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CENTRO UNIVERSITÁRIO DOUTOR LEÃO SAMPAIO DISCIPLINA: DIREITO DO CONSUMIDOR CURSO DE DIREITO TURMA: 111-7 EQUIPE: 1. ANA LIVIAN COSTA ARAÚJO 2. ALINE RODRIGUES FERREIRA 3. BETISA HYRLA VIANA FONTES 4. LAURA GOMES DE SÁ FERREIRA 5. MARIA CLARA GOMES DE SOUSA LINS 6. YASMIM OLIVEIRA RANGEL ASSUNTO: FICHAMENTO DO LIVRO VIDA PARA CONSUMO. Fonte: BAUMAN, Zygmunt. Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Rio de Janeiro. Jorge Zahar, 2008. INTRODUÇÃO: O SEGREDO MAIS BEM GUARDADO DA SOCIEDADE DE CONSUMIDORES. “A preferência, entre os empregadores, por empregados “flutuantes”, descomprometidos, flexíveis, “generalistas” e, em última instância, descartáveis (do tipo “pau-pra toda-obra”, em vez de especializados e submetidos a um treinamento estritamente focalizado), foi o mais seminal de seus achados.” (Pág. 8) Síntese: Conforme descrito na citação acima, para os empregadores, o empregado ideal seria uma pessoa sem vínculos, sem compromissos, sem ligações emocionais anteriores, uma pessoa pronta a assumir qualquer tarefa que lhe apareça, ou seja, carregar o peso de uma mulher ou filho por exemplo, aumentam o “coeficiente de chateação” e reduzem as chances de emprego do candidato. Cada vez mais as pessoas são comparadas a “mercadorias”, no qual o descarte destas como objeto é evidente em diversos âmbitos sociais. O texto mostra o modo como, nos dias atuais, as relações sociais passam a ser mediadas pelo consumo. Consumo este, não necessariamente de produtos, mas de hábitos, valores e aparências. Os indivíduos, a partir da exposição aos padrões de beleza, consumo, ideológico... Impostos pelo mercado, passam inconscientemente a portarem-se como objetos de consumo. Na sociedade de consumidores, ninguém pode se tornar sujeito antes de se tornar mercadoria. “Como assinalou o porta-voz de uma das companhias fornecedoras desses sistemas, “a tecnologia só faz pegar os processos em operação e torná-los mais eficientes” o que significa de maneira instantânea e automática, poupando os empregados da incômoda tarefa de coletar informações, estudar registros, fazer avaliações e tomar decisões distintas a cada chamada, assim como a responsabilidade pelas consequências decorrentes. O que, na ausência do equipamento técnico adequado, eles teriam de avaliar forçando o próprio cérebro e gastando grande parte do precioso tempo”. (Pág. 10) Síntese: O autor Zygmunt Bauman aborda a questão do fenômeno das tecnologias que, num grande movimento, apresentam-se como novos canais de mediação das relações sociais. “Aconteceu que, no caminho entre a sociedade de produtores e a sociedade de consumidores, as tarefas envolvidas na comodificação e recomodificação do capital e do trabalho passaram por processos simultâneos de desregulamentação e privatização contínuas, profundas e aparentemente irreversíveis, embora ainda incompletas.” (Pág. 11) Síntese: O consumo passou a ser uma marca cultural da sociedade contemporânea, onde prevalece a regra do “ter pra ser”. Essa cultura ganha força com a mídia que relaciona os produtos a sensações ou atributos de natureza abstrata como felicidade e poder, ou seja, só se atinge a felicidade por meio da aquisição de bens materiais, não importando se existem condições financeiras ou não para isso. CAPÍTULO 1: CONSUMISMO VERSUS CONSUMO “Foi sugerido (e essa sugestão é seguida e desenvolvida no restante deste capítulo) que um ponto de ruptura de enormes consequências, que, poderíamos argumentar, mereceria o nome de "revolução consumista", ocorreu milênios mais tarde, com a passagem do consumo ao "consumismo", quando aquele, como afirma Colin Campbell, tornou-se "especialmente importante, se não central" para a vida da maioria das pessoas, "o verdadeiro propósito da existência".1 E quando "nossa capacidade de 'querer', 'desejar', 'ansiar por' e particularmente de experimentar tais emoções repetidas vezes de fato passou a sustentar a economia" do convívio humano” (pags. 38 e 39). “De maneira distinta do consumo, que é basicamente uma característica e uma ocupação dos seres humanos como indivíduos, o consumismo é um atributo da sociedade. Para que uma sociedade adquira esse atributo, a capacidade profundamente individual de querer, desejar e almejar deve ser, tal como a capacidade de trabalho na sociedade de produtores, destacada ("alienada") dos indivíduos e reciclada/reificada numa força externa que coloca a "sociedade de consumidores" em movimento e a mantém em curso como uma forma específica de convívio humano, enquanto ao mesmo tempo estabelece parâmetros específicos para as estratégias individuais de vida que são eficazes e manipula as probabilidades