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SERVIÇO SOCIAL DE CASO, GRUPO E COMUNIDADE

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SERVIÇO SOCIAL DE CASO, GRUPO E COMUNIDADE
ORIGEM DA PROFISSÃO
O Serviço Social como profissão carrega a herança de suas origens se relacionarem à caridade;
A assistência aos menos privilegiados, geralmente pessoas e famílias pobres;
A assistência prestada era desenvolvida de modo assistencialista e paliativo;
Não havia qualquer tipo de técnica ou método de trabalho;
A preocupação com os pobres e os problemas sociais e políticos que essa população mais fragilizada poderia criar passou a ser uma preocupação necessária à defesa da burguesia recém-chegada ao poder;
O Estado propôs a paz política (com toda violência necessária) e à Igreja cabia cuidar da situação social, por intermédio da caridade;
As damas de caridade procuravam conhecer as necessidades individuais e familiares e, a partir daí, dispunham as esmolas que conseguiam - prevenir os problemas relacionados à pobreza.
A primeira Escola de Serviço Social da América Latina foi criada no Chile, em 1925.
Anos 40 e 50 o Serviço Social brasileiro recebe influência norte-americana. 
Marcado pelo tecnicismo, bebe na fonte da psicanálise, bem como da sociologia de base positivista e funcionalista. 
Sua ênfase está na ideia de ajustamento e de ajuda psicossocial. 
Neste período há o início das práticas de Organização e Desenvolvimento de Comunidade, além do desenvolvimento das peculiares abordagens individuais e grupais. 
base na defesa da neutralidade científica, a profissão se desenvolve através do “Serviço Social de Caso”, “Serviço Social de Grupo” e “Serviço Social de Comunidade”. 
Serviço Social de casos
É um método norte-americano;
Forte influência da medicina, psicologia e da sociologia positivista, principalmente da sua vertente funcionalista; 
A Questão Social é um problema individual;
Propõem uma mudança na personalidade do individuo para que este se ajuste na sociedade;
Tem como sua principal representante: Mary Richmond.
Serviço social de casos - Case Social Work - Mary Richmond, 1917
“Processo pelo qual se desenvolve a personalidade, através de ajustamentos realizados conscientemente entre os indivíduos e seu meio.” (Mary Richmond).
Pode ser definido como a arte de ajudar as pessoas a ajudarem-se a si mesmas, cooperando com elas a fim de beneficia-la e, ao mesmo tempo, à sociedade em geral.
Outra definição ressalta que o problema é essencialmente do cliente e que, portanto, está ele envolvido ativa e responsavelmente na sua solução.
Conceitos importantes: Individualidade; Meio Social; Personalidade.
O caso social trabalha com os aspectos relacionados a personalidade, que exige um campo especifico, que é o Serviço Social de Caso.
O livro de MR, baseia-se na experiência da autora, suplementada pela leitura de inúmeros casos, sua exposição se refere ao trabalho especializado de seis casos, de tratamento prolongado e intensivo( 2 a 6 anos), pois este constitui a mais segura medida de avaliação de sucessos e insucessos, com “clientes” de nacionalidades diferentes.
O Serviço Social de Caso tem como ideia central: “o desenvolvimento da personalidade, através de ajustamentos conscientes e abrangentes.”
 O assistente social deve estar igualmente ocupado com o individuo e com o seu meio social.
Segundo Mary Richmond, o caso social consiste nos processos de desenvolvimento da personalidade, através de ajustamentos conscientemente efetuados, de individuo a individuo e do homem para com o seu meio social. Tendo o Assistente Social como artífice do relacionamento social, a principal técnica utilizada pelas assistente sociais eram as entrevistas e relatórios bem detalhados da história do cliente.
Mary Richmond analisa os casos levando em consideração 4 divisões:
 - “insight” (percepção) das características individuais e pessoais;
 - “insight” dos recursos, perigos e influências do meio social;
 - Ação direta de individuo a individuo;
 - Ação indireta através do meio social.
As assistentes sociais de caso estão sempre agindo como intermediarias e procurando utilizar, inteligentemente, os recursos sociais da comunidade ao lado dos avanços da medicina afim de possibilitar um melhor trabalho de caso individual.
