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* * * Sistema Digestório É um sistema que se inicia na cavidade oral e percorre um trajeto que compreende esôfago, o estômago, o intestino delgado, o intestino grosso, o reto e o ânus, Tem a função de transformar os alimentos ingeridos em substâncias menores e aproveitáveis pelas células. * * * O processo fisiológico da digestão inicia-se na boca, com a ingestão dos alimentos, e a mastigação, sob a ação inicial da água e das enzimas salivares (ptialina, mucina e lisozima). Na deglutição os alimentos atravessam o esôfago (peristaltismo) e são conduzidos pelas ondas peristálticas até o estômago, onde sofrem a ação do suco gástrico (água, ácido clorídrico, pepsina, gástrica e eletrólitos), depois seguem o trânsito intestinal. No duodeno os sais biliares (colesterol e lecitina) do fígado e o suco pancreático (tripsina, lípase e amilase) do pâncreas atuam nos alimentos, facilitando a sua absorção no intestino delgado. Essas reações consistem na quebra das grandes moléculas de açúcares, proteínas e gorduras em moléculas menores, que atravessam a mucosa intestinal, passando pelo sangue e indo até as células, etapa final de todo o processo. Alterações fisiopatológicas podem se desenvolver ao longo de todo o trato gastrintestinal (TGI), dando origem a diversas patologias. * * * Fisiopatologia Esofagite É uma inflamação que atinge a mucos a do esôfago e a presença de substâncias irritantes nessa mucosa causam inflamação Etiologia refluxo gastroesofágico (RGE), a principal causa da esofagite; refluxo gastroesofágico: hérnia hiatal, uso prolongado de sonda gástrica, senilidade e cirurgias; alimentos: quentes ou condimentados; líquidos: quentes ou gelados; bebidas: alcoólicas, cítricas ou café; ingestão de substâncias corrosivas, como a soda cáustica. Sintomas azia ou pirose: queimação durante ou após as refeições e à noite; odinofagia: dor com regurgitação de fluido gastroesofágico (ácido ou amargo); disfagia: dificuldades para engolir os alimentos (estenose); sialorreia: salivação excessiva. * * * Diagnóstico anamnese, RX - esôfago com contraste, e endoscopia do esôfago. Tratamento diminuir a acidez gástrica (antiácidos. proteção da mucosa). Cuidados de Enfermagem supervisionar o uso de dieta branda e fracionada (compouco resíduo e freqüente); mastigar bem os alimentos; comer devagar; deambular após as refeições; manter decúbito elevado (cabeceira da cama elevada); controlar rigorosamente o peso; evitar alimentos irritantes (quentes, condimentados, álcool, fumo, café e salicilatos) ; evitar alimentos até 2 horas antes de se deitar. * * * Megaesôfago ou Acalasia É a ausência de movimentos peristálticos no esôfago distal Etiologia doença de Chagas; hemorragias digestivas. Sintomas disfagia; odinofagia; caquexia; regurgitação. No início, o paciente tem dificuldade para engolir os alimentos dos mais sólidos até os líquidos. Com a perda da motilidade do esôfago pela ação do Tripanossoma Cruzi, a cardia (esfíncter inferior do esôfago) se fecha impedlindo a entrada dos alimentos no estômago e com o acúmulo de alimentos o esôfago dilata ocorrendo megaesôfago (dilatação do esôfago). Como o alimento não chega ao estômago e posteriormente ao organismo, o paciente começa a emagrecer, a sentir fraqueza generalizada e finalmente chega à caquexia * * * Diagnóstico RX de esôfago contrastado (Sulfato de Bário); esofagogastroduodenoscopia (EDA). Tratamento Sintomático - sedativos e analgésicos; - dilatação do esôfago. Cirúrgico -esofagomiotomia. Profilaxia combate direto ao inseto transmissor da doença de Chagas (inseticida); melhoria da habitação: evita a instalação do inseto transmissor; educação sanitária: proporciona o conhecimento dos malefícios da doença; controle rigoroso na transfusão de sangue: evitar doadores com sorologia