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Aula 7 – Uma disputa secular Gládio espiritual e gládio temporal.

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HISTÓRIA MODERNA: DA TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO ÀS REFORMAS RELIGIOSAS
Aula 7 – Uma disputa secular: Gládio espiritual e gládio 		 temporal.
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Tema da Apresentação
AULA 7- UMA DISPUTA SECULAR: PODER ESPIRITUAL E PODER TEMPORAL. 
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HISTÓRIA MODERNA: DA TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO ÀS REFORMAS RELIGIOSAS
O QUE VAMOS VER HOJE?
Analisaremos a influência do cristianismo no medievo e na modernidade.
Identificaremos a relação entre o poder temporal e o poder espiritual.
Diferenciaremos o papel ocupado pela igreja na Idade Média e na Idade Moderna
 
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Tema da Apresentação
AULA 7- UMA DISPUTA SECULAR: PODER ESPIRITUAL E PODER TEMPORAL. 
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HISTÓRIA MODERNA: DA TRANSIÇÃO DO FEUDALISMO ÀS REFORMAS RELIGIOSAS
Refletindo sobre aspectos culturais...
	
Como conciliar novas concepções filosóficas com o cristianismo cujas influências persistiam sobre o cotidiano dos homens da renascença?
É possível resumir em uma “fórmula única” o pensamento de uma época de transição que procurava pôr em suas ideias a ordem e a harmonia próprias à época de necessidade de organização e de equilíbrio?
	
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Relembrando algumas discussões....
O período medieval foi marcado pela importância adquirida pela igreja católica. Entretanto, essa importância não surge nessa época. Ela é anterior e remonta ao Império Romano. O cristianismo passou a ser a religião do Império romano.
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Tema da Apresentação
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Como foi esse processo....
No início do século IV, os cristãos obtém de Roma a liberdade de culto e no final desse mesmo século, o cristianismo se torna a religião oficial do império. Isso ocorre a partir da conversão do imperador Constantino. Não podemos atribuir as razões dessa conversão a algo puramente espiritual. 
 
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 De todo modo, foi a consolidação de Roma o primeiro momento de 
afirmação da fé cristã. Após a crise e o fim do império romano, a igreja católica continua a existir e a aumentar seu poder, confundindo-se cada vez mais com o próprio estado.
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Como foi esse processo....
O fato do cristianismo não ter desaparecido junto com o próprio Império Romano deu-se, sobretudo, pela conversão dos povos germânicos a essa religião. Quando ocorrem as invasões bárbaras que desagregam o império, os germanos adotam o deus dos cristãos. 
Neste sentido, as culturas, sejam elas vencidas ou vencedoras, mantêm um diálogo e influenciam-se mutuamente. 
 
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O poder da igreja na Idade Média
 
Como já vimos em aulas anteriores , em um mundo fragmentado como é o caso do mundo medieval, a igreja constituiu muito mais que apoio espiritual, mas também a própria identidade política e cultural de um continente.
Os diversos feudos que constituíam a estrutura medieval não possuíam características unificadoras. Cada um deles funcionava de maneira autônoma, mantendo seus costumes, seu dialeto, sua economia, enfim, é como se cada unidade feudal fosse um universo em si mesmo. 
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O poder da igreja na Idade Média
 
Nesse contexto, a igreja surge como instituição única. O mesmo livro sagrado, a bíblia, é a base onde quer que ela se estabeleça. As missas são rezadas em latim e a mesma hierarquia é montada em todos os lugares. 
Um bispo, por exemplo, terá seu status garantido, independente da região que esteja. 
Os cargos eclesiásticos e a legitimidade do Papa são comuns às mais diversas regiões da Europa. Conferindo um caráter de identidade em um mundo fragmentado como o da Idade Média. 
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O poder da igreja na Idade Média
 
Progressivamente, o seu poder econômico será igualmente importante ao lugar que ela já ocupa na mentalidade europeia. Através de compras e doações dos fiéis, a igreja se torna a maior proprietária de terras do continente. Em um momento em que possuir terras é sinal de riqueza, não havia nenhuma instituição que se equiparasse à igreja nesse quesito.
Essa prosperidade era obtida e ampliada através de diversos mecanismos e estratégias.
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Aspectos do cotidiano.....
 
 
 O cristianismo é hoje uma religião entre várias outras. Queiramos ou não, o clima de nossas sociedades ocidentais é sempre profundamente um clima cristão. Outrora, no século XVI, segundo Febvre, o cristianismo era o próprio ar que se respirava na Europa.
“ Pois hoje, escolhe-se. Ser cristão ou não. No século XVI,não havia escolha. Era ser cristão de fato”.
 			( Febvre, 2009, p. 292)
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 Do nascimento à morte, havia uma cadeia de cerimônias, de tradições, de costumes e de práticas que, sendo todos cristãos ou cristianizados, “atavam” o homem involuntariamente, mesmo que se pretendesse ser livre.Era uma atmosfera na qual o homem vivia sua vida intelectual, privada, pública e profissional. Eram práticas religiosas! 
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Uma discussão sem juízo de valor.....
 
