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Aula nº. 15. Períodos de descanso

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DIREITO DO TRABALHO I
 PROFESSOR:
 Francisco Valdece Ferreira de Sousa
 valdece@fvadvogados.adv.br
 DIREITO DO TRABALHO I
Aula nº. 15
Períodos de descanso. Intervalos, repouso semanal e feriados…
01.- Introdução
O nosso corpo é uma “máquina” que a cada dia está mais vulnerável, pois envelhecemos. Abusar desta “máquina” pode acarretar efeitos desastrosos no ambiente de trabalho, alguns irreversíveis e outros que, aparentemente insignificantes, no final de um longo período representam latente prejuízo à saúde do trabalhador, bem asim, ao empregador e ao seu negócio.
Quando não nos alimentamos corretamente, não dormimos e não estamos submetidos a uma rotina de recuperação das energias físicas e mentais, a nossa produtividade cai de forma vertiginosa e passamos a estar exposto a doenças profissionais e acidentes de trabalho, o que está cientificamente e estatisticamente provado. Por isso que as empresas mais conscientes e com departamento de Recursos Humanos ativo se preocupa muito com o fator descanso e qualidade de vida dos empregados, pois, não obstante o custo em um primeiro momento,  no futuro o reflexo é imenso e, de igual forma, o retorno econômico.
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Aula nº. 15
Períodos de descanso. Intervalos, repouso semanal e feriados…
01.- Introdução
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E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito.
E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito.
E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que Deus criara e fizera.
Não é por acaso que o legislador introduziu no texto legal dos direitos trabalhistas a obrigatoriedade ao descanso. Fixou jornadas máximas, intervalos obrigatórios e ainda uma remuneração diferenciada para as horas extraordinárias e/ou pela não concessão dos descansos obrigatórios, este último no formato de multa e indenização pelo descumprimento.
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Períodos de descanso. Intervalos, repouso semanal e feriados…
01.- Introdução
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O descanso mais famoso são as férias, as tão sonhadas férias por parte daqueles que são empregados, muitas vezes o ponto de apoio motivacional para o trabalho, ou seja, trabalham pensando em suas férias e vibram com o aproximar delas.
Não tão espaçado como as férias, temos ainda outro descanso obrigatório o chamado DSR – Descanso Semanal Remunerado, instituído através da Lei 605/49, inserido no artigo 7º. da na CF/88.
Todos os empregados possuem o direito de semanalmente descansarem um dia sem sofrer qualquer desconto em seu salário, por isso remunerado. 
Este descanso será preferencialmente aos domingos e aos feriados, visando de igual forma a recarga das energias e convívio social. 
A não concessão do DSR implica no pagamento do dia trabalhado em dobro.
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Períodos de descanso. Intervalos, repouso semanal e feriados…
01.- Introdução
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Visando proteger ainda mais o descanso, o legislador se preocupou com o dia de trabalho do empregado de forma individualizada, criando os chamados intervalos.
Dentro do universo jurídico trabalhista os intervalos dividem-se em: intrajornadas e entre jornadas. 
O primeiro ocorre no decorrer da jornada diária, mais precisamente no meio deste labor, ainda chamado popularmente de intervalo para refeição e descanso.
O outro intervalo é o entre jornadas, ou seja, entre o término de uma jornada e o início da outra. Neste caso deverá existir um intervalo de 11 horas corridas, destinadas a organização pessoal, convívio social e o sagrado sono, uma das fontes mais importantes de reposição de energia.
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02.- Intervalos intrajornadas.
São lapsos temporais regulares, remunerados ou não, situados no curso da jornada de trabalho, onde o empregado deve sustar a prestação de serviços e sua disponibilidade perante o empregador.
CLT, art. 71, § 3º. - N$. No mínimo 01 hora, no máximo 02 horas, salvo ACT ou CCT dispondo de forma diversa, restando certo, contudo, que se trata de norma de ordem pública, portanto irrenunciável.
CLT, art. 71, § 1º. - N$. Intervalo de 15 min. para as jornadas de duração superior a 04 horas.
CLT, art. 72 - $$. Intervalo de 10 min. a cada 90 laborados em serviços permanentes de mecanografia - datilografia, escrituração ou cálculo;
CLT, art 298- $$. Intervalo de 15 min. a cada 03 horas de labor consecutivo em minas de subsolo.
CLT, art. 253, Sum 438 TST - $$ Intervalo de 20 min. a cada 100 min. de trabalho contínuo no interior de câmaras frigoríficas.
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03.- Intervalo inter jornadas.
São lapsos temporais regulares que o empregador pode e deve fazer uso entre uma e outra jornada.
CLT, art. 66 - N$. Intervalo de pelo menos 11 horas consecutivas entre uma e outra jornada.
04.-DSR, RSR. Descanso/Repouso Semanal Remunerado.
Lei 605/49 - São lapsos temporais de 24 horas consecutivas, situado entre dois módulos semanais de duração do trabalho do empregado, coincidindo, preferencialmente, aos domingos com o objetivo de recuperação e implementação de suas energias e aperfeiçoamento em sua inserção familiar, comunitária e política.
No que concerne aos feriados/dias santificados, podemos afirmar que são lapsos temporais de um dia, situados ao longo do ano-calendário, eleitos pela legislação em face de datas comemorativas cívicas ou religiosas, quando o empregado poderá sustar a prestação de serviços.
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 F é r i a s
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05.- Férias.
01.-	ETIMOLOGIA DA PALAVRA: 
VERBETE: férias [Do lat. ferias.] S. f. pl.
1. ...
2. Certo número de dias consecutivos destinados ao descanso de funcionários, empregados, estudantes, etc., após um período anual ou semestral de trabalho ou atividades.
