Buscar

direito tributário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 275 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 275 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 275 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Professor: João Marcelo Rocha
DIREITO TRIBUTÁRIO
CURSO BÁSICO
ÁREA FISCAL
Matéria legal:
Código Tributário Nacional (Lei 5.172/1966):
arts. 1 a 18
76 a 82
96 a 208
Constituição Federal:
arts. 145 a 156
177, §4º
195
SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS
Livros
Luciano Amaro – “Direito Tributário Brasileiro”, Editora Saraiva.
Luiz Emygdio da Rosa Jr. – “Manual de Direito Financeiro e 
Direito Tributário”, Editora Revonar.
Paulo de Barros Carvalho – “Curso de Direito Tributário”, Editora 
Saraiva.
Aliomar Baleeiro (atualizadora Misabel Abreu Machado Derzi) –
“Direito Tributário Brasileiro”, Editora Forense.
Ricardo Lobo Torres – “Curso de Direito Financeiro e Tributário”, 
Editora Renovar.
Hugo de Brito Machado – “Curso de Direito Tributário”, Editora 
Malheiros.
Materiais para concursos
João Marcelo Rocha – “Direito Tributário”, Editora Ferreira.
Ricardo Alexandre – “Direito Tributário Esquematizado”, Editora 
Método.
Unidades de Estudo:
I- Normas Constitucionais e a definição de tributo e suas 
espécies
II- Legislação tributária
III- Obrigação Tributária
IV- Crédito Tributário
V- Administração Tributária 
UNIDADE I: NORMAS CONSTITUCIONAIS E A 
DEFINIÇÃO DE TRIBUTO E SUAS ESPÉCIES
1- Direito Tributário
- O Direito e suas ramificações:
- Direito Civil
- Direito Empresarial
- Direito Constitucional
- Direito Administrativo
- Direito Financeiro
- Direito Tributário
- Direito processual
- Direito Penal
- (...)
Direito Financeiro: é o ramo do direito que estuda a atividade 
financeira do Estado e a disciplina da consecução das receitas, 
da gestão dos recursos e das despesas.
Direito Tributário: é o ramo didaticamente autônomo do direito 
que estuda as relações jurídicas entre o Estado e o 
contribuinte, relativas à instituição, fiscalização e 
arrecadação de tributos. A divisão do direito em vários ramos 
tem escopo apenas didático, pois esses vários ramos, a todo o 
momento, se entrelaçam numa constante interdependência. 
2- Estado
“O Estado é a sociedade politicamente organizada”. O Estado 
surge pela vontade de toda a sociedade (ou pelo menos da 
maior parte dela), e existe para realizar em favor desta 
sociedade atividades que cada um, individualmente, não 
poderia se proporcionar. Para isso, a coletividade investe o 
Estado de determinadas prerrogativas não comuns aos 
particulares. É o que se costuma chamar de soberania do 
Estado. É o poder de realizar atividades que são privativas do 
ente estatal, tais como o poder de punir, o poder de tributar e 
o poder de controlar.
3- Receitas do Estado: originárias e derivadas
Receita originária é aquela que o Estado consegue 
angariar por meio de atividades comuns aos particulares. 
Neste momento, o Estado despe-se de sua soberania e age 
como se particular fosse. São receitas que derivam de 
obrigações surgidas por vontade das partes, ou seja, do 
contrato entre o Estado e outra pessoa qualquer. Alguns 
exemplos: aluguéis recebidos, lucro na alienação de bens, 
dividendos oriundos de participações societárias, doações 
recebidas.
• Receita derivada é aquela que o Estado consegue angariar 
por meio de atividades que lhe são típicas. Neste momento, 
o Estado se utiliza da soberania que lhe foi outorgada pela 
coletividade. São receitas que derivam de obrigações surgidas 
por imposição coativa do Estado, por força da lei. São 
exemplos: tributos, multas administrativas e penais, 
reparações de guerra.
Contrato
Receita Originária
Receita Derivada
Imposição 
legal
4- Tributo (art. 3, CTN).
• É prestação pecuniária, em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir.
• É prestação compulsória.
• Instituído em lei.
• Não é sanção de ato ilícito.
• É cobrado mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada à lei.
5- Espécies de tributo (art. 5º, CTN; art. 145, CF)
- Imposto
- Taxas
- Contribuição de melhoria
O critério distintivo – o fato gerador (FG)
A proximidade entre taxas e contribuição de melhoria
• Taxas (art. 77, CTN): o FG pode ser:
– a utilização, efetiva ou potencial, de um serviço público 
específico e divisível (taxa de serviço). Exame de alguns 
serviços: iluminação pública, segurança pública, limpeza 
pública, coleta domiciliar de lixo, combate a incêndio; ou
– o exercício regular do poder de polícia (taxa de polícia). 
As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos
(CF, art. 145, §2º).
T = BC x Al
O capital das empresas também não pode ser utilizado como 
base de cálculo das taxas (CTN, art. 77, parágrafo único).
• Contribuição de melhoria (art. 81, CTN): o FG é a valorização 
imobiliária decorrente de obra pública (art. 1º do DL 
195/1967). 
O princípio do não-enriquecimento sem justa causa. O 
potencial aspecto regulador.
Imóvel de 
$50.000,00 +
Obra 
Pública
Imóvel de 
$52.000,00=
A contribuição de melhoria deve respeitar, ao mesmo tempo, 
dois limites:
- Limite total é o valor máximo que o ente público pode 
arrecadar com determinada contribuição instituída em função 
de certa obra: o valor do custo da obra.
- Limite individual é o valor máximo que cada contribuinte 
poderá ser cobrado em relação ao seu imóvel: a valorização 
sofrida pelo respectivo imóvel
Antes da publicação da lei que vier a instituir a contribuição 
de melhoria, deverá haver a publicação de um edital com dados 
informativos à população sobre a cobrança deste tributo. Tais 
dados, uma vez publicados, poderão ser objeto de impugnação 
por qualquer interessado durante um prazo a ser fixado, que 
não poderá ser inferior a trinta dias (o Decreto-lei 195/1967, em 
seu art. 6, fixa exatamente em trinta dias o prazo dentro do qual 
poderão ser formuladas as impugnações). As informações a 
constarem no edital são:
(i) o memorial descritivo do projeto;
(ii) o orçamento da obra;
(iii) a parcela do custo que será financiada ou amortizada 
pela contribuição;
(iv) a delimitação da área beneficiada; e 
(v) a fixação dos coeficientes de valorização.
•Impostos (art. 16, CTN): o FG é uma situação que independe de 
qualquer contraprestação estatal específica relativa ao 
contribuinte.
O problema da capacidade contributiva. FG do imposto como 
sinal manifestador de capacidade contributiva.
A tríade: renda, patrimônio e consumo.
6- O artigo 4 do CTN.
A natureza jurídica específica de um tributo é
determinada pelo seu fato gerador. Vale dizer, a classificação 
do tributo em espécies (se imposto, taxa ou contribuição de 
melhoria) é feita por meio do conhecimento do fato gerador 
da respectiva obrigação de pagar. São irrelevantes:
- o nome que a lei atribuir ao tributo ou outras 
características formais; e
- o destino da receita arrecadada.
7- Empréstimos Compulsórios (art. 148, CF; art. 15, CTN) e 
Contribuições Especiais ou Parafiscais (arts. 149 e 149-A, CF).
- A natureza tributária: a adequação ao conceito de tributo e 
o regime constitucional.
- A caracterização pelo destino do dinheiro arrecadado.
- A discussão a respeito da natureza jurídica específica. As 
correntes da literatura tributária: (i) 3 espécies; (ii) 4 espécies. 
A compreensão do STF na matéria.
7.1- Empréstimos Compulsórios
→→→→ só a União pode instituí-los, diante das seguintes 
circunstâncias políticas:
- em caso de guerra ou sua iminência;
- em caso de calamidade pública (em ambas, não se 
deve respeito a qualquer princípio de anterioridade); ou
- em caso de investimento público de caráter urgente e 
de relevante interesse nacional (há que se respeitar o 
princípio da anterioridade, anual e nonagesimal).
A revogação do inciso III do art. 15 do CTN pela Constituição 
de 1988.
→→→→ por meio de lei complementar
→→→→ o produtoarrecadado só pode ser utilizado na despesa 
que fundamentou a instituição
O problema do fato gerador. O caráter provisório.
Aspecto material Aspecto formal
Lei 
complementar
Temas 
pontualmente 
indicados na CF 
Aprovação pela maioria 
absoluta (maioria dos 
membros da Casa)
Lei ordinária Os outros temas Aprovação pela maioria 
simples (maioria dos 
presentes na votação)
Exemplo.
Senado – total de membros = 81
presentes na votação = 71
maioria absoluta = 41
maioria simples = 36
7.2- Contribuições Especiais. Elas dividem-se em:
(i) sociais;
(ii) de intervenção no domínio econômico (interventivas);
(iii) de interesse das categorias profissionais ou econômicas 
(corporativas); e
(iv) de iluminação pública.
Elas são instituídas:
→em regra, pela União*;
→por meio de lei ordinária**;
→e devem, em regra, observar o princípio da anterioridade 
anual e nonagesimal***.
*Os Estados, DF e Municípios também podem instituir 
contribuição para a seguridade, para que sejam cobradas de 
seus respectivos servidores públicos, para financiamento dos 
respectivos sistemas próprios de previdência. *A 
competência para a instituição da contribuição de iluminação 
pública é dos Municípios e do DF.
** Existe apenas uma hipótese de contribuição da seguridade 
(contribuição residual – art. 195, §4º) que exige lei 
complementar para sua instituição.