de escolha e conduta individuais.” (Pag. 41) “A instabilidade dos desejos e a insaciabilidade das necessidades, assim como a resultante tendência ao consumo instantâneo e à remoção, também instantânea, de seus objetos, harmonizam-se bem com a nova liquidez do ambiente em que as atividades existenciais foram inscritas e tendem a ser conduzidas no futuro previsível (Um ambiente líquido-moderno é inóspito ao planejamento, investimento e armazenamento de longo prazo. De fato, ele tira do adiamento da satisfação seu antigo sentido de prudência, circunspecção e, acima de tudo, razoabilidade. A maioria dos bens valiosos perde seu brilho e sua atração com rapidez, e se houver atraso eles podem se tornar adequados apenas para o depósito de lixo, antes mesmo de terem sido desfrutados.” (Pag. 45) Síntese: Bauman fala da Revolução Consumista, que marcou a passagem do consumo – vivenciada pela antiga sociedade de produtores – para o consumismo – vivenciada pela sociedade de consumidores. O autor cita que esta passagem aconteceu quando o desejo passou a sustentar a economia, tendo em vista que na sociedade de produtores ela era determinada pelas necessidades dos seus indivíduos. Ou seja, se antes a economia era regida pelo trabalho, agora, era passou a ser determinada pelo consumo. É, mais precisamente, o que o autor diferencia de fase sólida (sociedade de produtores) – cujos valores estavam na durabilidade, segurança e rotinização dos comportamentos individuais – da fase líquida da modernidade (sociedade de consumidores), cujos valores estão focados nos desejos crescentes e no tempo “pontilhista” (não dimensional, descontínuo). Para tanto, Bauman cita que esses desejos que regem a sociedade do consumo precisam levar sempre à não satisfação de seus membros para que a demanda de consumo não se esgote e a economia mantenha-se continuamente alimentada. Ou seja, a frustração dos desejos é essencial para a movimentação dessa economia e o excesso de informação gerado por ela levará, inevitavelmente, a uma incapacidade de assimilação por parte dos seus membros e a uma atitude “blasé” desta sociedade, em relação ao conhecimento, ao trabalho e ao estilo de vida Para o autor, quanto mais informação essa sociedade adquire, menor é o poder de assimilação e o seu envolvimento em relação a ela. Em outras palavras, ele considera que o consumismo aposta na irracionalidade dos consumidores, estimulando emoções consumistas e não cultivando a razão. CAPÍTULO 2: SOCIEDADE DE CONSUMIDORES “A "sociedade de consumidores", em outras palavras, representa o tipo de sociedade que promove, encoraja ou reforça a escolha de um estilo de vida e uma estratégia existencial consumistas, e rejeita todas as opções culturais alternativas”. (Pág. 70) Síntese: Podemos entender a sociedade de consumidores como sendo aquela parcela da população que vive um estilo de vida voltado para o consumo excessivo de bens materiais onde as pessoas buscam sempre adquirir bens materiais, de modo que para eles qualquer outro estilo de vida que tenha diretrizes diferentes do consumismo deve ser desconsiderado. “O objetivo crucial, talvezdecisivo, do consumo na sociedade de consumidores (mesmo que raras vezes declarado com tantas palavras e ainda com menos frequência debatido em público) não é a satisfação de necessidades, desejos e vontades, mas a comodificação ou recomodificação do consumidor: elevar a condição dos consumidores à de mercadorias vendáveis.” (Pág. 76) Síntese: Nesse trecho o livro vem para nos mostrar que dentro da sociedade consumerista o consumidor não foca apenas em consumir para saciar os seus desejos e vontades, mas visa tornar consumidores em mercadorias, isto é, os consumidores passam a ter um valor dentro desse cenário consumerista. “Os membros da sociedade de consumidores são eles próprios mercadorias de consumo, e é a qualidade de ser uma mercadoria de consumo que os torna membros autênticos dessa sociedade”. (Pág. 76) Síntese: Dentro desse âmbito de sociedade consumerista tem como integrantes os consumidores que também são considerados como uma “mercadoria”, isto é, dentro desse contexto social eles são considerados como membros devido a possuírem um valor de consumo assim sendo considerados mercadorias e tendo assim uma condição aceitável para serem membros autênticos dessa sociedade. CAPÍTULO 3. CULTURA CONSUMISTA “Um manual de moda influente, muito lido e respeitado, editado para a temporada outono- inverno por um jornal prestigioso, ofereceu “meia dúzia de visuais-chave para os próximos meses,... que vão colocar você à frente da tendência de estilo (…).” (Pág. 62) Síntese: Diante da citação acima; observa-se que vivemos em um