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01/08/2013
1
TEORIA GERAL 
DO DIREITO
Prof. Marcelo Marció
O MUNDO DO 
DIREITO 
O DIREITO NO QUADRO DO UNIVERSO
1 – Podemos dizer que é na sociedade, 
não fora dela, que o homem encontra o seu 
habitat natural?
Significa que ele está inserido na 
natureza , faz parte dela, na qual encontra 
resposta imediata para muitas das suas 
necessidades.
O DIREITO NO QUADRO DO UNIVERSO
1 – Podemos dizer que todas as suas 
necessidades são supridas diretamente 
pela natureza?
Não, o homem vê-se obrigado a
desenvolver esforços no sentido de gerar
os recursos indispensáveis a sua vida.
Desenvolve atividades no sentido de
adaptar a natureza, o mundo exterior, às
suas necessidades biopsicossociais.
O DIREITO NO QUADRO DO UNIVERSO
É em decorrência desse seu esforço e
imaginação que surge , ao lado do “mundo
da natureza”, o chamado “mundo da
cultura”.
CONSTITUEM DOIS MUNDOS 
COMPLEMENTARES 
O DIREITO NO QUADRO DO UNIVERSO
MUNDOS: 
1 - Da NATUREZA – totalidade das coisas
Compreende “tudo o que existe antes que
o homem faça alguma coisa” (Guardini).
As “coisas que se encontram, por assim
dizer, em estado bruto, ou cujo nascimento
não requer nenhuma participação de nossa
inteligência ou de nossa vontade”(Reale).
01/08/2013
2
O DIREITO NO QUADRO DO UNIVERSO
MUNDOS: 
2 - Da CULTURA – mundo das realizações 
humanas (Somas das criações humanas – Franz Boas). Soma 
de bens CRIAÇÕES MATERIAIS (invenção) e 
ESPIRITUAIS (NÃO-MATERIAIS: Espaço aéreo, ideia).
É o mundo das realizações humanas , da
interferência criadora do homem,
adaptando a natureza a seus fins, à
satisfação de suas necessidades vitais.
O DIREITO NO QUADRO DO UNIVERSO
CONCLUSÃO: 
EM SUMA, PODEMOS DIZER QUE:
A NATUREZA É O DADO ORIGINÁRIO QUE 
FOI POSTO A DISPOSIÇÃO DO HOMEM. 
A CULTURA, POR SUA VEZ, É TUDO AQUILO 
QUE O HOMEM EXTRAI DESSE DADO 
ORIGINAL MEDIANTE A SUA INICIATIVA.
A CULTURA É A SOMA DOS BENS 
MATERIAIS E ESPIRITUAIS ACUMULADOS 
PELA HUMANIDADE ATRAVÉS DO TEMPO.
O DIREITO NO QUADRO DO UNIVERSO
NÃO CONSIDERAMOS O HOMEM NEM 
COMO O SER NATURAL NEM COMO SER 
SIMPLESMENTE HISTÓRICO, MAS COMO 
“SER CULTURAL”.
O que significa isso?
Muito do que há em nós provem da
natureza.
Mas grande parte daquilo que possuímos e
que fazemos desde criança é fruto da
natureza e também da cultura.
O DIREITO NO QUADRO DO UNIVERSO
ENQUANTO QUE OS ANIMAIS E PLANTAS 
SÃO DOTADOS DE UM SER INTEIRAMENTE 
PRODUZIDO, PRÉ-FABRICADO PELA 
NATUREZA E SÃO DETERMINADOS PELO O 
AMBIENTE NATURAL QUE OS CERCA;
O HOMEM É EM GRANDE PARTE ARTÍFICE 
DE SI MESMO E CAPAZ DE CULTIVAR O 
AMBIENTE NATURAL QUE O CERCA E 
TRANSFORMÁ-LO PROFUNDAMENTE, 
ADAPTANDO-O ÀS SUAS PRÓPRIAS 
NECESSIDADES.
O DIREITO NO QUADRO DO UNIVERSO
COM OUTRAS PALAVRAS, A CULTURA 
PERTENCE AO MUNDO DA ATIVIDADE 
HUMANA: É OBRA E EXECUÇÃO DO 
HOMEM. 
MAS CUIDA-SE DE UM GENITIVO (DO 
HOMEM) EM SEU DUPLO SENTIDO: 
SUBJETIVO E OBJETIVO, OU SEJA, O 
HOMEM A FAZ E ELA FAZ O HOMEM.
CARACTERÍSTICAS DA CULTURA
MUNDO DA NATUREZA (se explica) 
MUNDO DA CULTURA (se compreende)
Ex.:
Não temos a “compreensão “ de uma estátua,
quando apenas sabemos suas causas material e
eficiente, ou seja, do que é feita ou por quem foi feita.