***As contribuições da seguridade (inclusive as estaduais e 
municipais) não respeitam o princípio da anterioridade anual; 
podem ser cobradas 90 dias após a publicação da lei 
instituidora ou majoradora (CF, art. 195, §6º). ***A CIDE-
combustíveis, quando tem as alíquotas majoradas pelo 
Executivo, também não se sujeita à anterioridade anual (CF, 
art. 177, §4º, I, “b”). 
7.2.1- Sociais (CF, art. 149): são contribuições instituídas para a 
realização de direitos sociais previstos na Constituição. 
Atualmente, é comum dividi-las em duas categorias:
(i) contribuições destinadas ao financiamento da atividade 
pública de seguridade social, ou seja, das atividades de 
saúde, previdência e assistência social mantidas pelo Poder 
Público (CF, art. 195), e
(ii) as contribuições sociais gerais, destinadas à realização de 
outros direitos sociais.
• As contribuições sociais gerais são reguladas em dispositivos 
constitucionais esparsos:
→→→→ salário educação, art. 212, §5º;
→→→→ contribuições em favor dos serviços sociais 
autônomos, art. 240 (“entidades privadas de serviço social e 
de formação profissional vinculadas ao sistema sindical”), 
como SENAI, SENAC e SENAR;
→→→→ contribuição ao FGTS, art. 7º, III; quanto a esta 
última, a jurisprudência superior pacificou-se no sentido de 
que ele não é tributo – vide Súmula 353 do STJ).
• As contribuições sociais da seguridade social são tratadas de 
modo específico no art. 195, CF. Este estabelece que toda a 
sociedade financiará a seguridade (princípio da 
solidariedade). A União pode instituir contribuições da 
seguridade a serem cobradas:
→→→→ dos trabalhadores e demais segurados da 
Previdência (Lei 8.212/1991, arts. 20/21)
→→→→ dos empregadores, empresas e equiparadas
incidentes sobre:
(i) folha de salários e demais rendimentos do 
trabalho (Lei 8.212/1991, arts. 22/25-A)
(ii) receita ou faturamento (COFINS e PIS; Leis 
9.718/1998, 10.637/2002 e 10.833/2003)
(iii) lucro (CSLL; Lei 7.689/1988)
→→→→ sobre a receita de concursos de prognósticos (Lei 
8.212/1991, art. 26)
→→→→ sobre a importação (COFINS-importação e PIS-
importação; Lei 10.865/2004)
→→→→ a contribuição residual da seguridade social (§4º)
7.2.2- Interventivas (CF, art. 149): são contribuições instituídas 
para financiar a atividade de intervenção da União em 
determinado setor da economia. São conhecidas pela sigla 
CIDE (contribuição de intervenção no domínio econômico).
Ex.: AFRMM (Adicional de Frete para Renovação da 
Marinha Mercante), regulado pela Lei 10.893/2004; a CIDE-
combustíveis, regulada pela CF, art. 177, §4º, e Lei 
10.336/2001; a CIDE-tecnologia, regulada pela Lei 
10.168/2000; a contribuição ao FUST (Fundo de 
Universalização dos Serviços de Telecomunicação), regulada 
pela Lei 9.998/2000, art. 6º, IV.
7.2.3- Corporativas (CF, art. 149): são contribuições instituídas 
em favor de entidades representativas de categoria 
econômica ou profissional. Ex.: contribuições em favor de 
Sindicatos (contribuição sindical obrigatória prevista na CLT, 
arts. 578 a 591) e em favor dos conselhos reguladores de 
profissões (OAB, CFM, CFC, CONFEA, etc.).
7.2.4- Iluminação pública (CF, art. 149-A): contribuição 
destinada a custear o serviço local de iluminação pública.
A competência é dos Municípios e do DF. 
Contribuições especiais
Contribuições especiais
Sociais Interventivas Corporativas
Sociais Gerais Seguridade Social
Iluminação
pública
Empregadores – Folha de pagamentos; Receita; e Lucro
Importação
Receita de concurso de prognósticos
Trabalhadores
Residual
8- Noção sobre as principais funções dos atos normativos no 
contexto do Direito Tributário Positivo.
- Constituição Federal e suas Emendas
- Lei Complementar
- Lei Ordinária
- Atos Infralegais 
• Constituição Federal e suas Emendas: estabelecem as 
competências e os princípios tributários. O texto 
constitucional não institui tributo algum, apenas determina 
quem tem a competência para fazê-lo. O fato de um tributo 
ser mencionado na Constituição não significa que ele tenha 
sido instituído; significa que alguma entidade política (U, E, DF 
ou M) pode instituí-lo. Além disso, a Constituição fixa 
princípios e regras que limitam a competência, o que garante 
aos contribuintes proteções em face do poder estatal.
Competência 
tributária
Proteções ao 
contribuinte
• Lei Complementar: estabelece as normas gerais em matéria 
tributária. O conceito de normas gerais em matéria tributária 
é bastante discutido na literatura tributária. À luz do texto 
constitucional atual (art. 146, III), podemos dizer que elas são
normas estabelecedoras de conceitos, não definidos pela 
própria Constituição, mas necessários para a regulamentação 
das competências e dos princípios tributários fixados no texto 
constitucional. Normas gerais seriam, pois, normas 
conceituais que complementam o texto constitucional, dando 
significado objetivo a expressões empregadas pela 
Constituição ao tratar do nosso Sistema Tributário. 
• São assuntos de normas gerais: a definição de tributo e suas 
espécies (imposto, taxa e contribuição de melhoria); definição 
sobre obrigação tributária; crédito tributário; lançamento
tributário; prazos de decadência e prescrição tributárias; 
fixação dos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes 
dos impostos discriminados na Constituição. 
- A natureza do Código Tributário Nacional – Lei 5.172/1966.
A introdução do instituto da lei complementar apenas pela CF de 
1967. A CF de 1946 não regulava o instituto.
A teoria da recepção – a importância da compatibilidade material 
e a irrelevância da compatibilidade formal.
A recepção e o novo fundamento de validade da lei antiga.
Norma gerais em matéria tributária e a exigência de lei 
complementar nas CF de 1967, 1969 e 1988.
O CTN – lei ordinária em sentido formal; lei complementar em 
sentido material.
• Lei Ordinária: institui tributos. Embora haja alguns tributos 
que, por força da Constituição, precisem ser instituídos por lei 
complementar (CF, arts. 148, 153, VII, 154, I, e 195, §4º), a 
função de instituir tributos é exercida, de maneira precípua, 
pela lei ordinária.
• Atos Infralegais: são atos normativos que emanam do 
Executivo e regulamentam as leis. Esses atos normativos 
infralegais são atos expedidos pelo Poder Executivo, dentro doseu papel de fiel cumpridor e executor da lei. Tais atos não 
inovam no ordenamento jurídico, eis que realizam mera 
regulamentação das leis, não lhes alterando o sentido nem o 
alcance. São atos que estipulam normas que regulam detalhes 
que, devido ao reduzido teor de relevância, não são tratados 
pelos textos das leis. Constituem disposições que visam, 
simplesmente, a dar operacionalidade ao conteúdo da lei. Os 
exemplos são: os decretos (expedidos pelo Chefe do Executivo), 
as portarias (do Ministro da Fazenda e Secretários de Fazenda 
estaduais e municipais) e as instruções normativas (do 
Secretário da Receita Federal do Brasil e seus congêneres em 
âmbito estadual e municipal). 
9- Conceitos relevantes.
9.1- Fiscalidade e Extrafiscalidade - o problema da finalidade do 
tributo. Finalidade arrecadadora (fiscalidade) e reguladora 
(extrafiscalidade). A função socioeconômica do tributo.
9.2- Tributo direto e tributo indireto – a complexidade do 
problema. Repercussão. As análises jurídica e econômica do 
problema.
9.3- Contribuinte de direito e contribuinte de fato.
.
Nota fiscal
IPI – ICMS
--------------
--------------
--------------
--------------
----
10- Princípios Constitucionais Tributários
10.1- Princípios gerais: Legalidade; Irretroatividade; 
Anterioridade; Isonomia; Capacidade contributiva e 
pessoalidade dos impostos; Não-confisco; e Não-limitação ao 
tráfego.
10.2- Vedações dirigidas à União: Uniformidade geográfica; 
Não-discriminação na tributação da renda oriunda das 
obrigações das dívidas públicas estaduais, distritais e 
municipais e da renda auferida pelos agentes públicos 
estaduais, distritais e municipais; e Vedação de instituir 
isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito 
Federal ou dos Municípios.
10.3- Princípios específicos do ICMS e IPI: Não-cumulatividade; 
e Seletividade
10.1- Princípios gerais
• Legalidade (art. 150, I): estabelece que a instituição e 
majoração de tributo só podem se dar mediante lei. Apesar 
de não expressamente dito na CF, aplica-se em relação à
redução de tributo, em razão da independência e harmonia 
entre os Poderes.
O princípio tributário da legalidade é corolário do princípio 
constitucional geral de que ninguém é obrigado a fazer ou a 
deixar de fazer algo senão em virtude de lei (CF, art. 5º, II).
Lei FG – BC – Al – SP 
Exceções fixadas no texto originário da Constituição de 1988: II, 
IE, IOF e IPI, eis que o Poder Executivo pode alterar as 
alíquotas desses impostos, como instrumento do controle da 
economia (CF, art. 153, §1º). Limites e condições dessa 
alteração por parte do Poder Executivo são fixados em lei. 
Exceções fixadas em Emenda Constitucional (EC 33/2001). Além 
dos quatro casos de exceção acima, temos ainda:
(i) a contribuição interventiva sobre o setor de 
combustíveis (CF, art. 177, §4º, I, “b”, com a redação dada 
pela EC 33/01), cujas alíquotas podem ser reduzidas e 
restabelecidas pelo Executivo; e
(ii) o ICMS unifásico sobre combustíveis e lubrificantes
(CF, art. 155, §4º, IV, com a redação dada pela EC 33/01), 
cujas alíquotas são fixadas por convênios entre os Estados e 
DF.
