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Resumo de Poder Originario - Direito Constitucional

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Poder Constituinte Originário 
CARACTERÍSTICAS
- Expressão da vontade de um povo, que será manifestado pelo 
representante escolhido ou 
- Autoridade suprema do ordenamento jurídico 
- Responsável por elaborar a Constituição de um Estado
POTÊNCIA CRIADORA: Cria um novo Estado (sob o aspecto 
jurídico), a partir da apresentação de um novo documento 
constitucional.
- É um poder inicial, autônomo e incondicionado.
NATUREZA DO PODER
Há duas vertentes: 
- Uma o considera um poder de fato, detentor de natureza 
essencialmente política (JUSPOSITIVISMO)
- E outra que o considera um poder de direito, possuidor de 
natureza jurídica (JUSNATURALISMO)
A corrente jusnaturalista considera o Poder Constituinte um poder 
de direito pois existe o direito natural que é prévio ao direito 
positivo, “mesmo que o poder originário anteceda a formação do 
Estado, tem uma base normativa que lhe confere fundamentação 
jurídica e o afirma enquanto um poder de direito, que é o direito 
natural.” (MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 10. ed. Salvador: JusPODIVM, 
2022, p. 98)
A corrente juspositivista considera o Poder Constituinte um poder de 
fato, pois acredita que “o direito só existe depois que o Estado é 
fundado” (MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 10. ed. Salvador: JusPODIVM, 
2022, p. 99) . Portanto, acreditam que é um poder de fato, 
metajuridico, que se funda em si mesmo, produto das forças sociais 
que o criam.
Ainda, há outra vertente que acredita que o Poder Constituinte tem 
natureza híbrida: “Na ruptura, seria um poder de fato, já na 
elaboração do novo documento constitucional assumiria o viés 
juridico ao revogar o ordenamento anterior e constituir um novo”
(MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 10. ed. Salvador: JusPODIVM, 2022, p. 99)
TITULARIDADE 
“Titular do Poder Constituinte é aquele que detém o poder, entanto 
apto a elaborar os contornos normativos de um Estado, definindo o 
conteúdo e a estrutura organizacional da ordem jurídica.” (MASSON, 
Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 10. ed. Salvador: JusPODIVM, 2022, p. 99)
A titularidade do Poder Constituinte está com o POVO, logo o Poder 
Constituinte passa a significar “PODER DO POVO”.
*PCO: Poder Constituinte Originário
“A NAÇÃO, ENQUANTO TITULAR DO PODER 
ORIGINÁRIO, SERIA SOBERANA PARA 
ORDENAR O SEU PRÓPRIO DESTINO E O DA 
SUA SOCIEDADE, EXPRESSANDO-SE POR MEIO 
DA CONSTITUIÇÃO”
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de 
Direito Constitucional. 5a de. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 273.
HISTÓRIA: Na véspera da Revolução Francesa, quando Emmanuel Sieyés publicou o panfleto 
intitulado “O QUE É O TERCEIRO ESTADO?” a formulação classifica da titularidade do poder 
constituinte como pertencente à nação emergiu. 
Segundo preceituou o autor, o Terceiro Estado englobava os que não integravam nem a nobreza, 
tampouco o alto clero, incluindo no conceito, portanto, a burguesia, que apesar de ser o vetor de 
produção de riqueza do país, não opinava nem decidia os rumos da condução política do Estado. 
Foi nesse cenário que Sieyés estruturou a teorização do poder originário, dando voz ao Terceiro 
estado. Nesse sentido, associou o conceito de “nação” ao Terceiro Estado, que afirmou ser aquela o 
legitimo titular do poder constituinte, apta a criar uma Constituição que organize o Estado de ácido 
com a vontade nacional. 
*Uma leitura moderna, substitui o conceito de nação por “povo”
EXERCÍCIO DO PODER 
- Procedimento Constituinte Direto: quando um projeto elaborado 
pela Assembleia Constituinte só obtém validade jurídica por meio de 
aprovação DIRETA do povo.
- Exercício Democrático Indireto: O povo escolhe os seus 
representantes, que se tornam responsáveis por elaborar um novo 
documento constitucional, que renovará o ordenamento jurídico. 
Logo, a participação do povo esgota-se na eleição de representantes 
para a formação a Assembleia. 
