Buscar

Agressão e Defesa II - Staphylococcus

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Agressão e Defesa II lpdfarias 
Staphylococcus 
 
O Staphylococcus são um gênero de bactérias gram-positivas causador de uma ampla variedade de doenças. 
São habitantes normais da pele, anaeróbios facultativos, possuem o crescimento mais rápido em meios aeróbios, 
não possuem flagelo sendo portanto incapazes de se locomover 
autonomamente, possuem cápsula que a protege contra fagocitose e o 
sistema imunitário. Os staphylococcus possuem peptidoglicano em sua 
parede celular, possuindo a atividade de endotoxina, estimulando a febre 
e vasodilatação excessivas, devido a produção pelas células imunitárias de 
citocinas como a IL-1. Eles medem de 0,5 a 1,5 micrômetros, não formam 
esporos. O crescimento deles ocorre numa temperatura que varia entre 18º 
C a 40º C (espectro de temperatura). Em meio de cultura, formam colônias 
grandes, lisas e brilhantes; em geral são pigmentadas. As espécies 
comumente associadas à doenças humanas são: Staphylococcus aeureus, Staphylococcus epidermidis e 
Staphylococcus saprophyticus. Uma colônia de estafilococos a ser analisada com a coloração de gram faz 
lembrar um “cacho de uvas”. 
- Staphylococcus aeureus 
Formam colônias grandes e, em geral, pigmentadas (pigmentos carotenoides); possuem a capacidade de 
realizar hemólise em placas de agar sangue (rupturas de hemácias em agar sangue); é a espécie mais importante 
do gênero em estudo para doenças humanas; produz toxinas responsáveis por danos significativos. 
A! Toxinas são substâncias capazes de causar danos ao organismo. Podem ser de 2 tipos: endotoxinas e exotoxinas. 
As exotoxinas são sintetizdas, são proteínas produzidas pelo microorganismo. As endotoxinas são 
lipopolissacarídeos (LPS) constitucionais da parede celular da bactéria. 
Existem doenças causadas por estafilococos que são provocadas pela bactéria 
inteira ou por produtos da bactéria. É muito comum acontecer, em infecções 
alimentares, o médico determinar se a causa é por uma toxinfecção ou não, pois 
é muito difícil afirmar se o indivíduo ingeriu a bactéria inteira ou produtos dela. 
O Staphylococcus aeureus causa doenças de pele graves e são produtores de 
coagulase (fator de virulência, pois torna a sua destruição mais complicada, já 
que essa adesina transforma fibrinogênio em fibrina, tornando o microrganismo 
mais difícil de ser fagocitado). Essas bactérias produzem lactamase, destruindo, assim, o betalactâmico da 
penicilina. Por isso, a penicilina não é droga de primeira escolha para o tratamento de infecções estafilocócicas. 
Na imagem ao lado, temos uma doença de pele superficial (Impetigo) causada 
principalmente pelas bactérias Staphylococcus aeureus e Streptococcuss 
pyogenes. Essa lesão na pele do indivíduo é devido a proliferação da bactéria. 
O Impetigo é uma doença papulosa, tem pus dentro da pápula e forma uma 
crosta. Se o indivíduo coçar, espalha a pápula pela pele. É uma patologia muito 
comum em crianças pequenas (Staphylococcus aeureus) e em crianças maiores 
(Streptococcuss pyogenes). 
Foliculite e posteriormente o furúnculo é o modelo clássico em infecção de 
pele causado pelos Staphylococcus aeureus. É uma infecção no folículo piloso. 
O Staphylococcus aeureus vai proliferar no local do folículo piloso e ocorrerá 
a necrose tecidual e produção de fibrina posteriormente. Ocorre a formação 
de uma parede, células inflamatórias vão para esse sítio e ocorre a formação 
de tecido fibroso. No centro da lesão, ocorre uma liquefação. Quando há 
uma infecção com formação de pus, o indivíduo não deve espremer; o 
procedimento correto é ir ao médico para que se possa fazer a drenagem 
desse furúnculo – especialmente quando a localização é acima do pescoço, locais muito próximos do SNC. 
Depois que ocorre a drenagem, ocorre a formação do tecido de granulação e a cicatrização final. Os médicos 
quando identificam o furúnculo, prescrevem benzetacil (penicilina G) pois menos de 10% dos Staphylococcus 
aeureus são resistentes. 
 
- Staphylococcus epidermidis 
São habitantes normais da pele, 
responsáveis por endocardite e infecções 
meníngeas em portadores de shunts 
interatrial em tratamento de hidrocefalia. 
Não produz coagulase, nem pigmentos 
carotenoides (em meios de cultura, as 
colônias geralmente são brancas). Teste 
de coagulase seria um bom teste para verificar se há ou não Staphylococcus epidermidis no local a ser estudado. 
O Staphylococcus epidermidis não faz hemólise. 
 
