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UNIFAVIP Lajes de concreto armado segundo a norma NBR 6118/2014 ► Estruturas de superfície →Estruturas laminares, de superfície ou bidimensionais: Aquelas em que duas dimensões, plano médio, são muito maiores do que a terceira dimensão, espessura. A representação estrutural bidimensional é feita pela superfície média. ► Classificação das estruturas de superfície ● Chapas: São estruturas em que a superfície média forma um único plano, e as cargas atuam segundo este plano. ● Placas: São estruturas em que a superfície média forma um único plano e as cargas atuam perpendiculares a este plano. ● Cascas: São estruturas em que a superfície média não é formada por um único plano. As cascas podem ser: ▪ Poliédricas: Formada pela intersecção de vários planos. ▪ Curvas: A superfície média é uma curva. ● Membranas: São estruturas laminares em que a superfície média é curva e sua espessura é muito reduzida em presença das demais dimensões. Seus esforços internos são distintos das cascas curvas. Devido à sua pequena espessura e grande flexibilidade suportam apenas esforços normais, não possuindo resistência à flexão. ►Lajes As lajes destinam-se a receber a maior parte das ações aplicadas numa construção, tais como cargas de pessoas, móveis, pisos, paredes, e os mais variados tipos de carga que podem existir em função da finalidade arquitetônica do espaço que a laje faz parte. Têm como principais funções: ✓ Transmitir para os apoios as cargas de utilização; ✓ Contraventar as estruturas; ✓ Trabalhar como mesas de compressão da seção T, em casos das lajes serem construídas ligadas monoliticamente às vigas. Há diferentes tipos de lajes empregados em obras, tais como “in loco” e pré-moldadas, quando é classificada pelo seu tipo de fabricação (modo de execução), assim como nervuradas, mistas ou maciças (plana ou cogumelo) quando é classificada pela sua natureza (composição e forma). Laje nervurada Se comparadas com as lajes maciças de concreto, as lajes nervuradas apresentam algumas vantagens importantes, como: ✓ Menor peso próprio; ✓ Menor consumo de concreto; ✓ Redução de formas; ✓ Maior capacidade de vencer grandes vãos; ✓ Maiores planos lisos (sem vigas). Lajes mistas As lajes mistas são compostas por mais de um material e possuem um modo de execução diferenciado, podendo ser pré-fabricadas ou moldadas in loco. ➢ Tipo valterrana ➢ Tipo treliçada Possibilitam vencer grandes vãos com menor peso próprio e redução de mão-de-obra durante sua execução. A armadura das nervuras tem a forma de uma treliça espacial. O banzo inferior é constituído por duas barras e o banzo superior por uma barra, unidos por barras diagonais inclinadas. Lajes lisa e cogumelo São lajes de concreto executadas “in loco” apoiadas sobre pilares, podendo conter vigas em suas extremidades. ➢ Tipo lisa ➢ Tipo cogumelo ► Lajes maciças As placas em que toda a espessura são compostas por concreto são usualmente denominadas lajes. As placas são elementos de superfície plana, sujeitas principalmente a ações normais a seu plano médio. ► Nomenclatura quanto ao tipo de apoio das lajes maciças ► Numeração das lajes na planta de forma ✓ Da esquerda para a direita; ✓ De cima para baixo. ► Classificação das lajes maciças quanto ao esquema de cálculo (direção da armação) ● Laje armada em uma só direção ● Laje armada em cruz ly > 2.lx ly ≤ 2.lx » Direção principal: esforços » Nas duas direções: esforços solicitantes de maior magnitude solicitantes são proporcionais ocorrem na direção do menor vão; às duas direções; » Direção secundária: esforços » Laje: deformação sem solicitantes são bem menores que haja uma direção e, por isso, são comumente predominante e as armaduras desprezados nos cálculos. são colocadas nas duas direções. Os esforços solicitantes são calculados supondo-se a laje como uma viga com largura (base) de 1m = 100cm e altura (h), segundo