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Crimes contra a administração pública

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CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I – CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO
CONTRA A ADMINISTRAÇÃO EM GERAL.
CRIMES FUNCIONAIS; praticados quando o sujeito ativo é só o funcionário
público. 312 ao 325
PECULATOS
(Arts. 312,313, 313-A, 313-B)
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer
outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo,
ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
❖ Sujeito ativo: funcionário
❖ Sujeito passivo: Estado.
❖ Consumação e Tentativa: dar-se-á com a apropriação do bem pelo funcionário.
Admite-se a tentativa
§ 1º - Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não
tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtraído,
em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade
de funcionário.
PECULATO CULPOSO
§ 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Pena - detenção, de três meses a um ano.
§ 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à
sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena
imposta.
CAPUT: 2 espécies de peculato: Peculato-Apropriação e Peculato-Desvio
Parágrafo primeiro. Peculato-furto
Parágrafo segundo. Peculato-culposo
Obs. I - Dos crimes funcionais, somente o peculato admite a modalidade culposa.
Obs. II - “Não basta ser funcionário, tem que participar.” Ele tem que se aproveitar do
cargo para praticar o crime.
● Núcleos: apropriar-se, desviar, subtrair ou concorrer para a subtração.
Apropriar-se x. Subtrair
Apropriação: o funcionário tem a posse em razão do cargo. É
apropriação indébita praticada por funcionário público.
Subtrair: o funcionário tem acesso pela facilidade que o cargo lhe
possibilita, mas ele não tem a posse. Ex: entrou pela janela, arrombou e subtraiu (furto).
Se entrar pela porta, por ter a chave e foi chefe, já é peculato.
● Objeto material do crime de peculato (dos 3 tipos): Apropriar-se ou
desviar ‘’dinheiro, valor ou qualquer bem móvel’’. (O bem pode ser público
ou particular), de que tenha posse ou facilidade em razão do cargo.
Ex: O pedreiro contratado pelo TJDFT é chamado para fazer reforma na
casa de um desembargador. Desvio de mão de obra é improbidade administrativa.
O prefeito usou o tratado para usar na fazenda própria e devolveu nas
mesmas condições. O prefeito responde pela gasolina (que estava bem). Responde sim.
Obs. III - Peculato de uso não é crime (só para bem infungível) Fato atípico, assim
como peculato de mão de obra. Não basta a intenção de devolver, tem que efetivamente
devolver. Mas se for dinheiro (fungível) é crime, se exaure. Apropriação de dinheiro é
crime consumado.
Salvo se for prefeito. Decreto-lei 201/67 – Decreto lei que prevê os
crimes praticados pelo Prefeito. Existe lá a tipificação de peculato de uso e peculato de
mão-de-obra. Que é o peculato específico neste Decreto lei.
● PECULATO CULPOSO: PARÁGRAFO SEGUNDO.
Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem. Por
negligência, imprudência ou imperícia, o funcionário público facilita o crime de outrem
(particular ou não). É necessária a consumação do crime da terceira pessoa. Não existe
tentativa.
● Parágrafo terceiro. – A reparação do dano no peculato culposo pode ser
feita até sempre. Desde a consumação do crime, até o recebimento da
denúncia, até a sentença e até o trânsito em julgado da sentença.
Se for feita até o trânsito em julgado, extingue a punibilidade e se é
posterior reduz à metade a pena imposta. ISSO NO CULPOSO. 312, §3°
Agora, e no peculato doloso? A reparação do dano é pela parte geral do
código. Se da consumação até antes do recebimento da denúncia, diminui a pena de 1/3
a 2/3 nos termos do art. 16 do CP. E se for depois do recebimento da denúncia até a
sentença de primeiro grau, o benefício que o réu tem é a atenuante do art. 65, III, ‘’b’’.
Só até a sentença, não há nada de trânsito em julgado.
Art. 313 – PECULATO IMPRÓPRIO
Arts. 313-A e 313-B são chamados de peculatos eletrônicos, subespécie
de peculato impróprio.
❖ Sujeito Ativo: Só funcionário público. Aquele que efetiva ou temporariamente
exerce função na Administração Pública Direta ou Indireta. Art. 327
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função
pública.
 § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de
serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração
Pública.
 § 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos
crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função
de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia
mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
Obs. I - Se comunica ao particular? Sim, por 2 motivos.
Ser funcionário público é elemento do crime. E o particular tem que saber da
qualidade de funcionário. E pelo art. 29 do CP que adota a teoria monista. E tem que ter
um funcionário envolvido. Sozinho o particular não comete crime contra a adm.
Pública.
Obs. II - Se o agente de polícia fica com a fiança é peculato. (MAJORITÁRIA –
exceto para o Nucci, já que não seria atribuição do policial receber fiança).
Obs. III - Únicos crimes que admitem a modalidade culposa, dos crimes contra a
administração pública praticada por funcionário público. Além do artigo 312, o artigo
351, em seu parágrafo 4º, é crime contra a administração pública e admite a modalidade
culposa.
PECULATO MEDIANTE ERRO DE OUTREM
Art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no
exercício do cargo, recebeu por erro de outrem:
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Peculato impróprio (ou peculato estelionato) Núcleo do tipo:
apropriar-se.
É estelionato? Não é estelionato.
Aqui o particular errar sozinho e diante do erro o funcionário se apropria.
O funcionário não pode induzir a erro, se induzir é estelionato comum.
❖ Objetividade jurídica – administração pública.
❖ Sujeito Ativo – funcionário público.
❖ Sujeito Passivo – é o Estado, mais especificamente a Administração Pública.
Havendo particular lesado pela conduta típica do funcionário, concorre como
vítima secundária do crime.
❖ Elemento subjetivo – dolo. Vontade consciente de se apropriar de dinheiro ou
qualquer utilidade móvel, que recebeu por erro de outrem, ciente do engano
cometido.
❖ Consumação e tentativa – consuma-se o delito não no momento do recebimento,
mas quando o agente, percebendo o erro de terceiro, não o desfez,
apropriando-se da coisa recebida, agindo como se dono fosse. Admite-se
tentativa.
INSERÇÃO DE DADOS FALSOS EM SISTEMA DE INFORMAÇÕES
Art. 313-A - inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de
dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas
informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter
vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa
Peculato eletrônico (forma de peculato impróprio).
Crime formal. Pena até 12 anos.
Tem que ter a finalidade de causar dor ou obter vantagem (mero
exaurimento).
❖ Objetividade jurídica – a administração pública no que concerne a guarda de
dados.
❖ Sujeito ativo: funcionário público autorizado.
❖ Sujeito passivo – a administração pública e, indiretamente, o administrado
eventualmente prejudicado com a falsidade ou suprimento de dados.
❖ Elemento subjetivo – dolo, bem como o fim específico de obter vantagem
indevida para si ou para outrem, ou para causar dano (elemento subjetivo do
tipo). Não se pune a tentativa.
❖ Consumação e tentativa - consuma-se com a prática de qualquer um dos núcleos
do tipo, independentemente da obtenção da indevidavantagem ou dano causado
pelo agente (delito formal ou de consumação antecipada). A tentativa é
perfeitamente possível.
MODIFICAÇÃO OU ALTERAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE SISTEMA
DE INFORMAÇÕES
Art. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações
ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente:
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa
Parágrafo único. As penas são aumentadas de um terço até a metade se
da modificação ou alteração resulta dano para a Administração Pública ou para o
administrado
Modificar ou alterar o sistema de informações sem autorização da
autoridade competente (diferente do 313-A). Altera o sistema todo. Para causar dano.
Crime formal assim como o 313-A.
Tem que modificar o sistema para causar dano à administração ou danos.
De acordo com o parágrafo único, o dano, que é exaurimento, é causa de aumento de
pena.
313-B também é peculato eletrônico. Espécie de peculato impróprio. O
peculato-furto também é impróprio.
313-A o exaurimento é impunível. Crime formal.
313-B o recebimento da vantagem, no parágrafo único, vem como causa
de aumento de pena (1/3 a metade). Crime formal (Para Damásio é mera conduta). O
312 e 313 são crimes materiais.
❖ Objetividade jurídica – tutela-se o próprio sistema de informações ou programa
de informática.
