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TRABALHO E DIREITO NA ARTE

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UNIDADE IV • <Título da Unidade IV>
DIREITO E ARTE 
CURSO: DIREITO 
ENCONTRO: aula 11- TRABALHO E DIREITO NA ARTE.
	
	1 Introdução
Olá, amigos. Tudo bem? 
É com enorme alegria que damos seguimento ao tema “TRABALHO E DIREITO NA ARTE”. Vamos lá?
	
	2 – Trabalho e Direito na Arte. 
Terreno fértil para a proposição de inúmeras reflexões sociais, a arte pode e deve ser utilizada como supedâneo para conferir maior sutileza à abordagem técnica jurídica, sobretudo nesses tempos em que a sociedade, notadamente a classe trabalhadora, aparentemente, encontra-se em estado de letargia ao legitimar discursos de desregulamentação do Direito do Trabalho.
De início, é preciso ter em mente que a Declaração de Filadélfia (10 de Maio de 1944) teve como proposta reafirmar os objetivos tradicionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), estabelecendo como princípio basilar o seguinte:
 - TRABALHO NÃO É UMA MERCADORIA.
Neste contexto, tal regra de proteção ao trabalho é incompatível com a ideia de flexibilização tomando por norte as regras básicas do mercado (oferta e procura), em virtude da notória desigualdade econômica entre empregado e empregador. Permitir a desregulamentação do Direito do Trabalho visando incessantemente a intenção de lucro é autorizar a exploração pura e simples do homem pelo homem. É evidente que na falta de regulamentação sobre os limites de exploração da mão de obra, o empregado submeter-se-á às condições degradantes, disposto a acatar as regras ditadas pela lei de mercado para não perder seu posto de trabalho.
A temática, em si, gera discussões acaloradas e a arte é um instrumento poderoso para auxiliar o operador do direito na reflexão desse e outros fenômenos sociais. Com efeito, a interseção entre a Arte e o Direito é de suma importância na produção de subjetividades do jurista, sobretudo para que este desenvolva sua capacidade de criar alternativas e linhas de fuga, possibilitando novas formas de organização, resolução de conflitos e mediações jurídico-institucionais.
O dinamismo social demanda soluções criativas ao operador do direito, o qual não pode permanecer engessado, limitado por pensamentos doutrinários que não conseguem acompanhar o crescimento das relações interpessoais.
Ao entender que a legislação trabalhista tem por índole a proteção do trabalhador em suas relações contratuais de labor, é possível utilizar fórmulas argumentativas, criativas e alternativas que auxiliem uma interpretação e aplicação mais efetiva deste ramo especial do direito.
Propõe-se, portanto, a utilização de obras literárias para uma melhor compreensão de institutos jurídicos. Nesta senda, tem-se títulos amplamente reconhecidos, como por exemplo, “O Processo”, de Kafka (utilizada para melhor compreender os princípios que regem a Teoria Geral do Processo); “O mercador de Veneza (para discutir contratos e suas lacunas). 
Especificamente em relação à regulamentação dos direitos dos empregados e com a finalidade de expor a essencialidade dos princípios trabalhistas, é sugerida a obra de Samuel Becket, “Esperando Godot”. A intenção é fazer uso da arte para facilitar a compreensão e visualização de questões relevantes da sociedade. 
De fato, por intermédio da personagem Luck, da peça Esperando Godot, é possível traçar um paralelo com a realidade vivenciada pelo trabalhador brasileiro, estabelecendo um grau de sensibilidade social a permitir uma melhor compreensão da necessária regulamentação do direito do trabalho.
Também no filme “EU, Daniel Blake” é possível abordar os conflitos das relações de trabalho que surgiram a partir do fenômeno denominado de uberização. O filme é um retrato do abandono do Estado de bem-estar social que vigorou na Europa nas últimas décadas.
Chico Buarque, em 1971, compôs a música “Construção”, na qual faz uma faz uma crítica contundente à forma de tratamento que a sociedade dá aos chamados trabalhadores "invisíveis", aqueles que passam o dia trabalhando em andaimes sem a menor segurança.
Destarte, uma vez compreendida a importância da interseção entre direito e arte, é possível conferir legitimidade para que a obra artística, utilizada como hipótese análoga, sirva de meio alternativo na interpretação das leis, além de consistir em método auxiliar de ampliação de reflexões sociais.
	
	3 Encerramento
Durante a leitura desse texto, você conheceu um pouco mais sobre a relação entre Trabalho e Direito na Arte. Para saber mais sobre a importância desta interdisciplinaridade essencial para a formação, assista ao screencast desse encontro. Bons estudos!
	
	REFERÊNCIAS
CUNHA FILHO, Francisco Humberto. Cultura e Democracia na Constituição Federal de 1988: representação de interesses e sua aplicação ao Programa Nacional de Apoio à Cultura. Rio de Janeiro: Letra Legal, 2004.
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 11ª ed. São Paulo: LTr, 2012
MARTINEZ, Luciano. Curso de Direito do Trabalho. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017
TRINDADE, André Karam; GUBERT, Roberta Magalhães; NETO, Alfredo Copetti (Organizadores). Direito e Literatura: ensaios críticos. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008. 
TRINDADE, André Karam; BERNST, Luisa Giuliani. O estudo do "direito e literatura" no Brasil: surgimento, evolução e expansão. Revista Internacional de Direito e Literatura, julho 2017. Disponível em: https://www.researchgate.net › Home › Historia
Acesso em: fev. 2021.
WARAT, Luis Alberto. A ciência jurídica e seus dois maridos. Editora Edunisc, 2000
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