- Exercício autocrático: O poder se manifesta por meio da outorga. A 
Constituição é embelecida por um individuo ou um grupo que 
alcança o poder sem participação popular, o que se denomina 
PODER CONSTITUINTE USURPADO, ou seja, forma-se uma 
Constituição Outorgada.
Alguns pontos sobre o exercício do Poder Constituinte:
- O poder constituinte é permanente, seu trabalho se finaliza mas o 
poder não desaparece, permanece com seu titular, o povo.
- O poder se esgota para o agente que exerce o poder constituinte 
como representante do povo.
ESPÉCIES DE PCO
i) Quanto ao momento de manifestação, o poder pode ser intitulado:
- Fundacional: aquele que produz a primeira Constituição de um 
Estado;
- Pós-fundacional: aquele que parte de uma ruptura institucional da 
origem vigente para elaborar a nova Constituição que sucederá a 
anterior.
 Vale ressaltar que essa especie pode se manifestar de forma 
revolucionaria (num golpe de Estado ou numa insurreição) ou numa 
transição pacifica.
ii) Quanto às dimensões, o poder originário pode ser considerado:
- Material: Poder que delimita os valores que serão prestigiados pela 
Constituição e a ideia de direito que vai vigorar no novo documento.
- Formal: Poder que exprime e formaliza, estruturando a ideia de 
direito que foi pensada e construída pelo poder constituinte material.
“O poder constituinte material precede o poder constituinte formal. A 
ideia de Direito precede a regra de Direito, o valor comanda a 
norma. “ (MIRANDA, Jorge. Manual de direito constitucional. 3a. Ed., Tomo II. Coimbra Editora, 
1996)
CARACTERÍSTICAS DO PCO
São quatro as características essenciais do poder:
1) INICIAL: O produto do trabalho do PCO é a Constituição, base 
do ordenamento jurídica. A Constituição é o documento que 
inaugura juridicamente um novo Estado. É o ponto a partir do qual o 
Direito começa.
“O PODER CONSTITUINTE ATUARÁ POR MEIO 
DE UMA ASSEMBLEIA NACIONAL 
CONSTITUINTE, ou uma Convenção Constituinte, 
SENDO ESTA A FORMA QUE TIPIFICA O 
EXERCÍCIO DEMOCRÁTICO DESDE A ORIGEM 
DO CONSTITUCIONALISMO” (MASSON, Nathalia. Manual de 
Direito Constitucional. 10. ed. Salvador: JusPODIVM, 2022, p. 100)
2) ILIMITADO: O poder constituinte não se submete a nenhum 
regramento posto pelo direito precedente. “As normas jurídicas 
anteriormente estabelecidas não são capazes de limitara sua 
atividade, restringindo juridicamente sua atenção” (MASSON, 2022, p. 103)
3) INCONDICIONADO: Como diz Nathalia Masson, esse poder não 
se submete a qualquer regra ou precedente formal pre fixado pelo 
ordenamento jurídico que o antecede, o poder constituinte atua 
livremente, sem respeito às condições previamente estipuladas. 
4) AUTÔNOMO: Aquele que possui o poder constituinte “em mãos” 
tem a capacidade de definir o conteúdo que será implantado na nova 
Constituição. De acordo com Canotilho, o poder é autônomo pois a 
ele compete decidir se, como e quando deve “dar-se”uma 
Constituição a Nação.
Outra característica:
5) PODER PERMANENTE: Ele não se esgota quando a Constituição é 
substituída. Pode ser ativado a qualquer momento quando houver 
necessidade de ruptura com a ordem estabelecida. 
Observações:
- Os jusnaturalistas acreditam que o poder constituinte é limitado pelo 
direito natural;
- Os juspositivistas não consideram essa constatação porém 
concordam que a ausência de limites não deve ser lida como 
absoluta. “Seria, pois, um poder ilimitado no sentido de estar 
desvinculado e não subordinado ao regramento jurídico-positivo 
anterior. 
LIMITES DO PCO
- TERRITORIAL/GEOGRÁFICO: o Poder se vincula a uma base 
territorial especifica;
- CIRCUNSTÂNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS: “o poder constituinte é a 
expressão da vontade politica soberana do povo, não pode ser 
entendido sem a observância dos valores éticos, religiosos e culturais 
partilhados pelo povo e motivadores de suas ações” (MASSON, 2022, p. 