O repouso anual remunerado (FÉRIAS) é uma reivindicação social relativamente nova, tendo surgido a partir do início deste século. A princípio, era concedido como liberalidade do empregador, tendo assumido o caráter obrigatório, segundo historiadores, a partir de 1909/1910, na Islândia e na Áustria
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05.- Férias. 
Forma de aquisição e extensão.
CLT, ARTº. 129 – Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.
CLT, Artº. 130 - Após cada período de 12 (DOZE) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção.
I - 30 (TRINTA) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (CINCO) vezes;
II - 24 (VINTE E QUATRO) dias corridos, quando houver tido de 6 (SEIS) a 14 (QUATORZE) faltas;
III - 18 (DEZOITO) dias corridos, quando houver tido de 15 (QUINZE) a 23 (VINTE E TRÊS) faltas;
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05.- Férias. 
Forma de aquisição e extensão.
CLT, ARTº. 129 – Todo empregado terá direito anualmente ao gozo de um período de férias, sem prejuízo da remuneração.
CLT, Artº. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção.
I - ...
IV - 12 (DOZE) dias corridos, quando houver tido de 24 (VINTE E QUATRO) a 32 (TRINTA E DUAS) faltas.
§ 1º. - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado
ao serviço.
§ 2º. - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo de serviço.
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Forma de aquisição e extensão.
Art. 130-A.  Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de doze meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção: (INCLUÍDO PELA MP Nº. 2.164, DE 2001).
I - dezoito dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte e duas horas, até vinte e cinco horas; 
II - dezesseis dias, para a duração do trabalho semanal superior a vinte horas, até vinte e duas horas;
III - quatorze dias, para a duração do trabalho semanal superior a quinze horas, até vinte horas; 
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Da perda do direito às férias.
CLT, ARTº. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:
I - deixar o emprego e não for readmitido dentro dos 60 (SESSENTA) dias subsequentes à sua saída;
II - permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30 (TRINTA) dias;
III - deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (TRINTA) dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa; e 
IV - tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (SEIS) meses, embora descontínuos.
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Da perda do direito às férias.
CLT, ARTº. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período aquisitivo:
I - ...
§ 1º.- A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social.
§ 2º.- Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste artigo, retornar ao serviço.
§ 3º.- Para os fins previstos no inciso III deste artigo a empresa comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de quinze dias, as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de trabalho.
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Da concessão. Período de gozo. Fracionamento.
CLT, ART.134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12 (Doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
§ 1º. - Somente em casos excepcionais serão as férias concedidas em 02 (Dois) períodos, um dos quais não poderá ser inferior a 10 (Dez) dias corridos.
§ 2º. - Aos menores de 18 (Dezoito) anos e aos maiores de 50 (Cinquenta) anos de idade, as férias serão sempre concedidas de uma só vez.
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Da concessão. Período de gozo. Fracionamento.
CLT, ART.135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com antecedência de, no mínimo, 30 (Trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo.
§ 1º.-	O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao empregador sua CTPS, para que nela seja anotada a respectiva concessão.
§ 2º.-	A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas de registro dos empregados.
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Da concessão. Período de gozo. Fracionamento.
CLT, Art.136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do empregador.
§ 1º.-	Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.
§ 2º.-	O empregado estudante, menor de 18 (Dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares.
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05.- Férias. 
Da remuneração no período de férias. Data do pagamento.
Os trabalhadores, rurais e urbanos, inclusive domésticos, receberão, quando do período de férias, a título de remuneração, o valor correspondente à remuneração de um período normal de trabalho acrescida de 1/3.
Fundamento jurídico
CF/88, ART.7º., XVII;
CLT, ARTº. 142 E 145.
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Do atraso na concessão. Penalidade para o empregador.
CLT, Artº. 137	- Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o Art. 134, o empregador pagará em dobro a respectiva remuneração. 
§ 1º.- Vencido o mencionado prazo sem que o empregador tenha concedido as férias, o empregado poderá ajuizar reclamação pedindo a fixação, por sentença, da época de gozo das mesmas.
§ 2º.- A sentença cominará pena diária de 5% (CINCO POR CENTO) do salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida.
§ 3º.- Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter administrativo.
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Da concessão de férias coletivas.
CLT, Artº. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa.
§ 1º.- As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais, desde que nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.
§ 2º.- Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores abrangidos pela medida.
§ 3º.- Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comunicação aos sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a afixação de aviso nos locais de trabalho.
CLT, ART.140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão, na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo.
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Da conversão das férias em dinheiro.
CLT, ARTº. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes.
§ 1º.- O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do período aquisitivo.
§ 2º.- Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono.
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05.- Férias. 
Dos efeitos da cessação do contrato de	trabalho em relação às férias. 
CLT, ARTº.146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa, será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso, correspondente ao período de
férias cujo direito tenha adquirido 
§ ÚNICO. - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14 (quatorze) dias.
CLT, ARTº. 147 – O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar 12 (Doze) meses de serviço, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de conformidade com o disposto no artigo anterior.
CLT, ART. 148 - A remuneração das férias, ainda quando devida após a cessação do contrato de trabalho, terá natureza salarial, para os efeitos do art. 449..
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05.- Férias. 
Da prescrição do direito de reclamar. 
CLT, Artº. 149 - A prescrição do direito de reclamar a concessão das férias ou o pagamento da respectiva remuneração é contada do término do prazo mencionado no art. 134 ou, se for o caso, da cessação do contrato de trabalho.
Das penalidades.
CLT, Artº. 153 - As infrações ao disposto neste Capítulo serão punidas com a multas de valor igual a 160 BTN por empregado em situação irregular.
§ único. Em caso de reincidência, embaraço ou resistência à fiscalização, emprego de artifício ou simulação com o objetivo de fraudar a lei, a multa será aplicada em dobro.

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