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Anti inflamatórios não esteroidais - AINES - Farmacologia I

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Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales
Anti inflamatórios não esteroidais 
(AINES) 
Prof Drº Quintino Moura Dias Júnior 
Introdução 
O que é inflamação? 
- É um processo biológico gerado pelo corpo 
todas as vezes que o corpo entra em contato 
com um agente potencialmente prejudicial ao 
organismo. 
- Por exemplo: agentes patogênicos, toxinas de 
animais (venenos de serpentes), toxinas de 
microorganismos. 
- Essas substâncias são capazes de induzir um 
dano ao corpo, e por tanto capazes de 
desencadear a resposta inflamatória do corpo. 
- Exposição à radiação, substâncias cáusticas ou 
ácidas, lesões como osteoartrite, lesões tecidas 
como cortes cutâneos e necrose também geram 
resposta inflamatória. 
A resposta inflamatória ocorre de duas formas: 
- Combater agentes venosos do corpo: toda vez 
que o corpo detecta a presença de um processo 
infeccioso ou prejudicial ao corpo, pela 
presença de um microorganismo por exemplo. 
- Reestabelecer o funcionamento normal do 
organismo: gerada quando o organismo precisa 
fazer recuperação tecidual. 
- Portanto, a resposta inflamatória é uma 
resposta fisiológica, que tem papel protetivo, 
preventivo ou recuperativo. 
- A resposta inflamatória envolve alguns 
componentes essenciais: 
Componentes 
1. Vascularização tecidual: tecidos pouco 
vascularizamos apresentam uma resposta 
i n f l a m a t ó r i a p o b r e , e q u a n t o m a i s 
vascularizado for o tecido, mais efetivo será a 
resposta inflamatória. 
2. Componente celular: as células da resposta 
imune (principalmente da imunidade inata) são 
essenciais para que a inflamação se 
desenvolva. 
3. Mediadores químicos: tanto os presentes na 
circulação sistêmica quanto os produzidos e 
liberados pelas células do sistema imune. 
- Os anti inflamatórios são capazes de controlar 
alguns desses componentes ativados durante o 
processo inflamatório. 
• Principalmente componentes vasculares, 
celulares e químicos. 
• Anti inflamatórios não esteroidais são muito 
eficientes em controlar alguns mediadores 
químicos essenciais para o estabelecimento 
dos sinais cardinais da inflamação. 
• Anti inflamatórios esteroidais (dexametazona 
- corticoides) são capazes de produzir um 
efeito muito mais amplo. Por serem capazes 
de atuar em várias frentes do processo 
inflamatório e também na imunidade 
adquirida, o nome mais adequado para esse 
tipo de fármaco é imunosupressor. 
Anti inflamatórios não 
esteroidais 
- Anti inflamatórios que controlam mediadores 
químicos, que não mechem com componentes 
celulares. 
QUAL A DIFERENÇA ENTRE O ANTI INFLAMATÓRIO 
ESTEROIDAL E NÃO ESTEROIDAL? 
- Tanto testosterona, quanto a progesterona tem 
em sua estrutura química o componente 
essencial de todos os esteroides que é o 
colesterol. 
- Recebe o nome de anti inflamatório esteroidal 
porque é derivado do colesterol. 
- Hormônio corticoide natural: cortisol e cortisona. 
- Mineralocorticoide também é esteroide: 
aldosterona. 
- Anti inflamatórios não esteroidais não tem 
colesterol em sua estrutura. 
Sinais cardinais da inflação 
1. Calor: febre. 
2. Rubor: vasodilatação, causa vermelhidão. 
3. Edema: extravasamento de líquidos para o 
tecido inflamado, causado pela permeabilidade 
dos vasos no processo inflamatório. 
4. Dor: típica de tecido inflamado. 
5. Perda de função: resultado da manifestação 
dos demais sinais cardinais, ocorre pela dor 
causada pela inflamação. 
 de 1 7
Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales
- Conforme a inflamação se desfaz, os sinais 
também vão sumindo. 
Respostas locais e sistêmicas da 
inflamação 
- Como a resposta inflamatória se inicia após a 
c é l u l a i d e n t i f i c a r u m c o m p o n e n t e s 
potencialmente prejudicial ao corpo? 
- A partir do momento que a célula reconhece o 
padrão molecular (o LPS -lipopolissacarídeo- 
das bactérias por exemplo) ela entra em 
atividade. 
