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Cirurgia geral 1

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HABILIDADES MÉDICAS VII | Luíza Moura e Vitória Neves 
CIRURGIA GERAL 1 
 
COLELITÍASE 
DEFINIÇÃO Presença de cálculo no interior da vesícula biliar na ausência de inflamação e infecção. 
EPIDEMIOLOGIA Mais prevalente em mulheres; > 50 anos; Obesidade; Síndrome metabólica; Tabagismo; Álcool; 
Sedentarismo; Dietas hipercalóricas; 80% por cálculos de colesterol. 
QUADRO CLÍNICO Dor abdominal QSD (Hipocôndrio direito e/ou epigástrico - cólica biliar); 
→ Pode irradiar para região dorsal, ombro direito, região subescapular; 
→ Cólica biliar pode vir 15 a 30 min após refeições, especialmente as gordurosas; 
→ Dor pode persistir por 15 minutos a 5h (Geralmente não ultrapassa 3h). 
Náuseas e vômitos, junto a dor biliar; 
Distensão visceral; 
Dor a palpação superficial QSD; 
COMPLICAÇÕES Febre e calafrios; 
Colúria e icterícia; 
Sinal de Murphy +: colecistite, colangite, coledocolitíase. 
DIAGNÓSTICO Clínica + USG de abdome superior 
O cálculo aparece como imagem hipercóicas ao fundo da vesícula, com sombra acústica. 
EXAMES 
COMPLEMENTARES 
Bilirrubinas totais, fosfatase alcalina e GGT 
Pode pedir os outros exames laboratoriais: sumário de urina, laboratórios. 
TRATAMENTO INDICAÇÕES PARA O TRATAMENTO 
1. Sintomas de dor biliar e cálculos; 
2. Doença biliar complicada; 
3. Vesícula biliar em porcelana; 
4. Vesícula funcionalmente excluída; 
5. Casos selecionados de litíase assintomática: 
→ Expectativa de vida >30 ou 40 anos; 
→ Múltiplos cálculos vesiculares menores que 5 mm; 
→ Com alto índice de câncer da vesícula biliar; 
→ Portadores de cálculos que vivem em ou viajam para regiões sem condições de assistência médica; 
→ Pessoas que, por motivos psicológicos, ou por conhecerem e temerem complicações, prefiram a 
colecistectomia; 
6. Pacientes portadores de litíase nos canais biliares, sintomáticos ou não. 
MÉTODOS DE TRATAMENTO 
Padrão ouro: Colecistectomia pela técnica de videolaparoscopia 
Outros: Fragmentação (litotripsia), Sais biliares VO, Colecistectomia (incisão abdominal ampla) 
ASSINTOMÁTICA: OBSERVAR OU OPERAR? 
Observar SIM e operar se: 
Risco de migração (cálculos muito pequenos) 
Pós-operatórios de cirurgias bariátricas 
Risco de neoplasias: 
→ Cálculos > 3cm (discutível) 
→ Pólipos ≥ 1cm (sim) 
→ Vesícula em porcelana (com certeza) 
 
 
HABILIDADES MÉDICAS VII | Luíza Moura e Vitória Neves 
COLECISTITE AGUDA 
DEFINIÇÃO Presença de cálculo no interior da vesícula biliar na ausência de inflamação e infecção. 
Inflamação aguda da parede da vesícula; 
→ Geralmente vem acompanhada de obstrução do ducto cístico por um cálculo; 
QUADRO CLÍNICO Sinais locais de inflamação: Murphy, dor ou massa palpável em HD 
Sinais sistêmicos de inflamação: febre, leucocitose, PCR e VHS elevados 
Náuseas e vômito 
DIAGNÓSTICO Clínica + USG de abdome superior 
→ Parede da vesícula espaçada (> 5mm) + aumento da vesícula biliar 
→ Debris no interior 
→ Murphy USG positivo e Líquido perivesicular 
EXAMES 
COMPLEMENTARES 
Bilirrubinas totais, fosfatase alcalina e GGT + Hemograma + PCR + VHS 
Pode pedir os outros exames: sumário de urina, laboratórios. 
GRAVIDADE LEVE 
Sem disfunção orgânica: medicar e mandar para casa 
MODERADA 
Não tem disfunção, mas os achados denotam dificuldade para colecistectomia 
Leucograma > 18.000 mm3; 
Massa palpável em HD; 
GRAVE 
Tem disfunção orgânica: hepática, renal, neurológica 
TRATAMENTO Hidratação, Analgésico, Antiemético, Antibiótico e Dieta zero 
CONDUTA 
Opção 1: ATB precoce (gram negativo e anaeróbio: ciprofloxacina e metronidazol – 10/14 dias) + 
VLC (Vídeo Colestectomia) nas primeiras 72h de história 
Opção 2: ATB precoce (gram negativo e anaeróbio: ciprofloxacina e metronidazol – 1-/14 dias) + 
VLC após 60-90 dias caso o atendimento tenha sido realizado após 72h de história – “esfriar” o 
processo infeccioso antes da cirurgia. 
 