❖ Sujeito ativo – é o funcionário público, típico ou por equiparação,
independentemente do cargo que ocupa.
❖ Sujeito passivo – é o Estado, mais especificamente a Administração Pública. O
administrado eventualmente prejudicado com a alteração ou modificação é
igualmente vítima (mediata) do delito.
❖ Elemento subjetivo – dolo. Não se exige qualquer finalidade específica do
agente, bem como se mostra irrelevante a obtenção de eventual resultado.
❖ Consumação e tentativa – Consuma-se o delito com a modificação ou alteração
do sistema ou programa de informática, objetos materiais do tipo penal. A
tentativa é teoricamente possível. A eventual existência de dano, ao invés de
mero exaurimento, serve como causa de aumento de pena, conforme disposto no
parágrafo único.
EXTRAVIO, SONEGAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU
DOCUMENTO:
Art. 314: Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda
em razão do cargo; sonegá-lo ou utilizá-lo, total ou parcialmente.
Pena: 1 a 4 anos. Quando o sujeito ativo for funcionários.
● Objeto: livro oficial, processo ou qualquer documento público.
❖ Objetividade jurídica: tutela-se o regular andamento das atividades
administrativas.
❖ Sujeito Ativo: O sujeito ativo é o agente incumbido de guardar o livro ou
documento.
❖ Sujeito Passivo: É o Estado, e eventualmente, o particular proprietário do
documento confiado à Administração Pública.
❖ Conduta: Extraviar, sonegar e inutilizar livro ou documento guardado pelo
funcionário em razão de sua função.
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: Consuma-se com o extravio, sonegação ou inutilização
de livro oficial ou qualquer outro documento. É admitida a tentativa, nas
hipóteses de extravio e inutilização.
Obs. I – Se a ação é cometida por um terceiro ou mesmo outro funcionário não
incumbido de guarda do livro ou documento, o crime praticado será o do art. 337 do CP.
Obs. II -. Quando um particular que subtrair ou inutilizar o livro ou processo. Este livro
ou processo estando em posse de um funcionário. Este responde pelo disposto no art.
331. CP.
Obs. IV -. Sendo o sujeito ativo servidor junto à repartição fiscal ou tributária e prática
extravio de livro oficial. Processo fiscal ou qualquer documento ou crime será do art. 3º.
I da Lei 8.137.
Obs. V - Tratando-se de autos judiciais ou documento de valor probatório cuja
inutilização, sonegação seja praticada por advogado ou procurador, o crime praticado
será do art. 356, CP.
Ação Penal: Pública Incondicionada.
EMPREGO IRREGULAR DE VERBAS OU RENDAS PÚBLICAS
Art. 315 - Dar às verbas ou rendas públicas aplicação diversa da
estabelecida em lei:
Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Obs. I - 315: Crime chamado de desvio de verbas.
● Núcleo: da aplicação diversa.
Aqui desvia para dentro da administração mesmo, essa é a diferença do
peculato-desvio. E não para si ou para terceiro como no crime de peculato-desvio.
Ex: era para construir um Hospital conforme diz uma lei e cria uma
ponte.
❖ Objetividade jurídica – protege-se as verbas públicas de uma administração
irregular e despótica.
❖ Sujeito ativo – o funcionário que tenha poder se administração de verbas ou
rendas públicas.
❖ Sujeito passivo – o Estado.
❖ Elemento subjetivo – dolo.
❖ Consumação e tentativa – Consuma-se com a efetiva aplicação irregular das
verbas ou rendas públicas em finalidade outra que não a especificada em lei. A
simples destinação, sem posterior aplicação, constitui tentativa, gerando perigo
para a regularidade administrativa.
CONCUSSÃO
Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda
que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Pena - reclusão, de 2 a 8 anos, e multa.
Obs. I - Qual a diferença da extorsão? Não porque na concussão não haja violência ou
grave ameaça. Se o funcionário exigir com violência ou grave ameaça o crime será
extorsão.
Obs. II - Exigir é demandar ou ordenar, mas sem violência ou grave ameaça, não deixa
de ser uma forma de extorsão.
Obs. III - A vantagem precisa ser patrimonial? Não. Basta que seja indevida. Só precisa
ser em dinheiro quando for crime patrimonial.
Obs. IV - Se a vantagem for devida, vira exercício arbitrário das próprias razões.
❖ Objetividade Jurídica: Administração Pública.
❖ Sujeito Ativo: Funcionário Público.
❖ Sujeito Passivo: Administração Pública + Pessoa Constrangida.
❖ Conduta: Exigir vantagem, abusando de sua autoridade pública como meio de
coação.
❖ Elemento Subjetivo: Dolo.
❖ Consumação e Tentativa: (crime formal) consuma-se com a mera exigência. A
tentativa só é admitida quando feita por escrito.
EXCESSO DE EXAÇÃO
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou
deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatória ou
gravosa, que a lei não autoriza: .
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 316 parágrafo primeiro: excesso de exação.
Exigir tributo ou contribuição social indevido (que sabe ou deveria saber
indevido), ou quando devidos usar meio vexatório (causa humilhação) ou meio gravoso
(causa mais ônus ao contribuinte. Pede algo a mais).
São crimes formais. Se consumam com a mera exigência. Se forem
verbais não admitem tentativa.
Pena: 3 a 8 anos. (Antigamente era inafiançável). (Hoje são todos
afiançáveis – exceto os do artigo 323 do CPP e CF. – não tem nada a ver com pena
mínima.).
❖ Sujeito ativo: funcionário público.
❖ Sujeito passivo: estado + pessoa atingida com a conduta
❖ Elemento subjetivo: dolo
❖ Consumação e Tentativa: consuma-se com a exigência. A tentativa só será
admitida quando for escrita.
Obs. I - Vantagem para deixar de cobrar ou cobrar parcialmente tributo, aplica-se o
art. 3º, II da Lei 8.137/90. Caracteriza crime contra ordem pública.
Obs. II – O participante, mesmo que não seja funcionário público, responde pelos
crimes dos artigos 315 e 316, CP.
§ 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que
recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
§ 2º: excesso de exação qualificado.
Crime material. Se o funcionário além de exigir e receber, DESVIA o
que recebeu.
Obs. I - Tem a pena mínima menor que a do excesso de exação simples. – Incoerência.
CORRUPÇÃO PASSIVA
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela,
vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 
§ 1º - A pena é aumentada de um terço, se, em consequência da
vantagem ou promessa, o funcionário retardaou deixa de praticar qualquer ato de ofício
ou o pratica infringindo dever funcional.
 § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de
ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa.
Corrupção passiva: caput, parágrafo primeiro e segundo.
● Núcleos do Caput: solicitar, receber e aceitar promessa de vantagem
indevida. Essa vantagem não precisa ser econômica, tem que ser indevida.
Obs. I - Enquanto na concussão ele exige. E a pena é diferente. Na corrupção o
funcionário toma a iniciativa de pedir. Nos dois crimes a ação pode ser ou não seguida
do recebimento. São as duas únicas diferenças.
Obs. II - O particular que participar junto com o funcionário público, responde por
corrupção ativa. 333. Pena de 2 a 12 anos.
Obs. III – a corrupção ainda existirá, mesmo que a vantagem não seja entregue ao
funcionário, mas a um familiar seu.
§1º - Aumenta em 1/3 se o funcionário deixar de praticar ou retardar ato
de ofício ou o praticar com infração do dever funcional, ou seja, o agente cumpre o
prometido visando à pretensão do corruptor.
Causa de aumento de pena. Assim como o parágrafo único do artigo
333.
CORRUPÇÃO PASSIVA PRIVILEGIADA
§2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retardado de oficio,
com infração do dever funcional, cedendo a pedido ou influencia de outrem.
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa.
Obs. IV – O que diferencia o §1º e o §2º, desse tipo penal é que no segundo parágrafo
não é necessário que o agente perceba qualquer vantagem indevida.
Obs. V - A do parágrafo segundo diferencia da prevaricação. Por ser através de pedido
de um terceiro. Na prevaricação o interesse parte do funcionário. (Não precisa ser
patrimonial). Nos verbos do art. 319, caput: retardar, deixar de praticar ou praticar. (Por
pedido ou influência de terceiro)
❖ Objetividade jurídica: moralidade administrativa
❖ Sujeito ativo: funcionário público – se funcionário for fiscal de renda comete
crime contra ordem tributária art. 3º, II, Lei 8.137/90.