• Irretroatividade (art. 150, III, a): estabelece a proibição da 
cobrança de tributo em relação a fato gerador ocorrido antes 
da vigência da lei que o institui ou o majora. Apesar de não 
expressamente dito na Constituição, aplica-se também a 
casos de lei que venha a reduzir o tributo (CTN, art. 105). O 
tributo devido pelo contribuinte é sempre aquele segundo a 
lei vigente à época do FG. O princípio tributário da 
irretroatividade é uma versão mais protetora do princípio 
constitucional geral de que lei nova não pode vir a prejudicar 
direitos adquiridos e atos jurídicos perfeitos (CF, art. 5º, 
XXXVI).
Fato Gerador
Lei 2 – Al = 8%
Lei 1 – Al = 
10%
Fiscalização / 
lançamento
Aplica 10%
• Anterioridade (art. 150, III, “b” e “c”). 
Anterioridade anual (art. 150, III, “b”): estabelece a 
proibição de cobrança do tributo no mesmo ano da 
publicação da lei que veio a instituí-lo ou majorá-lo. A lei que 
estabelece uma maior carga tributária aos cidadãos deve ser 
do conhecimento da sociedade desde o ano anterior ao da 
cobrança.
20112010
Pub. lei 
maj. / 
inst.
início dos efeitos
Exceções fixadas no texto originário da CF/1988:
- II, IE, IOF, IPI (CF, art. 150, §1º, primeira parte),
- empréstimos compulsórios em caso de guerra e 
calamidade (CF, art. 148, I),
- contribuições da seguridade social (CF, art. 195, §6º) e
- imposto extraordinário de guerra (CF, art. 150, §1º, 
primeira parte). 
Exceções à anterioridade anual trazidas pela EC 33/01:
(i) a contribuição interventiva sobre o setor de 
combustíveis, no que se refere às alterações de alíquotas 
realizadas pelo Executivo (CF, art. 177, §4º, I, “b”) e
(ii) as alíquotas nacionais do ICMS, fixadas mediante 
convênio, incidentes sobre combustíveis e lubrificantes que, 
segundo a lei complementar, sujeitar-se-ão à incidência única
(CF, art. 155, §4º, IV, “c”).
Anterioridade nonagesimal (art. 150, III, “c”). A EC 42/2003 veio 
a fortalecer a proteção da anterioridade ao determinar que, 
em relação aos tributos em geral, a lei ou ato que os institui 
ou os majora deve ser publicado 90 dias antes do início dos 
seus efeitos. 
2010 2011
Pub. lei 
maj. / 
inst.
início dos efeitos
90 dias pelo 
menos
Pub. lei 
maj. / 
inst.
90 dias pelo 
menos
início dos efeitos
2010 2011
A mesma EC 42/2003 excepcionou as seguintes hipóteses (CF, 
art. 150, §1º, segunda parte): II, IE, IOF, empréstimos 
compulsórios em caso de guerra e calamidade, imposto 
extraordinário de guerra, IR e a fixação da base de cálculo do 
IPVA e IPTU. 
Exceções à anterioridade
Anual Nonagesimal
II, IE, IPI, IOF II, IE, IOF
Imp. Ext. Guerra Imp. Ext. Guerra
Emp. Comp. - Guerra / 
Calamidade
Emp. Comp. - Guerra / 
Calamidade
Contribuições da Seguridade IR
ICMS unifásico –
combustíveis 
Base de cálculo – IPVA
CIDE - combustíveis Base de cálculo – IPTU
• Isonomia (art. 150, II): estabelece que não se pode dar 
tratamento diferenciado a contribuintes que se encontram 
em situação semelhante, proibida qualquer distinção em 
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, 
independentemente da denominação jurídica dos 
rendimentos, títulos ou direitos. Decorre do princípio 
constitucional geral da igualdade (CF, art. 5º, caput).
A concretização do princípio, pelos subprincípios da 
capacidade contributiva (impostos) e do custo/benefício 
(taxas e contribuição de melhoria).
• Capacidade contributiva e pessoalidade dos impostos (art. 
145, §1): apesar de a redação constitucional ser um tanto 
confusa, significa que os impostos sempre devem ser 
dimensionados de acordo com a capacidade econômica 
(princípio da capacidade contributiva) e que, sempre que 
possível, devem ter caráter pessoal (princípio da 
pessoalidade).
CF/1988: “Sempre que possível, os impostos terão caráter 
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica 
do contribuinte...”
CF/1946 (art. 202): “Os tributos terão caráter pessoal, sempre 
que isso for possível, e serão graduados conforme a 
capacidade econômica do contribuinte.”
Art. 15, §1º: “§ 1º - são isentos do imposto de 
consumo os artigos que a lei classificar como o mínimo 
indispensável à habitação, vestuário, alimentação e 
tratamento médico das pessoas de restrita capacidade 
econômica”.
Constituição do Império (1824, art. 179, XV): “Ninguem será
exempto de contribuir pera as despezas do Estado em 
proporção dos seus haveres”.
A capacidade contributiva e o entrechoque com os fins 
extrafiscais dos impostos.
• Não-confisco(art. 150, IV): determina que o tributo deve ser 
estabelecido em proporções suportáveis ao contribuinte. O 
tributo não pode ser abusivo, do ponto de vista quantitativo. 
O poder estatal de tributar deve conviver, lado a lado, com o 
direito de propriedade dos cidadãos. Este princípio tributário 
é corolário da garantia constitucional do direito de 
propriedade (CF, art. 5º, XXII e XXIII).
- Poder de tributar X direito de propriedade.
- A dificuldade do controle.
- O caráter não-absoluto do princípio. A função social da 
propriedade.
- O problema da penhorabilidade dos bens do devedor.
• Não-limitação ao tráfego de pessoas ou bens mediante 
tributo interestadual ou intermunicipal (art. 150, V): é um 
princípio dirigido a todos os entes tributantes e significa mais 
uma garantia constitucional à liberdade de locomoção (CF, 
art. 5º, XV). Não impede este princípio a existência de tributo 
intermunicipal ou interestadual; apenas proíbe que ele seja 
tão oneroso a ponto de estabelecer obstáculos à circulação 
de bens e pessoas. A Constituição ressalva a cobrança de 
pedágio.
- Poder de tributar X liberdade de locomoção.
10.2- Vedações dirigidas à União (art. 151)
• Uniformidade geográfica (art. 151, I): proíbe a União que 
institua tributo que não seja uniforme em todo o território 
nacional ou que implique distinção ou preferência em relação 
a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento 
de outro. No entanto, admite-se a concessão de incentivos 
fiscais destinados a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões 
do País (vide CF, art. 43, §2º, III).
- A relação com o princípio federativo e com a isonomia.
• Não-discriminação na tributação da renda oriunda das 
obrigações das dívidas públicas estaduais, distritais e 
municipais e da renda auferida pelos agentes públicos
estaduais, distritais e municipais (CF, art. 151, II).
Título da dívida 
pública:
- Valor de face / 
resgate
- Juros remuneratórios
- Prazo de resgate
$ 1.000
2 anos
12% a. a.
CF, art. 151, II: “É vedado à União:... II - tributar a renda das 
obrigações da dívida pública dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios, bem como a remuneração e os proventos dos 
respectivos agentes públicos, em níveis superiores aos que 
fixar para suas obrigações e para seus agentes;...”
• Vedação de instituir isenções de tributos da competência dos 
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios (art. 151, III).
- As isenções heterônomas no sistema constitucional anterior 
(CF/69, art. 19, §2º: “§ 2º - a União, mediante lei complementar 
e atendendo a relevante interesse social ou econômico nacional, 
poderá conceder isenções de impostos estaduais e municipais”).
- A hipótese ainda preservada (CF, art. 156, §3º, II - ISS). A 
hipótese superada (CF, art. 155, §2º, XII, “e” - ICMS).
- O problema dos tratados internacionais. Seu ciclo de 
formação: assinatura (chefe de Estado) → aprovação 
legislativa (Congresso Nacional)→ ratificação (via 
diplomática)→ promulgação (Decreto presidencial). A 
cláusula da não-discriminação nos tratados e o ICMS.
- A posição histórica (Súmula 575) e atual do STF sobre o 
tema dos tratados e a desoneração do ICMS / ISS.
10.3- Princípios específicos do ICMS e IPI.
- A semelhança entre os dois impostos – a incidência 
plurifásica.
- As diferenças – a maior abrangência material do ICMS e 
sua finalidade predominantemente fiscal.
• Não-cumulatividade: refere-se a esses dois impostos, que 
podem incidir várias vezes sobre a mesma mercadoria, nas 
várias etapas de um processo de circulação econômica.
Estabelece que o contribuinte pode abater, em cada 
operação tributada, o montante do imposto já pago (ou 
cobrado) nas operações anteriores, pelos seus antecessores 
no ciclo econômico. Sobre o IPI, ver art. 153, §3º, II; sobre o 
ICMS, ver art. 155, §2º, I, todos da Constituição.
$1.000
ICMS = 
$100
Alíquota do ICMS = 10%
$1.200
ICMS = 
$120
- $100 
= $20
$1.500
ICMS = 
$150
- $120 
= $30
VA = $1.000 VA = $200 VA = $300
• Seletividade (em função da essencialidade do produto): 
estabelece que quanto mais essencial for o produto ou 
mercadoria, menor deve ser a carga tributária sobre ele. A 
recíproca é verdadeira: quanto mais supérfluo for o produto 
ou mercadoria, maior deve ser a carga tributária. Este 
princípio é obrigatório para o IPI e facultativo para o ICMS. 
Sobre o IPI, ver art. 153, §3º, I; sobre o ICMS, ver art. 155, 
§2º, III.