104)
ALGUNS PENSAMENTOS:
Para J.J. Gomes Conotilho, o poder constituinte originário deve 
observar os princípios do direito internacional e de justiça.
Barroso nega que o poder constituintepossa ser intitulado como 
ilimitado ou incondicionado, para ele, o poder é pautado pela 
realidade fático e pelo proprio Direito (valores civilizatórios, direitos 
humanos e justiça).
Por sua vez, Jorge Miranda diz que possuem três ordens possíveis de 
limites:
 1. Transcendentes: Limites que advém do direito natural e dos 
valores éticos superiores que originaram uma “consciência jurídico-
coletiva”.
 2. Imanentes: O poder está limitado pela sua origem e finalidade, 
refere-se a soberania e a forma do Estado. (“É, por exemplo, o que 
impede que um Estado Federal passe a condição de Estado Unitário”)
“O CONJUNTO DE DIREITOS E GARANTIAS 
FUNDAMENTAIS JÁ CONSTITUCIONALMENTE 
FIRMADOS NÃO PODERIA SER 
DESRESPEITADO, NEM MESMO POR 
INTERMÉDIO DA ATUAÇÃO DO PODER 
CONSTITUINTE, NUMA AUTÊNTICA VEDAÇÃO 
AO RETROCESSO” (MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 10. 
ed. Salvador: JusPODIVM, 2022, p. 104)
 3. HETERÔNOMOS: Limites referentes as regras, obrigações e 
princípios provenientes do direito internacional. 
PODERES CONSTITUÍDOS (ou derivados)
Divisão do Poder Constituinte: 
ORIGINÁRIO (1 grau) - caráter inicial e ilimitado (também 
chamado de poder constituinte)
DERIVADO (2 grau) - também chamado de reformador (retira sua 
força da própria Constituição 
- Poderes constituídos são “poderes de direito” disciplinados pela 
Constituição. São associados as características:
A) Derivado (ou de 2º grau): Pois derivam do poder originário, ou 
seja, se fundamentam na Constituição, “dela retirando sua 
existência e sua validade”
B) Condicionado: São condicionados ao que está previamente 
determinado na Constituição 
C) Subordinado (ou limitado): Suas ações devem respeitar os 
limites expostos e implícitos da Constituição. Dessa forma, também 
se subordinam aos mecanismos de controle de constitucionalidade 
(ex: STF já jugou diversas acoes diretas de inconstitucionalidade 
contra emendas constitucionais).
ESPÉCIES DE PODERES CONSTITUÍDOS 
“Os poderes constituídos são normalmente agrupados sob a 
terminologia - poder derivado -, que seria um poder criado pelo 
originário com a função de exercer certas competências 
constitucionais”
Os poderes constituintes surgem a partir da necessidade de 
I) manter o que está escrito na nova ordem jurídica criada
II) permitir a criação das coletividades estaduais 
Do próprio poder originário, tendo atribuições delimitadas.
—> PODER CONSTITUÍDO DECORRENTE (ou poder derivado 
decorrente) - resumidamente, capacidade conferida para os Estdos-
Membros elaborarem suas próprias constituições 
—> PODER CONSTITUÍDO REFORMADOR (ou poder derivado 
reformador) - resumidamente, exerce a função de alterar 
formalmente a Constituição. Ajusta e atualiza o texto 
constitucional.
PODER CONSTITUÍDO DECORRENTE 
Quando forma-se uma nova constituição surge a necessidade de 
reformar documentos constitucionais estaduais, a fim de se 
adequarem ao novo ordenamento supremo (Constituição Federal).
CONCEITO: Poder constituído (ou derivado) decorrente é a 
capacidade conferida pelo poder originário aos Estados-membros, 
enquanto integrantes da Federação, para elaborarem suas 
próprias Constituições.
Observação:
Quando o poder decorrente cria a Constituição do Estado, 
denomina-se “poder decorrente instituidor”
Quando o poder decorrente realiza alterações em seu texto, 
ajustes necessários, é intitulado como “poder decorrente 
reformador”
Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os 
princípios desta Constituição .
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam vedadas por esta 
Constituição .
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, a empresa estatal, com 
exclusividade de distribuição, os serviços locais de gás canalizado.
(Revogado)
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os serviços locais de gás 
canalizado, na forma da lei, vedada a edição de medida provisória para a sua regulamentação. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 5, de 1995)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões metropolitanas, aglomerações 
urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a 
organização, o planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
Características do Poder Constituído Decorrente:
- Poder de direito (institucionalizado pela CF) possuidor de natureza 
jurídica 
- Um poder limitado (ou subordinado)
- Condicionado
- Secundário ou de 2º grau.