❖ Sujeito passivo: Estado, bem como pessoa constrangida, desde que não pratique
corrupção ativa.
❖ Conduta: solicitar, explícita ou implicitamente vantagem indevida; receber
referida vantagem; e aceitar promessa vantagem, concordando com o fruto do
recebimento.
❖ Elemento subjetivo: dolo
❖ Consumação e Tentativa: com a prática de um dos núcleos de tipo. Não solicitar
e aceitar promessa é crime formal. Não receber é crime material. A tentativa é
admitida na modalidade solicitar, apenas na ação solicitar.
Obs. IV - Consuma-se o crime, mesmo que a recompensa não seja entregue. Pois
apenas no aceitar e solicitar a promessa configura-se a consumação.
FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO
 
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de
contrabando ou descaminho (art. 334):
 Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa.
Art. 318 – Facilitação do contrabando ou descaminho.
❖ Objetividade Jurídica: Tutela-se a Administração Pública.
❖ Sujeito Ativo: Somente o Funcionário Público com o dever de impedir a prática
do contrabando ou descaminho.
❖ Sujeito Passivo: Administração Pública.
❖ Conduta: Facilitar, por ação ou omissão, o contrabando ou descaminho.
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: Consuma-se com a efetiva facilitação, ciente do agente
de estar infringindo o seu dever. A tentativa é admitida quando o crime praticado
for de forma comissiva.
Obs. I - O funcionário da alfândega, enquanto o particular responde pelos artigos 334 e
334A. Outra exceção à teoria monista.
Obs. II - Caso o funcionário não possua o dever de impedir, este responde pelo crime
do art. 334 e 334-A, dependendo do fato, como partícipe.
Obs. III - Se for atipicidade no artigo 334, no descaminho abaixo dos 10 mil, o artigo
318 remanesce? Resposta: Sim porque o interesse contra a administração pública é
diferente.
Obs. IV – Ainda que o funcionário seja estadual, o crime é praticado contra a União,
sendo de competência da Justiça Federal julgar o caso.
PREVARICAÇÃO
Art. 319 – Prevaricação (para satisfazer interesse pessoal) interesse
pessoal, não é necessariamente de ordem econômica.
Interesse pessoal é qualquer vantagem, defende Nucci.
Ex: delegado de polícia que deixa de instaurar o inquérito é prevaricação.
Só pode deixar de instaurar o inquérito policial por atipicidade formal (a material que
advém do princípio da insignificância)
❖ Objetividade Jurídica: Administração Pública.
❖ Sujeito Ativo: Funcionário Público.
❖ Sujeito Passivo: Estado
❖ Conduta: Retardar ato de oficio, deixar de pratica-lo ou praticando-o de forma
ilegal.
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: consuma-se com a omissão, retardamento ou prática
do ato, sendo dispensável a satisfação do interesse visado pelo servidor.
Obs. I - Admite a participação de terceiro não qualificado, desde que conhecedor da
condição funcional do agente público. (art. 30, CP)
Obs. II - Havendo qualquer discricionariedade na conduta, não há de se falar em crime.
“Ex: um delegado de polícia de plantão que baixa portaria para apurar fato delituoso ao
invés de atuar em flagrante delito suspeitos do crime, realiza opção justificável, que se
insere no âmbito de suas atribuições”.1
Obs. III – O funcionário tenha atribuição para a prática do ato é elemento necessário,
uma vez que se for praticado não for de sua atribuição, não há de se falar em violação
funcional.
PREVARICAÇÃO IMPRÓPRIA:
1 Código Penal para Concurso. Cunha Sanches, Roberto. 9º ed. Editora Juspodivm (p. 826).
Art. 319-A – Deixar o Diretor de Penitenciária e/ou agente pública, de cumprir
seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que
permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo.
Pena – detenção de 3 meses a 1 ano.
❖ Objetividade jurídica: protege a Administração Pública contra comportamentos
de funcionários que, ignorando o seu dever funcional, colocam em risco a
segurança interna e externa dos presídios.
❖ Sujeito Ativo - o funcionário que, no exercício das suas funções, tem o dever de
evitar o acesso do preso aos aparelhos de comunicação proibidos.
❖ Sujeito Passivo – o Estado e, secundariamente, a sociedade.~
❖ Conduta: o crime é omissivo puro, consistem s=deixar o agente seu dever
funcional de vedar ao preso o acesso a aparelho que possibilite a comunicação
com outros presos ou com o ambiente externo.
❖ Elemento subjetivo – é o dolo, dispensada qualquer finalidade especial do
agente.
❖ Consumação e Tentativa – consuma-se o crime com a omissão do dever, sendo
dispensável o efetivo acesso do preso ao aparelho de comunicação. Tratando-se
de crime omissivo puro, a tentativa não é admitida.
Obs. I - Se o preso for surpreendido com aparelho, praticou falta grave, sujeito a sanção
disciplinar.
Obs. II - Se o funcionário, ao invés de facilitar o acesso ao aparelho, pessoalmente
entregá-lo ou então, deixar de retirar do preso aparelho que já está em sua posse? Nucci,
nos dois casos, defende a tipicidade, argumentando que a expressão “acesso ao
aparelho” não deve ser interpretada restritivamente, uma vez que ao entregar ou não
confiscar o aparelho o funcionário está da mesma forma omitindo de exercer sua função
de vedar o acesso ao meio de comunicação ao preso.
CONDESCENDÊNCIA CRIMINOSA:
Art. 320: Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que
cometeu infração (penal ou administrativa) no exercício do cargo ou quando lhe falte
competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente.
Pena: detenção de 15 dias a 1 mês, ou multa.
❖ Objetividade jurídica – o regular andamento das atividades administrativas,
visando à inibição de condescendência ilícita do superior em relação a atos
irregulares praticados por seu subordinado.
❖ Sujeito Ativo – o funcionário público hierarquicamente superior ao servidor
infrator.
❖ Sujeito Passivo – é o Estado ou,mais especificamente, a Administração Pública
afetada com a conduta imoral do seu funcionário.
❖ Conduta: A conduta criminosa punível é a de tolerar o funcionário público a
prática, por parte de seu subordinado, de infração administrativa ou penal. No
exercício do cargo, deixando de responsabilizá-lo ou, faltando-lhe tal atribuição,
não comunicando a violação à autoridade competente para aplicar a sanção.
❖ Elemento Subjetivo – é o dolo, movido pelo sentimento de indulgência
(condescendência para com o subordinado infrator). Exige-se que o agente tenha
conhecimento não apenas da infração ocorrida, mas também da sua autoria.
❖ Consumação e Tentativa – o crime consuma-se com qualquer das omissões
criminosas, ou seja, quando o funcionário superior, depois de tomar
conhecimento da infração, suplanta prazo legalmente previsto para a tomada de
providências contra o subordinado infrator. Na ausência de prazo legal,
consuma-se o delito com o decurso do prazo juridicamente relevante, a ser
aquilatado pelo juiz no caso concreto. Impossível à tentativa, uma vez que se
trata de crime omissivo próprio.
Obs. I - Se o superior hierárquico se omite por sentimento outro que não indulgência,
espírito de tolerância ou concordância, o crime poderá ser outro, como , por exemplo,
prevaricação ou corrupção ativa.
ADVOCACIA ADMINISTRATIVA:
Art. 321: Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administração
pública, valendo-se da qualidade de funcionário, com pena de 1 a 3 meses ou multa. Se
o interesse for legítimo, a pena será de 3 meses a 1 ano e multa.
❖ Objetividade jurídica – a moralidade administrativa.
❖ Sujeito Ativo – é o funcionário público na ampla definição do artigo 327 do CP.
Obs. I - Tratando-se de crime contra a ordem tributária, aplica-se o artigo 3º, III, da Lei
8137 de 1990.
Obs. II - Cuidando-se de crime relacionado com licitação pública, aplica-se o artigo 91
da Lei 8.666 de 1993.