- Staphylococcus saprophyticus 
Não possuem coagulase. Em teste de coagulase, o permite de diferenciar do Staphylococcus aeureus. É 
patogénico e caus infecções no trato urinário, especialmente em mulheres jovens sexualmente ativas. 
Para diferenciar o Staphylococcus epidermidis do Staphylococcus saprophyticus, é necessário realizar um teste 
com a droga antibiograma/novobiocina (antibiótico). Já que o Staphylococcus epidermidis é sensível a 
novobiocina. Se houver formação de um halo ao redor do antibiótico, significa dizer que a bactéria é sensível 
àquela droga. Não há formação de halo com Staphylococcus saprophyticus no teste com droga 
antibiograma/novobiocina. 
A! Todas as espécies do gênero Staphylococcus são catalases positiva. Isso diferencia Staphylococcus de 
Streptococcus no teste da catalase (uso de H2O2 – peróxido de hidrogênio; se houver formação de borbulha – 
liberação de CO2 e água-, significa que é catalase positivo, logo Staphylococcus, se não acontecer nada, 
catalase negativo). Ser catalase positivo é um fator de virulência. 
 
Estrutura da parede celular dos representantes do gênero Staphylococcus: 
São bactérias capsuladas (a proteger da interação com sistema complemento, anticorpos e células fagocíticas, 
dificultando a destruição do microrganismo, a tornando mais virulenta), o peptidioglicano confere uma 
estabilidade osmótica a parede celular, estimula a produção de progênio endógeno e quimiotático para os 
leucócitos e inibe a fagocitose e a quimiotoxina. Ácido tetoico é outro componente da parede celular dos 
Staphylococcus, possui receptores para os bacteriófagos, local de fixação para receptores especiais de mucosa. 
Possuem a proteína A, que inibe a opsoinzação e a fagocitose (quimiotático para os 
leucócitos e anti-complementar). Todos esses componentes são fatores de 
virulência para as bactérias desse gênero. 
A membrana plasmática é uma barreira osmótica que regula o transporte 
de entrada e saída da célula, local de enzimas biossintéticas e respiratórias. 
 
 
 
 
- Patologia e Imunidade 
A patologia depende da produção de proteínas de superfície que vão fazer a adesão das bactérias aos tecidos 
e da fabricação de toxinas e enzimas que são proteínas extracelulares. 
 
- Fatores de virulência 
Toxinas (citotoxinas, hemolisinas e leucocidinas que vão destruir os ovócitos), as toxinas esfoliativas (responsáveis 
pela síndrome da pele escaldada – doença que acomete principalmente lactentes; a bactérias ficam no tecido 
subcutâneo e formam bolhas de descamação na pele). As enterotoxinas provocam as intoxicações alimentares. 
Possuem hialuronidase (enzima que degrada o ácido hialurônico que faz a adesão de uma célula a outra, 
podendo propagar a infecção de um ponto local para outros lugares). 
 
-Epidemiologia 
Não possui prevalência sazonal e estão em todas regiões. Staphylococcus coagulase negativo presentes na 
superfície cutânea em 100%. São comuns na nasofaringe, trato gastrointestinal e urogenital. Segundo a literatura, 
60% da população mundial é portadora de Staphylococcus aeureus na nasofaringe – são indivíduos portadores 
que contaminam os alimentos e contribuem para os surtos. 
Staphylococcus aeureus com colonização comum no corpo umbilical, pele e região perianal no recém-nascido.Staphylococcus são sensíveis a temperaturas elevadas (resistentes até os 60º C). Sobrevivem es superfícies secas 
em períodos prolongados. 
 A transmissão se dá pelo contato direito ou por meio de fômites (qualquer objeto inanimado ou substância capaz 
de absorver, reter e transportar organismos contagiantes ou infecciosos, germes a parasitas, de um indivíduo a 
outro). Lavagem adequada das mãos evita a transmissão. 
Vivem em ambientes de pH próximos da neutralidade. 
A presença de corpos estranhos pode promover o aparecimento dos Staphylococcus. Cirurgia recente, uso prévio 
de antibiótico, lactentes que não possuem o sistema imunilógico competente, higiene pessoal precária, infecção 
respiratória viral prévia, menstruarão, uso de cateter intravenoso. A síndrome do choque tóxico ocorre muito em 
mulheres que fazem o uso de OB, pois se há sangue no local, ocorre uma promoção da proliferação da bactéria. 
 
- Doenças causadas por Staphylococcus em diferentes espécies 
Pela bactéria inteira: Pneumonia, Atrite Séptica (sinais inflamatórios com material purulento no espaço articular), 
Osteomielite (em especial a área metafisária de ossos longos), Endocardite (danos do revestimento endotelial do 
coração), Infecção do Trato Urinário. 
Pelos produtos da bactéria: Síndrome da pele escaldada, intoxicação alimentar e síndrome do choque tóxico. 
 
- Diagnóstico 
Exame direto é pouco útil Coloração de gram é pouco útil pra afirmar quem é que está causando o 
processo infeccioso. 
Cultura: agar enriquecido com sangue (geralmente de carneiro). Em 24h observar a cor da 
colônia se houve produção de hemólise. 
Provas bioquímicas: coagulase, catalase, antibiograma/novobiocina. Observação se existe 
halo ou não. Verificar se há fermentação de glicose. Verificar a existência de proteína A. 
 
- Tratamento 
O foco da infecção (abcesso) deve ser limpo e drenado. Os Staphylococcus desenvolvem uma rápida resistência 
aos aontibióticos e, atualmente, menos de 10% das cepas são sensíveis a penicilina (a penicilina não é droga de 
escolha). 
A! Nas infecções leves ainda se usa penicilina sintética, cefalosporina e clindamicina. Nas infecções graves, as 
drogas de escolha são oxacelina e outras penicilinas resistentes à penicilinase).

Outros materiais