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Estômago- Porto + Dani · É uma dilatação sacular do tubo digestivo, interposta entre o esôfago e o duodeno, que está situado na cavidade abdominal, abaixo do diafragma · Suas paredes podem se distender, possibilitando que a sua capacidade varie de acordo com o volume ingerido e o tempo decorrido da refeição · É formado pela cárdia, fundo, corpo, curvatura menor, curvatura maior, região antro-pilórica e piloro · A parede do estômago é formada de quatro camadas: serosa, muscular, submucosa e mucosa · Possuímos as células principais (produzem pepsinogenio), células parietais (produzem ácido), células enterocromafins (produzem histamina), células G (produzem gastrina) e células D (produzem somatostatina) · O estômago recebe estímulos nas fases celíacas, oral e gástrica Dispepsia: · É definida como uma sensação de dor ou desconforto esporádico ou persistente na região superior do abdome · Pode ser classificada como: · Orgânica: ocorre quando os sintomas são secundários a doenças orgânicas específicas, como úlcera péptica, pancreatite, colelitíase, neoplasias... · Funcional: é a condição em que há sintomas do aparelho digestivo alto, não relacionadas a atividade física e não secundário à doenças orgânicas localizadas ou sistêmicas · Para caracterizar dispepsia, é necessário que os sintomas sejam recorrentes e intermitentes, que não haja relação com exercícios físicos, que não haja irradiação da dor para o tórax ou localizada em todo o abdome, não seja aliviada pela defecação e não preencha critério para demais distúrbios funcionais gastrointestinais · As doenças ácidos-pépticas são as principais responsáveis por dispepsia (doença do refluxo, as esofagites, gastrites e úlceras), a doença biliar também faz dispepsia assim como a pancreatite · Os mecanismos que participam da origem dos sintomas são: dismotilidade, hipersensibilidade visceral e alterações psicológicas · Dismotilidade: distúrbio motor do esvaziamento gástrico de sólidos é a alteração motora mais estudada na dispepsia. Os pacientes podem apresentar alterações nas atividades mioelétricas gástricas, redução da contratilidade do antro, incoordenação do antro-piloro-duodeno e anormalidades da atividade motora duodenojejunal, essas alterações resultam em retardo do esvaziamento gástrico · Hipersensibilidade visceral: a diminuição do limiar para o aparecimento da dor está presente em pacientes com dispepsia funcional · Alterações psicológicas · Hipersecreção gástrica: estudos comprovam que não há relação entre hipersecreção ácida e dispepsia funcional · Helicobacter pilory: essa bactéria está diretamente relacionada ao aparecimento de sintomas dispépticos. Recomenda-se que o H.pilory sempre seja pesquisado em pacientes com dispepsia, confirmada a sua eliminação e havendo melhora de sintomas entre 6-12 meses o paciente pode ser diagnosticado com dispepsia causada por H.Pilory, caso os sintomas não melhorem sua dispepsia é funcional · Na anamnese é preciso procurar sinais de alarme: Perda de sangue/anemia, disfagia, perda de peso, saciedade precoce, anorexia, icterícia, vômitos persistentes · Exame físico: ascite, organomegalia, massa abdominal, linfonodos Dispepsia funcional: · É uma dor/desconforto, persistente ou recorrente, localizada na região do epigástrio, na ausência de anormalidades estruturais ou irregularidades metabólicas e bioquímicas que justifiquem sua sintomatologia · Os sintomas dispépticos podem surgir em qualquer idade e são mais prevalentes no sexo feminino · Critérios específicos foram estabelecidos para o diagnóstico e classificação da DF (Consenso de Roma I, II e III): · Queixas dispépticas durante os últimos 3 meses e que se iniciaram, no mínimo, 6 meses antes · É fundamental a apresentação de um ou mais dos sintomas: empachamento pós-prandial, saciedade precoce, dor epigástrica, queimação epigástrica · É fundamental a ausência de lesões estruturais · Classificação de DF: · Síndrome do desconforto pós-prandial: É fundamental a presença de pelo menos um dos critérios: empachamento pós-prandial, que acontece necessariamente após refeições habituais, ocorrendo várias vezes por semana, nos últimos 3 meses; saciedade precoce, que impossibilita o término normal das refeições, ocorrendo várias vezes por semana, nos últimos 3 meses · Síndrome da dor epigástrica: é fundamental