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Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales Anti inflamatórios não esteroidais (AINES) Prof Drº Quintino Moura Dias Júnior Introdução O que é inflamação? - É um processo biológico gerado pelo corpo todas as vezes que o corpo entra em contato com um agente potencialmente prejudicial ao organismo. - Por exemplo: agentes patogênicos, toxinas de animais (venenos de serpentes), toxinas de microorganismos. - Essas substâncias são capazes de induzir um dano ao corpo, e por tanto capazes de desencadear a resposta inflamatória do corpo. - Exposição à radiação, substâncias cáusticas ou ácidas, lesões como osteoartrite, lesões tecidas como cortes cutâneos e necrose também geram resposta inflamatória. A resposta inflamatória ocorre de duas formas: - Combater agentes venosos do corpo: toda vez que o corpo detecta a presença de um processo infeccioso ou prejudicial ao corpo, pela presença de um microorganismo por exemplo. - Reestabelecer o funcionamento normal do organismo: gerada quando o organismo precisa fazer recuperação tecidual. - Portanto, a resposta inflamatória é uma resposta fisiológica, que tem papel protetivo, preventivo ou recuperativo. - A resposta inflamatória envolve alguns componentes essenciais: Componentes 1. Vascularização tecidual: tecidos pouco vascularizamos apresentam uma resposta i n f l a m a t ó r i a p o b r e , e q u a n t o m a i s vascularizado for o tecido, mais efetivo será a resposta inflamatória. 2. Componente celular: as células da resposta imune (principalmente da imunidade inata) são essenciais para que a inflamação se desenvolva. 3. Mediadores químicos: tanto os presentes na circulação sistêmica quanto os produzidos e liberados pelas células do sistema imune. - Os anti inflamatórios são capazes de controlar alguns desses componentes ativados durante o processo inflamatório. • Principalmente componentes vasculares, celulares e químicos. • Anti inflamatórios não esteroidais são muito eficientes em controlar alguns mediadores químicos essenciais para o estabelecimento dos sinais cardinais da inflamação. • Anti inflamatórios esteroidais (dexametazona - corticoides) são capazes de produzir um efeito muito mais amplo. Por serem capazes de atuar em várias frentes do processo inflamatório e também na imunidade adquirida, o nome mais adequado para esse tipo de fármaco é imunosupressor. Anti inflamatórios não esteroidais - Anti inflamatórios que controlam mediadores químicos, que não mechem com componentes celulares. QUAL A DIFERENÇA ENTRE O ANTI INFLAMATÓRIO ESTEROIDAL E NÃO ESTEROIDAL? - Tanto testosterona, quanto a progesterona tem em sua estrutura química o componente essencial de todos os esteroides que é o colesterol. - Recebe o nome de anti inflamatório esteroidal porque é derivado do colesterol. - Hormônio corticoide natural: cortisol e cortisona. - Mineralocorticoide também é esteroide: aldosterona. - Anti inflamatórios não esteroidais não tem colesterol em sua estrutura. Sinais cardinais da inflação 1. Calor: febre. 2. Rubor: vasodilatação, causa vermelhidão. 3. Edema: extravasamento de líquidos para o tecido inflamado, causado pela permeabilidade dos vasos no processo inflamatório. 4. Dor: típica de tecido inflamado. 