positiva (para doença de Chagas). * * * Gastrite É uma inflamação que atinge a mucosa do estômago.Os problemas gástricos, geralmente, acometem o indivíduo devido principalmente a fatores nutricionais. Etiologia deficiência nutricional; imprudência dietética; alimentos condimentados, uso de álcool etc.; má educação alimentar: comer muito e rapidamente. Sintomas azia, náusea, vômito, cefaléia e anorexia. Tratamento diminuir a inflamação da mucosa gástrica (uso de medicamentos e educação dietética). * * * Cuidados de Enfermagem manter o paciente em repouso no leito; orientar visitas e familiares, para evitarem conversas que perturbem o paciente; manter o paciente calmo e tranqüilo; diminuir a atividade motora do estômago com uma dieta branda, várias vezes ao dia; fazer higiene oral três vezes ao dia (manhã, almoço e jantar) com uma solução antisséptica; verificar e anotar os sinais vitais (TPR e P A) de 4/4 horas; administrar a medicação prescrita com controle rigoroso do horário * * * Úlcera péptica (esôfago, estômago e duodeno) É uma pequena escavação que ocorre na parede mucosa do esôfago, do estômago e do duodeno, devido ao excesso de ácido clorídrico produzido no estômago . Observação: a ocorrência da úlcera gástrica no homem é mais freqüente na idade de 40 a 55 anos, e a duodenal ocorre com mais freqüência do que a gástrica, na idade de 25 a 40 anos Etiologia alimentos ácidos, condimentados, café; etilismo; tabagismo; uso de medicamentos: ácido acetil salicílico (AAS) e corticoides; paciente com descontrole emocional, ansiedade, raiva e ódio. Todos esses fatores elevam a quantidade dos sucos gástricos produzidos no estômago, desencadeando a ulceração * * * Sintomas dor local, azia, náuseas e vômitos. Diagnósticos anamnese; exames: RX EED (esôfago, estômago e duodeno) e endoscopia. Tratamento terapêutico e cirúrgico. Cuidados de Enfermagem • o mesmo da gastrite. * * * Colescistite Colecistite É uma inflamação da vesícula biliar, na qual ocorre uma síndrome dolorosa na região hepática (hipocôndrio D). Etiologia litíase: cálculos biliares; infecção que causa uma inflamação aguda ou crônica; verminose: áscaris no colédoco; cirrose hepática. * * * Fatores desencadeantes alimentação: ovos, gorduras, óleos e chocolates; obesidade emoção e estresse. Sintomas dor súbita (o principal sintoma); náuseas e vômitos freqüentes e abundantes; cansaço e fadiga; taquicardia, sudorese e desidratação. * * * Cirrose hepática Cirrose hepática É uma doença crônica do fígado, com destruição e regeneração das células hepáticas. Etiologia dos tipos de cirrose da alcoólica: abuso das bebidas alcoólicas em 50% dos casos; da nutricional: carência; da infecciosa: hepatite por vírus B e C. da biliar: obstrutiva (cálculos) com destruição do parênquima hepático e fibrose. * * * Sintomas anorexia, náuseas, dor abdominal, fraqueza, emagrecimento, ascite, edema icterícia; aumento de peso. Diagnóstico exames físico e clínico; ultrassonografia; biópsia hepática; tomografia computadorizada (TC); ressonância magnética. Tratamento: clínico, dietético, terapêutico * * * Cuidados de Enfermagem oferecer refeições pequenas e freqüentes: observar e anotar a aceitação da dieta: pesar o paciente em jejum diariamente: medir e anotar a circunferência abdominal; controlar a diurese e restringir os líquidos; conservar as unhas curtas e limpas; manter os cuidados com a pele (Pruridos); verificar e anotar os sinais vitais de 6/6 horas. observar sangramentos; injeções IM, uso de agulha fina e compressão no local. * * * Pancreatite * * * Diagnóstico exames físico e clínico; exames laboratoriais e dosagem de amilase e lípase no sangue (soro). Tratamento • clínico e terapêutico. Cuidados de Enfermagem dieta zero: inicio da fase aguda; repouso relativo no leito; proporcionar conforto e ambiente tranqüilo; higiene