a presença de todos os critérios: dor ou queimação localizada no epigástrio, pelo menos moderada, e que ocorre, no mínimo, 1 vez/semana, nos últimos 3 meses; dor intermitente; dor generalizada ou localizada em outras regiões do abdome ou tórax; dor não aliviada pela defecação ou eliminação de flatos · A dor é comumente induzida ou aliviada pela ingestão de alimentos, podendo ocorrer em jejum Câncer de estômago: · O carcinoma do estômago é uma neoplasia frequente e predomina no sexo masculino · A incidência aumenta gradativamente com a idade, alcançando pico máximo na sétima década de vida · Os principais tipos histopatológicos são o adenocarcinoma, os linfomas e os sarcomas · A infecção pelo H.Pilory, história familiar positiva, ingestão elevada de sal, tabagismo, alcoolismo, pólipos adenomatosos, baixa condição socioeconômica e ingestão de alimentos que contenham nitratos e nitrosaminas são fatores que tem associação positiva para o desenvolvimento do carcinoma · É em geral assintomático durante um longo período de seu desenvolvimento. Por isso, às vezes, quando se chaga ao diagnóstico ele já se estendeu por camadas profundas do estômago e metastizou, tornando-se irreparável · Não existe quadro típico, podem ocorrer os sintomas de dispepsia simples, saciedade precoce, dor epigástrica, vômitos, perda de peso, astenia e anemia · Algumas vezes massa palpável no epigástrio é a primeira manifestação · O carcinoma pode ser vegetante, ulcerado, infiltrante ou misto (Borrman) · Vegentante: projeta-se para dentro do lúmen gástrico, produzindo imagens lacunares ou falhas de enchimento na radiografia do estômago · Ulcerada: pode simular uma úlcera péptica ao exame radiológico, por isso só a endoscopia com biopsia comprova seu caráter maligno · Infiltrante: pode ser localizada ou difusa, a difusa temaspecto peculiar e é chamada de linite plástica · Mista: a mais frequente é a infiltrante ulcerada · Fatores de risco: · Etilismo e tabagismo · Gastrite crônica por HP · Ingestão de alimentos com conservantes · Alimentação pobre em vit. C e A · Exame físico: · Exame físico: · Linfonodo umbilical · Linfonodo de virschow · Acantose nigricans (não é específico de câncer gástrico) · Carcinomatose peritoneal Úlcera péptica: · É a perda limitada do tecido no trato gastrointestinal até a submucosa, em áreas banhadas pela secreção cloridropeptica · 1/4 dos homens e 1/6 das mulheres desenvolvem úlcera péptica em algum momento da vida · A úlcera é uma solução de continuidade, uma perda de tecido do TGI que atinge a submucosa. Se não atinge a submucosa isso é uma erosão. A erosão não deixa cicatriz, a úlcera, como é mais profunda, independente do tratamento ter sido com sucesso ou não, ela deixa cicatriz · A incidência de úlcera duodenal é maior no sexo masculino e da úlcera gástrica é igual nos dois sexos · Acredita-se que a úlcera péptica resulte sempre da ruptura do balanço entre a agressão representada pela secreção acidopéptica à mucosa e os mecanismos de defesa desta · As principias causas dessa ruptura são a infecção pelo Helicobacter pylori e os anti-inflamatórios não hormonais · Muitos portadores de úlcera duodenal têm secreção basal e secreção máxima de ácido mais elevadas que o normal. Já os de úlcera gástrica tem essas secreções normais ou diminuídas · Fatores genéticos são importantes na gênese de alguns tipos de úlcera duodenal · Existe correlação entre tabagismo e úlcera péptica · Dor epigástrica não incapacitante e aliviada pela ingestão de alimentos, que desperta paciente à noite e ocorre periodicamente constitui o quadro clássico de úlcera duodenal não complicada · As manifestações da duodenal são semelhantes as da gástrica: dor intensa, anorexia e perda de pesomais acentuda · Uma dor clássica da doença ulcerosa péptica é uma dor em queimação, em andar superior de abdome, que tem relação com alimentação ou com jejum (tanto para piora quanto para a melhora), tem cloking, periodicidade e tem ritmicidade · Fisiopatologia: infecção do antro pelo HP, aumento da secreção cloridropeptica, metaplasia gástrica do duodeno, infecção deste HP e úlcera · Diagnóstico: · Dor epigastrica: · Tipo queimação · Duas a três horas após a refeição · Dor noturna · Alívio com alimentos ou antiácidos (alcalinos) · Crises de epigastralgia intercaladas por períodos sem dor
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