- A primeira célula do sistema imune inato que 
reconhece o agente agressor é o macrófago. 
- O macrófago reconhece o agressor, por meio 
da liberação de mediadores químicos: 
• Fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) 
• Interleucina 1-beta (IL-1) 
- Esses mediadores químicos causam: 
• Aumento da expressão de proteínas de 
interação com células do sistema imune que 
estão circulante no sangue. 
• Aumento da permeabilidade das células 
epiteliais dos vasos sanguíneos. 
- Isso faz com que as células do sistema imune 
existentes no vaso sanguíneo acessem o local 
inflamado com efetividade. 
- Essas substâncias tem papel importante para 
que as células do sistema imune cheguem ao 
local inflamado, e tem mais ativação de células 
para o processo inflamatório. 
- Essas células favorecem à migração de células, 
e a chegada de outras substâncias químicas 
que favorecem a inflamação. 
- Além disso, a TNF e a IL caem na circulação 
sistêmica e vão chegar em órgãos distantes do 
tecido inflamado. 
• Quando mais inflamado seu tecido tiver, mais 
mediadores químicos vão ser produzidos e 
mais desse mediador vai chegar em órgãos 
distantes do local inflamado. 
- O primeiro local que irão atingir é o encéfalo, 
principalmente o hipotálamo, e irão induzir a 
febre. 
- A TNF e a IL vão aumentar a síntese de células 
na medula óssea, produzindo células como 
monócitos e neutrófilos. 
- Vão ativar o fígado a produzir proteínas de 
choque térmico, que tem como papel prevenir 
que microorganismos que estejam no tecido 
inflamado, cheguem à circulação sistêmica e 
produza a sepse. 
• Proteína de choque térmico mais importante: 
proteína C reativa, que normalmente é 
dosada para ver se o paciente tem uma 
inflamação em curso. 
- A inflamação então vai envolver: 
• Aspectos locais: alteração biológica no local, 
onde tem por exemplo presença de bactéria 
ou lesão tecidual. 
• Eventos sistêmicos: envolvem a febre, 
produção de células do sistema imune e 
l i b e r a ç ã o d e m a i s s u b s t â n c i a s 
antimicrobianas (como as proteínas de 
choque térmico). 
- Outra função desses mediadores químicos: 
• Induzem a produção de prostaglandinas e 
leucotrieno. 
AÇÃO DE MEDIADORES INFLAMATÓRIOS 
 
- No início da inflamação: tem substâncias 
produzidas muito rapidamente, como a 
histamina. 
- Ao longo do processo inflamatório: outras 
substâncias são produzidas. 
HISTAMINA 
- A histamina participa por um período muito 
curto da resposta inflamatória, portanto, não é 
tão efetivo utilizar fármacos anti histamínicos 
para tratar a inflamação. 
SISTEMA COMPLEMENTO 
- Substâncias do sistema complemento entram 
em ação: esse sistema formado por proteínas 
clivadas enzimaticamente até produzir uma 
proteína final que tem como função chamar 
mais células para o local inflamado, e produzir 
poros que geram orifícios de passagem de 
líquidos através da membrana plasmática de 
agentes infecciosos. Assim são componentes 
essenciais no combate à agentes infecciosos. 
- A inibição do sistema complemento não se 
mostra tão efetivo para controlar a inflamação. 
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Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales
SISTEMA DAS CININAS 
- Bradicinina é uma substância que fica na 
circulação sistêmica, tendo como função o 
controle do sistema cardiovascular. 
• Ela participa do sistema renina angiotensina 
aldosterona, então ela exerce controle de PA 
dentro dos vasos. 
- Quando sobre uma lesão, a bradicinina do vaso 
sanguíneo entra em contato com o tecido 
inflamado, e a bradicinina causa muita dor. 
- Ainda, estimula as células do sistema imune a 
liberar mais mediadores inflamatórios, como 
IL-1b e TNF-a. 
- Os fármacos para inibir a bradicinina não 
produzem um efeito muito significativo. 
CASCATA DO ÁCIDO ARACDÔNICO 
- Se manifesta do meio pro final da inflamação. 
- O ácido aracdônico é uma substância que dá 
origem aos eicosanoides. 
- Eicosanoides importantes: 
• Prostaglandina. 
• Tromboxana. 
• Leucodrieno. 
- Os fármacos utilizados atualmente, são 
fármacos capazes de inibir a cascata do ácido 
aracdônico. 