5. Perda de função: resultado da manifestação dos demais sinais cardinais, ocorre pela dor causada pela inflamação. de 1 7 Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales - Conforme a inflamação se desfaz, os sinais também vão sumindo. Respostas locais e sistêmicas da inflamação - Como a resposta inflamatória se inicia após a c é l u l a i d e n t i f i c a r u m c o m p o n e n t e s potencialmente prejudicial ao corpo? - A partir do momento que a célula reconhece o padrão molecular (o LPS -lipopolissacarídeo- das bactérias por exemplo) ela entra em atividade. - A primeira célula do sistema imune inato que reconhece o agente agressor é o macrófago. - O macrófago reconhece o agressor, por meio da liberação de mediadores químicos: • Fator de necrose tumoral alfa (TNF-a) • Interleucina 1-beta (IL-1) - Esses mediadores químicos causam: • Aumento da expressão de proteínas de interação com células do sistema imune que estão circulante no sangue. • Aumento da permeabilidade das células epiteliais dos vasos sanguíneos. - Isso faz com que as células do sistema imune existentes no vaso sanguíneo acessem o local inflamado com efetividade. - Essas substâncias tem papel importante para que as células do sistema imune cheguem ao local inflamado, e tem mais ativação de células para o processo inflamatório. - Essas células favorecem à migração de células, e a chegada de outras substâncias químicas que favorecem a inflamação. - Além disso, a TNF e a IL caem na circulação sistêmica e vão chegar em órgãos distantes do tecido inflamado. • Quando mais inflamado seu tecido tiver, mais mediadores químicos vão ser produzidos e mais desse mediador vai chegar em órgãos distantes do local inflamado. - O primeiro local que irão atingir é o encéfalo, principalmente o hipotálamo, e irão induzir a febre. - A TNF e a IL vão aumentar a síntese de células na medula óssea, produzindo células como monócitos e neutrófilos. - Vão ativar o fígado a produzir proteínas de choque térmico, que tem como papel prevenir que microorganismos que estejam no tecido inflamado, cheguem à circulação sistêmica e produza a sepse. • Proteína de choque térmico mais importante: proteína C reativa, que normalmente é dosada para ver se o paciente tem uma inflamação em curso. - A inflamação então vai envolver: • Aspectos locais: alteração biológica no local, onde tem por exemplo presença de bactéria ou lesão tecidual. • Eventos sistêmicos: envolvem a febre, produção de células do sistema imune e l i b e r a ç ã o d e m a i s s u b s t â n c i a s antimicrobianas (como as proteínas de choque térmico). - Outra função desses mediadores químicos: • Induzem a produção de prostaglandinas e leucotrieno. AÇÃO DE MEDIADORES INFLAMATÓRIOS - No início da inflamação: tem substâncias produzidas muito rapidamente, como a histamina. - Ao longo do processo inflamatório: outras substâncias são produzidas. HISTAMINA - A histamina participa por um período muito curto da resposta inflamatória, portanto, não é tão efetivo utilizar fármacos anti histamínicos para tratar a inflamação. SISTEMA COMPLEMENTO - Substâncias do sistema complemento entram em ação: esse sistema formado por proteínas clivadas enzimaticamente até produzir uma proteína final que tem como função chamar mais células para o local inflamado, e produzir poros que geram orifícios de passagem de líquidos através da membrana plasmática de agentes infecciosos. Assim são componentes essenciais no combate à agentes infecciosos. - A inibição do sistema complemento não se mostra tão efetivo para controlar a inflamação. de 2 7 Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales SISTEMA DAS CININAS - Bradicinina é uma substância que fica na circulação sistêmica, tendo como função o controle do sistema cardiovascular. • Ela participa do sistema renina angiotensina aldosterona, então ela exerce controle de PA dentro dos vasos. - Quando sobre uma lesão, a bradicinina do vaso sanguíneo entra em contato com o tecido inflamado, e a bradicinina causa muita dor. - Ainda, estimula as células do sistema imune a liberar mais mediadores inflamatórios, como IL-1b e TNF-a. - Os fármacos para inibir a bradicinina não produzem um efeito muito significativo. CASCATA DO ÁCIDO ARACDÔNICO - Se manifesta do meio pro