SÍNDROME COLESTÁTICA: ICTERÍCIA, COLÚRIA E ACOLIA FECAL 
É uma obstrução da via biliar e pode ser por: 
→ Cálculo: Coledocolitíase ou Síndrome de Mirizzi; ou 
→ Neoplasia de Cabeça de Pâncreas 
COLEDOCOLITÍASE 
DEFINIÇÃO Migração do cálculo da vesícula para o colédoco. 
QUADRO CLÍNICO Dor no QSD; 
Icterícia flutuante; 
Colestase (colúria e acolia fecal): pode ocorrer, mas não é regra; 
DIAGNÓSTICO CRM (colangiorressonância magnética) 
EXAMES 
COMPLEMENTARES 
Bilirrubinas totais, fosfatase alcalina, GGT, TGO/TGP, transaminases (tudo ↑) 
Pode pedir os outros exames laboratoriais: sumário de urina, laboratórios. 
TRATAMENTO AVALIA DIÂMETRO DA VIA BILIAR 
→ < 2cm: CPRE (Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica) + VCL 
→ > 2cm: Derivação bileodigestiva (Coledoco duodenal ou Coledocojejunal em Y-Roux) 
 
HABILIDADES MÉDICAS VII | Luíza Moura e Vitória Neves 
COLANGITE AGUDA 
DEFINIÇÃO Inflamação causada por obstrução do fluxo de bile; 
→ Bile não consegue passar pelo colédoco e retorna à vesícula; 
→ Bactérias proliferam-se na bile “parada” e causam infecção do colédoco e do fígado. 
É complicação mais grave, especialmente em caso de coledoclitíase, tumores de cabeça de pâncreas. 
QUADRO CLÍNICO Tríade de Charcot: febre com calafrios, dor abdominal (QSD) e icterícia; 
Penta de Reunolds: Tríade de charcot + hipotensão + confusão mental (gravíssimo) 
Febre, hipersensibilidade QSD; icterícia; 
Sem irritação peritoneal e Murphy negativo 
DIAGNÓSTICO Clínica + CPRM 
→ Dilatação das vias biliares e evidencia o fator obstrutivo 
EXAMES 
COMPLEMENTARES 
Colestase: altera Bilirrubinas totais, fosfatase alcalina, GGT, TGO/TGP, transaminases (tudo ↑) 
Alterações laboratoriais: leucocitose, PCR elevada, VHS 
TRATAMENTO GRAU I 
ATB 
GRAU II 
Se preocupa em drenar 
GRAU III 
Drenar urgente 
 
→ Tirar o cálculo por CPRE; ou 
→ Drenagem transparietohepática (retira o cálculo por cima); ou 
→ Cirurgia (abre o colédoco, tira os cálculos e tira a vasícula) 
 
LESÕES DE PELE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CISTO EPIDERMOIDE 
Queratina mergulha em direção ao folículo piloso 
Surgem da porção infundibular do folículo piloso, muitas vezes após ruptura do folículo ou secundário a 
trauma. São: 
→ Preenchidos com queratina; e 
→ Revestidos por epitélio escamoso estratificado com camada granular (pela epiderme) 
Normalmente tem um “olhinho” 
 
Ocorrem com mais frequência na cabeça e na parte superior do tronco, mas podem ocorrer em qualquer 
parte do corpo. As lesões podem ser únicas ou múltiplas. 
Apresentam-se como nódulos da cor da pele a amarelos, firmes e móveis, muitas vezes com um ponto 
central visível. 
 
