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Os três poderes

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Os três poderes: Legislativo, Judiciário e Executivo
OS TRÊS PODERES DA REPÚBLICA
A Constituição do Brasil reconhece três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário. A existência de três poderes e a ideia que haja um equilíbrio entre eles, de modo que cada um dos três exerça certo controle sobre os outros é, sem dúvida, uma característica das democracias modernas. A noção da separação dos poderes foi instituída por Aristóteles, na Antiguidade, mas foi aplicada pela primeira vez na Inglaterra, em 1653. Sua formulação definitiva, porém, foi aplicada por Montesquieu, no século XVIII, visando assegurar a liberdade dos homens e conter o poder absoluto de alguns monarcas. A divisão dos poderes é um dos pilares da democracia porque impede que o poder se concentre nas mãos de um único mandante (ditador). Os três poderes devem ser independentes – um não pode interferir no funcionamento do outro – mas devem funcionar em harmonia.
Observada a origem dos três poderes, entendamos cada um deles.
Ao Poder Executivo cabe governa, administrando os recursos públicos conforme determina a lei. Seus chefes, respectivamente, o presidente da República, o governador de Estado e o prefeito do Município, não governam sozinhos, pois nomeiam ministros ou secretários para a execução das políticas públicas de sua área. Eles são responsáveis pela atividade dos organismos e dos servidores públicos. O principal representante do Executivo é o presidente da República, que desempenha o papel de chefe de Estado e de Governo. Em países de regime parlamentarista, os cargos pertencem a duas pessoas distintas: o monarca, quando for uma monarquia, ou o presidente, que é o chefe de Estado, e o primeiro-ministro, que é o chefe de Governo. Ao rei ou rainha, ou presidente, cumpre o papel de representar a Nação tanto para seus habitantes, quanto perante os outros países do mundo. Já ao primeiro-ministro cabe à administração do país propriamente dita. Nos países de regime presidencialista, como é o nosso caso, o presidente da República acumula as duas funções. Para tanto, ele conta com o auxílio de seus ministros e dos secretários de Estado.
O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional representado, em âmbito federal, pelos deputados federais e senadores, sendo formado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado. Além deles, também integra o mesmo poder o Tribunal de Contas da União (TCU), que presta assessoria à Câmara e ao Senado, especialmente no âmbito do uso do dinheiro público. A divisão do Poder Legislativo em duas casas é chamada de bicameralismo, que é uma característica de Estados Federativos ou Unidade da Federação, representando os interesses do Estado pelo qual foram eleitos, ou seja, representam a população de seu Estado. A Câmara dos Deputados é a casa da representação do povo como um todo. A vantagem desse sistema é que os projetos de lei são discutidos e votados duas vezes. Tudo que é proposto numa das casas é revisto pela outra.
Em âmbito estadual, o Poder Legislativo é representado pelos deputados estaduais (Assembleias Legislativas) e, nos municípios, pelos vereadores (Câmaras Municipais). São parlamentares cuja atribuição constitucional é de legislar e fiscalizar. Devem propor e votar leis, apreciar matérias apresentadas pelos outros poderes e pela população, fiscalizar as ações do Executivo, votar os orçamentos apresentados por ele e examinar suas contas. Podem, ainda, em situações específicas, julgar membros do próprio Legislativo e do Executivo.
O terceiro poder é o Judiciário, que só existe em âmbito federal e estadual, e tem como base a comarca. Cabe ao poder Judiciário interpretar as leis elaboradas pelo Legislativo e promulgadas pelo Executivo. Ele deve aplica-las em diferentes situações e julgar aqueles cidadãos que, por diversos motivos, não as cumprem.
A função do Judiciário é garantir e defender os direitos individuais, ou seja, promover a justiça, resolvendo todos os conflitos que possam surgir na vida em sociedade.
As responsabilidades e a estrutura desse poder são determinadas pela principal lei do país, a Constituição Federal. E todos os cidadãos têm o direito de solicitar que o Judiciário se manifeste, de maneira a resolver disputas ou punir aqueles que não cumprem as leis.
Com o objetivo de garantir esse direito, a Constituição estabelece estruturas paralelas ao poder Judiciário, às quais todos os cidadãos podem recorrer: o Ministério Público, a Defensoria Pública (para aqueles que não podem pagam um advogado) e os advogados particulares, inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, a OAB. Seus membros, os juízes e os promotores, são escolhidos por concurso público, mas desembargadores, nos Estados, e os ministros dos Tribunais superiores são nomeados pelo governador e pelo presidente da República, respectivamente.
Após o texto nos mostrar como se estrutura teoricamente a organização política de um estado federativo democrática, pode-se observar, comparando com a realidade, que a distribuição do poder na sociedade real concreta envolve outros elementos e personagens nele não contemplados. Existe, na realidade, um jogo de interesses que envolvem esses diversos personagens. Esse jogo nos leva a questionar se há outros poderes presentes na sociedade.
Poder do povo?
Primeiramente, precisamos entender: o que é um cidadão? Ser cidadão significa ser membro do Estado e também ser membro de uma sociedade de pessoas que habita esse Estado. A cidadania se expressa por meio da participação política, que é, ao mesmo tempo, um direito e um dever do cidadão. Mas a participação política não se restringe apenas a assuntos públicos do Estado; referem-se também a todos as questões da sociedade, ou seja, a cidadania se expressa participando da sociedade e de suas instituições. Isso posta, não podemos mais considerar apenas o voto como instrumento de participação política do cidadão.
Várias manifestações populares exemplificam o exercício da cidadania. A participação efetiva num grêmio estudantil, o envolvimento com as questões da escola referente aos alunos, a concretização do Projeto Betinho, sugerido aqui no livro de Sociologia, a participação em associações de bairro e ONGs, as propostas de orçamento participativos de diversas prefeituras, entre tantas outras.
Historicamente, temos as experiências dos Sovietes – Conselhos de operários e camponeses, na antiga União Soviética – e mais recentemente a proposta do poder popular venezuelano. “O poder público passa a se distribuir territorialmente entre “poder popular, poder municipal, estadual e nacional” (art. 136)”. São instituídas as comunas enquanto “células geo-humanas do território” e as comunidades enquanto “núcleo espacial básico e indivisível do estado socialista venezuelano”, a partir das quais “o poder popular desenvolverá formas de agregação comunitárias, político-territorial, as quais serão reguladas em lei e que constituam formas de autogoverno e qualquer outra expressão de democracia direta...” (art. 16) (MARTINS JÚNIOR). Proposta essa que no plebiscito de dezembro de 2007 não foi aceita pela maioria da população.
Exercer a cidadania é mais abrangente que apenas votar nas eleições presentes na nossa sociedade. Exercer essa cidadania mais participativa pode ser a característica das novas gerações, que não têm mais os anseios que se tinham em outras épocas: de liberdade política, liberdade de expressão e liberdade sexual.
Exercer essa cidadania é efetivar uma democracia participativa, que é mais do que a democracia representativa, pois exige do cidadão acompanhar os candidatos eleitos, fiscalizar, denunciar, cobrar e sugerir, muito mais que apenas votar. Instrumentos tecnológicos se fazem presentes para a efetivação dessa participação: os blogs e twiters da Internet, as ONGs, as eficazes associações de bairro, os grêmios estudantis, entre outros.

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