais ocorre a retirada dos elétrons. Estágio 3: os elétrons transportados por NADH e FADH2 são introduzidos na cadeia de transportadores de elétrons no interior das mitocôndrias (bactérias os transportadores estão ligados à membrana plasmática), a cadeia respiratória, ao final da qual o O2 é reduzido a H2O. Esse fluxo de elétrons fornece energia para síntese de ATP. * * COMPARTIMENTALIZAÇÃO DO METABOLISMO * * *
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