• Ou inibe a enzima que formaprostaglandina. 
• Ou a partir da própria célula que produz a 
prostaglandina. 
- A prostaglandina participa dos principais sinais 
cardinais da inflamação, como vasodilação, 
indução da febre. Inibir a formação de 
prostaglandina não impede todos os efeitos da 
inflamação, mas ajuda de forma eficiente. 
- Quando sofre uma lesão tecidual, as células do 
sistema imune reconhecem a presença da 
bactéria, inicia o processo inflamatório, 
liberando mediadores químicos (TNF-a, IL-6, 
IL-1b), esses mediadores estimulam as próprias 
células da resposta inflamatória a sintetizar a 
enzima cicloxigenase. 
- A cicloxigenase (COX) é quem pega o ácido 
aracdônico e transforma em prostaglandina. 
- Lipoxigenase (LOX) transforma o ácido 
aracdônico em leucotrieno. 
- A COX é produzida somente durante o 
p rocesso in f lamatór io , permanecendo 
prat icamente durante todo o processo 
inflamatório, e conforme a inflamação vai se 
desfazendo, a enzima COX vai deixando de ser 
produzida. 
- C O X 2 c o m e ç a a s e r p r o d u z i d a , 
consequentemente a prostaglandina também 
começa a ser produzida. Em poucas horas já 
tem uma grande quantidade de prostaglandina 
no local da inflamação, produzindo sinais 
cardinais. 
- Existem 2 tipos de COX: 
 
- COX 2: é a enzima que produz prostaglandina e 
só ex is te ( teor icamente) no processo 
inflamatório. 
- COX 1: existe o tempo todo no corpo, tem papel 
fisiológico, porque a prostaglandina também é 
responsável por controlar diversos processos 
biológicos, como: controle da produção de 
muco no estômago, controle de função renal, 
efeitos no sistema nervoso central, controle da 
contração uterina. 
- Se inibe toda a cicloxigenase, pode ocorrer 
inibição da produção de prostaglandina, e afetar 
processos biológicos do corpo. 
- Enzima fosfolipase A2: é a enzima responsável 
pela produção do ácido aracdônico. 
- Toda vez que tem um estímulo inflamatório, as 
bactérias são detectadas pelas células do 
sistema imune. Ocorre ativação da enzima 
fosfolipase A2, que irá pegar fosfolipídeos de 
membrana plasmática e transforma eles em 
ácido aracdônico. E o ácido aracdônico vai ser 
convertido em prostaglandina porque o mesmo 
estímulo inflamatório também induziu a 
produção de outra enzima, que é a COX. 
- Prostaglandina é formada a partir de um 
precursor chamado prostaglandina G2 (PGG2), 
e essa prostaglandina vai dar origem 
 de 3 7
Começa o processo inflamatório.
Macrófago libera TNF-a e IL-1b.
TNF-a e IL-1b vão formar a COX.
Fosfolipase A2 vai formar o ácido aracdônico.
A COX vai transformar o ácido aracdônico em 
prostaglandina.
Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales
O que caracteriza um fármaco 
anti inflamatório? 
- (Seja ele esteroidal ou não esteroidal). 
- Para ser um anti inflamatório ele tem que: 
• Ser capaz de inibir a inflamação. 
- Corticoide e aspirina apresentam essa 
capacidade. 
• Ter efeito analgésico. 
- É uma característica de qualquer anti 
inflamatório reduzir a dor. 
• Ser antipirético. 
- Deve ser capaz de controlar a febre. 
- Apesar do paracetamol e dipirona não são 
considerados anti inflamatórios típicos, porque 
apesar de apresentarem propriedades anti 
inflamatórias, mas em pequena quantidade. 
Principais grupos 
estruturalmente relacionados de 
AINES 
DERIVADOS DO ÁCIDO SALICÍLICO 
- Aspirina. 
• Primeiro fármaco anti inflamatório a ser 
explorado. 
FÁRMACOS SEMELHANTES À ASPIRINA 
- Ibuprofeno e naproxeno. 
• Naproxeno tem a potência muito maior que a 
da aspirina como anti inflamatório. 
COXIBES 
- Coxibes. 
• Desenvolveram esse fármaco porque as 
reações adversas dos anti inflamatórios não 
esteroidais são associadas à inibição da COX 
1 e não da COX 2. 