- A relação com o princípio da capacidade contributiva.
- O entrechoque com a extraficalidade do IPI.
11- Competência tributária
• Competência tributária é o poder indelegável que é
conferido pela Constituição Federal aos entes políticos para 
instituir os tributos nesta previstos. É uma incumbência 
legislativa. A competência tributária pode ser assim 
caracterizada:
- é estabelecida na CF e suas Emendas
- é o poder de instituir os tributos autorizados, por meio de 
lei
- União, Estados, DF e Municípios a detêm
- é indelegável
• Capacidade tributária ativa é o poder delegável de cobrar o tributo 
que já foi instituído. É a atribuição de figurar como credor da 
obrigação junto ao devedor do tributo. Tal delegação para cobrar, 
fiscalizar e exigir, pode ser efetuada pelo ente político que instituiu 
o tributo a qualquer outra pessoa jurídica de direito público (art. 7, 
CTN). É uma incumbência executiva. Possui as seguintes 
características.
- é o poder de exigir o tributo por meio de atividades executivas
- U, E, DF, M, autarquias e fundações públicas podem detê-la
- é delegável
• Parafiscalidade: delegação da capacidade + disponibilidade dos 
recursos arrecadados.
11.1- Classificação da competência tributária
• Competência comum (art. 145, II e III, CF): é o poder que têm 
União, Estados, DF e Municípios para instituir taxas e 
contribuições de melhoria. É dita comum, eis que o texto 
constitucional não estabelece uma listagem de tributos em 
favor de qualquer esfera política, apenas fixa o princípio de 
que caberá a instituição do tributo a quem oferecer de forma 
legítima a contraprestação estatal.
• Competência privativa: é basicamente o poder que têm os 
entes federativos para instituir os impostos que são 
enumerados na Constituição. É dita privativa no sentido de 
que a Constituição enumera, por ente político, os impostos 
que podem ser instituídos.
Incluem-se também na competência privativa da União o 
empréstimo compulsório (CF, art. 148) e as contribuições 
especiais (CF, art. 149), ressalvadas: (i) as contribuições da 
seguridade social da competência dos Estados, DF e 
Municípios (CF, art. 149, §1º); e (ii) a contribuição de custeio 
do serviço de iluminação pública, da competência privativa 
dos Municípios e DF (CF, art. 149-A).
União Estados e DF Municípios
II IPVA IPTU
IE ICMS ISS
IPI ITDC ITBI
IOF Contribuição da 
seguridade sobre 
seus servidores
Contribuição da 
seguridade sobre 
seus servidores
IR
ITR
IGF Contribuição de 
iluminação pública Empréstimos 
compulsórios
Contribuições 
especiais
.
ITR x IPTU
Imóvel rural Imóvel urbano
Incide sobre o valor do terreno Incide sobre o valor total do 
imóvel (terreno + edificações)
CTN, art. 32:
“§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona 
urbana a definida em lei municipal; observado o requisito 
mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo 
menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos 
pelo Poder Público (CRITÉRIO DE LOCALIZAÇÃO):
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas 
pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, comou sem 
posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância 
máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel considerado.
“§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas 
urbanizáveis, ou de expansão urbana, constantes de 
loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, 
destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo 
que localizados fora das zonas definidas nos termos do 
parágrafo anterior (CRITÉRIO DE UTILIZAÇÃO ECONÔMICA).”
Decreto-lei 57/1966:
“Art 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de 
outubro de 1966, não abrange o imóvel de que, 
comprovadamente, seja utilizado em exploração extrativa 
vegetal, agrícola, pecuária ou agro-industrial, incidindo assim, 
sobre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo 
cobrados (CRITÉRIO DE UTILIZAÇÃO ECONÔMICA).”
ITDC x ITBI
Atinge transmissões 
graciosas: doação e herança
Atinge transmissões 
onerosas: venda e permuta
Incide sobre quaisquer bens 
(móveis ou imóveis)
Incide apenas sobre bens 
imóveis
• Competência cumulativa (art. 147, CF): é o poder de a União 
instituir, nos Territórios Federais, os impostos estaduais e, 
ainda, na hipótese de Território não dividido em Municípios, 
os impostos municipais. Bem assim, o Distrito Federal tem o 
poder de instituir os impostos municipais, já que não pode ser 
divido em Municípios (art. 32, caput, CF).
- União nos Territórios
- Distrito Federal impostos municipais
impostos municipais, caso o 
Território não seja dividido em 
Municípios
impostos estaduais
• Competência residual (art. 154, I, e art. 195, §4º, CF). 
- Imposto residual: tem a União o poder de, a qualquer 
momento, instituir novos impostos, diferentes de todos 
aqueles discriminados na Constituição. Tal imposto deve ser 
verdadeiramente novo, com novo fato gerador e nova base 
de cálculo; deve ser instituído por lei complementar; e 
respeitar o princípio da não-cumulatividade.
- Contribuição residual da seguridade. Esta competência 
abrange também a possibilidade de a União vir a instituir 
novas contribuições da seguridade, não discriminadas na 
Constituição, desde também se respeitem os três requisitos 
acima destacados. 
art. 154, I, CF - impostos art. 195, §4o, CF –
contribuições da seguridade
- União - União
- pode instituir novo imposto - pode instituir nova 
contribuição social
- sem requisito de ordem 
circunstancial
- sem requisito de ordem 
circunstancial
- o imposto pode ser 
permanente
- a contribuição pode ser 
permanente
- respeitada a anterioridade 
anual e nonagesimal
- respeitada a anterioridade 
nonagesimal
- por lei complementar - por lei complementar
- inovação de FG e BC - inovação de FG e BC
- não-cumulativo - não-cumulativa
- O IPMF – Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira 
(1993/1994) – foi instituído com base na competência residual?
A EC 3/1993 conferiu competência privativa à União.
- A CPMF – Contribuição (para a seguridade social) Provisória 
sobre Movimentação Financeira (1996/2007) – foi instituída com 
base na competência residual?
A EC 12/1996 conferiu competência privativa à União.
- O único caso de uso da competência residual: LC 84/1996, 
que instituiu a contribuição sobre a folha de pagamentos a 
autônomos e dirigentes. A competência privativa da época. O 
problema da base de cálculo. A posição do STF. A superveniência da 
EC 20/1998. A mudança do fundamento constitucional e o 
posterior status de lei ordinária.
• Competência extraordinária (CF, art. 154, II, e CTN, art. 76): é
o poder que tem a União de instituir, em caso de guerra ou 
iminência, outros impostos. Neste caso, o imposto não 
precisa ser novo, eis que podem ser escolhidos fato gerador e 
base de cálculo que já integrem a estrutura de outros 
impostos já discriminados na CF, mesmo a de impostos 
compreendidos na competência dos Estados, DF ou 
Municípios.
Competência extraordinária – aspectos principais:
- União
- pode instituir um outro imposto 
- em caso de guerra ou sua iminência
- o imposto é provisório
- não deve respeito à anterioridade em nenhuma de suas 
formas
- pode ser instituído por lei ordinária
- há ampla liberdade de escolha do fato gerador
- pode ser cumulativo
As diferenças em relação ao empréstimo compulsório: 
devolução, lei instituidora e destino do dinheiro.
12- Imunidades
•Imunidades são situações protegidas pelo texto constitucional, 
de modo que o legislador não pode atingi-las com a 
instituição de determinado tributo. São situações em relação 
às quais a Constituição não outorgou ao legislador poderes 
para tributar. São limitações à competência tributária 
(incompetência). As situações imunes têm que ser deixadas 
de fora do campo de incidência do tributo que se pretende 
instituir, sob pena de inconstitucionalidade da lei instituidora.
- O problema terminológico no texto da Constituição.
- A imunidade e seus congêneres legais: não-incidência e 
isenção.
Conjunto de todos os fatos potencialmente incluídos
no âmbito material dos impostos mencionados
na Constituição.
Competência
Imunidades
Constituição
.
Imunidades
Competência
Incidência
FG
Lei instituidora
Não-
incidência
Ñ- FG
•Não-incidência: são situações que o legislador poderia atingir 
com a instituição de determinado tributo, mas que, por 
voluntariedade, ele não o faz. Tais situações são deixadas de 
fora do campo de incidência do tributo que ora se institui, por 
deliberação do próprio legislador, eis que a Constituição, 
quanto a elas, não estipula qualquer proteção. Tais situações 
não são definidas pela lei instituidora como fatos geradores 
do tributo.
Imunidades
Não-
incidência
Ñ- FG
Incidência
FG
Competência
Isenção
Lei isentiva
•Isenção: de acordo com a doutrina tradicional, defendida pelos 
idealizadores do CTN e que até hoje é acolhida pelo STF, são 
situações que estão dentro da área de incidência do tributo, 
mas cujo pagamento fica dispensado, mediante disposição 
expressa de lei. É a dispensa legal do pagamento do tributo 
que é devido, relativo a fatos que irão acontecer em 
momentos posteriores à vigência da lei isentiva.
Imunidade Não-incidência Isenção
- prevista na CF e EC -prevista na lei 
instituidora
- prevista na lei 
isentiva
- hipótese de 
incompetência tributária
- não há FG - há FG
- não há FG - pode ser suprimida 
mediante lei nova
- pode ser suprimida 
mediante lei nova
- só pode ser suprimida 
mediante Emenda 
Constitucional (quando 
a supressão não fere 
nenhuma cláusula 
pétrea)
- na criação de nova 
hipótese de 
incidência, há que se 
respeitar a 
anterioridade, se for o 
caso 
- na supressão da 
isenção, o tributo 
pode voltar, em regra 
geral, a ser cobrado 
imediatamente 
(exceto o caso do art. 
104, III, CTN, que 
veremos adiante).