Geralmente são assintomáticos, mas podem ficar: 
→ Inflamados (sinais flogísticos, poros dilatados); 
→ Infectados; ou 
→ Roto espontaneamente (drenagem espontânea) (não tem foto) 
TRATAMENTO 
ASSINTOMÁTICO: excisão cirúrgica (Deve-se remover toda a parede do cisto, capsula, para evitar a 
recorrência) 
 
 
HABILIDADES MÉDICAS VII | Luíza Moura e Vitória Neves 
INFLAMADO: aplicação de calor local; pode usar anti-inflamatório como analgésico; esperar que se torne 
assintomático (se espremer piora). 
INFECTADO: drenar (anestesia e bisturi); não precisa de antibiótico, a não ser que o paciente tenha sinais 
sistêmicos; esperar que se torne assintomático 
ROTO ESPONTANEAMENTE: continua a espremer; o conteúdo está sendo retirado, mas o continente 
ainda permanece e o cisto aparecerá de novo. 
A!! Por que não tirar a capsula se estiver sintomático? Porque ela está muito fina, então não será retirada 
toda 
A!! Deve cicatrizar por pelo menos 2 meses antes da terapia cirúrgica. 
 
 
 
 
 
 
 
LIPOMA 
São tumores benignos muito comuns que surgem nos tecidos subcutâneos de: 
→ Pescoço; Ombros; 
→ Tronco; e 
→ Extremidades. 
Consistem em adipócitos maduros circundados por uma fina cápsula fibrosa. 
Os lipomas apresentam-se como nódulos subcutâneos: 
→ Macios; 
→ Emborrachados; 
→ Indolores; 
→ De crescimento lento; 
→ Que se movem livremente à palpação.TRATAMENTO 
Enucleação por meio de excisão cirúrgica 
Lesões grandes podem ser tratadas com lipoaspiração. 
 
 
 
 
 
 
 
ONICOCRIPTOSE 
 
É a unha encrava quando uma das suas bordas, ao crescer, penetra na pele em volta dela. 
→ Comum ocorrer no dedão 
O problema acontece pelo aumento na pressão sobre a unha. 
 
Paroníquia é o nome dado ao processo de inflamação da pele em torno da unha. (é a reação) 
Ela tem início devido à “perda” da cutícula (proteção natural da pele), que pode ser causada por: 
→ Hábito de remoção por alicate; 
→ Pequenos traumatismos; 
→ Agentes químicos (como detergentes de cozinha, por exemplo); 
→ Profissões que têm muito contato com a água, como copeiras, lavadeiras etc. 
Machuca o tecido sem proteção natural → Infecção (estafilo cocos, bactérias e fungos) 
TRATAMENTO 
Cirúrgico, através da cantotomia ou cantoplastia (retira o canto da unha) e retirada da paroníquia 
Prevenção: Podólogo e evitar fatores desencadeantes. 
 
 
MANCHA/PINTA 
EM PELE 
PEQUENAS 
Biópsia excisional 
GRANDES 
Biópsia incisional 
Tira uma parte comprometida e outra sadia, em seguida manda para estudo de anatomia patológica 
 
 
HABILIDADES MÉDICAS VII | Luíza Moura e Vitória Neves 
HÉRNIA 
 
 
 
DEFINIÇÃO 
É um órgão ou estrutura intracavitárias que através de um orifício preexistente (falhas na parede 
abdominal) se desloca 
As falhas podem ter origem congênita ou adquirida em regiões de maior fragilidade, secundárias a 
patologias que elevam cronicamente a pressão intracavitária, como: 
→ Tosse crônica; 
→ Constipação; ou 
→ Hiperplasia prostática benigna. 
 
TIPOS 
 
 
 
HÉRNIAS DA REGIÃO INGUINAL 
Inguinal ou femoral 
→ São as mais comuns e que mais 
frequentemente complicam com 
encarceramento e estrangulamento. 
Classificação: direta ou indireta 
HÉRNIAS LOMBARES 
Grynfelt (triangulo lombar superior) e Petit 
(triangulo lombar inferior). 
São hérnias raras, acometendo mais comumente o 
sexo masculino, sendo mais prevalentes as do 
triângulo lombar superior. 
HÉRNIAS INCISIONAIS 
Ocorrem sobre incisões de cirurgias que 
invadam a parede abdominal. 
Sequela de algumas laparotomias, devido a 
redução da força tensil nos tecidos cicatriciais. 
HÉRNIAS VENTRAIS 
Umbilicais, epigástricas, Spigel (linha semilunar) 
 
QUANTO AO MOVIMENTO LIVRE 
 
ENCARCERADA 
 
ESTRANGULADA 
 
Risco de necrose e infecção (QC.: dor, 
extensão abdominal, náuseas e vômitos – 
sai por cima e nada sai por baixo) NÃO 
REDUZ, faz ressecamento da alça 
necrosada. 
 