Nova classificação de AINEs de 
acordo com sua seletividade 
para COX 
 Os fármacos ant i inf lamatório são 
classificados em dois grupos, que usa classes 
químicas. 
 Essa classificação é aplicada somente aos 
fármacos anti inflamatórios não esteroidais. Os 
fármacos esteroidais são inibidores da síntese de 
COX 2. 
INIBIDORES NÃO SELETIVOS DE COX 
- Apresentam baixa seletividade de inibição da 
enzima cicloxigenase (COX). 
- Esses fármacos inibem a COX 2 e também a 
COX 1, que tem papel fisiológico. 
- Teoricamente, quanto mais seletivo o fármaco 
for para inibir somente a COX 2, melhor seria. 
- Esse grupo tem reações adversas mais 
pronunciadas. 
INIBIDORES SELETIVOS DE COX-2 
- Exemplo: coxibes 
- Se ligam bem a COX 2, mas não se ligam bem 
à COX 1. 
PARACETAMOL E DIPIRONA 
- Esses medicamentos são de um grupo isolado. 
Porque apesar de serem capazes de inibir COX 
1 e 2, a inibição da COX por estes fármacos é 
tão pequena, que sua atividade anti inflamatória 
é quase desprezível. 
- Por serem desprovidos de atividade anti 
inflamatória, não é correto dizer que 
p a r a c e t a m o l e d i p i r o n a s ã o a n t i 
inflamatórios (apesar de estudá-los nos 
capítulos de livros que tratam de anti 
inflamatório). 
- Eles são estudados juntos com os anti 
inflamatórios porque tem relação com a COX, 
porém a COX que eles interferem é o tipo de 
COX 3, que não está presente no tecido 
periférico, e sim no tecido nervoso central. 
- Esses medicamentos tem ação anti pirética e 
analgésica. 
Grupo de AINES inibidores NÃO-
SELETIVOS de COX 
É dividido em: 
GRUPO DOS FÁRMACOS QUE SE LIGAM 
REVERSIVELMENTE À COX 
- A grande maioria dos anti inflamatórios se ligam 
de forma reversível à enzima COX, e precisa 
ficar administrando o fármaco repetidamente. 
- Praticamente todos: diclofenaco de sódio, 
diclofenaco de potássio. 
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Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales
PERGUNTA: Qual a diferença entre 
diclofenaco de sódio e diclofenaco de 
potássio? 
- Uma mesma molécula pode interferir de formas 
d i ferentes na absorção (es tudado na 
farmacocinética). 
- Os dois são AINEs do mesmo jeito. Mas o que a 
presença de sódio ou potássio causa por 
exemplo na farmacocinética dele. 
GRUPO DOS FÁRMACOS QUE SE LIGAM DE 
FORMA IRREVERSÍVEL À COX 
- Somente a aspirina. 
- Se liga de forma irreversível tanto à COX 1 
quanto à COX 2. 
- Essa característica de irreversibilidade é porque 
ela se liga à COX e demora muito tempo para 
se desprender. 
- Essa irreversibilidade faz com que seja possível 
ela inibir especialmente as COX presentes nas 
plaquetas. 
- Primeiro o AINE tende à inibir a enzima COX 
presente nas plaquetas, porque a primeira 
estrutura que o fármaco vai atingir é o 
componente celular, quando ele entra na 
circulação sistêmica ele já entra em contato 
com as plaquetas, e a ligação com as plaquetas 
depende da presença de tromboxano, que é 
produzida através da enzima COX. 
- Quando administra aspirina, mesmo que em 
concentrações baixas, ela é capaz de inibir 
muito intensamente à COX responsável pela 
formação de tromboxanos nas plaquetas. 
- Portanto a aspirina em doses muito menores do 
que outros anti inflamatórios, ela já consegue 
inibir a enzima COX da circulação sistêmica, e 
assim, inibir a agregação plaquetária. 
- Teoricamente, todos os fármacos AINEs 
causam inibição da enzima COX plaquetária, 
por isso todos aumentam o risco de hemorragia. 
- Só que a não reversibilidade da aspirina faz 
com que esse efeito seja mais intenso, mesmo 
em doses mais baixas. 
 PERGUNTA: Qual a diferença da aspirina 
pros demais AINEs seletivos e reversíveis? 
- A aspirina possui ação mais prolongada, e com 
capacidade de inibir agregação plaquetária de 
forma mais rápida e com doses mais baixas. E 
o efeito anti inflamatório da aspirina vai ocorrer 
em doses mais elevadas. 
