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Aula nº. 08. Terceirização

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Direito do Trabalho I
Direito do Trabalho I
Professor: 
 Francisco Valdece Ferreira de Sousa
valdece@fvadvogados.adv.br
 Direito do Trabalho I
TERCEIRIZAÇÃO.
Aula nº.08
Aula nº. 01
Direito do Trabalho I
I - TERCEIRIZAÇÃO.
01.- Conceito.
Neologismo oriundo da palavra terceiro, compreendido como intermediário, interveniente. É o fenômeno pelo qual se dissocia a relação econômica de trabalho da relação justrabalhista que lhe seria correspondente. 
Para a ciência da administração é a transferência de atividades para fornecedores especializados, detentores de tecnologia própria e moderna, que tenham essa atividade terceirizada como sua atividade fim, liberando a tomadora para concentrar seus esforços gerenciais em seu negócio principal, preservando e evoluindo em qualidade e produtividade, reduzindo custos e gerando competitividade.
Exemplos de terceirização: 
Industria metalúrgica que fornece refeições para seus empregados. 
A preparação das refeições constitui atividade diversa da sua atividade social, constitui atividade-meio.
Pequena empresa do comércio de confecções. 
A escrituração contábil e a gestão de pessoal constitui atividade diversa da sua atividade social, constitui atividade-meio. 
Direito do Trabalho I
Esquema de terceirização lícita.
 Contrato de trabalho
 Energia de Contrato civil
 trabalho de prestação de
 serviços 
Trabalhador
Prestador de Serviços
Tomador de Serviços
Direito do Trabalho I
I - TERCEIRIZAÇÃO.
02.- Evolução histórica.
No Brasil, o fenômeno da terceirização é relativamente novo, tendo assumido clareza e amplitude a partir dos anos sessenta (1960 em diante…), razão e motivo da sua não inclusão na CLT.
A propósito, a CLT faz menção apenas e tão somente à empreitada e à subempreitada, englobando também a figura da pequena empreitada. O fato é que na época de sua elaboração (1940) a terceirização não constitui um fenômeno e não tinha a abrangência assumida nos últimos trinta/quarenta anos.
Foi somente a partir da década de 1970 que a legislação pátria incorporou um diploma legal tratando da terceirização (Lei 6.019/74 - Lei do Trabalho temporário), aperfeiçoada em 1983 com a edição da Lei 7.102/836 que autorizou a terceirização da vigilância bancária.
O certo é que a reforma administrativa no âmbito das entidades estatais da União Federal autorizou a terceirização de atividades meramente executivas, operacionais no âmbito da Administração Pública, contudo, no segmento privado, o processo de terceirização não teve o mesmo respaldo jurídico.
Direito do Trabalho I
I - TERCEIRIZAÇÃO.
02.- Evolução histórica.
Nos termos da legislação vigente, não existe nenhuma proibição à terceirização, desde quando não reste configurada a relação de emprego entre o trabalhador e o tomador dos serviços. É necessário que o “terceiro” forneça uma atividade especializada ao tomador, e que este, por seu turno, não exerça o gerenciamento das atividades dos retroativos trabalhadores.
A intermediação de mão de obra, considerada um “mero aluguel de trabalhadores”, fere os princípios do Direito do Trabalho e a dignidade do trabalhador, que passa a ser tratado como se fosse uma mercadoria. 
Do trabalho temporário - A única hipótese legal de intermediação de mão de obra no Brasil, é o trabalho temporário, regido pela Lei 6.019/1974. O trabalho temporário, por definição, é “aquele prestado por pessoa física a uma empresa, para atender a necessidade transitaria de substituição regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços”.
Direito do Trabalho I
I - TERCEIRIZAÇÃO.
03.- O trabalho temporário.
A Lei do TrabalhoTemporário permite expressamente, em hipóteses restritas, a intermediação de mão de obra no Brasil, sendo essa a única possibilidade de intermediação de mão de obra.
O trabalho temporário foge à regra geral da relação de emprego, que pressupõe bilateralidade, e cria uma relação com três polos, a saber: o tomador dos serviços, a empresa empregadora do trabalhador e o próprio trabalhador.
Forma de contrato - O trabalho temporário exige contrato escrito entre a empresa tomadora e a empresa de trabalho temporário, no qual deve constar expressamente o motivo justificador da demanda de trabalho temporário, a remuneração ajustada e o prazo de duração, que deverá ser de até 03 (Três) meses, ressalvada a hipótese de autorização conferida pelo órgão local do MTE.
É exigido, de igual forma, que o contrato entre o trabalhador e seu empregador seja escrito, bem assim, que nele conste os direitos que lhe são conferidos por lei.
Direito do Trabalho I
I - TERCEIRIZAÇÃO.
03.- O trabalho temporário.
Direitos do trabalhador temporário - Ao trabalhador temporário são assegurados os direitos previstos no artigo 12 da Lei nº. 6.019/74, quais sejam:
Remuneração equivalente à percebida pelos empregados de mesma categoria da empresa tomadora ou cliente, calculados à base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo;
Jornada de 08 (Oito) horas, remuneradas as horas extraordinárias, não excedentes de 02 (Duas) com acréscimo de, no mínimo, 50% (Cinquenta por cento), observadas eventuais redução de jornada ou acréscimo nas horas extras através de ACT/CCT;
Férias proporcionais;
Feriados e repouso semanal remunerado;
Adicional por trabalho noturno;
Indenização por dispensa sem justa causa ou término normal do contrato correspondente a 1/12 avos do pagamento recebido;
Seguro contra acidente do trabalho;
Proteção previdenciária.
Direito do Trabalho I
I - TERCEIRIZAÇÃO.
03.- O trabalho temporário.
Ausência da pessoalidade - Importante destacar que no trabalho temporário está presente a subordinação, a não eventualidade e a onerosidade, contudo, a pessoalidade não é exigida nesse contrato, pois caberá à empresa contratada e só a ela fazer a escala dos trabalhadores que serão alocados no serviço contratado. 
Da rescisão por justa causa e ou indireta - Aplicam-se ao contrato de trabalho temporário as hipóteses de justa causa previstas no art. 482 e de despedida indireta do art. 483, ambos da CLT. 
Aviso prévio - Em decorrência da natureza do contrato não haverá pagamento de aviso prévio, exceto nos casos de rescisão antecipado, quando então, aplicar-se-á o que dispõe o artigo 479, com pagamento da multa de 40% do FGTS.
Responsabilidade pelas verbas trabalhistas - O tomador dos serviços responderá de forma subsidiária pelos direitos trabalhistas do empregado, exceto no caso de falência da empresa contratada, eis que nessa hipótese a responsabilidade da empresa tomadora será solidária.
Direito do Trabalho I
I - TERCEIRIZAÇÃO.
03.- O trabalho temporário.
Competência - A Justiça do Trabalho é competente para conhecer e julgar as questões envolvendo contratos de trabalho de terceirização.

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