final da inflamação. - O ácido aracdônico é uma substância que dá origem aos eicosanoides. - Eicosanoides importantes: • Prostaglandina. • Tromboxana. • Leucodrieno. - Os fármacos utilizados atualmente, são fármacos capazes de inibir a cascata do ácido aracdônico. • Ou inibe a enzima que formaprostaglandina. • Ou a partir da própria célula que produz a prostaglandina. - A prostaglandina participa dos principais sinais cardinais da inflamação, como vasodilação, indução da febre. Inibir a formação de prostaglandina não impede todos os efeitos da inflamação, mas ajuda de forma eficiente. - Quando sofre uma lesão tecidual, as células do sistema imune reconhecem a presença da bactéria, inicia o processo inflamatório, liberando mediadores químicos (TNF-a, IL-6, IL-1b), esses mediadores estimulam as próprias células da resposta inflamatória a sintetizar a enzima cicloxigenase. - A cicloxigenase (COX) é quem pega o ácido aracdônico e transforma em prostaglandina. - Lipoxigenase (LOX) transforma o ácido aracdônico em leucotrieno. - A COX é produzida somente durante o p rocesso in f lamatór io , permanecendo prat icamente durante todo o processo inflamatório, e conforme a inflamação vai se desfazendo, a enzima COX vai deixando de ser produzida. - C O X 2 c o m e ç a a s e r p r o d u z i d a , consequentemente a prostaglandina também começa a ser produzida. Em poucas horas já tem uma grande quantidade de prostaglandina no local da inflamação, produzindo sinais cardinais. - Existem 2 tipos de COX: - COX 2: é a enzima que produz prostaglandina e só ex is te ( teor icamente) no processo inflamatório. - COX 1: existe o tempo todo no corpo, tem papel fisiológico, porque a prostaglandina também é responsável por controlar diversos processos biológicos, como: controle da produção de muco no estômago, controle de função renal, efeitos no sistema nervoso central, controle da contração uterina. - Se inibe toda a cicloxigenase, pode ocorrer inibição da produção de prostaglandina, e afetar processos biológicos do corpo. - Enzima fosfolipase A2: é a enzima responsável pela produção do ácido aracdônico. - Toda vez que tem um estímulo inflamatório, as bactérias são detectadas pelas células do sistema imune. Ocorre ativação da enzima fosfolipase A2, que irá pegar fosfolipídeos de membrana plasmática e transforma eles em ácido aracdônico. E o ácido aracdônico vai ser convertido em prostaglandina porque o mesmo estímulo inflamatório também induziu a produção de outra enzima, que é a COX. - Prostaglandina é formada a partir de um precursor chamado prostaglandina G2 (PGG2), e essa prostaglandina vai dar origem de 3 7 Começa o processo inflamatório. Macrófago libera TNF-a e IL-1b. TNF-a e IL-1b vão formar a COX. Fosfolipase A2 vai formar o ácido aracdônico. A COX vai transformar o ácido aracdônico em prostaglandina. Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales O que caracteriza um fármaco anti inflamatório? - (Seja ele esteroidal ou não esteroidal). - Para ser um anti inflamatório ele tem que: • Ser capaz de inibir a inflamação. - Corticoide e aspirina apresentam essa capacidade. • Ter efeito analgésico. - É uma característica de qualquer anti inflamatório reduzir a dor. • Ser antipirético. - Deve ser capaz de controlar a febre. - Apesar do paracetamol e dipirona não são considerados anti inflamatórios típicos, porque apesar de apresentarem propriedades anti inflamatórias, mas em pequena quantidade. Principais grupos estruturalmente relacionados de AINES DERIVADOS DO ÁCIDO SALICÍLICO - Aspirina. • Primeiro fármaco anti inflamatório a ser explorado. FÁRMACOS SEMELHANTES À ASPIRINA - Ibuprofeno e naproxeno. • Naproxeno tem a potência muito maior que a da aspirina como anti inflamatório. COXIBES - Coxibes. • Desenvolveram