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SKINNER, B.F. O que é o homem - Resumo informativo

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1
RESUMO INFORMATIVO
Rosemberg Jônatas Gomes de Sousa1
SKINNER, B.F. O que é o homem? In:______. O mito da liberdade. 3. ed. São 
Paulo: Summus, 1983. cap. 9, p. 145-168.
O homem é um ser circunstancial e seu comportamento é moldado e
preservado pelo ambiente. Mudanças neste causam variações no comportamento
humano. O ambientalismo primário é o ambiente, por si só, como determinante do
comportamento. Para que este fato se torne útil, é preciso, antes, conhecer muito
mais. A mudança da ênfase no homem para a ênfase no ambiente, sem saber como
este atua na mudança do comportamento, terá pouca significância.
Na agressividade, o ambiente assume o papel do homem autônomo, sem
necessidade de sentimento. Contingências de sobrevivência e outros benefícios
reforçam o comportamento agressivo. Em vez de “indício de caráter” e explicação
genética, a história de reforço ambiental esclarece a oscilação entre a atividade
vigorosa e a de tranquilidade do humano. A história do indivíduo o expõe a
contingências que selecionam estímulos mais ou menos importantes aos quais este
reage. Isto explica a atenção, a qual não é a ação de um guardião interior.
Na análise ambiental, o homem não apreende o mundo. Contingências
anteriores – como de segurança e sobrevivência – fazem com que percebamos o
mundo a nossa volta, por exemplo o rosto materno. A percepção é uma espécie de
resposta nossa a determinada coisa que faz parte de uma contingência. O sol age
sobre quem o percebe, e não o oposto. Este é selecionado por suas contingências
de sobrevivência e reforço, portanto percebido e estudado. Percepção e
conhecimento são frutos de contingências verbais, as quais são produtos do
ambiente. Para se ter resposta sobre algum objeto, é necessária referência a este. O
pensamento abstrato requer um tipo especial de ambiente e este não é fruto de
faculdade cognitiva.
Conhecimento é adquirido à exposição ao comportamento verbal, em especial
às normas e máximas. O comportamento derivado do conhecimento científico é tão
eficaz quanto o que deriva da experiência pessoal. O contato direto com as
1 Graduando do curso de Psicologia da Unesp/Bauru – E-mail: rosemberg.psicologia@fc.unesp.br
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contingências produz tipo especial de conhecimento, não transmitido diretamente,
por exemplo o de lutar por uma causa. Este gera um sentimento especial.
A análise do comportamento precisa considerar que o homem é cônscio de
sua existência, seu passado e futuro, e apresenta comportamento de ignorar o
ambiente, o qual tem papel sutil. O behaviorismo metodológico limita-se ao que se
observa publicamente. O que o homem conhece de si mesmo (consciência) é a
questão da análise experimental do comportamento. A matéria que constitui o
homem é parte do universo, é o mundo privado e sua acessibilidade é diferente e
individual, por exemplo uma dor de cabeça.
Mesmo sem estarmos cônscios, movemos parte do corpo por ação de
estímulos, e aprendemos a descrever sentimentos e responder a estímulos privados
a partir de contingências naturais. Conhecer ou estar cônscio é produto social e é
responder a si mesmo a respeito do seu próprio comportamento. A comunidade
verbal torna este procedimento consciente e sua especialidade é contingências
descritivas. 
Tratando-se de autoconhecimento e de estímulos privados, a individualidade
produz imprecisões nas contingências da comunidade verbal. Esta independência
não sustenta a ideia de que um agente interno observável seja responsável pelo
comportamento humano. Contingências de reforço substituem o papel que é dado à
consciência por algumas teorias psicoterápicas. Não é preciso estar cônscio para
agir com eficácia ou ineficácia. O autoconhecimento é válido para enfrentar
contingências em que surgiu. 
Contingências de reforço explicam a atividade do pensamento. Distinção de
cores, generalizações de reações, formações de conceitos, abstrações e
recordações não são formas de comportamento, mas contingências de reforçamento
que evocam respostas sob controle de estímulos. 
Na resolução de problemas, por exemplo ao manejar instrumentos, podemos
agir explicitamente ou secretamente. Através das contingências a cultura promove o
pensamento, ensina técnicas e normas. Entender as contingências de reforço do
ambiente, resolve problemas, ainda que no mundo particular do homem, pois o
comportamento é construído pelo ambiente e não se recorre à mente.
O ambiente observável está em controle do comportamento e não o homem
3
autônomo. Os acontecimentos no interior do homem, no que se refere a
comportamentos, ainda serão explicados melhor pela fisiologia – versão científica da
introspecção. Histórias de evolução e do ambiente transformaram o homem, e
encontram-se em seu interior na forma de caracteres anatômicos e fisiológicos. Um
bebê representa melhor a natureza humana do que um adulto. As contingências
transformam as pessoas, e não são armazenadas no interior destas, assim não é o
hábito que leva alguém a fumar, mas os elementos de reforço.
Diz-se que a memória é uma cópia do ambiente que foi armazenada no
indivíduo. Circunstâncias no ambiente não implantam traços de caráter no homem,
mas mudam seu comportamento levando-o a agir de determinada maneira.
Filosofias, como condições do ambiente, não são objeto de posse, mas transformam
a pessoa. A moral não é uma característica do homem, mas ele age assim porque
um ambiente social o levou a isso, como também o pecado que não é posse dele,
mas é fruto de uma história de reforço.
