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FATOS JURIDICOS

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Teoria Geral do Direito Civil II
Professora: Valeria Jorge Santana Machado
valeriamachado@aasp.org.br
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DIREITO CIVIL PARTE GERAL
LIVRO I – DAS PESSOAS
Das pessoas naturais
Das pessoas jurídicas
Do domicílio
LIVRO II – DOS BENS
Das diferentes classes de bens
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Matéria a ser estuda na disciplina Teoria Geral do Direito Civil II:
LIVRO III – DOS FATOS JURÍDICOS
Do negócio jurídico
Dos atos jurídicos lícitos
Dos atos ilícitos
Da prescrição e decadência
Da prova
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Direito Civil parte especial:
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
DIREITO DE EMPRESA
DIREITO DAS COISAS
DIREITO DE FAMÍLIA
DIREITO DAS SUCESSÕES
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DOS FATOS JURÍDICOS
Abrange:
O negócio jurídico – artigos 104 até 184;
Atos jurídicos lícitos – artigos 185
Atos ilícitos – artigos 186 a 188
Prescrição e decadência - artigos 189 a 211
Da prova do fato jurídico – artigos 212 a 232
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FATO JURÍDICO EM SENTIDO AMPLO
 
 É todo acontecimento natural ou humano capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir relações jurídicas.
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CLASSIFICAÇÃO
FATOS JURÍDICOS : 
Fatos Naturais = fatos jurídicos em sentido estrito
 (independe da vontade do homem);
					 - atos meramente lícitos
						(ato jurídico em sentido estrito)
Fatos humanos ou fato jurígeno - lícitos
 (sentido amplo)			- negócios jurídicos
				 - ato fato jurídico
						civis
					 - ilícitos
					(antijurídico)	penais	
			
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Fato Jurídico em sentido estrito
 
 São os fatos naturais, ou seja, os eventos que, independentes da vontade do homem, podem acarretar efeitos jurídicos. Ex. nascimento, terremoto, que pode ocasionar a perda da propriedade.
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Atos jurídicos = atos humanos
 Podem ser denominados atos humanos ou atos jurígenos, são aqueles eventos emanados de uma vontade, quer tenham intenção precípua de ocasionar efeitos jurídicos, quer não. Dividem-se em: atos lícitos e ilícitos.
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Ato-fato jurídico
 É um fato jurídico qualificado pela atuação humana.
 Nesta categoria jurídica, que não tem previsão no ordenamento civil, a produção de efeitos jurídicos decorre de uma atuação ou abstenção humana; porém, não importa para o direito se houve vontade de produzi-los. O que importa são as consequências havidas em razão da participação (ativa ou omissiva) do ser humano, não sendo necessário qualquer elemento volitivo para configurá-la.
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Classificação do Ato-fato jurídico
Atos reais
Exemplo: o fato de um louco pintar um quadro. Ao fazê-lo, ele adquire a propriedade de sua obra, no entanto, não importa para o direito se ele teve vontade de fazê-lo, basta a sua consequência.
Atos fatos jurídicos indenizatorios
Ex. a deterioração ou destruição de coisa alheia, ou a lesão pessoal a fim de remover perigo iminente, ou seja, “ato praticado no exercício regular de direito ou em estado de necessidade que cause dano a terceiro, gerando o dever de indenizar.” Atos fatos jurídicos caducificantes
Ex. quando um titular de um direito se mantém inerte “em certo lapso de tempo independentemente de seu querer ou de sua culpa, o que pode gerar a perda de seu direito, como ocorre na perda da propriedade em virtude da usucapião.
 
 
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Atos jurídicos meramente lícitos:
 
 São os praticados pelo homem sem intenção direta de ocasionar efeitos jurídicos.
 Ex: a invenção de um tesouro, plantação em terreno alheio, construção, pintura sobre uma tela. Todos esses atos podem ocasionar efeitos jurídicos, mas não tem em sí, tal intenção, esses atos não tem um intuito negocial, estão contemplados no artigo 185 do Código Civil. 
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Negócio jurídico
 