LIMITES deste poder:
Em respeito ao principio da simetria (principio norteador da 
federação) há limites para a atividade do poder decorrente.
Sao impostas a ele as normas de observância obrigatória (também 
chamadas de normas de reprodução compulsória), que sao divididas 
em 03 grupos
I) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS SENSÍVEIS 
Representam os fundamentos que organizam constitucionalmente a 
federação brasileira.
*seu descumprimento pode gerar a propositura de uma ADI 
interventiva, podendo resultar na intervenção do Presidente (art. 36, 
III, CF/88)
II) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS EXTENSÍVEIS 
Preveem as normas centrais de organização da federação.
Podem ser expressas ou implicitamente extensíveis.
 II.I - Expressas: Como exemplo, tem-se as regras atinentes ao 
sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de 
mandato, licença, impedimentos. Incorporação as Forças Armadas, 
que devem ser aplicadas aos Deputados Estaduais em simetria com o 
que a CF fala (art. 27, parágrafo 1, CF)
 II.II - Implicitamente extensíveis: Pôde-se citar normas e 
jurisprudências correlatas.
 - Regra concernente a licença para ausentar-se do pais (art. 83 
e ADI 3.647-MA)
 - Disciplina relativa a competência e organização do tribunal de 
contas (ADI 916-MT)
 - Requisitos para a criação das Comissões Parlamentares de 
Inquérito (art. 58, parágrafo 3 e ADI 3.619-SP)
 - Princípios basilares do processo legislativo federal (os arts. 59 e 
seguintes e ADI 3.555-MA)
 - Regra de acesso de advogados e representantes do MP nos 
Tribunais pelo quinto constitucional (art. 94 e ADI 4.150-SP)
III) PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ESTABELECIDOS
Estão previstos de maneira esparsa pelo texto constitucional.
São as normas que limitam a autonomia estadual. Como, por 
exemplo, as regras de repartição de competência, as normas do 
sistema tributário, a organização dos Poderes, as garantias 
individuais, os direitos políticos etc.
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do 
ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.(Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 29, de 2000)
Art. 27. O número de Deputados à Assembléia Legislativa corresponderá ao triplo da 
representação do Estado na Câmara dos Deputados e, atingido o número de trinta e seis, 
será acrescido de tantos quantos forem os Deputados Federais acima de doze.
§ 1º Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- sê-lhes as regras 
desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda 
de mandato, licença, impedimentos e incorporação às Forças Armadas.
PODER CONSTITUÍDO REFORMADOR
(Elaboração das emendas constitucionais) 
Tem como função alterar formalmente a Constituição da 
República, “ajustando e atualizando o texto constitucional aos 
novos ambientes formatados pela dinâmica social”.
(Isso ocorre porque as Constituições não podem ser imutáveis, 
precisam se adaptar às mudanças sociais e a evolução histórica).
Tem-se adotado a rigidez dodocumento constitucional. Ela 
pressupõe a possibilidade de modificação da Constituição. 
Todavia, para ter-se a alteração exige-se um procedimento para a 
feitura das EMENDAS CONSTITUCIONAIS.
— LIMITAÇÕES ao poder da reforma
Tipos: Limitações implícitas e limitações expressas (formais, materiais e 
circunstanciais) e, ainda, as limitações temporais que não foram 
previstas no atual documento constitucional; todavia, como fazem 
parte da nossa historia constitucional, também sao avaliadas. 
Esses regramentos devem ser acatados sob pena de o produto do 
trabalho do poder reformador ser viciado pela inconstitucionalidade.
— LIMITAÇÕES EXPRESSAS
A) Limitações temporais
Inexistentes na letra da lei, possuem o intuito de impedir alterações na 
Constituição durante certos espaçamentos temporais.
É limitação que normalmente se traduz numa cláusula proibitiva de 
alteração do texto durante um especifico período de tempo.
Por exemplo, a Constituição do Império, de 1824, só autorizou a 
reforma de seu texto após passados 4 anos de inicio da sua vigência.
B) Limitações materiais 
Elencadas no art. 60, ss4 da CF/88, essas matérias foram intituladas 
“Cláusulas Pétreas” e estão fora do alcance do poder constituído 
derivado reformador, formando um núcleo intangível da Constituição 
Federal. 