Entretanto, nem sempre basta tentar um ajustamento entre o cliente e seu meio, as vezes a mudança deste – temporária ou permanente – é um recurso importante.
Enfim, todos os aspectos analisados convergem para um único objetivo “efetuar o melhor ajustamento entre o individuo e o mundo em vive”.
SERVIÇO SOCIAL: PROCESSOS E TÉCNICAS - BALBINA OTTONI VIEIRA, 1977.
No séc. XX a partir de estudos minuciosos o SS descobriu suas bases cientificas e Mary Richmond lançou a primeira definição do SS de Casos: “O SS de Casos é o processo que desenvolve a personalidade através de um ajustamento consciente, individuo por individuo homens e seu ambiente.”
Mas a ONU em 1960 lança o último conceito de SS de Casos: “O SS de Casos é uma dinâmica mútua, entre o A.S e o cliente, deliberadamente utilizada para o tratamento social, e que se origina no estudo do indivíduo, e na situação peculiar onde se encontra, nos problemas que o afetam e da maneira em que pode ser ajudado a resolvê-los, mediante seus próprios recursos e os da comunidade.”
O SS é posto em prática de maneira diferente pelos vários países, ele é dinâmico, sendo o produto da civilização onde se desenvolve.
O SS de Casos procura ajudar o indivíduo a resolver seus próprios problemas, seja através de mudanças de atitudes, seja pela utilização dos recursos da comunidade ou por ambos os meios. E o papel do assistente social é ajudar o indivíduo a examinar estas dificuldades e auxiliar o cliente a encontrar a solução para elas, assim como meios para executá-las.
O SS de Casos só se aplica a problemas individuais ou de família.
 
INSTRUMENTOS DO SS DE CASOS
1-Relações entre assistente social e cliente
Pelo fato de o A.S ajudar o cliente na resolução de seus problemas suas relações tem um caráter especial, onde a personalidade do primeiro influência no processo de tratamento, e nesta relação pode-se distinguir três aspectos:
a) A “aceitação do cliente”
O assistente social deve aceitar o cliente, reconhecer que ele tem o direito de ser o que é: econômica, social, moral ou psicologicamente.
b) O uso da “autoridade”
A autoridade do A.S é proveniente da sua formação profissional, que agora se coloca à disposição do cliente, e que está baseada na aceitação do cliente e estabelecimento de uma confiança mútua necessária ao tratamento social.
INSTRUMENTOS DO SERVIÇO SOCIAL DE CASOS
c) Autoconhecimento do Assistente Social
O assistente social tem que ter consciência de sua individualidade, de suas crenças e de seus preconceitos, e de que maneira reage diante de determinadas situações, somente assim poderá controlar suas reações e suas atitudes diante do cliente.
d) A confidencialidade
O assistente social tem que passar ao cliente a certeza de que as informações sobre ele não serão divulgadas ou comentadas com terceiros, sendo esta a base da ação do profissional de serviço social.
e) A unidade no tratamento
O caso deve ser tratado em todas as etapas por pelo mesmo assistente social.
Mas se o caso não se enquadra na ação daquela obra social, o assistente social deve preparar o cliente, avisá-lo que ele irá ser transferido para o tratamento com outro assistente e até em outra instituição, para que os clientes que tenham a personalidade mais dependente não se sintam rejeitados pelo assistente social.
2-Técnicas de Entrevistas
Em SS de Casos a entrevista é o meio para se estabelecer as relações com o cliente a fim de permitir o tratamento social. 
A entrevista pode ser conduzida de várias formas, e difere de acordo com a maneira que o cliente chega ao assistente social. 
Os principais elementos da entrevista são classificados didaticamente como: “observar”, “ouvir”, “perguntar” e “interpretar”.
3-Utilização dos recursos da comunidade
Na comunidade em que trabalha o assistente social encontra um determinado número de recursos
legais, médicos, sanitários, educacionais, assistenciais que deve conhecer a fundo para utilizá-los eficientemente.
O assistente social, é nestas condições considerado pelo cliente uma espécie de mediador para obter mais fácil e rapidamente o acesso aos recursos das repartições públicas que pretendem alcançar.
O SS de Casos procura então estabelecer um equilíbrio entre a pessoa e o meio em que vive, ajudando-a a adaptar-se e atuar de melhor forma em relação aos serviços dispostos na comunidade.