esse fármaco porque as reações adversas dos anti inflamatórios não esteroidais são associadas à inibição da COX 1 e não da COX 2. Nova classificação de AINEs de acordo com sua seletividade para COX Os fármacos ant i inf lamatório são classificados em dois grupos, que usa classes químicas. Essa classificação é aplicada somente aos fármacos anti inflamatórios não esteroidais. Os fármacos esteroidais são inibidores da síntese de COX 2. INIBIDORES NÃO SELETIVOS DE COX - Apresentam baixa seletividade de inibição da enzima cicloxigenase (COX). - Esses fármacos inibem a COX 2 e também a COX 1, que tem papel fisiológico. - Teoricamente, quanto mais seletivo o fármaco for para inibir somente a COX 2, melhor seria. - Esse grupo tem reações adversas mais pronunciadas. INIBIDORES SELETIVOS DE COX-2 - Exemplo: coxibes - Se ligam bem a COX 2, mas não se ligam bem à COX 1. PARACETAMOL E DIPIRONA - Esses medicamentos são de um grupo isolado. Porque apesar de serem capazes de inibir COX 1 e 2, a inibição da COX por estes fármacos é tão pequena, que sua atividade anti inflamatória é quase desprezível. - Por serem desprovidos de atividade anti inflamatória, não é correto dizer que p a r a c e t a m o l e d i p i r o n a s ã o a n t i inflamatórios (apesar de estudá-los nos capítulos de livros que tratam de anti inflamatório). - Eles são estudados juntos com os anti inflamatórios porque tem relação com a COX, porém a COX que eles interferem é o tipo de COX 3, que não está presente no tecido periférico, e sim no tecido nervoso central. - Esses medicamentos tem ação anti pirética e analgésica. Grupo de AINES inibidores NÃO- SELETIVOS de COX É dividido em: GRUPO DOS FÁRMACOS QUE SE LIGAM REVERSIVELMENTE À COX - A grande maioria dos anti inflamatórios se ligam de forma reversível à enzima COX, e precisa ficar administrando o fármaco repetidamente. - Praticamente todos: diclofenaco de sódio, diclofenaco de potássio. de 4 7 Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales PERGUNTA: Qual a diferença entre diclofenaco de sódio e diclofenaco de potássio? - Uma mesma molécula pode interferir de formas d i ferentes na absorção (es tudado na farmacocinética). - Os dois são AINEs do mesmo jeito. Mas o que a presença de sódio ou potássio causa por exemplo na farmacocinética dele. GRUPO DOS FÁRMACOS QUE SE LIGAM DE FORMA IRREVERSÍVEL À COX - Somente a aspirina. - Se liga de forma irreversível tanto à COX 1 quanto à COX 2. - Essa característica de irreversibilidade é porque ela se liga à COX e demora muito tempo para se desprender. - Essa irreversibilidade faz com que seja possível ela inibir especialmente as COX presentes nas plaquetas. - Primeiro o AINE tende à inibir a enzima COX presente nas plaquetas, porque a primeira estrutura que o fármaco vai atingir é o componente celular, quando ele entra na circulação sistêmica ele já entra em contato com as plaquetas, e a ligação com as plaquetas depende da presença de tromboxano, que é produzida através da enzima COX. - Quando administra aspirina, mesmo que em concentrações baixas, ela é capaz de inibir muito intensamente à COX responsável pela formação de tromboxanos nas plaquetas. - Portanto a aspirina em doses muito menores do que outros anti inflamatórios, ela já consegue inibir a enzima COX da circulação sistêmica, e assim, inibir a agregação plaquetária. - Teoricamente, todos os fármacos AINEs causam inibição da enzima COX plaquetária, por isso todos aumentam o risco de hemorragia. - Só que a não reversibilidade da aspirina faz com que esse efeito seja mais intenso, mesmo em doses mais baixas. PERGUNTA: Qual a diferença da aspirina pros demais AINEs seletivos e reversíveis? - A aspirina possui ação mais prolongada, e com capacidade de inibir agregação plaquetária de forma