 Ocorre quando existe por parte da pessoa a intenção específica de gerar efeitos jurídicos ao adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos.
	Há o intuito negocial, pode ser unilateral, por ex. testamento, ou bilateral, ex. contrato.
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Atos jurídicos meramente lícitos:
 Art. 185. Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que couber, as disposições do Título anterior.
 Aplica-se a disciplina dos negócios jurídicos.
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Classificação dos negócios jurídicos
Unilaterais e bilaterais:
 - Unilaterais : receptícios são aqueles que a manifestação de vontade deve ser conhecida por outra pessoa, cuja vontade, por sua vez, não necessita ser manifestada (revogação de um mandato, notificação que comunica o término de uma relação contratual); não receptícios, em que o conhecimento de outrem é irrelevante, por. Ex. testamento e confissão de dívida.
- Bilaterais: dependem sempre da manifestação de duas vontades, existindo também atos plurilaterais, ex. contratos, ou no direito de família, o casamento.
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Classificação dos negócios jurídicos
Complexos: são aqueles em que há um conjunto de manifestações de vontade, sempre mais de uma, sem existirem interesses antagônicos, como o contrato de sociedade, as partes procuram uma finalidade comum.
Causais: os que estão vinculados à causa que deve constar do próprio negócio, como é o caso dos contratos em geral.
Abstratos: são os negócios que tem existência desvinculada de sua causa, de sua origem, como é o caso dos títulos de crédito, ex. nota promissória, letra de câmbio.
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Classificação dos negócios jurídicos
Quanto ao objetivo;
* a título oneroso (uma parte cumpre sua prestação para receber outra, ex. compra e venda. Subdividem-se em :
comutativos, quando as prestações são equivalente, certas e determinadas,
aleatórias, quando a prestação de uma das partes depende de acontecimentos incertos e inesperados, ex. contrato de seguro.
* a título gratuito (só há a prestação de uma das partes, ex. doação)
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Classificação dos negócios jurídicos
Solenes ou formais: são os que só tem validade se revestidos de determinada forma, por ex. escritura pública de compra e venda de imóveis, art. 108 do CC.
Pessoais, que se ligam às disposições de família, como o casamento, o reconhecimento de filho, a emancipação.
Patrimoniais, são os que contém um relacionamento com o patrimônio, como o testamento e os contratos.
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Classificação dos negócios jurídicos
Negócios de pura administração, que não implicam transferência do domínio ou disposição de direitos;
Negócios de disposição, que implicam na transferência de direitos, havendo, aí diminuição do patrimônio do declarante.
Atos inter vivos (em vida) ou
Causa mortis, tem por finalidade regular o patrimônio de uma pessoa após a sua morte, p. ex. testamento.
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Atos ilícitos:
 Os atos ilícitos, que emanam direta ou indiretamente da vontade, são os que ocasionam efeitos jurídicos, mas contrários, lato sensu, ao ordenamento.
 O direito civil não tem a função de punir o culpado, essa é atribuição do direito penal e do direito processual penal.
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Ato ilícito x crime:
 Só há crime quando a lei define a conduta humana como tal (tipicidade).
 Há ato ilícito civil em todos os casos em que, com ou sem intenção, alguém cause dano a outrem, transgredindo uma norma ou agindo contra o Direito.
 
	O ilícito civil pode ser doloso (quando há intenção de praticar o dano) ou culposo (quando decorrente de imprudência, negligência ou imperícia), mas sempre para ser indenizado deve haver o dano.
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Ilícito Civil
Artigo 186, CC:
 “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.
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RESPONSABILIDADE CIVIL:
Possibilidade de indenização do dano exclusivamente moral;
É necessário o dano a outrem;
Há situações em que, mesmo na ausência de vontade, mas perante o dano, ocorre o dever de indenizar, é a chamada responsabilidade sem culpa, ou responsabilidade objetiva.
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Negócio Jurídico
Disposições gerais:
Art. 104. A validade
do negócio jurídico requer:
(elementos essenciais ao ato negocial)
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
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Negócio Jurídico
Disposições gerais:
Art. 105. A incapacidade relativa de uma das partes não pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos co-interessados capazes, salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum. (trata-se de uma exceção pessoal - vide art. 180 C.C.)
Art. 106. A impossibilidade inicial do objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a que ele estiver subordinado.
Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir. (a regra é a forma livre, ou seja, qualquer meio de exteriorização da vontade)
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Negócio Jurídico
Disposições gerais:
 
 Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País.
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Negócio Jurídico
Disposições gerais:
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é da substância do ato.
 
Art. 110. A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o destinatário tinha conhecimento. (é a emissão de uma declaração não querida em seu conteúdo, tampouco em seu resultado, tendo por único objetivo enganar o declaratório, ex. estrangeiro que se casa com nacional, a fim de não ser expulso do pais).
Art. 111. O silêncio importa anuência, quando as circunstâncias ou os usos o autorizarem, e não for necessária a declaração de vontade expressa.
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Negócio Jurídico
Disposições gerais:
Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.(regra de julgamento)
 Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.(vide art. 422CC)
Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente.
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FIM....
PRÓXIMA AULA:
 Efeitos aquisitivos, modificativos, conservativos e extintivos do fato jurídico

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