Para compreendê-la, precisamos alcançar o seu
sentido, o se significado, que é a expressão de um ou
mais valores. Quando o homem, perante os fatos, toma
uma posição e situa o fato numa totalidade de
significados, tal como deve ser, surge então o
fenômeno da compreensão.
01/08/2013
3
CARACTERÍSTICAS DA CULTURA
IDEIA DE FIM e VALOR
� FIM é aquilo que se busca (objetivo); 
� VALOR é uma qualidade que considera 
circunstâncias individuais, sociais, culturais e 
históricas; os valores têm existência e sentido dentro 
de uma situação concreta e determinada. São meios de 
compreensão. Dizem se o fim é válido ou não.
* Ambos se completam: a natureza é a base da cultura e sem a 
cultura não se compreenderia a natureza.
Mundo da NATUREZA – vige o princípio da 
CAUSALIDADE (os elementos ligados uns aos outros como 
causa e efeito).
Mundo da CULTURA – vige o princípio da 
IMPUTAÇÃO (causa e efeito ligados por proposições jurídicas 
– vontade humana).
A conduta humana, objeto das normas jurídicas e da 
ciência jurídica, só o é na medida em que é determinada 
nas normas jurídicas como pressuposto (ato/fato) ou 
consequência (coerção) (Kelsen).
O Direito no quadro do universo
JUÍZO DE REALIDADE E JUÍZO DE VALOR
O QUE É O JUÍZO?
É O ATO PELO QUAL O INTELECTO AFIRMA OU 
NEGA ALGUMA COISA DE OUTRA.
EM TODO JUÍZO HÁ:
Um Sujeito: o ser do que se afirma ou se nega 
algo.
Um Predicado: o que se afirma ou se nega do 
sujeito.
Uma Afirmação ou Negação: expressas por um 
verbo, chamado elo, pois liga ou 
desliga os dois termos.
Juízo de REALIDADE:(próprio do mundo da natureza)
Neles nos limitamo-nos a constatar a existência 
do fenômeno, sem a possibilidade opção ou de 
preferência; vemos as coisa enquanto elas 
“são”, SER.
Juízo de VALOR (próprio do mundo da cultura)
Neles vemos as coisas enquanto “valem” e 
porque valem, DEVEM SER. O valor ou desvalor 
se tornam a razão de que algo deve ser feito, 
ou não. Aparecem o CERTO e o ERRADO, o 
justo e o injusto.
O Direito, ciência do DEVER SER – tem 
como suporte a conduta social do homem 
(mundo ético - condutas obrigatórias).
Direito - Realidade Ético Cultural
O direito, como realidade cultural, situa-se 
no plano da ética, uma vez que não se limita a 
“descrever” um fato tal como ele é, mas 
baseando-se naquilo que “é”, determina algo que 
“deve ser”, ou seja, impõe pautas obrigatórias de 
comportamento, porque se reconheceu a 
presença de um “valor”.
Ex: Assim é que o direito, por exemplo, para 
estabelecer a maioridade das pessoas, a sua 
interdição, a idade para o casamento, ele o faz 
baseado na realidade com elementos buscados na 
biologia, visando o bem da pessoa e da 
sociedade. 
A preocupação com as questões morais remonta 
aos povos antigos. 
Perguntaram a Tales, da cidade de Mileto (640 
a.C.) qual a coisa mais difícil?
E ele respondeu: a coisa mais difícil é conhecer-
se a si mesmo. Perguntarem-lhe, ainda, como 
podemos viver a vida melhor e mais justa? Que 
assim respondeu: abstendo-nos de fazer o que 
censuramos nos outros.
Pítacos (600 a.C.), de uma maneira bastante 
intrigante respondeu a questão, o que é necessário 
para procurar um homem excelente: se o buscares 
com muito cuidado, nunca o encontrarás. Já dizia:
é difícil ser bom.
O Direito no quadro do universo
01/08/2013
4
Aristóteles dividiu a ÉTICA em duas 
categorias de VIRTUDES: as morais (calcadas na 
vontade) e as intelectuais (calcadas na razão).
� Virtudes morais: coragem, a generosidade, a 
magnificência, a doçura, a amizade e a justiça; 
� Vícios morais: covardia, a mesquinharia, a 
desonestidade, a cólera, a inimizade e a 
injustiça;
� Virtudes intelectuais: sabedoria, a 
temperança e a inteligência; 
� Vícios intelectuais: ignorância, a 
intemperança, a estupidez e a mentira.
Século XVII (cria condições para o movimento iluminista): 
todas as áreas do conhecimento foram permeadas por 
pensadores dispostos a criar um novo caminho em 
oposição à cultura medieval (muito ligada à religião).
René Descartes (1596 a 1650) -
compreende ser o livre-arbítrio que propicia ao 
homem a busca pela educação do intelecto capaz 
de livrá-lo do vício. Afirma que o erro moral é 
precedido pela falta de sabedoria.