Serviço Social de grupo
É um método do Serviço Social que auxilia os indivíduos a melhorar-se no seu funcionamento social através de específicas experiências de grupos e a se defrontar mais eficientemente com seus problemas pessoais, do seu grupo e da sua comunidade.
Utiliza-se da abordagem grupal nas situações sociais problemas identificados em um número significativo de clientes. Participa e organiza grupos para a participação no processo social. 
A prática da psicologia de grupos passou a ser utilizada nas diversas áreas de atividade. Os assistentes sociais também passaram a se fundamentar nessas teorias e a trabalhar com grupos. 
Em 1935, Gisela Konopka, assistente social americana, escreveu um dos clássicos do Serviço Social de Grupos e apresentou a necessidade de se encontrar um formato de trabalho que refletisse sobre como vencer a solidão dos grandes centros urbanos, desenvolver laços de amizade e criar a perspectiva de ajuda mútua entre as pessoas.
Serviço social de comunidade
O desenvolvimento de comunidade foi o terceiro método de trabalho do Serviço Social,
Penetrou no Brasil em decorrência do movimento provocado por organizações internacionais e de uma política nacional – ambos interessados na expansão do sistema capitalista e na modernização do meio rural – sendo a bandeira da educação de adultos, desfraldada como grande estratégia para tais propósitos.
A preocupação do Serviço Social brasileiro com o Desenvolvimento de Comunidade atrela-se a um movimento de âmbito internacional, deflagrado oficialmente pelas Nações Unidas e referendado por inúmeros organismos interessados na expansão da ideologia e do modo de produção capitalista.
Reproduzindo as características americanas da Organização Social da Comunidade, centra sua estratégia na obra social concebida esta como “uma estrutura através da qual um grupo de indivíduos procura, sem ideia de remuneração ou lucro, solucionar e prevenir problemas , educar indivíduos e grupos e promover o bem-estar da comunidade”.
Serviço social de comunidade
A preocupação do Serviço Social brasileiro com o Desenvolvimento de Comunidade atrela-se a um movimento de âmbito internacional, deflagrado oficialmente pelas Nações Unidas e referendado por inúmeros organismos interessados na expansão da ideologia e do modo de produção capitalista.
Os propósitos do desenvolvimento comunitário foram esclarecidos pro Rubén Utria nos seguintes termos:
 Na busca de tratamento para o fator-chave da participação popular 
 na acelaração do desenvolvimento e diante da necessidade de contar 
 com sistemas e métodos que possam promover, entre a população, 
 atitudes motivações e imagens favoráveis ao progresso econômico e 
 social, formularam-se vários princípios e doutrinas e ensaiaram-se 
 diversas soluções.
 [...] Trata-se de atividades baseadas na associação de uma 
 comunidade local com o governo, em busca da superação das suas 
 condições de subdesenvolvimento.
A citação contém implícitos os seguintes pressupostos:
 que a participação popular é fator-chave para a acelaração do desenvolvimento;
que existem sistemas e métodos capazes de motivar na população atitudes favoráveis ao progresso econômico e social;
que o Desenvolvimento de Comunidade é um dos ensaios de solução mais fecundos para enfrentar o subdesenvolvimento;
que estes fatores são positivamente conjugáveis na escala em que se estabeleça uma associação entre a comunidade e o governo;
que o “governo” busca a superação do subdesenvolvimento. 
A comunidade deve, segundo esta concepção, chegar ao convencimento de que os instrumentos para o seu desenvolvimento residem nela e, por conseguinte, que as razões do seu atraso também se explicam a partir dela mesma.
Os Assistentes Sociais foram integrados aos planos de desenvolvimento comunitário, já que se considerava que neste campo a sua intervenção seria de grande valia.
O Serviço Social experimentou uma etapa de revalorização, que lhe atribuiu novas responsabilidades e lhe conferiu uma posição melhor no interior das administrações públicas que, também elas, viviam um processo de modernização.
Com a hegemonia do desenvolvimentismo no Serviço Social, revitalizaram-se também diversas colocações de reforma social, feitas nos primeiros anos da profissão por setores empenhados numa “humanização” do capitalismo em suas mais variadas facetas.

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