HERNIA INGUINAL 
CLASSIFICAÇÃO DIRETA 
Abaula diretamente na região inguinal 
OBRLÍQUA EXTERNA OU INDIRETA 
Desceu em direção a bolsa escrotal 
ANATOMIA 
HERNIA INGUINAL DIRETA 
Ocorre na região do Triangulo de Hesselbach: é um assoalho da região inguinal em forma de triangulo delimitado por: 
→ Vasos epigástricos inferiores; 
→ Ligamento inguinal; e 
→ Borda lateral do musculo reto do abdome. 
HERNIA INGUINAL INDIRETA 
Se insinua pelo canal inguinal, através do canal inguinal interno. 
 
Há um limite anatômico para considerar as hernias serem diretas ou indiretas que são os vasos epigástricos inferiores. Assim: 
Hernia que abaúla lateralmente aos vasos epigástricos inferiores = Hernia oblíqua externa ou indireta 
Hernia que abaúla medialmente aos vasos epigástricos inferiores = Hernia direta 
 
 
HERNIA INGUINAL X HERNIA FEMORAL 
Abaulamento acima do ligamento inguinal = Hernia inguinal 
Abaulamento abaixo do ligamento inguinal = Hernia femoral 
 
HABILIDADES MÉDICAS VII | Luíza Moura e Vitória Neves 
CLASSIFICAÇÃO DE NYHUS PARA HERNIA INGUINAIS 
TIPO I: Hérnia indireta com anel inguinal profundo normal (até 2cm) 
(Hernia congênita, é a hernia da criança. Comum em meninos devido ao caminho do testículo) 
TIPO II: Hernia indireta com anel inguinal profundo alargado, porém com parede posterior preservada. 
Geralmente, é uma hernia do adulto jovem, principalmente se for mulher (hernia mais comum delas) 
TIPO III: Defeito na parede posterior 
A: Hernia direta (Comum em adultos jovens ou idosos) 
B: Hernia indireta com alargamento importante do anel interno e destruição da parede posterior (Hernia mista) (Comum em idoso) 
C: Hernia femoral (É mais comum nas mulheres que nos homens) 
TIPO IV: Hernia recidivada (Paciente já operado de qualquer hernia inguinal e tem recidiva de qualquer uns desses tipos) 
A: Direta 
B: Indireta 
C: Femoral 
D: Mista 
TRATEMNTO 
TECNICA DE BASSINI TÉCNICA DE LICHTENSEIN 
Herniorrafia 
 
Técnica de contensão: sutura do tendão conjunto na arcada inguinal. 
Hernioplastia 
 
Técnica sem tensão: tela posicionada e suturada ao tendão 
conjunto da arcada inguinal. 
 
HÉRNIAS INCISIONAIS 
 
 
DEFINIÇÃO 
 É um órgão ou estrutura intracavitárias que através de uma incisão precedente se exteriorizou. 
Abdome avental: excesso de pele e de gordura (risco de infecção/inflamação, além das questões 
psicológicas); 
→ Sugerível o tratamento juntamente com cirurgião plástico. 
 
 
TRATAMENTO 
Cirurgião geral: Colocar as alças para dentro do abdome, recobrir alças com o peritônio e aplicar tela. 
Cirurgião plástico: retira o excesso de pele e gordura 
 
HÉRNIA EPIGÁSTRICA 
DEFINIÇÃO É um órgão ou estrutura intracavitárias que através de um orifício epigástrico de desloca. 
TRATAMENTO Cirurgia: incisão, coloca a hernia para dentro e sutura 
 
HÉRNIA UMBILICAL 
DEFINIÇÃO É um órgão ou estrutura intracavitárias que através de um orifício umbilical de desloca. 
TRATAMENTO Cirurgia com incisão abaixo do umbigo, coloca hernia para dentro e sutura. 
 
 
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