O Direito no quadro do universo
Descartes afirma ainda que:
� os conflitos morais do homem (formado pela união 
da alma e do corpo) têm origem nas necessidades 
corpóreas impulsionadas pelo desejo;
� a utilidade da moral consiste em governar 
o desejo sobre o modo de agir (naturezax cultura);
� o homem racional alcança a virtude pelo 
seu esforço de bem agir (contrário ao pensamento 
eclesiástico que compreende a prática das virtudes como uma 
preparação para a vida futura).
O Século XVIII (Iluminismo) – promoveu uma
verdadeira revolução no campo das ideias.
Procura princípios orientadores da ação,
desvinculados da ética moral religiosa (para os
mesmos fatos “naturais” – valores diversos).
Jean-Jacques Rousseau (1712 a 1776)
rejeitou a visão religiosa do pecado
original e, responsabilizando o indivíduo por seus
atos, defendeu a igualdade dos homens entre si
(mudança cultural).
*O homem foi criado à semelhança de Deus. É inteligente, livre e
bom quando nasce e sua bondade é inseparável da ideia de justiça.
Há uma consciência moral inata;
Rousseau, considerando a bondade
inata do homem, pergunta:
Sendo o homem nascido bom e justo,
sensível ao bem e com a alma repleta de
virtudes, como pode prosperar a escravidão, a
fraqueza, a maldade e a injustiça?
CULPA DO PRÓPRIO HOMEM.
Immanuel Kant (1724 a 1804 – Moral fruto da Razão 
Individual) – alega que a natureza humana é racional e 
o princípio norteador de suas ações morais precisa 
estar ancorada na razão. 
Não basta agir bem, é preciso agir bem de maneira 
consciente.
Kant criou condições para a existência 
de uma sociedade justa, fundamentada na 
defesa da dignidade de cada homem dotado 
de razão e da Humanidade como um todo.
01/08/2013
5
Émile Durkheim (1858 a 1917 – Moral Fruto 
da Razão Social) – ao contrário de Kant, que 
atribuía ao indivíduo a capacidade do 
julgamento moral produzido pela razão, 
esclarece que todo e qualquer julgamento moral 
tem origem na sociedade, sendo posteriormente 
apropriado pelo indivíduo.
MORAL SOCIAL – ao decretar a 
hegemonia do social sobre o indivíduo, Durkheim 
sugere que uma ação é moralmente aceitável quando 
se enquadra no modo de agir institucionalizado, 
praticado pela maioria e considerado normal.
Para esse sociólogo a sociedade é, por 
definição, racional e se um fato se impõe socialmente, 
merece respeito e adquire autoridade moral sobre o 
indivíduo.
INDIVÍDUO COMO INSTRUMENTO SOCIAL
O sentimento lógico, moral ou religioso tem sua origem 
no pensamento coletivo e o indivíduo, como membro de 
uma coletividade, assimila essas formas de agir e 
pensar. O indivíduo é, portanto, um instrumento do 
social, destinado a externar a vontade e a moralidade 
produzida no coletivo.
Para Durkheim, ainda, as regras morais têm duas 
características: o dever e o bem. Finaliza dizendo que o 
mal faz parte da natureza humana e pode ser 
extirpado pela educação moral.
SOCIOLOGIA DE DURKHEIM – limitou a importância 
do indivíduo na questão do comportamento moral, onde as regras 
morais emanam da sociedade e não da consciência individual de 
seus membros.
KANT – por sua vez, delimita o uso da vontade humana 
pela produção de LEIS (normas) racionais capazes de consolidar o 
comportamento moral.
Somente mantendo-se um COMPORTAMENTO MORAL 
adequado, considerado correto (ÉTICO), é que se conseguirá 
manter a SOCIEDADE. Surge o DIREITO como 
INSTRUMENTO DE CONTROLE SOCIAL que, agindo de forma 
preventiva e punitiva, mantém a ordem e a paz sociais.
Diz-se, então, que o DIREITO é a ciência do DEVER SER pois 
indica como DEVE SER o comportamento de cada indivíduo, no 
sentido de se manter os limites necessários à vida em sociedade.
Tem-se claramente o mundo do DEVER SER na seguinte 
proposição:
Se A é, B deve ser
A= situação de fato; B= conduta prevista pelo Direito
Ex.: quem é contribuinte de imposto de renda (A), deve 
apresentar sua declaração até determinada data (B);
alguém é credor de outrem (A), quando do pagamento, 
deve dar recibo de quitação (B);
o pai que possui filho menor (A), deve pagar pensão 
alimentícia (B);
quando a pessoa necessita de medicamentos (A), o 
Estado deve concedê-los (B).
O Direito no quadro do universo

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