 
 Como historiadores, devemos separar o estudo da igreja católica, ou de qualquer outra religião, da crença ou fé que professamos individualmente.
Devemos reconhecer as diferenças entre estudar um objeto e defender uma ideologia. A trajetória da igreja católica está inserida em um contexto específico e não nos cabe fazer juízo de valor.
 Não devemos atribuir a essa história adjetivos como boa, má, opressora ou autoritária. Afinal, assim como os homens, as instituições também são fruto de seu tempo.
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Práticas da vida privada:
Após o nascimento, batizava-se a criança rapidamente, na igreja, para ser ungida. Mesmo aquelas que nasciam com risco de vida, recebiam as palavras sacramentais para logo ser um cristão a mais. Antes de sua precoce morte.
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As famílias mais ricas da região pagavam pelo privilégio de serem enterradas no interior dos templos. Quanto mais próxima do altar, mais rica e nobre era a família.
 Mesmo na morte, assegurava-se a posição social: Muitos senhores pagavam uma enorme quantia para que seu nome fosse mencionado nas missas, mesmo após sua morte.
O nome de batismo era um nome cristão (geralmente de santos).Era o pároco que inscrevia o nome da criança no “caderno de catolicidade”.
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Práticas da vida privada:
Havia a prática da recusa de enterrar em solo cristão os excomungados por dívidas. Isso causava humilhação aos familiares.
A prática de uma benção, nos momentos de refeição.
Temia-se ficar doente.O médico aliviaria o doente, mas só Deus traria a cura. Ex.: pestes, epidemias.
 De certa forma, devido a ausência da precisão
técnica, até mesmo o TEMPO era ordenado pela Igreja.
Os sinos das igrejas anunciavam o início do dia e da noite.
A igreja, neste sentido, regulava até o que se comia e em que período. Ex.: não comer carne na semana santa; os jejuns. Sob punição no descumprimento 
 O calendário cristão orientava o cotidiano: atividades que 
deveriam iniciar após dia de alguns santos ou de festas religiosas.
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Práticas da vida profissional:
Os ritos das universidades ainda não estavam laicizados no século XVI. 
	
Nas Universidades os atos solenes eram feitos nas igrejas. 
Os santos padroeiros das Universidades.
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O próprio trabalho movia-se em âmbito cristão: A proibição do trabalho aos domingos, nos dias santos, nas principais festas religiosas.
Como propriedade de terras a igreja também era uma senhora feudal e possuía os privilégios dessa posição. Recebia uma parte dessas colheitas e era isenta de pagar impostos, podendo assim acumular riquezas e expandir sua influência.  
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Práticas da vida pública:
A formação das monarquias nacionais, à exemplo da França, representa essa ritualização em torno do Rei. Afinal era ungido com óleo santo e acumulava poder temporal e espiritual.
Os tribunais de justiça e a Igreja estabeleciam acordo permanente, onde clérigos ocupavam parte significativa desses tribunais. 
Os acontecimentos públicos eram informados na igreja. Neste sentido era um espaço reconhecido, para reuniões de todos os tipos. 
O homem, sobretudo do século XVI, abrigava-se sob esta religiosidade. Para insurgir-se seria preciso, primeiro, espantar-se...
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A igreja na formação das monarquias nacionais.... 
 
 
 Na formação dos diferentes estados nacionais, a influência católica é inegável, embora de forma diferenciada. 
O caso de Portugal e Espanha é emblemático para compreendermos essa influência para além da esfera religiosa. Por terem se unificado antes dos demais estados europeus, os países ibéricos reuniram as condições para lançar-se na expansão marítima.
 Os descobrimentos foram regulados pela intermediação da Igreja sob os Estados.
Os reis espanhóis tinham o título de reis católicos.
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A igreja na formação das monarquias nacionais.... 
 
 
 O papel da igreja foi fundamental e nele podemos notar a disputa entre os poderes temporais e espirituais, colocando a igreja de um lado e o estado, de outro.
 A colonização da América.
 Os jesuítas no projeto de expansão de 
além mar.
 É certo que a igreja moderna não é a mesma igreja que vivenciou o período medieval, mas sua presença na configuração dos estados nacionais aponta para uma transformação e adaptação aos novos tempos.
Se por um lado é mais fácil identificar a religiosidade nos hábitos da população, é na esfera do estado que a igreja consolida o seu poder e remodela o seu espaço de atuação. 
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AGORA É COM VOCÊ……
SUGESTÕES DE LEITURA:
DUBOIS, Claude Gilbert. O imaginário da Renascença.Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1995. 
FEBVRE, Lucien. O problema da incredulidade no século XVI: A religião de Rabelais. São Paulo: Companhia das Letras, 2009
LE GOFF, Jacques. O Maravilhoso e o Quotidiano no Ocidente Medieval. Rio de Janeiro: Edições 70, 2010.
WOORTMANN, Klass. Religião e ciência no Renascimento. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1997.
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O QUE VIMOS NA AULA 7:
Identificamos os diferentes momentos da igreja e seu papel na transição política e social da era moderna. 
Reconhecemos as diferenças entre as relações político-religiosas dos diversos estados nacionais europeus. 
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O QUE VEM NA PRÓXIMA AULA 8....
 O paradigma de modernidade e das grandes navegações.
 O desafio dos descobrimentos.
 
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