a direção da laje a ser calculada. ► Determinação das condições de contorno das lajes maciças Para o cálculo dos esforços solicitantes, torna-se necessário estabelecer os vínculos da laje com os apoios. Devido à complexidade do problema devem ser feitas algumas simplificações, de modo a possibilitar o cálculo manual que será desenvolvido. Principais tipos de vínculos ● Bordo livre → quando não há suporte. ● Bordo apoiado → quando há restrição dos deslocamentos verticais, sem impedir a rotação das lajes no apoio. ● Bordo engastado → quando há impedimento do deslocamento vertical e rotação da laje neste apoio. Representação gráfica para os tipos de apoio das lajes Para as lajes maciças retangulares e quadradas armadas em cruz, sem levar em conta as lajes com bordo livre, pode-se considerar seis tipos distintos de situações, de acordo com a análise dos seus contornos. Sendo assim, tem- se: ● Situação 1 → Os quatro lados são simplesmente apoiados. ● Situação 2 → Um dos lados é engastado e os outros três simplesmente apoiados. ● Situação 3 → Dois lados consecutivos são engastados e os demais simplesmente apoiados. ● Situação 4 → Dois lados opostos são engastados e os demais simplesmente apoiados ● Situação 5 → Três lados são engastados e o quarto lado simplesmente apoiado. ● Situação 6 → Os quatros lados são engastados. . ► Relações determinantes entre os vãos das lajes com relação às condições de contorno Em geral, adota-se que há engaste em um bordo da laje quando há continuidade de laje no bordo analisado. Não havendo, adota-se que esse bordo está apoiado. Existem algumas situações que podem surgir em uma planta de estrutura que devem ser analisadas para a determinação de apoio ou engaste para um bordo da laje. São elas: ● Situação 1: No bordo em comum entre as lajes L1 e L2, considera- se nessa situação a laje L2 com bordo engastado, porém, para a laje L1, tem-se: ● Situação 2: Analisando-se o bordo esquerdo da laje L3, tem-se: Condição não considerada para a determinação das condições de contorno do bordo esquerdo da laje L3. ● Situação 3: No bordo em comum entre as lajes L1 e L2, considera- se nessa situação a laje L2 com bordo engastado, porém, para a laje L1, tem-se: • Se: • Se: ● Situação 4: Análise do bordo da laje rebaixada: (engaste na viga) ► Vãos efetivos “lef” ✓ Laje isolada ou contínua ✓ ● Laje em balanço ► Espessura mínima das lajes maciças A NBR 6118/2014 estabelece que a espessura mínima para as lajes maciças deve respeitar: ✓ 7 cm para cobertura não em balanço. ✓ 8 cm para lajes de piso não em balanço. ✓ 10 cm para lajes em balanço. ✓ 10 cm para lajes que suportem veículos de peso total menor ou igual a 30 kN. ✓ 12 cm para lajes que suportem veículos de peso total maior que 30 kN. ✓ 16 cm para lajes lisas e 14 cm para lajes-cogumelo. ► Ações atuantes As cargas atuantes nas lajes são de natureza permanente (g) e de natureza acidental (q). Os valores dessas cargas são indicadas pela norma de cargas para o cálculo de estruturas, NBR-6120. As cargas de natureza permanente que atuam nas lajes são compostas basicamente por: ✓ Peso próprio; ✓ Alvenarias; ✓ Regularização; ✓ Assentamento; ✓ Enchimento, etc. Utiliza-se o peso específico dos materiais e a espessura da camada do material para se obter a carga na laje. Esquema geral de um fluxo de ações ► Lajes em balanço: Nas lajes em balanço, que se destinam a sacadas, além das cargas permanentes e acidentais citadas, devem ser considerados os seguintes carregamentos: Onde: H → 0,8 kN/m. V → 2,0 kN/m. ► Análise dos esforços nas lajes Após a determinação do carregamento da laje, parte-se para o cálculo dos esforços nela atuantes, ou seja, a determinação das solicitações. As lajes trabalham, basicamente, à flexão simples, isso quer dizer que nela estarão atuando momentos fletores e esforços cortantes. Para isso, existem alguns métodos para aanálise de esforços nas lajes. Alguns são listados