12.1- As imunidades são classificadas em:
- subjetivas: são aquelas fixadas em torno das características de uma 
determinada pessoa. A proteção constitucional se dirige a uma 
determinada pessoa. Na maioria das vezes, o texto constitucional
estabelece proteção ao respectivo patrimônio, renda ou serviços de 
tais pessoas.
- objetivas: são aquelas fixadas em torno das características de um 
determinado objeto, bem, mercadoria ou serviço, sem preocupação 
com as características da pessoa que com ela lide, direta ou 
indiretamente. Existe quando a proteção constitucional dirige-se a 
certo objeto (mercadoria, produto, imóvel, etc.), bem ou serviço. 
Nessa circunstância, a imunidade abrange apenas os impostos que 
potencialmente atingiriam a coisa, bem ou serviço.
12.2- Classificação dos impostos em grupos econômicos: o CTN 
(arts. 19/73) estipula umaclassificação dos impostos, que é
relevante para a compreensão do assunto imunidade. Em geral, 
o entendimento administrativo na matéria parte dessa 
classificação, para interpretar a expressão constitucional 
“impostos sobre patrimônio, renda ou serviços”.
Imp. s/ o 
Comércio 
Exterior
Impostos s/ o 
Patrimônio e a Renda
Impostos sobre a 
Produção e a 
Circulação
Imposto de 
Importação
IR IPVA IPTU IPI ICMS ISS 
Imposto de 
Exportação
ITR ITDC ITBI IOF
IGF
12.3- Principais hipóteses de imunidade.
•Imunidade recíproca (art. 150, VI, a): impede que os entes 
políticos (União, Estados, DF e Municípios) instituam 
impostos sobre patrimônio, renda e serviços, uns sobre os 
outros. 
- A imunidade recíproca é extensiva às autarquias e às 
fundações públicas desde que o respectivo patrimônio, renda 
ou serviços sejam afetos às suas atividades essenciais (art. 
150, §2).
- Situação excludente da imunidade recíproca. Se o patrimônio, 
a renda ou os serviços estiverem relacionados à exploração 
de atividade econômica própria da iniciativa privada ou, 
ainda, quando o serviço prestado pelo ente público seja 
remunerado por preço ou tarifa pago pelo usuário, não 
prevalecerá a imunidade nem para a Administração Direta (U, 
E, DF, M), nem para a Administração Indireta (autarquias e 
fundações públicas) – CF, art. 150, §3º. 
- A imunidade recíproca e as empresas públicas e sociedades 
de economia mista. CF, art. 173, §2º: “as empresas públicas 
e as sociedades de economia mista não poderão gozar de 
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado”.
- A jurisprudência atual do STF reconhece a imunidade em 
relação a empresas públicas prestadoras de serviço público 
em regime de monopólio.
- Os critérios que vem norteando a jurisprudência do STF: (i) a 
finalidade não-lucrativa, (ii) a preponderante participação 
societária do Estado e (iii) a inexistência de concorrência com 
a iniciativa privada.
- O problema dos impostos abrangidos.
A compreensão 
administrativa
A jurisprudência do STF
Aplica a classificação dos 
impostos em grupos 
econômicos, nos termos do 
CTN. Impostos abrangidos: IR, 
ITR, IGF, IPVA, ITDC, IPTU, 
ITBI e ISS.
Impostos não abrangidos: II, 
IE, IPI, IOF e ICMS.
Não aplica a classificação do 
CTN e fixa a abrangência de 
qualquer imposto
- O problema da “relação” ou “vinculação” do patrimônio, 
renda e serviços às “finalidades essenciais” das entidades 
imunes. Temática pertinente à autarquias, fundações públicas 
e demais pessoas imunes mencionadas adiante.
A compreensão 
administrativa
A jurisprudência do STF
Exige que a “relação” ou 
“vinculação” seja direta.
Admite que a “relação” ou 
“vinculação” seja direta ou 
indireta.
• Imunidade dos Templos de Qualquer Culto (art. 150, VI, b): 
são imunes a impostos sobre patrimônio, renda e serviços, 
desde que relacionados às suas atividades essenciais.
- O fundamento da imunidade – liberdade religiosa.
- A natureza subjetiva da imunidade.
- As “ organizações religiosas ” como pessoas jurídicas 
tipificadas no Código Civil (art. 44, IV).
• Imunidade das entidades da alínea “c” do inciso VI do art. 150:
→ Partidos políticos (Lei 9.096/95, art. 1º), inclusive suas 
fundações (Lei 9.096/95, art. 53)
→ Entidades sindicais de trabalhadores
→ Instituições de educação e de assistência social
- Essas entidades são imunes a impostos sobre patrimônio, renda 
e serviços, desde que relacionados às suas atividades essenciais.
- A Súmula 724 do STF: “ainda quando alugado a terceiros, 
permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das 
entidades referidas pelo art. 150, VI, c, da Constituição, desde que 
o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais 
entidades”.
- A imunidade é aplicável desde que as entidades não tenham 
fins lucrativos e cumpram os requisitos fixados em lei (a lei 
referida é o CTN, art. 14).
Os requisitos são:
(i) não pode haver distribuição de lucros ou rendas;
(ii) devem aplicar os recursos, no País, nos fins 
institucionais; e
(iii) devem manter escrituração regular de suas receitas e 
despesas.
• Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o respectivo papel 
para impressão (art. 150, VI, d): é objetiva e protege somente 
as mercadorias dos impostos que, potencialmente, as 
gravariam. Impostos abrangidos: IPI, ICMS, II e IE.
- Origem histórica.
- Jurisprudência do STF.
- Súmula 657 do STF: “a imunidade prevista no art. 150, VI, d, 
da CF abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à
publicação de jornais e periódicos”.
• Outras hipóteses de imunidade: ler o Roteiro de aula.
13- SIMPLES nacional (CF, art. 146, III, “d”, e parágrafo único; LC 
123/2006)
(i) LSN e matérias não reservadas à lei complementar;
(ii) opção do contribuinte (LSN, art. 16); pessoas excluídas 
da LSN (art. 3º, §4º); pessoas excluídas do Simples (art. 17);
(iii) enquadramento diferenciado por Estado (LSN, art. 19). 
Limite atual de R$ 3.600.000,00 anuais para EPP; de R$ 
360.000,00 para ME;
Estados e DF com PIB: Pode optar por reduzir limite:
até 1% até 35% (R$ 1.260.000,00), ou 
até 50% (R$ 1.800.000,00), ou 
até 70% (R$ 2.520.000,00)
maior que 1% e menor 
que 5%
até 50% (R$ 1.800.000,00), ou 
até 70% (R$ 2.520.000,00)
igual ou maior de 5% -
(iv) recolhimento unificado e centralizado (LSN, art. 21, I e 
§1º);
(v) a arrecadação, a fiscalização e a cobrança compartilhadas 
(LSN, arts. 33 e 41, §§2º, 3º e 4º);
(vi) tributos abrangidos: Cofins, PIS, CSLL, contribuição 
patronal sobre a folha*, IRPJ, IPI, ICMS e ISS (LSN, art. 13);
(vii) tabelas progressivas de incidência (LSN, art. 18, caput, 
§§5º, 5º-A, 5º-B, 5º-C* e 5º-D);
Tabela I Tabela II Tabela III Tabela IV* Tabela V
Comércio Indústria Serviços Serviços –
construção, 
limpeza e 
vigilância
Serviços –
mais 
especializa
ção
art. 18, 
caput
art. 18, 
§5
art. 18, 
§5-A e B
art. 18, §5-C art. 18, 
§5-D
(viii) receita bruta acumulada para a definição da 
alíquota mensal (LNS, art. 18, §1º). A alíquota do mês de 
junho do ano X é fixada com base na receita acumulada entre 
os meses de junho de X-1 e maio de X;
(ix) prazo de pagamento (LSN, art. 21, III) – até o último 
dia útil da primeira quinzena do mês subsequente;
(x) acréscimos legais do IR (LSN, art. 21, §3º, e art. 35).
UNIDADE II: LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
1- Legislação tributária (art. 96, CTN).
A importância da distinção entre ato normativo x ato 
concreto.
- Leis (CF, EC, lei complementar, lei ordinária, resolução do 
Senado, decreto legislativo, decreto-lei*, medida provisória) 
- Tratados internacionais (devem ser aprovados por Decreto 
Legislativo do Congresso Nacional)
- Decretos (atos normativos expedidos pelo Chefe do 
Executivo)
- Normas Complementares (art. 100)
•Normas Complementares (art. 100):
- Atos normativos expedidos pelas autoridades 
administrativas (Portarias ministeriais, Instruções Normativas 
do Secretário da Receita Federal, etc...);
- Decisões de jurisdição administrativa a que lei atribuir 
eficácia normativa;
- Convênios entre U, E, DF e Municípios;
- Práticas reiteradamente observadas pela Administração
Processo Administrativo no âmbito do Ministério da Fazenda
Câmara Superior de Recursos Fiscais
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais
Delegacias de Julgamento da Receita Federal
Lançamento 
fazendário
Impugnação 
do SP
Decisão
Recurso 
Recurso 
Decisão
Decisão
Organização Judiciária – simples esboço
. STF
STJ TST TSE STM
TRF 
(5)
TJ (27) TRT 
(27+)
TRE 
(27)
Auditorias 
MIlitares
Juízes do 
Trabalho
Juízes 
Estaduais
JuízesFederais
Juízes 
Eleitorais
•A proteção decorrente da observância das normas complementares 
(CTN, art. 100, parágrafo único: “a observância das normas 
referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a 
cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da 
base de cálculo do tributo”).
- Conceitos importantes nesse momento e para assuntos futuros:
Multa – penalidade pecuniária. Sanção pela ocorrência de 
uma infração.
