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EXTRAÇÃO DE METABÓLITOS ANÁLISE FITOQUÍMICA PRELIMINAR SALVADOR-BA 2022 ANA VITÓRIA SOARES BRENDA PINA SANTOS GABRIELA LAUTON PRATES LINDAIARA DOS SANTOS ANDRADE MARIA EDUARDA MOURA MENEZES NATHAN AMORIM BRUGNEROTTO RODRIGO SOUZA FRANCO VÍTOR EMANUEL ANDRADE DOS SANTOS YAZMIM ROSÁLIA COSTA NOVAIS PINTO EXTRAÇÃO DE METABÓLITOS ANÁLISE FITOQUÍMICA PRELIMINAR Relatório apresentado ao Curso de Bacharelado em Farmácia, Universidade Salvador, na disciplina de farmacognosia. Primeira unidade quinto semestre 2022. Prof.º Juliana Lima Gomes Rodrigues SALVADOR-BA 2022 INTRODUÇÃO Os taninos são metabólitos secundários, que podem ser derivados tanto da via do ácido chiquímico como da via em que ocorre a junção do ácido chiquímico com a via do acetato, eles fazem parte do grupo de compostos fenólicos, são micromoléculas de estrutura complexa e são divididos em dois grupos principais: taninos hidrolisáveis e taninos condensados. Os taninos hidrolisáveis são derivados da via do chiquimato e são divididos em três subgrupos: derivados simples do ácido gálico, galotaninos e elagitaninos. Os taninos condensados são também conhecidos como proantocianidinas, são mais comuns na natureza pois são mais resistentes a hidrólise. Os taninos são responsáveis por várias funções, na farmacologia suas funções estão diretamente ligadas a suas propriedades adstringentes produzindo efeito antidiarréico, antiséptico, antimicrobiano e antifúngico. Além disso outra utilização é na transformação da pele dos animais em couro, esse processo é de extrema importância pois a retirada de moléculas de água evita o apodrecimento. As plantas que possuem grande quantidade de taninos (Hamamelis, barbatimão, noz-de-galha e espinheira-santa) são muito comuns na medicina alternativa, e seus chás são utilizados no tratamento de várias doenças. A espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Martius) é uma planta rica em taninos e foi escolhida para realização do experimento para observar de forma prática sua presença. O método de extração utilizado foi a decocção. Segundo, REGINATTO ( 2017, p. 167) é uma técnica na qual o material vegetal fica em contato, durante certo tempo, com um líquido extrator em ebulição. Não é indicada para processos extrativos com líquidos extratores voláteis e com potencial de toxicidade Foram realizadas em laboratório duas análises, um utilizando gelatina 5%, em que se houvesse precipitação (extrato turvo) seria positivo para presença de taninos, a outra análise foi utilizando cloreto férrico, que ao entrar em contato com o extrato, caso houvesse presença de taninos, poderia alterar sua cor para azul, caso haja presença de taninos hidrolisáveis, ou para verde amarronzado, se esses taninos forem condensados. 1. OBJETIVOS Realizar extração aquosa e etanólica Identificar a presença de taninos e flavonoides em drogas vegetais 2. MATERIAIS Erlenmeyers (150 mL) Cálices graduados (100 mL) Funis de filtração Tubos de ensaio Galerias Pipetas Pasteur Pipetas graduadas (1,0 mL) Pipetas graduadas (10,0 mL) Espátulas Balança semi-analítica Chapa de aquecimento Suporte para funil com aro Algodão Luvas 2.1 Substâncias utilizadas Solução de gelatina 2% Água destilada Solução de cloreto férrico 2% 3. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 3.1- Obtenção do extrato aquoso A obtenção do extrato aquoso da droga vegetal foi feita por meio do processo de decocção, utilizando a água (H20) como solvente. Dessa forma, foi pesado 1g de Espinheira Santa, adicionado 10 ml de água destilada em um erlenmeyer e levado para ferver. Após a fervura, foi feita a filtração do extrato por meio de um algodão diretamente para um cálice, e completado o volume do filtrado para 25 ml com água destilada. Por fim, o filtrado foi distribuído em 3 tubos de ensaio para serem executadas as reações de identificação em cada um. Um dos tubos foi identificado como “A” e o outro “B”, e o 3° tubo foi utilizado como branco, contendo apenas o extrato filtrado. 3.2- Identificação da presença de taninos no extrato aquoso No tubo “A”, foi adicionado 3 gotas de solução de gelatina 2%, formando um precipitado. A turvidez da amostra na presença de gelatina indica uma reação positiva, confirmando a presença de taninos no vegetal. No tubo “B”, foi adicionado 1 gota de solução de Cloreto de Ferro (FeCl3) a 2% e observado a mudança na coloração. Em seguida, foi feita a diluição em 10 ml de água destilada no próprio tubo e feito isso, dividiu-se a solução em outros 2 tubos. Em um deles, adicionou-se 3 gotas do mesmo reativo e foi feito o comparativo entre ambos. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo REGINATTO ( 2017, p. 172), A caracterização da presença de taninos em drogas vegetais pode ser realizada por meio de reações de coloração ou precipitação. Sendo a precipitação com gelatina ou a reação colorimétrica com FeCl3. Para realizar a extração da espinheira-santa, a escolha do método foi à decocção, devido à água destilada ser um solvente que possui características polares, o que é compatível com a polaridade dos taninos que também são polares. Para realizar a identificação de taninos, no tubo A, contendo o extrato da espinheira-santa, houve a adição de três gotas da solução de gelatina a 2%, pois devido à presença de taninos a solução de gelatina reagiu com a proteína formando um precipitado turvo. No tubo B, houve a adição de uma gota da solução do cloreto férrico a 2%, no qual esse ao se ligar ao composto fenólico apresenta coloração azul para taninos hidrolisáveis e verde para os taninos condensados. O resultado observado foi à cor verde amarronzado, portanto confirmou a presença de taninos condensados. “Os taninos condensados são amplamente distribuídos em plantas lenhosas, tanto em angiospermas quanto em gimnospermas.” (MELLO, SANTOS, 2017) Taninos são substâncias consideradas agentes cicatriciais de úlceras gástricas, as mesmas substâncias já haviam sido analisadas e a importância do conhecimento dos teores de taninos entre as espécies de espinheira-santa reside no fato de que a ação farmacológica da planta vai depender desses teores. (HOLNIK, et al. 2015) Os tubos foram comparados entre si, utilizando o tubo C que possuía apenas o extrato em branco como parâmetro para comprovação da presença ou não de taninos com os outros tubos, o que pode ser comprovada com a alteração de cor no tubo B e a turvação no tubo A. Vale ressaltar que apenas esse experimento com as substancias não é suficiente para comprovar há a presença especifica de outros tipos de taninos, mas apenas que os taninos condensados estão presentes e que são a maioria. 5. CONCLUSÃO A partir da escolha da droga vegetal e das análises obtidas pela equipe, é possível concluir que a Espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Martius) apresenta Taninos em sua composição bromatológica que foram identificados através da reação realizada com a solução de gelatina 2% e com a solução de Cloreto Férrico (FeCl3) a 2%, onde, foi também possível identificar a presença dos taninos condensados. Os Taninos condensados são obtidos a partir da condensação de flavanos e podem ser encontrados facilmente em gimnospermas e angiospermas, principalmente em plantas lenhosas e também em outras classes de vegetais muito utilizados para a alimentação humana e animal, como: Hamamelis, barbatimão, noz-de-galha e banana-verde. Portanto, por meio do conhecimento prévio sobre o preparo de soluções sobre a análise fitoquímica de taninos, conseguiu-se concluir com êxito os objetivos desejados na pratica. De modogeral é perceptível a importância da relação entre o procedimento experimental e o conhecimento teórico para o sucesso final. REFERÊNCIAS Simões, Claudia M. oliveira et al. Farmacognosia Do Produto Natural Ao Medicamento. Porto Alegre-RS, Artmed, 2017, p. 167, 172 e 443 Holnik, P. R., et al. “Comparação Do Teor de Taninos Entre Duas Espécies de Espinheira-Santa (Maytenus Aquifolium Mart.e Maytenus Ilicifolia Mart. Ex Reissek)Cultivadas No Horto Medicinal Do Refúgio Biológico Bela Vista - RBBV Da Itaipu Binacional - Foz Do Iguaçu, PR - Brasil.” Revista Brasileira de Plantas Medicinais, vol. 17, 2015, pp. 385–391, <www.scielo.br/j/rbpm/a/8wcKRDKT9W496fnRgcyLnWd/?lang=pt>, Acesso 29 Abr. 2022. Monteiro, Julio Marcelino, et al. “Taninos: Uma Abordagem Da Química à Ecologia.” Química Nova, vol. 28, no. 5, Oct. 2005, pp. 892–896, <www.scielo.br/j/qn/a/YJDjDfvLBpkkbFXML3GPjdt/?format=pdf&lang=pt>. Acesso Abr. 2022. ANEXOS 1. Pesar 1g da Espinheira Santa. 2. Colocar 1 g da droga vegetal no Erlenmeyer e adicionar 10 mL de água destilada. 3. Ferver por 2 minuto. 4. Filtrar por algodão para um cálice. 5. Completar o volume do filtrado para 25 mL com água destilada. 6. Distribuir o filtrado nos tubos de ensaio. 7. Tubo A - Reação com gelatina: adicionar 3 gotas de solução gelatina. Tubo B- Adicionar 1 gota de solução de FeCl. Tubo C- Tubo contendo apenas o extrato filtrado. 8. Reações observadas: Tubo A- foi observada turvação no extrato. Tubo B- observou-se a alteração de cor, sendo esta verde. Comprovando a presença de taninos condensados. Tubo C- tudo apenas com extrato para comparação
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