contexto sociocultural fortemente marcado pelo consumismo, sustentado pelo mercado globalizado e estimulado pela propaganda. Nota-se que a promessa feita foi propositalmente para chamar atenção dos consumidores. Contudo em um ambiente metropolitano de consumo permanente os cidadãos se apresentam como pessoas socialmente conscientes na qual usufruem de uma autonomia e liberdade individual para desenvolver a sua própria identidade como também personalidade havendo particularmente a definição de gostos e perfil estético bem como o modo de estar e agir em ambiente social. Destarte, a frase acima remete-se, em uma sociedade cada vez mais singular, no qual o prazer e bem-estar são altamente privilegiados, é nítido como o comportamento do consumidor é induzido pelas estratégias de comunicação. “A síndrome cultural consumista consiste, acima de tudo, na negação enfática da virtude da procrastinação e da possível vantagem de se retardar a satisfação esses dois pilares axiológicos da sociedade de produtores governada pela síndrome produtivista (...).” (Pag.65) Síntese: O consumismo se edifica sobre o pressuposto de que a felicidade é proporcional ao consumo de bens. O consumismo está ligado com fatores socioculturais, constitui um processo em que os desejos se transformam em demandas e em atos que são socialmente regulados através de significados culturais. “O que se aplica à sociedade de consumidores também se aplica a seus membros individuais. A satisfação deve ser apenas uma experiência momentânea, algo que, se durar muito tempo, devese temer, e não ambicionar a satisfação duradoura, de uma vez por todas, deve parecer aos consumidores uma perspectiva bem pouco agradável (...)”. (Pag.76) Síntese: Na sociedade dos consumidores, o desempenho consumista do indivíduo é o principal critério para definir sua inclusão ou sua exclusão social; para Bauman, a sociedade dos consumidores, envolve a excelência ou também a inépcia do desempenho consumista dos indivíduos, visto que é o critério mais importante para se estratificar socialmente ou incluir ou excluir algum indivíduo. CAPÍTULO 4. BAIXAS COLATERAIS DO CONSUMISMO “Sugiro que, entre os “danos colaterais” perpetrados por essa promoção e por essa luta, o principal (mas de jeito algum o único) é a comodificação total e abrangente da vida humana.” (Pag. 152) Síntese: Neste ponto do capítulo entendemos o real sentido de danos colaterais do consumismo, que trata-se da exposição de que, os interesses econômicos, as relações de poder e as lutas políticas trazem uma consequência: a transformação da vida humana em mercadoria. “Os danos colaterais abandonados ao longo da trilha do progresso triunfante do consumismo se espalham por todo o espectro social das sociedades “desenvolvidas” contemporâneas”. Existe, contudo, uma nova categoria de população [...] que pode ser vista como vítima coletiva dos danos colaterais multiplos. Nos últimos anos, essa categoria recebeu o nome de “subclasse”. (Pag.155) Síntese: Para Bauman, a classe mais afetada é uma “subclasse” de homens e mulheres que tem baixo poder econômico e não se enquadram dentro da sociedade consumista. De acordo com o autor, então, os mais pobres são “não consumidores”, pois não são compradores ativos. “Para atingir os padrões de normalidade, ser reconhecido como um membro pleno, correto e adequado da sociedade é preciso reagir pronta e eficientemente às tentações do mercado de consumo [...]” (Pag.159) Síntese: Aqui, entendemos que Bauman quer ressaltar que para a sociedade capitalista e consumista de hoje, é preciso comprar. Mas esse ato de consumo deve ser feito constante e ativamente, e não só pontual e necessariamente. Isto significa que, os mais pobres e com menor poder aquisitivo não se enquadram naquilo que a sociedade consumista considera como ‘normal” e por isso, estes são considerados apenas um peso para essa sociedade. “Tornar-se consumidor exige um nível de vigilância e esforço constantes que dificilmente deixa tempo para as atividades que tornar-se cidadão demanda” (Pag.188) Síntese: Nas sociedades de consumo, o que define se você é “gente” ou não é o seu poder de consumir. Ou seja, a importância das pessoas é equivalente ao seu poder de consumo, por isso, os mais pobres, que tem pouco ou nenhum poder de consumo, não são dignos de importância nessas sociedades. Já aqueles que tem algum poder aquisitivo, são tentados a buscar, independente do preço que se pague por isso, mais poder aquisitivo, para comprar mais e poder ter maior relevância social, mesmo que isso implique no sacrifício de funções básicas do ser humano, como passar um tempo com a família. 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