oral e corporal; manter diálogo, ouvir e anotar queixas; verificar e anotar os sinais vitais; verificar e registrar as eliminações e a ingestão de líquidos do paciente; verificar e supervisionar a dieta: hipolipídica, hipercalórica e hiperproteica. Pancreatite É uma inflamação do pâncreas, devido a um escape de enzimas digestivas de suas células, o que provoca uma autodigestão. Etiologia por álcool: 40% dos casos; por cálculos biliares: bloqueio da ampola Vater; por drogas, toxinas, infecções e anomalias metabólicas; por febre tifóide e hepatite. Sintomas dor epigástrica persistente; náusea, vômito, anorexia e febre baixa. * * * Retocolite Retocolite A retocolite é uma doença potencialmente grave dos cólons, que se caracteriza por ulcerações e cólicas inespecíficas, que comprometem o retossigmoide, podendo estender-se por todo o cólon. É uma doença de causa desconhecida com ocorrência devida a fatores infecciosos, psicossomáticos, autoimunes alérgicos e nutricionais. * * * Sinais e sintomas As manifestações clínicas da doença, quando em fase bem adiantada, são: diarréia com sangue ou pus, disenteria com dores abdominais, puxo e tenesmo, podendo ocorrer ainda perda pondera!, febre, vômitos e hemorragia intestinal severa. O quadro pode complicar-se com hemorragias severas, câncer de cólon, estenoses cicatriciais, perfurações no peritônio, fistulizações, abscessos perirretais e megacólon tóxico. Diagnóstico é realizado por meio da avaliação do quadro clínico e de exames de enema opaco, retossigmoidoscopia e colonoscopia, após fase aguda. * * * Tratamento A conduta terapêutica compreende medidas clínicas, cirúrgicas e psicoterápicas. O tratamento clínico objetiva reduzir a inflamação e suprimir a resposta imunodeficiente, propiciando repouso intestinal para que ocorra mais facilmente a cicatrização das úlceras. O tratamento cirúrgico é desenvolvido para a remoção da fonte dos sintomas, ou seja, são retirados os segmentos doentes do intestino, e a manutenção da função intestinal é realizada por meio de uma ileostomia permanente. A psicoterapia é voltada para a determinação de fatores desencadeantes e para a tentativa de resolver os conflitos internos a fim de que não haja agravamento da doença. Faz parte da terapêutica, ainda, promover o repouso e o relaxamento do trato intestinal, combater a infecção, satisfazer as necessidades nutricionais e hídricas. As dietas balanceadas, ricas em proteínas e pobres em resíduos, com suplementação vitamínica e reposição de ferro, preenchem as necessidades nutricionais. Qualquer alimento que agrave a diarreia deve ser evitado, especialmente os derivados do leite bovino. Os alimentos gelados e o fumo devem ser suprimidos, uma vez que ambos aumentam a motilidade intestinal. Um fator importante no tratamento da retocolite é a educação do paciente a fim de aceitar e aprender a conviver com uma doença crônica. * * * Cuidados de Enfermagem O procedimento para a troca da bolsa de colostomia deve ser assim executado: Para remover a bolsa - o paciente deverá sentar-se ou ficar de pé, em uma posição confortável; - encher um recipiente com o sol vente indicado. Aplicar algumas gotas entre o disco da bolsa e a pele; não arrancar a bolsa forçosamente. Para limpar a pele - usar uma bola de algodão molhada em solvente em volta do estoma. Durante o tempo em que a pele está sendo limpa, um curativo de gaze deverá cobrir o estoma delicadamente para absorver o excesso da drenagem. Deve-se evitar friccionar o solvente, pois ele pode exercer uma irritação cutânea; - lavar a pele com água tépida e sabão neutro, ou estimular o banho de chuveiro antes de adaptar a bolsa limpa. Para colocar a bolsa - quando não houver irritação, aplicar outra bolsa novamente à pele; - quando há irritação, aplicar o antibiótico prescrito. Retirar o excesso de