O ambiente controlador, na análise experimental do comportamento, assume
funções anteriormente conferidas ao homem autônomo. A criança descobre sua
identidade ao fazer distinção entre seu corpo e o mundo. Diferentes repertórios
produzidos por contingências diversas (família e amigos, por exemplo) podem gerar
identidade de dois ou mais “eus”. Susceptibilidades genéticas ao reforço geram o eu
controlado (interesses individuais), enquanto o eu controlador é de origem social.
Para passar do inacessível ao manipulável, isto é, às causas reais do
comportamento humano, é necessário abrir mão da visão tradicional do homem em
sua humanidade interior e entendê-lo como um corpo que exibe comportamentos
complexos, ou seja, uma pessoa. O homem situa-se no alcance da análise científica
a exemplo dos animais inferiores. Estes foram mais utilizados na análise
experimental, e semelhanças comportamentais com os humanos estão sendo
descobertas. São as contingências complexas de reforço que causam
comportamento em humanos e não os processos mentais superiores. 
Os homens assemelham-se às máquinas por seu sistema complexo, mas
diferenciam-se delas por sua habilidade de se ajustar a contingências de reforço. A
ação deles sobre o ambiente é com o uso de máquinas ou com sua musculatura
própria, isto é comportamento mecânico. Máquinas reduzem aspectos exaustivos do
4
ambiente (trabalho excessivo), produzindo elementos de reforço positivo.
Não há planejamento intencional de comportamento. Contingências seletivas
definem sua intenção e propósito, quer no processo de seleção ou no
condicionamento operante, no qual as consequências que a ele seguem apontam o
seu objetivo. Não há objetivo humano, nem mente criativa nas variações sobre as
quais a seleção natural atua. O ambiente social e a cultura podem induzir
geneticistas a efetuarem mudanças genéticas que adéquem humanos a
contingências de sobrevivência. Está ao alcance da observação pessoal a relação
existenteentre comportamento e as contingências de reforço que o geram.
Os ambientes físico e social, e a evolução da cultura foram construídos pelo
próprio homem, e estes mesmos o controlam. Esta natureza de autocontrole do
indivíduo é, por vezes, mal interpretada. O eu controlador deve ser distinguido do eu
controlado, ainda que ambos estejam na mesma pele. Ao desempenhar mudanças
no ambiente, o homem assume as funções de planejador de cultura de controle e de
controlado (produto desta cultura).
Provavelmente não ocorreram mudanças genéticas na espécie humana
desde centenas de gerações. Uma criança de milênios atrás, se transportada para o
século atual, provavelmente seria quase indistinguível de uma criança moderna.
Mudando práticas religiosas e tecnologias física e biológica de seu ambiente, o
homem sofreu transformações como pessoa.
Evoluções biológica e cultural resultaram no homem como ele é hoje. Ele
mesmo age intencionalmente na cultura e na genética a fim de efetuar mudanças
relativas à sua sobrevivência. Estas modificações são impredizíveis e sem limites.
Indivíduos transmitem a outros indivíduos tanto traços genéticos quanto
práticas culturais, contribuindo para a sobrevivência da espécie. Em relação a estes
aspectos, a individualidade é inquestionável. Características da espécie não são de
responsabilidade definitiva do homem, mas circunstâncias ambientais e culturais o
induzem ao planejamento intencional e fornecem a arte e a ciência utilizadas.
O individualista vê a morte como aniquilação pessoal e teme-a porque não é
reforçado pela sobrevivência da cultura, além de negar as contribuições do passado
e se recusar em fazer o bem ao próximo. 
Na visão científica, a relação de controle é aquela em que o mundo age sobre
5
a pessoa, e não o contrário. O quadro científico do homem é tido como perigoso e
errado pelas pessoas, as quais tiveram sua vaidade ferida no sentido que
reforçadores aos quais estavam acostumados, como louvor e admiração, foram
destruídos. Quando estes reforçadores se tornam inúteis para o homem, o efeito é a
perda de fé ou falta de poder quanto seu próprio destino, e ainda uma espécie de
saudosismo e supervalorização das qualidades do passado em relação ao presente.
As reações negativas à concepção científica do homem impede-nos de
avançar rumo ao futuro da nossa cultura. Esta nova teoria não mudou o homem,
mas trouxe oportunidades para fazer alguma coisa em relação a ele.
Privilégios reforçadores emanam da concepção tradicional do homem. Esta,
defendida por literaturas da liberdade, é perigosa no sentido de que confere
anticontrole ao indivíduo. É possível, através da tecnologia do comportamento,
construir uma sociedade que viva de modo a explorar o mundo em redor, se
conhecer direito, se administrar eficazmente e, ainda assim, reforçar aqueles que se
dedicaram a trabalhar pela sobrevivência da cultura e bem comum.
Palavras-chave: Comportamento humano. Análise ambiental. Contingências de 
reforço.
Citações:
“O quadro que emerge de uma análise científica não é de um corpo com uma
pessoa em seu interior, mas de um corpo que é uma pessoa, no sentido em que
exibe um repertório complexo de comportamento” (SKINNER, 1983, p. 156).
“O homem autônomo é um dispositivo empregado para explicar o que não
podemos explicar por outro meio qualquer” (SKINNER, 1983, p. 157).
O homem interior autônomo é que foi abolido, e isso é um passo à frente
[…] Ele está realmente controlado pelo ambiente mas devemos lembrar que
é um ambiente construído em grande parte pelo próprio homem (SKINNER,
1983, p. 168).

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