Não poderá ser objeto de deliberação a proposta de emenda 
constitucional tendente a abolir:
- a forma federativa de Estado;
- o voto direto, secreto, universal e periódico;
- a separação dos poderes;
- o direitos e garantias individuais 
OBS: Nao há hierarquia entre normas constitucionais originarias, o 
que ocorre é que as cláusulas pétreas sao imunes a algo que atinge 
as normas “normais”, as reformas constitucionais. 
C) Limitações Circunstanciais 
Vedação a alteração da Constituição em circunstâncias anormais e 
excepcionais: estado de sitio, estado de defesa, intervenção federal, 
como diz o art. 60, ss1 da CF.
Só poderá ter alteração depois de vencida e superada a 
excentricidade do momento, com a cautela e serenidade necessárias 
a mudança.
Logo, os atos deliberativos devem ficar suspensos: o mesmo nao se da 
com os atos finais (de complementação ao processo legislativo ou 
integração de eficácia da emenda), que sao a promulgação e a 
publicação. 
D) Limitações formais (procedimentais) 
A reforma do texto constitucional somente será valida quando normas 
especiais de processo legislativo foram cumpridas com exatidão.
Nesse sentido, o poder reformador deve observar os seguintes limites 
formais: 
1- Limitação formal subjetiva: a iniciativa de presentacao de proposta 
de emenda constitucional (PEC) esta organizada em um rol (art. 60, 
caput, CF)
*a iniciativa dos membros do congresso nacional efetiva-se por meio 
de um ato coletivo.
*vale ressaltar que os municípios não possuem legitimidade para 
apresentação de emenda.
*a constituição nao autoriza proposta de iniciativa popular para 
emendas ao próprio texto, porem não há impedimentos para as 
constituições estaduais.
2- Limitações formais objetivas: a deliberação e a votação da PEC 
ocorrerão em cada Casa do Congresso Nacional (sessão bicameral), 
em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 
dos votos dos respectivos membros (art. 60, ss2, CF).
O presidente pode apresentar proposta porem nao possui 
participação na fase constitutiva.
No que concerne a promulgação da emenda já aprovada, ressalta-se 
ser tarefa das Mesas da Câmera dos deputados e do senado federal, 
conjuntamente, com o respectivo numero de ordem (art. 60, ss3, CF) 
A publicação é determinada pelo Congresso Nacional.
A determinação constitucional (art. 60, ss5, CF) de que a materia 
constante de PEC rejeitada ou havida por prejudicada não poderá 
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (que dura 1 
ano)
— LIMITAÇÕES IMPLÍCITAS
Não estão escritas no texto constitucional.
Muito embora nao tenham sido explicitadas, destruiriam fatalmente a 
obra do poder originário se desrespeitadas fossem.
A) Imutabilidade do art. 60, CF/88.
B) Impossibilidade do poder reformador estabelecer nova titularidade 
ao poder constituinte originário e ao poder derivado de reforma.
C) Impossibilidade de supressão dos fundamentos da República 
Federativa Brasil, descritos no art. 1, CF/88.
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou 
do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de 
seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de 
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso 
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em 
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de 
ordem.
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a 
abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
§ 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida 
por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma 
sessão legislativa.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; (Vide Lei nº 
13.874, de 2019)
V - o pluralismo político.
Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por 
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição .
OUTROS MÉTODOS DE ALTERAÇÃO DA 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL 
A) REVISÃO CONSTITUCIONAL 
- O art. 3 da ADCT determinou que a revisão constitucional poderia 
se efetivar depoi de passados 5 anos da promulgação da CF, pelo 
voto da maioria absoluta dos integrantes do Congresso Nacional, 
em sessão unicameral.
- Mas o poder revisional também tem que observar os limites 
materiais e circunstanciais do art. 60, CF.
- Realizada a revisão, a norma constitucional da ADCT se exaure, 
isso impede a convocação de um novo procedimento revisional.
B) MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL 
- Mecanismo informal de mudança, não origina quaisquer alterações 
no texto da Constituição.
- Esse tipo de modificação sao de ordem interpretativa: o texto 
segue intacto, o sentido que altera.
SÃO REALIZADAS PELO PODER DIFUSO, um poder também 
derivado mas não escrito.

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