Juros – remuneração do capital. Significa a reposição, pelo 
devedor impontual, do produto do capital que o credor deixou de 
ganhar em razão do atraso.
Correção monetária – atualização do valor devido, em razão 
do processo inflacionário. Mera recomposição do valor real 
devido.
2- Precedência do tratado internacional em face da legislação 
doméstica (art. 98).
A prevalência, ainda, da tese da inexistência de hierarquia 
entre o tratado internacional (salvo sobre direitos humanos) e 
as leis internas.
As normas do tratado internacional em matéria tributária, 
por revelarem um sentido de especialidade, possuem primazia 
sobre a legislação interna. Deve valer o princípio interpretativo 
de que a regra especial tem primazia sobre regra mais genérica.
Os critérios tradicionalmente aceitos para a solução da 
contrariedade aparente entre normas:
- hierárquico – invalidade da norma inferior
- da especialidade – âmbito de aplicação das normas
- cronológico – revogação da norma anterior
3- Vigência e Aplicação (arts. 101/104).
• Vigência no tempo é o período durante o qual a lei, 
segundo a vontade do legislador, é de observância obrigatória. É
o prazo de vida da lei. O art. 1º da LICC ou LINDB (DL 4.657/1942) 
e a vacatio legis de 45 dias, para a lei omissa. Se não for a lei de 
vigência temporária, a lei permanecerá em vigor até que outra lei 
a revogue. A revogação pode ser expressa (quando a lei nova faz 
menção, no seu texto, à lei antiga) ou tácita (a lei nova não 
menciona a lei antiga, mas dispõe de forma contrária). Pode 
ainda ser a revogação total (a revogação atinge a totalidade do 
texto da lei antiga) ou parcial (a revogação atinge apenas alguns 
dispositivos da lei antiga).
.
Lei 1
Publicação
Vigência
Vacatio
legis
Lei 2
Publicação
Vigência
Revogação
Aplicação é a determinação da norma jurídica que deve ser 
utilizada para reger determinado caso. É o esforço de 
detectar que norma deve ser usada para reger o caso 
concreto que se apresenta.
Lei 1
Al= 
10%
Lei 2
Al= 
12%
Lei 3
Al= 
8%
Lei 4
Al= 
9%
FG Fiscalização / 
Lançamento
3.1 - Vigência no CTN.
• O art. 104 estabelece que entram em vigor no 
01/01/exercício subsequente ao da publicação os 
dispositivos de lei relativos a Impostos sobre Patrimônio e 
Renda que:
→ instituem ou majoram tais impostos
→ criam novas hipóteses de incidência
→ reduzem ou extinguem isenção (salvo, nesta terceira 
hipótese, se a lei, quanto ao prazo, dispuser de forma mais 
favorável ao contribuinte)
Problema 
sobre vigência 
de Lei
Regra geral – LICC ou LINDB, 
art. 1º – 45 dias, para a hipótese 
de lei omissa
Regra especial – CTN, art. 104
• Vigência e anterioridade.
- Distinção. A anterioridade opera no plano da eficácia.
- A atual complexidade do problema da anterioridade.
- Noção sobre eficácia – aptidão para produzir efeitos 
jurídicos concretos.
- Método para solucionar problemas: vigência + eficácia.
- Hipóteses.
2011 2012
Lei majora ICMS –
publicação 
01/04/2011
Vigência 
15/05/2011
Eficácia
Lei majora ITBI –
publicação 
01/04/2011
Vigência 
e eficácia
2011 2012
2011
Lei majora ITBI –
publicação 
16/12/2011
Vigência
Eficácia 
16/03/2012
2012
.
2011 2012
Lei majora IR –
publicação 
16/12/2011
Vigência 
e eficácia
Lei majora IPI –
publicação 
16/12/2011
Eficácia 
16/03/2012
Vigência 
30/01/2012
2011 2012
.
2011 2012
Lei extingue isenção 
ICMS – publicação 
01/04/2011
Vigência e 
eficácia 
15/05/2011
Lei extingue isenção IR –
publicação 01/04/2011
2011 2012Vigência e 
eficácia
2011
Lei concede isenção 
ITBI – publicação 
01/04/2011
2012
Vigência e 
eficácia 
15/05/2011
3.2- Aplicação no CTN.
• O art. 105: a regra geral é a aplicação irretroativa ou 
proativa da lei, que irá alcançar as situações que lhe são 
posteriores. Alcançará os fatos geradores futuros e os 
pendentes (aqueles que já começaram a acontecer mais não 
se aperfeiçoaram; equiparam-se a futuros).
Passado Futuro
Lei 
nova
Fatos
•O art. 106: as leis retroativas. Leis que surgem num 
determinado momento e vão também atingir os fatos 
passados.
O mencionado art. 106 do CTN aponta duas hipóteses de leis 
retroativas: (i) a lei interpretativa; e (ii) a lei mais benigna ao 
infrator. Vejamos.
Passado Futuro
Lei 
nova FatosFatos
→ a lei expressamente interpretativa retroage em qualquer caso, 
vedada a aplicação de penalidade quanto aos dispositivos 
interpretados. O problema da legitimidade da lei interpretativa. O 
problema da coisa julgada.
Lei 1 - interpretada Lei 2 - interpretativa
Lei que causa dúvida na aplicação 
de algum dispositivo. Al do ISS 
sobre certo serviço: 5% ou 3%?
Lei interpretativa esclarece 
que a Al do referido serviço é
5%.
Contribuinte pagou 3%
→ (retroatividade benigna) a lei mais benéfica ao infrator
retroage para atingir atos não-definitivamente julgados 
quando:
- deixa de tratar o ato como infração;
- estabelece penalidade menos severa.
Lei 1 – Al= 10%
Multa= 75%
Lei 2 – Al= 8%
Multa= 50%
FG Infração
Fiscalização / 
lançamento
O funcionamento do mecanismo da retroatividade 
benigna em matéria penal (CF, art. 5, XL; CP, art. 2º, 
parágrafo único). Não-limitação pela coisa julgada.
.
Lei 1
Multa= 
80%
Lei 2
Multa= 
100%
Lei 3
Multa= 
70%
Lei 4
Multa= 
90%
Infração
Fiscalização / 
lançamento
4- Interpretação e Integração (arts. 107/112)
• Interpretação: é o esforço de se compreender o conteúdo, o 
sentido e o alcance da disposição normativa. Na 
interpretação, existe texto normativo do qual se busca extrair 
sua inteligência. Tem efeito declaratório da norma, eis que 
esta já existe; resta ao aplicador proclamar o seu teor. 
Interpretar significa entender o que o legislador disse ao 
estabelecer a disposição normativa.
Caso 
concreto
Interpretação
- Podem-se citar algumas modalidades de interpretação quanto ao 
método: a literal ou gramatical (na qual se leva em consideração 
apenas o conteúdo gramatical do texto); a teleológica (leva-se em 
consideração a vontade da lei, sua razão de ser, a finalidade da lei); a 
sistemática ou sistêmica (leva em consideração a disposição 
normativa como parte de um conjunto de tantas outras que é o 
sistema jurídico norteado pela Constituição); a histórica (leva em 
consideração as circunstâncias políticas, sociais, econômicas e 
tecnológicas da época em que a disposição foi editada e a alteração 
dessas circunstâncias ao longo do tempo). Elas devem ser usadas 
conjuntamente, eis que se complementam.
- As modalidades podem ser também classificadas quanto órgão ou 
pessoa que realiza a interpretação: jurisprudencial (interpretação 
feita pelo Poder Judiciário); doutrinária (feita pelos doutos e 
estudiosos do direito); autêntica (feita pelo próprio órgão ou pessoa 
que editou a norma; no caso das lei, a interpretação é feita pelo 
Poder Legislativo); administrativa ou executiva (feita pelas 
autoridades do Poder Executivo na sua função regulamentadora e 
executora das leis). 
• Integração: é o esforço de se suprir as lacunas deixadas pelo 
legislador. Na integração, existe um caso concreto e inexiste 
disposição expressa pararegrá-lo. Integrar é deduzir o que o 
legislador regularia se tivesse se preocupado com a situação 
para a qual não existe disposição.
Caso X
Integração 
por 
analogia
Caso X’
Caso XIntegração
Caso X’
4.1 - Integração no CTN (art. 108).
O Código estabeleceu uma lista taxativa das modalidades de 
integração a serem utilizadas para suprir as lacunas da 
legislação tributária. São quatro modalidades, que devem ser 
utilizadas na ordem estabelecida no CTN: analogia, princípios 
gerais de direito tributário, princípios gerais de direito público 
e equidade.
• Analogia: é a busca de um caso semelhante para o qual haja 
disposição normativa reguladora. Esta, então, é aplicada ao 
caso para o qual o legislador não estabeleceu disposição 
expressa. Em outras palavras, decidir por analogia é aplicar ao 
caso, para o qual a legislação foi lacunosa, a norma jurídica 
que decorre da legislação que trata de caso semelhante.
• Princípios Gerais do Direito Tributário: são os princípios básicos 
do direito tributário, explícitos ou implícitos, fixados pela 
Constituição e pelo CTN.
• Princípios Gerais do Direito Público: são princípios presentes em 
vários dos ramos que compõem o direito público (legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade, devido processo legal, 
irretroatividade, forma federativa de Estado, universalidade da 
jurisdição, ampla defesa e contraditório, dentre outros).
• Equidade: na concepção Aristotélica, é a justiça no caso 
concreto. Realiza-se mediante o sopesamento dos valores 
jurídicos protegidos pelo sistema, a fim de dar ao caso concreto 
a solução mais adequada a tais valores, com o sacrifício mínimo 
de direitos.
.