❖ Sujeito Passivo – é a Administração Pública, diretamente interessada a coibir o
patrocínio de interesses privados junto a seus órgãos.
❖ Conduta – é patrocinar o agente, direta ou indiretamente, ainda que não no
exercício do cargo, emprego ou função, mas valendo-se da sua qualidade de
funcionário, interesse privado perante a Administração. Patrocinar corresponde a
defender, pleitear, advogar junto a companheiros ou superiores hierárquicos o
interesse particular. Entende a doutrina que, ao ser empregada no tipo a
expressão patrocínio, buscou o legislador limitar a incriminação as hipóteses em
que o agente defende interesse alheio, não existindo a infração quando o
funcionário pleiteia interesse próprio.
❖ Elemento subjetivo – é o dolo.
❖ Consumação e Tentativa – consuma-se o delito com a prática de ato revelador do
patrocínio, independente da obtenção de qualquer vantagem. A maioria da
doutrina admite tentativa, exemplificando com o caso da carta interceptada antes
de chegar ao seu destino.
VIOLÊNCIA ARBITRÁRIA:
Art.322: Praticar violência, no exercício da função ou a pretexto de exercê-la.
Pena - detenção de 6 meses a 3 anos, além da pena correspondente a violência.
(Revogado tacitamente pela Lei de Abuso de Autoridade ).
Obs. I - Há decisões dos Tribunais Superiores reconhecendo a plena vigência do artigo.
❖ Objetividade jurídica – garantir o regular desenvolvimento das atividades da
administração pública. Secundariamente, tutela-se a integridade do particular
afetado pela ação violenta.
❖ Sujeito Ativo – é funcionário público.
❖ Sujeito Passivo – é o Estado e, em segundo plano, o indivíduo submetido ao
abuso.
❖ Conduta: Consiste em praticar violência no exercício da função ou a pretexto de
exercê-la. Violência arbitrária será aquela desacompanhada de circunstâncias
fáticas que justificam a exaltação por parte do funcionário público.
❖ Elemento Subjetivo – dolo.
❖ Consumação e Tentativa – consuma-se o delito com o emprego da violência. Na
hipótese da violência causar lesões corporais ou morte do indivíduo, haverá
cúmulo material de penas.
ABANDONO DE FUNÇÃO:
Art.323: Abandonar cargo público, fora dos casos permitidos em lei, com pena de
detenção de 15 dias a 1 mês ou multa. Se do fato resultar prejuízo público, a pena será
de detenção de 3 meses a 1 ano e multa. Se o fato ocorrer em lugar compreendido na
faixa de fronteira, a pena será de detenção de 1 a 3 anos e multa.
❖ Objetividade jurídica – garantir o regular desenvolvimento das atividades
administrativas, que poderão ser afetadas com a anormal interrupção do
exercício de cargo pelo servidor.
❖ Sujeito Ativo – funcionário público.
❖ Sujeito Passivo – a Administração Pública.
❖ Conduta – pune o legislador a conduta daquele que deixa o cargo público, por
prazo juridicamente relevante, de forma a acarretar probabilidade de dano à
Administração.
❖ Elemento subjetivo – é o dolo, sabendo da possibilidade de dano que seu ato
arbitrário poderá acarretar ao interesse público.
❖ Consumação e Tentativa – consuma-se o delito sempre que a ausência
injustificada perdurar por tempo suficiente para criar a possibilidade concreta,
real e efetiva, de dano para a Administração Pública. Inaceitável a tese de que o
crime não se configura quando esteja presente um substituto que possa intervir
imediatamente. Como a lei não exigiu o dano, basta o perigo. Não se admite
tentativa, vez que, tratando-se de crime omissivo próprio.
Obs. I - Se houver prejuízo para a Administração, há crime qualificado.
Obs. II - Se o fato ocorrer em faixa de fronteira, isto é, até 150 km de largura, ao longo
das fronteiras terrestres, a pena será aumentada.
Obs. III – Nada impede a participação de pessoa estranha aos quadros funcionais, desde
que ciente de que instiga, induz ou auxilia funcionário público, ocupante de cargo, a
abandonar a sua ocupação.
Obs. IV – É corrente a lição de não existir delito, em casos de greves ainda não
declaradas ilegais.
FORMA QUALIFICADA
§1º – Se do fato resulta prejuízo público.
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1(um) ano, e multa.
§2º - Se o fato ocorrer em lugar compreendido na faixa de fronteira.
Pena: detenção , de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Obs. V – Faixa de Fronteira é a faixa de até 150 km de largura, ao longo das fronteiras
terrestres.
EXERCÍCIO FUNCIONAL ILEGALMENTE ANTECIPADO OU
PROLONGADO:
Art.324: Entrar no exercício da função pública antes de satisfeitas as exigências legais,
ou continuar a exercê-la, sem autorização, depois de saber oficialmente que foi
exonerado, removido, substituído ou suspenso.
Pena – detenção de 15 dias a 1 mês, ou multa.
❖ Objetividade jurídica – o regular desenvolvimento das atividades
administrativas.
❖ Sujeito Ativo – é o funcionário público que antecipa ou prolonga as suas
funções.
❖ Sujeito Passivo – é o Estado.
❖ Conduta – A primeira conduta punível é antecipar-se o agente no exercício de
função pública, deixando de observar, por completo, as exigências legais
(diplomação, posse, inspeção médica etc.).
Na segunda modalidade, o agente prolonga o exercício da função pública,
mesmo depois de ser dela exonerado, removido, substituído ou suspenso. Trata-se de
decisão tomada na órbita administrativa, pois, se judicial, o crime é o do artigo 359 do
CP.
Obs. I - Para caracterização do crime é necessário que se faça a comunicação pessoal ao
funcionário, a qual advirá de comunicação da autoridade superior, não bastando a mera
notificação via Diário Oficial, a menos que reste comprovado que o funcionário, por
qualquer outra forma, teve conhecimento dela.
Obs. II - O artigo 324 é uma norma penal em branco, devendo ser complementada por
outros estatutos que estabeleçam quais são as exigências legais para que o funcionário
entre em exercício.
❖ Elemento Subjetivo – dolo.
❖ Consumação e Tentativa – para a consumação, basta à prática pelo agente de
qualquer ato inerente à função a qual se encontra impedido de exercer. A
tentativa é admissível.
VIOLAÇÃO DE SIGILO FUNCIONAL:
Art.325: Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva permanecer em
segredo, ou facilitar-lhea revelação, com pena de detenção de 6 meses a 2 anos, ou
multa, se o fato não constitui crime mais grave
❖ Objetividade jurídica – o sigilo das informações inerentes a Administração
Pública, essencial para o regular andamento das atividades administrativas.
❖ Sujeito Ativo – funcionário público.
❖ Sujeito Passivo - o ente público e, eventualmente, o particular lesado pela
revelação do segredo.
❖ Conduta: o tipo descrito no caput traz duas cores: revelar ou facilitar a revelação
de segredo que saiba em razão do cargo ou função que exerce, isto é, deve estar
entre as atribuições o conhecimento do fato secreto.
❖ Elemento subjetivo – dolo. Exige-se que o agente tenha conhecimento do caráter
secreto da notícia revelada.
❖ Consumação e Tentativa – consuma-se no momento em que terceiro não
autorizado conhecer do segredo. Trata-se de crime formal, cuja caracterização
independe da ocorrência do prejuízo, bastando a potencialidade de dano. A
tentativa é impossível na revelação oral, cuja execução não pode ser fracionada
em diversos atos, o mesmo não acontece com a escrita.
Obs. I – Predomina na doutrina a lição de que mesmo o funcionário aposentado ou
afastado da função pode cometer o crime, pois não se desvincula totalmente dos deveres
para com a administração pública.
FIGURAS EQUIPARADAS
§1º -. Nas mesmas penas incorre quem:
- Permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou
qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou
banco de dados da Administração Pública.
- Se utiliza, indevidamente, de acesso restrito.
❖ Sujeito Ativo - é o funcionário público.
❖ Sujeito Passivo - é o Estado.
§2º- Se da ação ou omissão resultar dano à Administração Pública ou a outrem, a pena
será de reclusão de 2 a 6 anos e multa.
