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Fund. Da epidemiologia Aula 9: Epidemiologia e Gestão de Serviços de Saúde Sobre gestão A relação entre a Epidemiologia e os serviços de saúde vem sendo muito estudada, afinal, o processo saúde/doença/cuidado não pode ser dissociado das intervenções que devem ocorrer sobre esse mesmo processo. E é justamente esse contexto que justifica a ação da Epidemiologia, ou seja, quando orienta intervenções que melhorem a qualidade de vida das coletividades. O Gestor na liderança O gestor pode se posicionar como líder ao executar suas ações, participando ativamente desse processo, conquistando a adesão dos trabalhadores para desenhar processos de trabalho eficientes. o trabalho indireto da gestão consiste em criar e aprimorar estratégias de controle sobre o trabalho dos outros através da motivação em relação aos objetivos organizacionais. Dessa forma, entende-se que planejar, organizar, dirigir ou analisar a situação, definir objetivos e desenhar estratégias, são ações importantes, mas não são ações essenciais do gestor. Gestão em Saúde A pressão social exercida sobre o gestor da saúde é bastante elevada devido à imensa variedade de problemas na área, além disso, o trabalho em organizações sanitárias também é muito variável e de difícil padronização. Os serviços de saúde precisam estar preparados para situações emergenciais, que são freqüentes. O caráter profissional dos serviços e das organizações de saúde é outra particularidade da gestão que merece destaque. o gestor pode e deve desenvolver estratégias junto às instituições formadoras, assim como ações educativas dentro de suas organizações, relacionadas com a implantação de processos de trabalho mais efetivos e com as relações de trabalho mais motivadoras. Gestão do SUS Princípios administrativos constitucionais A gestão na área da saúde pública apresenta ainda mais especificidades que podem interferir no trabalho do gestor. O artigo 37º da Constituição Federal (1988) estabelece que “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios obedecerá aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”. Legalidade O princípio da legalidade diz que o gestor público só pode fazer o que a lei permite. Impessoalidade A impessoalidade determina que os atos de qualquer agente público devem obrigatoriamente ter como finalidade o interesse público. Moralidade O princípio da moralidade está relacionado à honestidade nas ações e conduta do gestor. Publicidade O da publicidade diz que o gestor público deve levar ao conhecimento de todos os seus atos e os contratos que estabelece. Eficiência O princípio da eficiência obriga o gestor público a agir com clareza, otimizar os resultados, levar em conta a relação custo-benefício e atender ao interesse público adequadamente. Todos os princípios são importantes e devem ser observados, entretanto, dois desses tornam mais difíceis as tarefas dos gestores públicos: o princípio da legalidade, ao definir limites para o gestor público; e o princípio da eficiência, pois não se trata apenas de produzir resultados com os menores custos, mas também obter a satisfação do interesse público. Gestão Tripartite Os instrumentos legais que propiciaram a nova organização do sistema de saúde foram as Normas Operacionais Básicas (NOB) do SUS (portarias do Ministério da Saúde), editadas entre os anos de 1991 e 1996, que definiram a forma de financiamento, os mecanismos de repasse de recursos nas relações entre os gestores dos três níveis (municipal, estadual e federal) enfatizando as descentralizações aos municípios e criando categorias de gestão diferenciadas. O Pacto pela Saúde divide-se em três partes Pacto pela Vida O Pacto pela Vida contém os seguintes objetivos e metas prioritárias (Portaria GM/MS nº 325, de 21 de fevereiro de 2008): atenção à saúde do idoso; controle do câncer de colo de útero e de mama; redução da mortalidade infantil e materna; fortalecimento da capacidade de resposta às doenças emergentes e endemias, com ênfase na dengue, hanseníase, tuberculose, malária, influenza, hepatite, AIDS; promoção da saúde; fortalecimento da atenção básica; saúde do trabalhador; saúde mental; fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência; atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência; saúde do homem. Pacto de Defesa do SUS O Pacto de Defesa do SUS foi criado com o objetivo de despertar a compreensão dos gestores da saúde para o fato de que a implantação efetiva do SUS depende de decisões que vão além dos limites setoriais, exigindo a mobilização da sociedade na luta para a garantia da saúde como direito de todos. Dessa forma, expressa os compromissos entre os gestores do SUS com a consolidação do processo da Reforma Sanitária Brasileira e articula ações que visam qualificar e assegurar os SUS como política pública, com uma clara estratégia de mobilização social. O Pacto de Defesa do SUS inclui a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29 pelo Congresso Nacional para assegurar os recursos mínimos para o financiamento das ações e serviços públicos de saúde, buscando um financiamento compatível com as necessidades de saúde. Pacto de Gestão do SUS O Pacto de Gestão do SUS estabeleceu o processo de definição de responsabilidades e competências específicas de cada esfera do governo. De modo geral, as ações de atenção primária ficaram definidas como de responsabilidade dos municípios e todas as demais como objeto de pactuação. Também instituiu aos gestores estaduais e municipais maior autonomia na alocação dos recursos federais, ou seja, os repasses federais a estados e municípios passaram a ser feitos através de cinco grandes blocos: atenção básica, atenção de média e alta complexidade, vigilância em saúde, assistência farmacêutica e gestão do SUS. É importante destacar que o Pacto de Gestão do SUS valoriza as relações solidárias entre gestores, definindo as diretrizes e as responsabilidades, contribuindo para o fortalecimento da gestão, em cada eixo de ação: • descentralização • regionalização • financiamento do SUS • planejamento no SUS • programação Pactuada Integrada (PPI) • regulação da Atenção à Saúde e Regulação Assistencial • participação e Controle Social • gestão do Trabalho na Saúde • educação na Saúde GESTÃO PARTICIPATIVA Uma participação social qualificada pode ajudar o gestor, entretanto, uma participação desfocada das políticas de saúde dominada por interesses particulares compromete de forma catastrófica o desempenho da gestão da saúde. Contribuição da Epidemiologia para a gestão em saúde Segundo Portela & Teixeira, (2011) a combinação tecnológica predominante ou hegemônica tem sido denominada de modelo médico-assistencial privatista pois apresenta as seguintes características centrais: sobrevalorização do trabalho do médico em detrimento do trabalho em equipe; atuação sobre a doença e os doentes, privilegiando a assistência individual e curativa em detrimento das ações de promoção e prevenção; ênfase na utilização de tecnologias médicas em ambiente hospitalar a partir da “demanda espontânea” de pessoas que sentem a necessidade de procurar um serviço de saúde. De acordo com esses autores, trata-se de um modelo curativista, biologicista e individualista, que não se preocupa com a atenção integral ao paciente e à coletividade. Objetivos e metas do pacto pela saúde Atenção a saúde do idoso Redução da mortalidade infantil e materna Fortalecimento da atenção básica Financiamento do SUS Saúde do trabalhador
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