Analogia
Princípios 
Gerais de Direito 
Tributário
Princípios 
Gerais de Direito 
Público
Equidade
A lógica da ordem das modalidades integrativas: a 
especialidade
- Limites ao uso da analogia: desta não pode resultar a 
exigência de tributo não previsto em lei. A norma que define 
as hipóteses de incidência deve ser suficientemente clara em 
relação às situações alcançadas. Não se pode pensar que 
determinado caso sofreria a incidência tributária, sem 
menção expressa da lei, pelo simples fato de ser semelhante 
a outro caso expressamente tributado. Nesse ponto, o Código 
firma o que alguns denominam princípio da tipicidade 
tributária.
- Limites ao uso da equidade: seu uso não pode resultar na 
dispensa de tributo devido. As isenções decorrem de 
disposição expressa de lei, de modo que não pode o aplicador 
presumir sua existência.
4.2- Interpretação no CTN (arts. 109/112).
O Código não fixou uma lista das modalidades de 
interpretação que devam ser utilizadas na compreensão das 
normas tributárias. Apenas elegeu determinadas modalidades 
a serem utilizadas, de modo específico, na compreensão de 
normas tributárias que cuidam de determinados assuntos.
• A interpretação literal (art. 111) deve ser utilizada nos casos 
de legislação que trate sobre:
→ suspensão ou exclusão do crédito tributário
→ outorga de isenção
→ dispensa de obrigação acessória
Este artigo nada mais é do que a explicitação de um 
princípio geral de hermenêutica jurídica, que estabelece que 
as exceções devem estar expressas na lei. O que é regra se 
presume, mas a exceção não. Portanto, a interpretação de 
hipóteses de exceção não deve ter resultado ampliativo. A 
exceção deve abranger apenas aquilo que a disposição 
normativa expressamente determinou.
• A interpretação mais benigna ao acusado (art. 112) é utilizada 
na interpretação das leis que definem infrações e respectivas 
penalidades, no caso de o aplicador da lei se deparar com 
dúvidas quanto:
→ à capitulação legal do fato
→ às circunstâncias materiais do fato e os seus efeitos 
→ à autoria, imputabilidade, ou punibilidade
→ à natureza da pena ou sua graduação
Este artigo revela o princípio do in dubio pro reu, típico 
do direito penal, aplicável no direito tributário em relação a 
infrações e penalidades. Segundo a disciplina do CTN, a 
dúvida enseja uma interpretação mais benéfica das normas 
tributárias punitivas.
Legislação 
tributária
Interpretação 
literal - art. 111
Interpretação 
mais benigna ao 
potencial infrator -
art. 112Interpretação comum –
uso conjunto dos 
critérios literal, 
sistemático, teleológico 
e histórico
A lógica do CTN no tema da interpretação
4.3- O uso dos princípios gerais do direito privado em matéria 
tributária (arts. 109 e 110).
“Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para 
pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, 
conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos 
tributários.
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e 
o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, 
expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas 
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou 
dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias.”
“Art. 116 (...). Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá
desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de 
dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos 
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os 
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária.”
UNIDADE III: OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
1- Obrigação Tributária (art. 113, 114 e 115)
Obrigação 
Principal
Obrigação 
Acessória
Caráter 
pecuniário
pagamento de 
tributo ou 
multa
Condutas 
positivas ou 
negativas
Estabelecida 
em lei
Estabelecida 
na legislação
surge a partir do 
acontecimento 
do seu 
respectivo FG
surge a partir 
do 
acontecimento 
do seu 
respectivo FG
Obrigação 
principal
Obrigação 
acessória
Sujeito ativo
Sujeito ativo Sujeito passivo
Sujeito passivo
Prestação
Prestação
• Crítica doutrinária ao termo “obrigação acessória” → deveres 
instrumentais ou deveres formais.
• A inobservância da obrigação acessória faz gerar uma obrigação 
principal relativamente à multa. 
• A expressão “fato gerador” da obrigação de pagar tributo é usada 
no CTN em dois sentidos, que merecem ser distinguidos. É, 
portanto, uma situação prevista hipoteticamente no texto da lei 
instituidora (hipótese de incidência tributária) e que, uma vez 
concretizada no mundo social (fato jurídico tributário ou fato 
imponível), tem como consequência o surgimento da relação 
obrigacional entre Fisco e o sujeito passivo tributário. 
2- Critérios do CTN para a fixação temporal da ocorrência 
concreta do fato gerador (arts. 116, II e II, e 117).
• Fato gerador constituído por situação de fato: “desde o 
momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais 
necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são 
próprios”.
• Fato gerador constituído por situação jurídica: desde o 
momento em que esta esteja definitivamente constituída, nos 
termos de direito aplicável.
Hipótese de 
incidência
Evento 
econômico 
manifestador 
de riqueza
Situação de 
fato
Situação 
jurídica
OU
• Fato gerador constituído por situação jurídica subordinada 
a condição suspensiva: desde o momento de seu implemento.
• Fato gerador constituído por situação jurídica subordinada 
a condição resolutiva: desde o momento da prática do ato ou da 
celebração do negócio.
Condição (CC, art. 121): cláusula que subordina o efeito do 
negócio jurídico a evento futuro e incerto.
Fato gerador 
constituído por 
situação 
jurídica
Negócio jurídico 
celebrado sem
condição
Negócio jurídico 
celebrado com
condição
Condição suspensiva –
implemento da condição
Condição resolutiva –
celebraçãodo negócio
3- Desconsideração de atos de dissimulação (art. 116, 
parágrafo único).
“A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos 
ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de 
dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a 
natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, 
observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei 
ordinária.”
Depois do FGAntes do FG
Ocultação ou camuflagem do FGDirecionamento da atividade 
econômica
Economia ilícitaEconomia lícita
Elisão x Evasão
4- Interpretação da hipótese de incidência (art. 118) - Princípio 
do non olet.
A hipótese de incidência deve ser interpretada de modo 
a não se levar em consideração:
• a validade ou invalidade dos atos praticados, nem os 
seus efeitos
• a licitude ou ilicitude da atividade que cerca o fato 
gerador
O problema da validade dos atos civis. Os requisitos (CC, 
art. 104): (i) agente capaz; (ii) objeto lícito, possível, 
determinado ou determinável; e (iii) forma prescrita ou não 
defesa em lei.
5- Sujeito ativo da obrigação principal (art. 119)
É quem tem o poder de exigir o pagamento do tributo ou 
multa. É a pessoa detentora da capacidade tributária ativa. 
Segundo o Código, só pode ser sujeito ativo pessoa jurídica de 
direito público (ver art. 7, CTN).
Sujeito ativo Sujeito passivo
Prestação
6- Sujeito passivo da obrigação principal (art. 121)
É quem tem o dever de efetuar o pagamento do tributo 
ou multa. 
Contribuinte: aquele que tem relação 
pessoal e direta com o FG. É quem dá
causa ao FG; pessoa executora da ação 
definida como hipótese de incidência.Sujeito 
passivo
(definido em 
lei)
Responsável: aquele que não é
contribuinte, mas, mesmo assim, tem o 
dever de pagar por força de disposição 
expressa de lei.
7- A não-vinculação do Fisco em decorrência das convenções 
particulares (art. 123).
Salvo disposição de lei em contrário, os contratos e 
convenções entre particulares não podem ser opostos à
Fazenda para mudar a definição do sujeito passivo.
Lei → FG – BC – Al – SP
Sujeito 
ativo
Sujeito 
passivo
Prestação
CONTRATO
Sujeito passivo
e
Outra pessoa
8- Solidariedade tributária passiva (arts. 124 e 125)
Solidariedade:
Sujeito ativo 
1
Sujeito ativo 
2
Sujeito ativo 
3
Sujeito passivo 
1
Sujeito passivo 
2
Sujeito passivo 
3
Prestação
•••• Solidariedade passiva tributária - conceito. É a existência de 
mais de um devedor numa mesma relação obrigacional, 
circunstância que admite que qualquer deles seja chamado 
pelo credor para pagar o total da dívida.
Sujeito passivo 
1
Sujeito passivo 
2
Sujeito passivo 
3
Prestação
Sujeito ativo
• Hipóteses de solidariedade (art. 124):
São 
solidariamente 
obrigadas...
as pessoas que têm interesse comum na 
situação que consista no FG. É a 
solidariedade entre contribuintes, que o são 
ao mesmo tempo e em relação ao mesmo FG 
(solidariedade no fato gerador).
as pessoas que a lei designar expressamente. 
São hipóteses disciplinadas nas leis ordinárias 
(solidariedade legal). 
•••• Salvo disposição diversa da lei, na solidariedade (art. 125):
(i) o pagamento efetuado por um dos obrigados 
aproveita aos demais;
(ii) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os 
obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, 
subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais 
pelo saldo (tema que remete à dicotomia dos benefícios 
fiscais geral x pessoal ou objetivo x subjetivo);
(iii) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um 
dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.
.
Fato gerador Lançamento Ação de execução
Prazo decadencial – 5 anos Prazo prescricional – 5 anos
- Interrupção do prazo prescricional = reinício da contagem:
Lançamento
Prazo prescricional: já
correu por 4 anos
Interrupção
Prazo prescricional: + 5 anos
O prazo prescricional se interrompe com (art. 174, 
parágrafo único):
- despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal
- o protesto judicial
- qualquer ato judicial que constitua o devedor em mora 
(protesto, notificação e interpelação judiciais)
- a confissão da dívida (única hipótese em que a interrupção 
pode decorrer de ato extrajudicial) 
9- Capacidade tributária passiva (art. 126).
É a aptidão para ser sujeito passivo da obrigação 
tributária. A capacidade tributária passiva independe:
• da capacidade civil das pessoas naturais; 
• da existência de restrição ao desempenho de 
atividades civis ou comerciais por parte da pessoa natural;
• da regular constituição da pessoa jurídica.