Prevê uma qualificadora se da ação ou omissão, descrita no Caput ou no §1º,
resultar dano. O que seria mero exaurimento, aqui torna a figura criminosa mais
gravosa.
VIOLAÇÃO DO SIGILO DE PROPOSTA DE CONCORRÊNCIA:
Art.326 revogado pela Lei 8666/93.
Obs. I - o dispositivo foi implicitamente revogado pelo art. 94, da Lei 8.666/ 93 ( Lei
das Licitações).
CAPÍTULO II –CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA
ADMINISTRAÇÃO EM GERAL.
RESISTÊNCIA
Art. 329 - Opor-se a execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a
funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio.
Pena: detenção, de 2 (dois) meses a 2 (dois) anos.
❖ Objetividade jurídica: a preservação do prestígio e da autoridade inerentes às
atividades desempenhadas pelos funcionários da Administração Pública.
❖ Sujeito Ativo: Qualquer pessoa (crime comum).
❖ Sujeito Passivo: A vítima direta e principal será ao Estado, secundariamente,
também será vítima o funcionário público agredido ou ameaçado pela resistência
e também ainda, eventualmente particular que o auxilie.
❖ Conduta: se consubstancia em se opor, positivamente, a execução de ato legal,
mediante violência ou ameaça, contra a pessoa do funcionário executor ou
terceiro que o auxilia, representantes da força pública.
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: Consuma-se com o ato que caracterize a oposição,
sendo esta contra a pessoa do funcionário executor ou terceiro que o auxilia.
Não basta que o agente se agarre a um poste, por exemplo. Trata-se de crime
formal.
Obs. I – A conduta deve ser positiva, não se considerando crime a “resistência passiva”,
destituída de qualquer conduta agressiva por parte do agente (ex: a fuga, recusa em
fornecer nome ou abrir portas, xingamentos), podendo configurar, conforme o caso,
crime de desobediência (art. 330) ou desacato (art. 331).
Obs. II – Os atos de resistência devem ser usados para impedir o cumprimento da
ordem, se utilizado após a ordem ou antes dela, caracteriza-se outro crime (Arts. 129,
147 ou 352, CP).
FORMA QUALIFICADA
§1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executar.
Pena: reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Obs. III – O sucesso do opositor, que seria mero exaurimento do delito, redunda em
pena qualificada.
Obs. IV - A tentativa é admitida.
§2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
Obs. I - Concurso formal impróprio (art. 70, caput, segunda parte, do CP), caso em que
o agente, mediante uma só conduta, porém com desígnios autônomos, provoca dois ou
mais resultados, acumulando-se as reprimendas.
DESOBEDIÊNCIA:
Art. 330 – Desobedecer à ordem legal de funcionário público.
Pena: detenção, de 15 (quinze) dias a 6 (seis) meses, e multa.
❖ Objetividade Jurídica: preservação de prestígio e da autoridade inerentes à
atividade desempenhada pelos funcionários da administração pública.
❖ Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
❖ Sujeito Passivo: Estado, e o funcionário autor da ordem desobedecida.
❖ Conduta: Pune-se a conduta do agente que deliberadamente desobedecer à
ordem legal de funcionário público competente para cumpri-la.
❖ Elemento Subjetivo: dolo
❖ Consumação e Tentativa: Consuma-se com a desobediência da ordem legal. A
tentativa só é admitida na forma comissiva, ou seja, na ordem de não fazer.
Obs. I - O servidor público, pode configurar como sujeito ativo, desde que não esteja
recebendo ordem referente à suas funções, pois neste caso, o configura o delito de
prevaricação.
Obs. II - A caracterização desse crime depende:
a) Que funcionário público emita ordem (por escrito, palavras ou gestos), diretamente
aos destinatários, não bastando simples pedido ou solicitação.
b) Que a ordem emanada seja individualizada (dirigida à pessoa determinada),
substancial e formalmente legal (ainda que injusta), executada por funcionário
competente.
c) Que o destinatário tenha o dever de atendê-la podendo a desobediência ser
comissiva (quando a ordem é de fazer) ou omissiva (quando a ordem é de não
fazer).
DESACATO
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão
dela.
Pena: detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
❖ Objetividade Jurídica: O respeito e prestígio da função pública, assegurando,
por conseguinte, o regular andamento das atividades administrativas.
❖ Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
❖ Sujeito Passivo: Estado e o servidor ofendido, vez que a ofensa macular sua
honra profissional.
❖ Conduta: a conduta punida é de desacatar funcionário público, no exercício da
função ou em razão dela. Pode o crime ser praticado por ação (ex.: xingamento)
ou omissão (ex.: não responder a cumprimento).
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: consuma-se no momento em que o funcionário
público toma conhecimento (direto) do ato humilhante e ofensivo. Sendo
indispensável a presença da vítima no momento da ofensa, entende parcela da
doutrina impossível à tentativa.
Obs. I – O funcionário público , desde que não esteja despido dessa qualidade, ou seja,
fora das suas funções, pode cometer o crime de desacato.
Obs. II – o funcionário não precisa se sentir menosprezado ou agir com indiferença,
para configurar o delito. (crime formal).
TRÁFICO DE INFLUÊNCIA
Art. 332 – Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem
ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público
no exercício da função.
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
❖ Objetividade Jurídica: protege a administração pública, especialmente seu bom
nome e indiretamente, o patrimônio do particular enganado pelo agente.
❖ Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, até mesmo funcionário público.
❖ Sujeito Passivo: Estado
❖ Conduta: o tipo traz quatro núcleos: solicitar, exigir, cobrar ou obter vantagem
ou promessa de vantagem (para si ou para outrem). O jeito ativo pratica tais
verbos simulando ter poder de influência sobre ato de funcionário público.
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: em razão das diversas ações nucleares previstas no
tipo, o momento consumativo pode variar. Nas modalidades solicitar, exigir e
cobrar, a consumação ocorre com a prática de qualquer uma delas,
independentementeda obtenção da vantagem (crime formal). No entanto, esta
última modalidade será de difícil configuração, vez que, ao conseguir a
vantagem, deverá o agente tê-la solicitado, exigido ou cobrado, ainda que
implicitamente. Teoricamente admite-se a tentativa, em especial na forma
escrita, caso em que o inter comporta o fracionamento .
§ único - A pena é aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem é
também destinada ao funcionário.
Obs. I - caso o agente, além de toda a fraude empregada, alega que a vantagem também
se destina ao funcionário público, será aquele merecedor de pena majorada, visto que o
bem jurídico tutelado no tipo, qual seja, o prestígio da Administração Pública, é mais
gravemente afetado.
Obs. II – se o tráfico indevido de influência (a influência jactanciosa) recair sobre juiz,
jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete
ou testemunha, será tipificado de acordo com o delito previsto no art. 357, punido com
reclusão de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa.
CORRUPÇÃO ATIVA
 Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para
determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
 Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. (Redação
dada pela Lei nº 10.763, de 12.11.2003)
❖ Objetividade Jurídica: probidade administrativa.
❖ Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
❖ Sujeito Passivo: Estado.
❖ Conduta: verifica-se quando alguém, por meio de promessa, dádivas,
recompensas, ofertas ou qualquer utilidade, procura induzir um funcionário
público, diretamente ou por interposta pessoa, a praticar, ou se abster de praticar,
ou retardar, um ato de ofício ou cargo, embora seja conforme lei ou contra ela.
❖ Elemento Subjetivo: dolo
❖ Consumação e Tentativa: crime se consuma no momento em que o funcionário
público toma conhecimento da oferta ou de sua promessa, ainda que a recuse. A
tentativa é admitida na forma escrita.
Obs. I -Oferecer ou Prometer. (Primeira Exceção à teoria unitária/monista) Só agora
não é o mesmo crime.
Obs. II - Se os dois (particular e funcionário público) estão oferecendo suborno, e
corrupção ativa.
Obs. III - Tem bilateralidade obrigatória? Um depende necessariamente da existência
do outro? O crime de corrupção passiva existe sem o crime de corrupção ativa? Sim. No
verbo SOLICITAR o crime de corrupção passiva pode existir sem o de corrupção ativa
e o particular pode não responder. Mas nos verbos receber ou aceitar promessa, quem
oferece responde.