- Geralmente AINEs reversíveis a dose para 
produzir efeito anti inflamatório causa anti 
agregação plaquetária, mas não o suficiente 
para ser considerado fármaco anti agregante 
plaquetário. 
- Uma reação adversa importante para os anti 
inflamatórios é o risco de sangramento 
prolongado, especialmente se o paciente fizer o 
uso desses fármacos com anti coagulantes. 
Aplicação terapêutica dos AINEs 
não seletivos- Tratar a dor: em que tem processos 
inflamatórios instalados no organismo, e 
• Se você tem condições dolorosas, mas não 
tem prévio processo inflamatório, o fármaco 
será inútil. 
- Para o uso de um fármaco anti inflamatório para 
a dor, essa dor tem que aspecto inflamatório 
envolvido e o fármaco tem que ser capaz de 
produzir um alívio no máximo moderado dessa 
dor. 
- Fármaco com atividade analgésica equiparada 
a da morfina: toragesig. 
• Exceção entre os fármacos anti inflamatórios. 
• Sua limitação é que ele é altamente tóxico, 
sua utilização se restringe à poucos dias de 
uso. 
• Reações adversas diferentes que à da 
morfina. 
- Febre: todos os anti inflamatórios apresentam 
algum grau de eficiência contra a febre. 
- Doenças inflamatórias crônicas: osteoartrite, 
artrite reumatóide, gota. 
• Podem ser utilizados por grandes períodos, 
seguindo uma boa seleção de um anti 
inflamatório. 
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Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales
A enzima COX 
 
- A COX é uma enzima que fica localizada dentro 
da célula, pode ser encontrada em qualquer 
célula, principalmente células do sistema 
imunológico. 
- Apresenta um sítio catalítico no fino da proteína, 
bem no interior da proteína. 
- Então a molécula para ser convertida no 
produto deverá ser bem pequena. 
- O ácido aracdônico que é a molécula que sofre 
transformação pela enzima COX do produto 
prostaglandina, é uma molécula pequena, então 
consegue entrar no sítio catalítico. 
- Se for célula de resposta inflamatória: o 
á c i d o a r a c d ô n i c o d e n t r o d a C O X é 
transformado em prostaglandina. 
- Se for na plaqueta: o ácido aracdônico dentro 
da COX vai ser transformado em tromboxano. 
• Na plaqueta o tromboxano é a substância 
que causa agregação plaquetária. 
A ASPIRINA AO INTERAGIR COM A COX 
- A aspirina ao interagir com o sítio catalítico da 
COX, faz uma ligação irreversível, os outros 
AINEs se ligam e se desprendem com mais 
facilidade. 
- Durante o processo inflamatório o próprio ácido 
aracdônico é capaz de deslocar um anti 
inflamatório reversível do seu local de ligação. 
Grupo de AINES inibidores 
SELETIVOS de COX 
- Desenvolveram esses fármacos no intuito de 
diminuir reações adversas, já que a COX 1 tem 
efeito fisiológico. 
- Foram desenvolvido então os COXIBES. 
- Porém a lista de medicamentos coxibes tem 
diminuído, por conta dos riscos oferecidos ao 
sistema cardiovascular. 
- Descobriu-se que a COX 2 também tem papel 
fisiológico, assim como a COX 1. 
- Existem ainda medicamentos seletivos à COX 
2, que não são coxibes, e ainda persistem no 
mercado. 
• Meloxicam, pioxicam, nimesulida, diclofenaco 
de sódio (não é seletivo, mas tem mais 
tendência de se ligar à COX 2 do que à COX 
1). 
Aplicação terapêutica dos AINEs 
seletivos 
- Foram criados para permitir o uso de AINEs por 
períodos mais longos, porque para o uso por 
curta duração praticamente todos os AINEs são 
seguros, tendo pouco risco de reações 
adversas graves. 
- Para tratar a dor de curta duração, qualquer anti 
inflamatório é efetivo. 
- No entanto, para condições crônicas, 
duradouras, o uso de fármacos que causa 
menos reações adversas adicionais, é a 
escolha racional. 
- Indicação: osteoartrite, artrite reumatóide, 
dismenorréia primária, dor aguda em adultos. 
E como os AINEs seletivos 
agem? 
- Diferença entre COX 1 e COX 2: 
 
- A COX 1 e a COX 2 tem diferenças de 
tamanho. 