Pessoas naturais absolutamente incapazes (CC, art. 3º):
(I) os menores de dezesseis anos;
(II) os que, por enfermidade ou deficiência mental, não 
tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;
(III) os que, mesmo por causa transitória, não puderem 
exprimir sua vontade
Pessoas naturais relativamente incapazes (CC, art. 4º):
(I) os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
(II) os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por 
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;
(III) os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;
(IV) os pródigos 
Exemplos de restrições ao desempenho de atividades 
civis ou comerciais:
(i) art. 117, X, da Lei 8.112/1990 – servidor público federal 
ativo e o comércio;
(ii) art. 29 da Lei 6.880/1980 – militar federal ativo e o 
comércio;
(iii) art. 28 da Lei 8.906/1994 – advocacia e membros do 
Judiciário, Ministério Público, agentes fiscais, policiais, 
militares da ativa, dirigentes de instituições financeiras dentre 
outros;
(iv) art. 68 do Código de Ética Médica (Resolução CFM 
1.931/2009) – médicos e a comercialização de medicamentos.
Constituição da pessoa jurídica.
Vontade dos 
fundadores
Elaboração 
do contrato 
ou estatuto 
social
----------
----------
----------
----------
----
Registro cartorial –
Junta Comercial ou 
Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas
10 – Domicílio tributário (art. 127)
Domicílio tributário é a localidade onde o sujeito passivo 
deverá ser chamado para cumprir seus deveres da ordem 
tributária, bem assim onde exercerá os seus direitos.
(i) Em princípio, cabe a possibilidade de escolha por parte do 
sujeito passivo.
(ii) Na falta de escolha, aplicar-se-ão as disposições do CTN 
que determinam para o domicílio:
• quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, 
ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de 
sua atividade;
• quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às 
firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos 
atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada 
estabelecimento; e
• quanto às pessoas jurídicas de direito público, qualquer 
de suas repartições no território da entidade tributante.
(iii) Quando não couber a aplicação das regras de 
determinação acima, considerar-se-á como domicílio 
tributário do contribuinte ou responsável o lugar da situação 
dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram 
origem à obrigação (regra residual).
(iv) Quando houver a recusa administrativa do domicílio 
eleito (na hipótese de a escolha do sujeito passivo 
impossibilitar ou dificultar a arrecadação ou a fiscalização do 
tributo), aplica-se diretamente a regra residual do item (iii) 
logo acima.
.
Possibilidade de 
eleição do 
domicílio
Aplicação das regras 
específicas do CTN para 
a determinação do 
domicílio
Fixação do domicílio no lugar da situação dos 
bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que 
deram origem à obrigação
Não houve eleição
A eleição feita foi 
recusada pela 
Administração 
por dificultar a 
fiscalização / 
arrecadação
Não foi possívela fixação do 
domicílio com 
base nas regras 
específicas do 
CTN
11- Responsabilidade tributária (arts. 128 a 138)
O problema da sistematização do CTN nesse tema.
11.1- Responsabilidade segundo o momento da sua ocorrência:
• Responsabilidade por transferência: o dever do 
responsável surge em momento posterior à ocorrência do FG. 
Na ocorrência deste, o pólo passivo é ocupado pelo 
contribuinte, mas um evento futuro faz, nos termos da lei, com 
que o responsável passe a ocupar o pólo passivo da obrigação 
(com ou sem exclusão do contribuinte).
FGObrigação 
tributária
SA SP - C
$
Fato que enseja a 
responsabilidade
SA SP - R
$
• Responsabilidade por substituição: o dever do responsável 
surge desde o momento da ocorrência do FG. Desde a 
ocorrência deste, o pólo passivo da obrigação é ocupado pelo 
responsável (com ou sem exclusão do contribuinte).
FG
Obrigação 
tributária
SA SP - R
$
•••• Responsabilidade por antecipação (ou substituição tributária para 
frente): o dever do responsável surge em momento anterior à
ocorrência do FG. Cuida-se de impor a obrigação antes da ocorrência 
do fato gerador futuro, mas que presumidamente ocorrerá (CF, art. 
150, §7: “a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação 
tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou 
contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, 
assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso 
não se realize o fato gerador presumido”).
Fato que enseja a 
responsabilidadeObrigação
SA SP - R
$
FG
.
$1.000
ICMS = 
$100
Alíquota do ICMS = 10%
$1.200
ICMS = 
$20
$1.500
ICMS = 
$30
VA = $1.000 VA = $200 VA = $300
Na “substituição para frente”, a Lei impõe ao industrial, por exemplo, 
que recolha, quando da sua operação, o imposto devido nas operações 
seguintes:
C → $ 100 (alíquota sobre o seu preço)
R → $ 50 (alíquota sobre o valor agregado presumido das operações 
seguintes)
11.2- Responsabilidade segundo a intensidade ou gravidade:
• subsidiária ou supletiva (primeiro, o contribuinte; depois, o 
responsável)
• solidária (contribuinte e responsável sem benefício de 
ordem); e
• pessoal, integral ou exclusiva (apenas o responsável).
11.3- Responsabilidade na disciplina do CTN: é dividida em 
responsabilidade dos sucessores, de terceiros e por 
infrações.
11.3.1- Responsabilidade dos sucessores (arts. 130/133):
• (art. 130) o adquirente de bem imóvel é pessoalmente 
responsável pelos tributos devidos até a data da aquisição.
2010 2011
IPTU FG FG
José: C (2010) Maria: C (2011)
R (2010)
Aquisição
Excludentes da responsabilidade na aquisição de bem imóvel:
→ não há responsabilidade se constar da escritura a 
certidão de quitação
→ na arrematação em hasta pública, os tributos devidos 
incluem-se no preço pago pelo arrematante; fica este livre da 
responsabilidade.
• (art. 131, I) o adquirente de bens móveis é
pessoalmente responsável pelos tributos devidos em relação 
aos bens adquiridos.
• (art. 131, II, III) o espólio é pessoalmente responsável 
pelos tributos devidos pelo de cujus em relação às dívidas 
surgidas até a data da abertura da sucessão (óbito); os 
herdeiros são pessoalmente responsáveis pelos tributos 
devidos em relação às dívidas surgidas até a data da partilha. 
abertura da sucessão 
(óbito) partilha
de cujus espólio herdeiros
• (art. 132) sucessão empresarial - operações com 
pessoas jurídicas. A pessoa jurídica resultante fica 
pessoalmente responsável pelos tributos devidos pela 
sucedida:
- Fusão: A + B → C
- Transformação: A → B
- Incorporação: A + B → A
- Cisão: A → B + C (total)
A → A + B (parcial)
Lei 6.404/1976:
“Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as 
sociedades que absorverem parcelas do seu patrimônio 
responderão solidariamente pelas obrigações da companhia 
extinta. A companhia cindida que subsistir e as que absorverem 
parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas 
obrigações da primeira anteriores à cisão.
Parágrafo único. O ato de cisão parcial poderá estipular que 
as sociedades que absorverem parcelas do patrimônio da 
companhia cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações 
que lhes forem transferidas, sem solidariedade entre si ou com a 
companhia cindida, mas, nesse caso, qualquer credor anterior 
poderá se opor à estipulação, em relação ao seu crédito, desde 
que notifique a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a contar
da data da publicação dos atos da cisão.”
• (art. 133) o adquirente de fundo de comércio ou 
estabelecimento fica responsável pelos tributos devidos em 
relação à atividade, se prosseguir na exploração da mesma.
O adquirente só
é responsável se 
prosseguir na
mesma 
atividade. Sua 
responsabilidade 
pode ser...
integral (será cobrada a dívida apenas do 
adquirente-responsável): se o alienante cessar a 
exploração e não voltar a se estabelecer (em 
qualquer atividade) em 6 meses contados da 
alienação.
subsidiária (a dívida será cobrada primeiro do 
alienante-contribuinte, depois do adquirente-
responsável): se o alienante não cessar suas 
atividades ou voltar a se estabelecer em 6 meses 
(mesmo em atividade diferente da anterior).
O CTN, atualmente, excepciona da responsabilidade a 
alienação judicial no curso da falência ou da recuperação 
judicial. O benefício não se aplica quando o adquirente é
pessoa ligada à sociedade falida ou em recuperação judicial.
O texto do art. 133:
“Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado 
que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio 
ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e 
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra 
razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos 
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, 
devidos até à data do ato:
(...)
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do 
comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na 
exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da 
alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de 
comércio, indústria ou profissão.
§1º. O disposto no caput deste artigo não se aplica na 
hipótese de alienação judicial: 
I – em processo de falência;
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de 
recuperação judicial.
(...)
§2º. Não se aplica o disposto no § 1º deste artigo 
quando o adquirente for:
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, 
ou sociedade controlada pelo devedor falido ou em 
recuperação judicial;
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) 
grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido ou em 
recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou 
III – identificado como agente do falido ou do devedor em 
recuperação judicial com o objetivo de fraudar a sucessão 
tributária.
(...)”
11.3.2- Responsabilidade de terceiros.
11.3.2.1- Responsabilidade supletiva de terceiros (art. 134):
São responsáveis pelos tributos, caso seja impossível a 
cobrança sobre os contribuintes. Tais pessoas só são 
responsáveis pelos atos em que intervierem ou pelas omissões 
a que derem causa. Em primeiro lugar, cobra-se do 
contribuinte; depois, cobra-se do responsável, caso este tenha 
concorrido, por falta de diligência, para o não-pagamento.
Trata-se de uma responsabilidade subsidiária ou supletiva, 
eis que existe benefício de ordem em favor do responsável, 
muito embora o texto do CTN, impropriamente, fale de 
responsabilidade solidária.
.
Responsáveis Contribuintes
Pais Filhos menores 
Tutores e curadores Tutelados e curatelados 
Administradores de bens de

Outros materiais