mais rápida e com doses mais baixas. E o efeito anti inflamatório da aspirina vai ocorrer em doses mais elevadas. - Geralmente AINEs reversíveis a dose para produzir efeito anti inflamatório causa anti agregação plaquetária, mas não o suficiente para ser considerado fármaco anti agregante plaquetário. - Uma reação adversa importante para os anti inflamatórios é o risco de sangramento prolongado, especialmente se o paciente fizer o uso desses fármacos com anti coagulantes. Aplicação terapêutica dos AINEs não seletivos- Tratar a dor: em que tem processos inflamatórios instalados no organismo, e • Se você tem condições dolorosas, mas não tem prévio processo inflamatório, o fármaco será inútil. - Para o uso de um fármaco anti inflamatório para a dor, essa dor tem que aspecto inflamatório envolvido e o fármaco tem que ser capaz de produzir um alívio no máximo moderado dessa dor. - Fármaco com atividade analgésica equiparada a da morfina: toragesig. • Exceção entre os fármacos anti inflamatórios. • Sua limitação é que ele é altamente tóxico, sua utilização se restringe à poucos dias de uso. • Reações adversas diferentes que à da morfina. - Febre: todos os anti inflamatórios apresentam algum grau de eficiência contra a febre. - Doenças inflamatórias crônicas: osteoartrite, artrite reumatóide, gota. • Podem ser utilizados por grandes períodos, seguindo uma boa seleção de um anti inflamatório. de 5 7 Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales A enzima COX - A COX é uma enzima que fica localizada dentro da célula, pode ser encontrada em qualquer célula, principalmente células do sistema imunológico. - Apresenta um sítio catalítico no fino da proteína, bem no interior da proteína. - Então a molécula para ser convertida no produto deverá ser bem pequena. - O ácido aracdônico que é a molécula que sofre transformação pela enzima COX do produto prostaglandina, é uma molécula pequena, então consegue entrar no sítio catalítico. - Se for célula de resposta inflamatória: o á c i d o a r a c d ô n i c o d e n t r o d a C O X é transformado em prostaglandina. - Se for na plaqueta: o ácido aracdônico dentro da COX vai ser transformado em tromboxano. • Na plaqueta o tromboxano é a substância que causa agregação plaquetária. A ASPIRINA AO INTERAGIR COM A COX - A aspirina ao interagir com o sítio catalítico da COX, faz uma ligação irreversível, os outros AINEs se ligam e se desprendem com mais facilidade. - Durante o processo inflamatório o próprio ácido aracdônico é capaz de deslocar um anti inflamatório reversível do seu local de ligação. Grupo de AINES inibidores SELETIVOS de COX - Desenvolveram esses fármacos no intuito de diminuir reações adversas, já que a COX 1 tem efeito fisiológico. - Foram desenvolvido então os COXIBES. - Porém a lista de medicamentos coxibes tem diminuído, por conta dos riscos oferecidos ao sistema cardiovascular. - Descobriu-se que a COX 2 também tem papel fisiológico, assim como a COX 1. - Existem ainda medicamentos seletivos à COX 2, que não são coxibes, e ainda persistem no mercado. • Meloxicam, pioxicam, nimesulida, diclofenaco de sódio (não é seletivo, mas tem mais tendência de se ligar à COX 2 do que à COX 1). Aplicação terapêutica dos AINEs seletivos - Foram criados para permitir o uso de AINEs por períodos mais longos, porque para o uso por curta duração praticamente todos os AINEs são seguros, tendo pouco risco de reações adversas graves. - Para tratar a dor de curta duração, qualquer anti inflamatório é efetivo. - No entanto, para condições crônicas, duradouras, o uso de fármacos que causa menos reações adversas adicionais, é a escolha racional. - Indicação: osteoartrite, artrite reumatóide, dismenorréia primária, dor aguda em adultos. E como os AINEs seletivos