Obs. IV - Posso oferecer ou prometer e o funcionário não receber ou aceitar promessa.
Obs. V – Trata-se de crime de ação múltipla, composto de dois núcleos alternativos:
oferecer ou prometer a funcionário publica vantagem indevida, com o fim de ver
retardado ou omitido ou praticado ato funcional.
Obs. VI – o ato de corrupção pode ser praticado de forma escrita, oral ou mesmo por
gestos. Não se configura a infração penal quando a oferta ou promessa tem o fim de
impedir ou retardar o ato ilegal.
 § único - A pena é aumentada de um terço, se, em razão da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de ofício, ou o pratica
infringindo dever funcional.
Obs. VII – somente incidir a majorante se o ato praticado possuir natureza ilícita,. Se o
funcionário público praticar ato de acordo com seu dever funcional, o agente será
punido somente pela conduta prevista no caput.
CONTRABANDO
 Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no
todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou
pelo consumo de mercadoria:
 Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
 § 1º - Incorre na mesma pena quem:
Pratica navegação de cabotagem, fora dos casos permitidos em lei;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.763.htm#art3art333
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.763.htm#art3art333
Pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando ou descaminho;
 a) vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer
forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou
industrial, mercadoria de procedência estrangeira que introduziu clandestinamente no
País ou importou fraudulentamente ou que sabe ser produto de introdução clandestina
no território nacional ou de importação fraudulenta por parte de outrem;
 b) adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no
exercício de atividade comercial ou industrial, mercadoria de procedência estrangeira,
desacompanhada de documentação legal, ou acompanhada de documentos que sabe
serem falsos.
 § 2º - Equipara-se às atividades comerciais, para os efeitos deste
artigo, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadorias
estrangeiras, inclusive o exercido em residências. 
 § 3º - A pena aplica-se em dobro, se o crime de contrabando ou
descaminho é praticado em transporte aéreo.
❖ Objetividade Jurídica: administração pública
❖ Sujeito ativo: o funcionário público incumbido de impedir a prática de
descaminho.
❖ Sujeito passivo: Estado
❖ Elemento subjetivo: dolo
❖ Consumação e Tentativa: com a efetiva facilitação. E admitido à tentativa
quando se tratar de facilitação ativa.
Obs. I – Descaminho é a fraude empregada para iludir total ou parcialmente o
pagamento de direito ou imposto devido pela entrada, pela saída ou pelo consumo de
mercadoria.
Obs. II - no descaminho (art. 334, CP) é possível reconhecer o princípio da
insignificância, segundo os tribunais superiores, quando as mercadorias apreendidas são
em pequenas quantidades, valores ínfimos e ausência de destinação comercial. Lei
10.522/02 – A Fazenda pública não cobra execução fiscal menor de 10 mil. Portaria
75/2012 calculou a execução fiscal em 20 mil) STF – 20 mil e STJ – 10 mil – “Na
dúvida STJ”.
DESCAMINHO
Art. 334 –A – Importar ou exportar mercadoria proibida.
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.
❖ Objetividade Jurídica: Administração Pública, mais especificamente seu
bem estar econômico.
❖ Sujeito Ativo: qualquer pessoa.
❖ Sujeito Passivo: Estado
❖ Conduta: Este tipo pune o contrabando
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: na importação ou exportação de mercadorias
proibida com passagem pelos órgãos alfandegários, o delito se consuma
quando transposta a barreira fiscal, mesmo que a mercadoria não tenha
chegado ao seu destino. Já na hipótese de ingressar ou sair por meios
ocultos (clandestinos), a consumação depende da transposição das
fronteiras do país. Se vier de navio, é necessário que este ataque ocorra
em território nacional. De igual maneira, se transportada à mercadoria
por avião, exige-se o pouso. A tentativa pode ocorrer quando, por
exemplo, preparado para entrar ou sair do país com a mercadoria
proibida, o agente tem sua conduta interrompida por circunstâncias
alheias à sua vontade.
Obs. I – Contrabando é uma fraude que consiste em importar ou exportar mercadorias
absoluta ou relativamente proibidas de circularem no país.
Obs. II - O funcionário público encarregado de prevenir (repreender) o contrabando,
que auxiliar o autor deste delito não será tratado como concorrente do art. 334-A, mas
sim como autor do delito previsto pelo art. 318, CP.
Obs. III - A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando, à
semelhança do delito anterior, define-se pela prevenção do juízo federal do lugar da
apreensão dos bens. (súmula 151 do STJ).
Obs. IV – No art. 334, A, que trata do Contrabando, não se admite a aplicação do
princípio da insignificância. Não porque é interesse coletivo, mas em face da
moralidade pública.
Obs. V – Requisitos para aplicação do princípio da insignificância (MARI):
✔ Mínima ofensividade da conduta do agente
✔ Ausência de periculosidade social da ação
✔ Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento
✔ Inexpressividade da lesão jurídica provocada
FORMAS EQUIPARADAS
§1º - Incorre na mesma pena quem:
I – pratica fato assimilado, em lei especial, a contrabando.
II-importa ou exporta clandestinamente mercadoria que depende de registro,
análise ou autorização de órgão publica competente,
III – re insere no território nacional mercadoria brasileira destinada à
exportação;
IV- vende, expõe à venda, mantém em depósito ou, de qualquer forma, utiliza
em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial,
mercadoria proibida pela lei brasileira;
V – adquire, recebe ou oculta, em proveito próprio ou alheio, no exercício de
atividade comercial ou industrial, mercadoria proibida pela lei brasileira.
§2º - Equiparam-se às atividades comerciais, para os efeitos deste artigo,
qualquer forma de comércio irregular ou clandestino de mercadoria estrangeira,
inclusive o exercício em residência.
§ 3º - A pena aplica-se em dobro se o crime de contrabando é praticado em
transporte aéreo, fluvial ou marítimo.
SUBTRAÇÃO OU INUTILIZAÇÃO DE LIVRO OU DOCUMENTO
Art. 337 – Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial,
processo documento confiado à custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de
particular em serviço público.
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais
grave.
❖ Objetividade Jurídica: regular o andamento das atividades administrativas.
❖ Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
❖ Sujeito Passivo: Estado. Terceiro também pode ser vítima.
❖ Conduta: O tipo descreve duas condutas: subtrair e inutilizar o livro oficial,
processo ou documento.
❖ Elemento Subjetivo: dolo
❖ Consumação e Tentativa: Consuma-se com a subtração (posse mansa e pacífica
do objeto, ainda que por breve espaço de tempo) ou inutilização (ainda que
parcial) de livro, processo ou documento oficial, independentemente da
superveniência de qualquer resultado danoso à administração. A tentativa é
admitida, por se tratar de crime plurissubsistente, que, comporta fracionamento
da conduta.
Obs. I - O objeto material será o livro oficial, processo ou documento oficial confiado à
custódia de funcionário, em razão de ofício, ou de particular em serviço público.
DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA
Art. 339 - Dar causa à instauração de investigação policial, de processo
judicial, instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de
improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente.
Pena: reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos, e multa.
❖ Objetividade Jurídica: Também conhecido como calúnia qualificada, o crime do
art. 339 protege, em primeiro lugar, que a administração da justiça seja
impulsionada de forma inútil e criminosa; em segundo lugar, protege a honra da
pessoa ofendida.
❖ Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, abrangendo o ofendido, advogado (RT
658/285), o delegado, o promotor ou o juiz.
❖ Sujeito Passivo: O Estado, e secundariamente, a pessoa inocente, a quem foi
imputado o fato pelo agente.
❖ Conduta: A ação que consiste em:
a) dar iniciação a investigação policial, por notícia mentirosa;
b) dar causa a iniciação de processo judicial imbuído de má-fé;
c) Com advento da Lei 10.028/2000 passou a configurar o crime do art. 339 do
CP a conduta daquele que, maliciosamente, dá causa à instauração de
investigação administrativa: nessa hipótese, o denunciante imputa a outrem fato
que, além de infração administrativa, constitui ilícito penal;
d) Outra inovação da Lei 10.028/2000 foi tipificar a conduta do agente que,
ilicitamente, da casa a instauração de inquérito civil, ao art. 339.
e) Por fim, aquele que dá causa à iniciação de inquérito administrativo, contra
pessoa a quem sabe ser inocente, outra inovação da Lei 10.028/2000.