a seguir: ➢ Teoria das Grelhas. ➢ Tabelas de dimensionamento. ➢ Teoria da Elasticidade. ➢ Método das Linhas de Ruptura. ► Teoria das Grelhas (TG) Essa teoria consiste em dividir a carga total (p), carga distribuída por unidade de área, em duas cargas lineares, uma para cada direção da laje (px e py). Do estudo das grelhas, sabe-se que cada faixa é responsável por conduzir parte do carregamento total (p) até os respectivos apoios. Uma vez conhecido essa parte de carga que atua em cada faixa (px e py), pode-se determinar os diagramas de momento e cortante, conhecendo-se as condições de contorno do painel. A montagem do problema é conduzida com base nas seguintes hipóteses: ✓ As faixas são independentes entre si; ✓ As partes de carga são constantes em cada direção; ✓ O carregamento é uniformemente distribuído na faixa. Esquema geral dos valores de carga pela TG Valores para momentos e reações de apoio pela TG Considerando-se as condições de contorno em uma dada direção, os valores de carga (p) e de comprimento (l) é para a direção considerada no cálculo da flecha, não para o carregamento total da laje, ou seja, será px e py, assim como lx e ly. ► Tabelas de dimensionamento Para facilitar a determinação das solicitações nas lajes, foram criadas várias tabelas com uma série de coeficientes que levam em conta os diversos parâmetros utilizados no cálculo das lajes. Algumas tabelas se baseiam na Teoria das Grelhas e outras na Teoria da Elasticidade. Algumas das tabelas mais utilizadas são: ➢ Czerny (TE); ➢ Marcus (TG + TE), entre outras. ✓ Tabelas de Czerny Para o cálculo dos esforços nas lajes, através das tabelas de Czerny, são consideradas as diversas condições de contorno das lajes. Nas tablas são indicadas as equações para a determinação das reações e apoio e dos momentos fletores. No uso das tabelas de Czerny, tem-se: “ℓx” está na direção do menor vão, enquanto “ℓy” estará na direção com o maior vão. ✓ Tabelas de Marcus De acordo com Marcus, para as lajes maciças, o processo das grelhas apresenta resultados de momentos fletores conservadores quando comparados com o cálculo exato, vindo do estudo das lajes pelo método das placas. Sendo assim, o processo de Marcus resultou em aproximar os resultados dos momentos fletores aos valores reais das placas. No uso das tabelas de Marcus, tem-se: “ℓx” está na direção com maior número de engaste. Caso ambas as direções sejam igualmente engastadas “ℓx” estará na direção com o menor vão. ► Métodos da Linhas de Ruptura: Charneiras plásticas O método das linhas de ruptura, ou a teoria das charneiras plásticas, é um método de análise estrutural plástica. De acordo com a NBR 6118/2014, permite-se que as reações em cada apoio correspondam às cargas atuantes nos triângulos ou trapézios determinados por meio das charneiras plásticas correspondentes à análise efetivada com os critérios da análise plástica, podendo ser consideradas uniformemente distribuídas em seus apoio estruturais. Quando a análise plástica não for efetuada, as charneiras podem ser, de maneira aproximada, representadas por retas inclinadas, a partir dos vértices da laje, com ângulos de: ✓ 45° entre dois apoios de mesmo tipo. ✓ 60° a partir do apoio considerado engastado, se o outro for considerado simplesmente apoiado. ► Cálculo dos esforços nas lajes armadas em uma só direção e nas lajes em balanço A determinação das reações de apoio e dos momentos fletores das lajes armadas em uma só direção e das lajes em balanço é feita de forma simplificada. As situações para lajes armadas em uma só direção envolvem três tipos de lajes considerando os casos de vinculação possíveis de existirem quando se consideram apenas apoios simples e engastes perfeitos. Esforços nas lajes armadas em uma direção Cálculo das solicitações nas lajes em balanço As lajes em balanço, como as lajes de marquises e varandas:
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