• A COX 1 é uma enzima menor do que a COX 
2 que é mais volumosa. 
 de 6 7
Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales
- Um fármaco que é capaz de entrar na COX 1 
também é capaz de entrar na COX 2 
- Então os fármacos seletivos a COX 2 se tornam 
seletivos porque é alterado o tamanho da 
molécula do fármaco. 
- Fármacos seletivos à COX 2 tem tamanho 
molecular maior, de forma que conseguem se 
fixar bem ao sítio catalítico da enzima. 
- E esse fármaco maior perde a capacidade de 
interagir bem com o sítio catalítico da COX 1. 
- Isso garante a seletividade do fármaco COX 2 
seletivos. 
Paracetamol e Dipirona 
- Indicação: febre e dor. 
- São fármacos que não se encaixam no grupo 
de anti inflamatórios típicos porque são 
desprovidos de atividades de inibição de COX 1 
e COX 2. 
• Até fazem inibição de COX 1 e COX 2, mas 
precisaria d dose muito elevada para produzir 
efeito significativo. 
• Na dose terapêutica, em que são eficientes 
para tratar a febre e dor moderada, a inibição 
da COX 1 e 2 é muito discreta. 
- Atualmente sabe-se que eles atuam inibindo 
u m a C O X q u e n ã o é e n c o n t r a d a 
sistemicamente, que é a COX 3. 
- A COX 3 é encontrada preferencialmente no 
sistema nervoso central. 
- E a prostaglandina produzida por essa COX é 
responsável por produzir febre, dor, e portanto 
quando inibe essa COX no SNC tem esses dois 
efeitos de forma muito evidente. 
- O paracetamol e a dipirona gera um efeito 
analgésico porque o SNC é estimulado a liberar 
substâncias analgésicas naturais, como : 
• Endorfinas. 
• Endocanabinóides endógenos: anandamida. 
• Eicosanoides produzidos no SNC que se liga 
ao receptor CB2 dos canabidióides. 
INIBIÇÃO DA COX 3 
- Quando inibe a COX 3 no sistema nervoso, 
inibe a formação de prostaglandina. 
- A prostaglandina causa dor e febre, portanto, se 
inibe a formação de prostaglandina, causa 
efeito analgésico. 
- Usa-se esses fármacos em associação com 
outros. 
• PACO: paracetamol + codeína. 
• Codeína é um analgésico opióide fraco, se 
associado com paracetamol tem efeito mais 
potente. 
REAÇÕES ADVERSAS 
- Gerais como dor abdominal, náusea, vômito e 
diarréia. 
- A mais preocupante é a hepato toxicidade. 
• Paracetamol é um dos fármacos que mais 
oferece risco de hepatite medicamentosa. 
- A 
Reações adversas 
- Quanto mais longo o tratamento maior a chance 
do paciente desenvolver reações adversas. 
• Quanto mais seletivo o fármaco, menos 
reações adversas. 
- Efeitos importantes: aumento de reações no 
trato gastro intestinal, aumento de falhas renais, 
hemorragias. 
- Na asma brônquica: a inflamação da asma 
brônquica, em sua maioria, envolve resposta 
inflamatória com produção de leucotrieno. 
• Quando inibe a COX, todo ácido aracdônico 
que seria formado pela COX passa a ser 
transformado pela enzima que causa 
leucotrieno. 
• Isso aumenta a produção de leucotrieno no 
paciente asmático, e isso aumenta o risco de 
broncoconstrição no paciente asmático. 
• Não deve ser usado AINEs em paciente com 
dificuldade respiratória sem ter certeza que 
não tem uma resposta asmática. 
INIBIDORES NÃO 
SELETIVOS
INIBIDORES 
SELETIVOS
Te n d e m a p r o d u z i r 
reações do tipo gastro 
intestinal mais severas:
Tendem a não produzir 
ou produzir em 
quantidade, reações do 
tipo gastro intestinal.
Úlceras, sangramento 
intestinal, perfuração de 
estômago.
O risco de doenças ou sequelas renais é igual para 
os dois. Nefropatias, dificuldade em excretar sódio e 
água, falência renal. 
Porque inibir COX 1 ou COX 2 causa menor 
produção de prostaglandina nos rins, e no rim as 
protaglandinas controla o fluxo sanguíneo nas 
artérias renais. Quanto menor prostaglandina, menor 
fluxo nas artérias, gerando falência renal.
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