agem? - Diferença entre COX 1 e COX 2: - A COX 1 e a COX 2 tem diferenças de tamanho. • A COX 1 é uma enzima menor do que a COX 2 que é mais volumosa. de 6 7 Farmacologia I - 4º Período Thaís Souza Gonzales - Um fármaco que é capaz de entrar na COX 1 também é capaz de entrar na COX 2 - Então os fármacos seletivos a COX 2 se tornam seletivos porque é alterado o tamanho da molécula do fármaco. - Fármacos seletivos à COX 2 tem tamanho molecular maior, de forma que conseguem se fixar bem ao sítio catalítico da enzima. - E esse fármaco maior perde a capacidade de interagir bem com o sítio catalítico da COX 1. - Isso garante a seletividade do fármaco COX 2 seletivos. Paracetamol e Dipirona - Indicação: febre e dor. - São fármacos que não se encaixam no grupo de anti inflamatórios típicos porque são desprovidos de atividades de inibição de COX 1 e COX 2. • Até fazem inibição de COX 1 e COX 2, mas precisaria d dose muito elevada para produzir efeito significativo. • Na dose terapêutica, em que são eficientes para tratar a febre e dor moderada, a inibição da COX 1 e 2 é muito discreta. - Atualmente sabe-se que eles atuam inibindo u m a C O X q u e n ã o é e n c o n t r a d a sistemicamente, que é a COX 3. - A COX 3 é encontrada preferencialmente no sistema nervoso central. - E a prostaglandina produzida por essa COX é responsável por produzir febre, dor, e portanto quando inibe essa COX no SNC tem esses dois efeitos de forma muito evidente. - O paracetamol e a dipirona gera um efeito analgésico porque o SNC é estimulado a liberar substâncias analgésicas naturais, como : • Endorfinas. • Endocanabinóides endógenos: anandamida. • Eicosanoides produzidos no SNC que se liga ao receptor CB2 dos canabidióides. INIBIÇÃO DA COX 3 - Quando inibe a COX 3 no sistema nervoso, inibe a formação de prostaglandina. - A prostaglandina causa dor e febre, portanto, se inibe a formação de prostaglandina, causa efeito analgésico. - Usa-se esses fármacos em associação com outros. • PACO: paracetamol + codeína. • Codeína é um analgésico opióide fraco, se associado com paracetamol tem efeito mais potente. REAÇÕES ADVERSAS - Gerais como dor abdominal, náusea, vômito e diarréia. - A mais preocupante é a hepato toxicidade. • Paracetamol é um dos fármacos que mais oferece risco de hepatite medicamentosa. - A Reações adversas - Quanto mais longo o tratamento maior a chance do paciente desenvolver reações adversas. • Quanto mais seletivo o fármaco, menos reações adversas. - Efeitos importantes: aumento de reações no trato gastro intestinal, aumento de falhas renais, hemorragias. - Na asma brônquica: a inflamação da asma brônquica, em sua maioria, envolve resposta inflamatória com produção de leucotrieno. • Quando inibe a COX, todo ácido aracdônico que seria formado pela COX passa a ser transformado pela enzima que causa leucotrieno. • Isso aumenta a produção de leucotrieno no paciente asmático, e isso aumenta o risco de broncoconstrição no paciente asmático. • Não deve ser usado AINEs em paciente com dificuldade respiratória sem ter certeza que não tem uma resposta asmática. INIBIDORES NÃO SELETIVOS INIBIDORES SELETIVOS Te n d e m a p r o d u z i r reações do tipo gastro intestinal mais severas: Tendem a não produzir ou produzir em quantidade, reações do tipo gastro intestinal. Úlceras, sangramento intestinal, perfuração de estômago. O risco de doenças ou sequelas renais é igual para os dois. Nefropatias, dificuldade em excretar sódio e água, falência renal. Porque inibir COX 1 ou COX 2 causa menor produção de prostaglandina nos rins, e no rim as protaglandinas controla o fluxo sanguíneo nas artérias renais. Quanto menor prostaglandina, menor fluxo nas artérias, gerando falência renal. de 7 7
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