umidade e recolocar a bolsa, segurando-a firmemente no lugar até que ocorra a fixação. Cada bolsa nova poderá permanecer fixada à pele por um período de 2 a 4 dias, e o esvaziamento dela, nesse intervalo, deverá ocorrer a cada 4 ou 6 horas, ou ao mesmo tempo em que o paciente esvaziar a bexiga. * * * Exames especiais Endoscopia É um exame com a finalidade de visualizar uma parte (cavidade) do corpo, por meio de aparelhos especiais, ocos, rígidos e flexíveis. Esofagogastroduodenoscopia (EDA) É a visualização do esôfago, do estômago e do duodeno, com a finalidade de uma análise macroscópica da mucosa gastroduodenal, por meio de um aparelho (o endoscópio de fibras de vidro). a) Pré-exame preparar e orientar o paciente quanto ao exame e solicitar a sua colaboração; jejum absoluto por 6 horas; paciente com megaesôfago: jejum de 24 horas e lavagem do esôfago (3.0 e 4.0 grau); retirar jóias e próteses; administrar 1 frasco de luftal, 15 minuto antes do exame; colocar camisola; colocar o paciente na mesa de exame em decúbito dorsal; administrar 1 sedativo ou tranqüilizante (se necessário e a critério médico): Buscopan - Diempax - Dolantina Atropina - Dormonid; anestesiar a garganta, pulverizando a orofaringe com xylocaína spray a 10%; colocar o paciente em posição de decúbito lateral esquerdo; colocar o bocal na boca do paciente. * * * b) Trans -exame É passado o endoscópio através da boca do esôfago, do estômago e do duodeno, a fim de examinar todo o sistema. c) Pós-exame não comer nem beber por 2 horas (até retorno do reflexo da deglutição); fazer gargarejo com solução salina ou antisséptico bucal; não dirigir veículos e evitar atividade por 24 horas; anotar o material gasto e encaminhar ao laboratório para biópsia. Observação: após o exame podem ocorrer sintomas, como: febre, disfagia, hemorragia e dor cervical Biópsia hepática Consiste na retirada de um fragmento do fígado para fins de diagnóstico. a) Pré-exame preparar e orientar o paciente quanto ao exame; fazer RX do tórax, hemograma tempo de coagulação (TC) e tempo de sangria (TS); recomendar jejum por 6 horas antes do exame; anotar os sinais vitais antes e após o exame; verificar sangue compatível; colocar o paciente em decúbito dorsal, com a mão direita embaixo da cabeça e expor o hipocôndrio direito; fazer antissepsia local e anestesia. * * * b) Trans-exame Nesse momento, o paciente prende a respiração após expirar o ar e é introduzida a agulha de biópsia, que penetra no fígado, aspira o fragmento e o retira, via transtorácica. c) Pós-biópsia fazer curativo compressivo no local da biópsia; deitar o paciente com um travesseiro sob a reborda costal direita por 2 horas; ficar em repouso no leito por 24 horas; controlar os sinais vitais: temperatura, pulso, respiração (TPR) e pressão arterial (PA) de 15 em 15 minutos, nas primeiras 2 horas, espaçando o controle com a estabilidade. Laparoscopia (peritoneoscopia) É a visualização externa dos órgãos internos do nosso organismo. a) Pré-exame preparar e orientar o paciente quanto ao exame; pedir jejum de 6 a 8 horas antes do exame; fazer tricotomia abdominal; dar medicação: Diempax - (1M) intramuscular ou Buscopan, Dormonid - (EV) endovenoso; fazer antissepsia no abdome (local da incisão ); fazer anestesia local. * * * b) Trans-exame É feita uma pequena incisão na parede do abdome, perto do umbigo (mais ou menos 2 cm abaixo), por onde é introduzido o laparoscópio, e nesse momento é insuflado ar na cavidade para distender e ampliar o campo de visão das vísceras e facilitar o exame. Pós-exame ao retirar o aparelho, com cuidado, facilitar também a saída do ar insuflado, sendo feita, após, uma pequena sutura da incisão e, a seguir, um curativo compressivo local; manter o paciente em repouso absoluto por 4 horas.
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