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: Consuma-se o delito com a deflagração das diligências
investigativas ou instauração de um dos procedimentos elencados no caput. A
Tentativa é admissível.
Obs. I - Apesar de a calúnia compor a denúncia caluniosa, não se trata de crime
complexo (crime complexo, propriamente dito, surge da fusão de dois ou mais tipos
legais crime – art. 101 do CP), o que não ocorre no caso em questão. Ora, o elemento
“dar causa à instauração de procedimento oficial contra alguém”, por si só, não constitui
delito autônomo. Dessa forma, não há de se falar em crime complexo, mas em crime
progressivo, no qual o agente, para alcançar o crime desejado, necessariamente viola
outra norma penal menos grave (calúnia), que fica absorvida.
Obs. II – O investigado (indiciado ou réu) que nega autoria de crime que aponte
falsamente terceira pessoa sabendo ser esta inocente comete crime do art.339 se, em
virtude de seus apontamentos, houver algumas formas de investigação a que alude o
tipo.
MAJORANTE
§1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se servir de anonimato ou de nome
suposto.
MINORANTE
§2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.
Obs. III - O crime denunciado pelo agente deve ser necessariamente criminoso.
COMUNICAÇÃO FALSA DE CRIME OU DE CONTRAVENÇÃO
Art. 340 – Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime
ou de contravenção que sabe não se ter verificado.
Pena: detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa.
❖ Objetividade Jurídica: tutela-se a administração da justiça, buscando-se prevenir
a inútil movimentação de aparato jurisdicional. Tutela-se também o prestígio da
administração judiciária.
❖ Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
❖ Sujeito Passivo: Estado
❖ Conduta: O núcleo do tipo se funda na expressão provocar, isto é, dar causa a
ação estatal repressiva, comunicando infração penal inexistente ou
essencialmente diversa da verdadeiramente ocorrida.
❖ Elemento Subjetivo: dolo
❖ Consumação e Tentativa: consuma-se no momento em que a autoridade pública
provocada pratica qualquer ato no intuito de esclarecer o fato criminoso
falsamente comunicado.
Obs. I - Para a caracterização do crime é imprescindível que o agente tenha plena
consciência de que o fato levado ao conhecimento da autoridade é falso. Se houver
dúvidas afasta-se o delito.
Obs. II - Se a intenção do sujeito ativo, ao comunicar falsamente um crime, for à
obtenção de seguros ou indenizações, estaremos diante da conduta tipificada pelo art.
171, §2º, inciso V, do CP. Surge, a partir daí, a seguinte questão: comunicação falsa é
absorvida pelo estelionato ou o agente responderá pelos dois crimes, em concurso é
absorvida pelo estelionato ou o agente responderá pelos dois crimes, em concurso? Para
Nélson Hungria, restará apenas o estelionato, seguindo o princípio da consunção. Já
para Magalhães Noronha, segue a orientação do concurso material, tendo em vista as
distinções entre os dois delitos.
AUTOACUSAÇÃO FALSA
Art. 341 – Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou
praticado por outrem.
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, ou multa.
❖ Objetividade Jurídica: Tutela-se a administração da Justiça.
❖ Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
❖ Sujeito Passivo: Estado.
❖ Conduta: a conduta punível consiste em acusar-se, perante a autoridade (policial,
ministerial ou judicial), de crime inexistente ou praticado por outrem.
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: Consuma-se no momento em que a autoridade toma
conhecimento da auto acusação falsa. Parcela da doutrina admite Tentativa.
Obs. I – Pressupõe o tipo que a ação criminosa seja cometida perante a autoridade
(delegado, juiz, promotor), o que não significa na presença (frente a frente) da
autoridade.
Obs. II - Ao contrário dos delitos antecedentes (art. 339 e 340), a auto acusação falsa
não pode ter por objeto contravenção penal, pois somente assunção de crime.
Obs. III - Se o agente além de promover a auto acusação indevida imputa falso fato
criminoso à terceiro? Capez entende haver concurso formal heterogêneo, pois, com uma
só ação, o agente deu causa a dois resultados distintos. Em sentido contrário, leciona
Mirabete, para quem há a configuração de concurso material de delitos.
FALSO TESTEMUNHO OU FALSA PERÍCIA
Art. 342 - Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como
testemunha, perito, contador,tradutor ou intérprete em processo judicial, ou
administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.
Pena: reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.
❖ Objetividade Jurídica: Tutela-se prestígio da justiça.
❖ Sujeito Ativo: Trata-se de crime de mão própria, que só pode ser praticado por:
a) Testemunha (pessoa física chamada a depor);
b) Perito (experto chamado a emitir parecer científico sobre questão relativa aos
seus conhecimentos);
c) Contador (profissional incumbido de fazer todas as contas do processo);
d) Tradutor (pessoa que converte para o idioma pátrio texto de língua
estrangeira);
e) Intérprete (é aquele que por intermédio de quem as pessoas se comunicam e
se entendem).
❖ Sujeito Passivo: o Estado. Podendo a pessoa que for prejudicada pelas falsas
declarações ou perícia, ser figurada como vítima.
❖ Conduta: o tipo apresenta diversas cores: fazer afirmação falsa, negar ou calar a
verdade (crime de ação múltipla ou de conteúdo variável). Em todas as hipóteses
o agente se furta, dolosamente, da verdade. O falso deve se dar em:
a) Processo judicial (penal ou civil);
b) Processo administrativo (inquérito civil ou sindicância);
c) Inquérito Policial;
d) Juízo Arbitral.
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: Consuma-se no momento em que a testemunha
termina seu depoimento, lavrando sua assinatura; no caso da falsa perícia,
perfaz-se no instante da entrega do laudo, parecer ou documento à autoridade
competente. A Tentativa só é admissível na forma escrita.
Obs. I – A vítima (ou ofendido – art.201 do CPP), por não ser testemunha (sequer
equiparada), não praticou o crime do art., 342, podendo ser autora de outro delito.
Obs. II – Admite-se ao concurso de agente?
No que tange ao falso testemunho, possível se mostra o concurso de agentes, limitado,
porém, a participação (induzimento, instigação ou auxílio). Em que pese a recente
decisão do STF admitindo a coautoria do advogado que instrui testemunha, são
frequentes as decisões de nossos Tribunais afirmando a incompatibilidade do instituto
(coatora) com delito de falso testemunho (art. 342), em face de sua característica de
crime de mão própria. A hipótese do causídico deve, segundo pensamos, ser tratada
como mera participação ou, a depender do caso, corrupção de testemunha (art.343 do
CP).
Já com relação à falsa perícia, parece clara a possibilidade do concurso de agente, nas
suas duas modalidades (coautoria e participação).
Obs. III - Processo anulado faz desaparecer falso testemunho? Magalhães Noronha: “O
ser nulo o ato constituído pelo depoimento falso não pode excluir o crime, o que é
evidente, pois é justamente a falsidade que se pune. Igual consideração cabe ao prestado
perante autoridade incompetente, embora lhe faleça competência, ela estanho exercício
da função, não se podendo a testemunha furta o dever de falar a verdade. Pode
acontecer, entretanto, que o depoimento falso seja prestado e, processo que depois vem
a ser anulado; como também suceder que o próprio testemunho seja nulo por outra
razão que não a própria falsidade. Já agora, não ocorre delito, pois o depoimento não
pode produzir efeito.”.
Obs. IV – A falsidade de testemunho também ocorre quando a testemunha mesmo que
relata minuciosamente fatos verdadeiros, no entanto não tenha presenciado. Pois a
falsidade é extraída não da comparação entre a realidade dos fatos e o depoimento
(teoria objetiva), mas da ciência da testemunha sobre os fatos em que está depondo
(teoria subjetiva).
Obs. V - Se o perito, contador, tradutor ou intérprete solicitar, receber ou aceitar
promessa de vantagem indevida a fim de fazer afirmação falsa, negar ou calar a
verdade, mas não o faz, incorre no crime de corrupção passiva (art. 317, CP), pois o
crime em estudo (art. 342, CP) depende da efetiva afirmação falsa, negação ou omissão
de verdade.
MAJORANTE
§1º - A pena aumenta-se de um sexto a um terço, se o crime é praticado mediante
suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em
processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade administrativa pública
direta ou indireta.
EXTINÇÃO DE PUNIBILIDADE
§2º - O fato deixa de ser punível se, antes da sentença no processo em que ocorreu o
ilícito, o agente se retrata ou declara a verdade.
COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO
Art. 344 – Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer
interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que
funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em
juízo arbitral.
Pena: reclusão, de 1 (um)a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena correspondente a
violência.
❖ Objetividade Jurídica: Tutela-se a administração da justiça. Em segundo plano,
quer-se resguardar a integridade física e a liberdade psíquica dos personagens
processuais.
❖ Sujeito Ativo: Qualquer pessoa
❖ Sujeito Passivo: Estado. Podendo secundariamente, ficar no polo passivo o
indivíduo que sofreu a coação.
❖ Conduta: a conduta punível é a de usar violência ou grave ameaça contra
autoridade, parte ou qualquer pessoa que funciona ou é chamada a intervir em
processo judicial ou administrativo, ou juízo arbitral, com o fim de satisfazer
interesse próprio ou alheio.
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: Consuma-se com o emprego da violência ou grave
ameaça independente da satisfação do interesse visado pelo agente (crime
formal). Não há que se falar em efetiva intimação da vítima, bastando
potencialidade. A tentativa é admissível.
Obs. I - O preceito secundário do tipo prevê o cúmulo material de penas se da violência
resultar em ferimentos na vítima.
FRAUDE PROCESSUAL
Art. 347 – Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou
administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o
juiz ou perito.
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 2 (dois) anos, e multa.
§1º - se a invocação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não
iniciado, as penas aplicam-se em dobro.
❖ Objetividade Jurídica: Tutela-se a administração da justiça. O presente
dispositivo visa coibir o artifício malicioso destinado a ludibriar o magistrado e
a obter injusto proveito (estelionato processual).
❖ Sujeito Ativo: Qualquer pessoa, tendo ou não interesse no processo.
❖ Sujeito Passivo: Estado. Eventualmente pode também figurar como vítima o
particular prejudicado pela inovação realizada pelo agente.
❖ Conduta: O agente mediante fraude modifica ou altera o estado de lugar
(derrubada de árvore), de coisa (retirar manchas de sangue impregnadas na
roupa da vítima) ou pessoa (mudar o aspecto físico exterior – não o psíquico,
civil ou social – de pessoa mediante cirurgia estética), criando, com isso nova
situação capaz de induzir a erro o juiz ou o perito (utilização anormal e
fraudulenta do processo).
❖ Elemento Subjetivo: dolo
❖ Consumação e Tentativa: A consumação do delito não exige que o juiz ou perito
seja efetivamente enganado, bastando idoneidade suficiente para induzir aqueles
personagens do processo em erro. Trata-se, então, de crime formal ou de
consumação antecipada. A tentativa não é admissível.
Obs. I - Os objetos materiais do crime são taxativos, sendo descabida qualquer espécie
de integração analógica em relação às inovações que poderão ser praticadas pelo agente.
Obs. II - Pressupõe-se a existência de processo civil ou administrativo em andamento.
O parágrafo único, entretanto, nas hipóteses em que o agente tem a vista alterar as
condições de processo penal, dispensa tal requisito. Há somente a ressalva em relação às
práticas criminosas que dependem de queixa ou representação. Nesses casos, somente
estará figurado o delito a partir do momento em que cumpria a condição de
probabilidade.
FAVORECIMENTO PESSOAL
Art. 348 – Auxiliar a subtrair-se a ação de autoridade pública autor de crime a
que é cominada pena de reclusão.
Pena: detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, e multa.
❖ Objetividade Jurídica: Tutela-se o regular andamento da administração da
justiça.❖ Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
❖ Sujeito Passivo: Estado, isto é, autoridade pública diretamente afetada pela
conduta do agente.
❖ Conduta: pune-se o agente que presta assistência, de qualquer natureza (idônea e
eficiente) a quem acaba de cometer um crime, objetivando subtraí-lo à ação da
autoridade, obstando as atividades judiciárias, somente ocorrerá o delito se
auxílio prestado for concreto (efetivo).
❖ Elemento Subjetivo: Dolo
❖ Consumação e Tentativa: Parcela da doutrina entende que o crime é formal,
consumando-se com a prática de qualquer auxílio prestado ao criminoso, mesmo
que não obtenha sucesso. Outros ensinam que o crime é material, não bastando
para a consumação o simples auxílio, sendo imprescindível que se obtenha
sucesso nesta empreitada, ainda que momentânea. As duas correntes admitem
tentativa.
Obs. I – não se admite, por óbvio, a hipótese de favorecimento em proveito próprio
(auto favorecimento). Assim, inexiste o crime do art.348 quando o seu autor participou,
de qualquer modo (ainda que apenas moralmente), do crime anterior.
Obs. II - não responderá por crime o advogado que oculta das autoridades o paradeiro
de seu cliente, desde que, evidentemente, não tenha prestado amparo material para que
esse se escondesse.
FORMA PRIVILEGIADA
§1º - Ação crime não é cominada pena de reclusão.
Pena: detenção, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, e multa.
Obs. III – o dispositivo prevê forma privilegiada para a conduta do agente que preste
auxílio ao autor de crime apenado com detenção.
ESCUSA ABSOLUTÓRIA
§2º - Se quem presta o auxílio é ao ascendente, descendente, cônjuge ou irmão do
criminoso, fica isento de pena.
Obs. IV – A maioria da doutrina admite, por analogia, a extensão do rol (não taxativo),
do §2º, para abranger, por exemplo, a convivente (união estável) etc.
FAVORECIMENTO REAL
Art. 349 – Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação,
auxilia destinado a tornar seguro o proveito do crime.
Pena: detenção, de 1 (um) a 6(seis) meses, e multa.
❖ Objetividade Jurídica: tutela-se o regular andamento da administração da justiça.
❖ Sujeito Ativo: Qualquer pessoa.
❖ Sujeito Passivo: Estado e, secundariamente, a vítima do delito anterior.
❖ Conduta: pune-se a conduta daquele que prestar (proporcionar, oferecer) a
criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio (ainda que
apenas moral) destinado a tornar seguro o proveito de o crime tornar seguro
proveito de contravenção penal e um indiferente penal).
❖ Elemento Subjetivo: dolo
❖ Consumação e Tentativa: consuma-se com a efetiva prestação de auxílio ao
criminoso, ainda que este não logre assegurar o proveito do delito (crime
formal). A tentativa é possível.
Obs. I – O comportamento tipificado neste dispositivo não se confunde com
favorecimento pessoal, pois nesse busca a fuga do criminoso em si, já no favorecimento
real prestasse auxílio não ao criminoso em si, mas indiretamente, assegurando, para ele,
a ocultação da coisa, provimento do crime.
EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA CONTRA A PESSOA
Art. 352 – Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido à
medida de segurança preventiva, usando de violência contra a pessoa.
Pena: detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, além da pena correspondente a
violência.
❖ Objetividade Jurídica: tutela-se a administração da justiça.
❖ Sujeito Ativo: (crime próprio) Somente o preso (administrativo, civil ou penal,
provisório ou definitivo) ou o internado.
❖ Sujeito Passivo: Estado. Podendo figurar também aquele que sofreu lesão pela
ação do agente.
❖ Conduta: o tipo consiste na fuga com violência a pessoa.
❖ Elemento Subjetivo: dolo
❖ Consumação e Tentativa: Consuma-se o delito com a fuga ou com o simples
emprego dos meios necessários para tanto, acompanhada de violência à pessoa.
Trata-se de crime excepcional, punindo-se a tentativa com a mesma
consequência do delito consumado, sem qualquer redução de pena (delito
tentado ou de empreendimento).
Obs. I - aplica-se cumulativamente a pena relativa à violência contra a pessoa. O
sistema que melhor se subsume ao caso é o concurso formal impróprio (art.70, caput,
segunda parte, CP), quer dizer, o agente, mediante uma só conduta, porém com
desígnios autônomos, provoca dois ou mais resultados, cumulando-se as reprimendas.

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