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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - TXXXI MIWA MARUYAMA Neoplasias broncopulmonares GENERALIDADES É a causa mais importante de morte por câncer no mundo, embora seja evitável. Tabagismo: fator etiológico mais importante para o desenvolvimento de câncer de pulmão. Dispneia: não é uma apresentação comum no câncer de pulmão. Hemoptise: causada pela necrose hemorrágica → câncer provavelmente localizada numa via aérea central → brônquios. Câncer de pulmão periférico: dor torácica →neoplasia invade a pleura. Câncer de pulmão central: tosse → irritação das vias aéreas. CARCINOGÊNESE TABAGISTAS Agentes eletrofílicos: falta de 1 elétron na camada de valência → DNA é eletronegativo → carcinogênese pela ligação dos agentes eletrofílicos no DNA. Proto-oncogenes: mutações no gene HAS (regulador positivo do ciclo celular) (adenocarcinoma de pulmão associado ao tabagismo). Gene HAS: codifica a proteína HAS que fica acoplada a um receptor transmembrana na membrana da célula e é ligado a uma molécula com 2 íons fosfato (GDP). Quando o receptor é estimulado o GDP ganha um fosfato -> HAS passa a estar ligado a um TGP -> HAS produz fosforilação de uma série de proteínas -> P3K-AKT -> célula estimulada a crescer e proliferar. Toda vez que o HAS é estimulado por um fosfato a mais ele ativa a proliferação celular. Pacientes com câncer de pulmão adenocarcinoma por tabagismo: proteína HAS sofre uma mutação e a região da proteína que está ligado ao GDP está mutada -> toda vez que o HAS receber um fosfato a mais a ligação se torna muito estável e as enzimas de degradação não funcionam para inibir o crescimento. NÃO TABAGISTAS Câncer de pulmão em não tabagistas: mutação no gene EGFR → mutação no gene codificador dos fatores de crescimento → aumento dos receptores. Terapia alvo: anticorpo monoclonal que bloqueia os receptores do gene EGFR → impedimento da ligação dos fatores de crescimento. Não é incomum que pacientes com câncer associado ao tabaco apresentem mutação no gene EGFR. EXAME Lavado broncoalveolar: células descamadas lavadas em solução salina. Indicado para pacientes que não podem passar pela biópsia cirúrgica com agulha grossa. Melhor para lesões centrais ou periféricas muito grandes. CLASSIFICAÇÃO PATOLÓGICA Nem sempre é possível classificar o tipo de câncer de pulmão, então é classificado em pequenas células ou não pequenas células. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - TXXXI MIWA MARUYAMA CARCINOMAS DE NÃO PEQUENAS CÉLULAS Adenocarcinoma, carcinoma epidermóide, carcinoma de grandes células: tratamento começa por cirurgia. CARCINOMAS DE PEQUENAS CÉLULAS Carcinoma de pequenas células: carcinoma mais agressivo → tratamento de quimioterapia citorredutora → redução da neoplasia → operação para retirada do tumor. CLASSIFICAÇÃO NA HISTOLOGIA A localização anatômica da lesão auxilia no diagnóstico da lesão. Bronquíolo terminal: adenocarcinoma. Carcinoma de grandes células: tende a ser mais periférico. Carcinoma de pequenas células: tende a ser mais central. ADENOCARCINOMA Neoplasia maligna com diferenciação glandular → formação tubular e/ou atividade secretora exócrina. Geralmente localizado na periferia do parênquima pulmonar → a célula que sofre neoplasia maligna é o pneumócito do tipo II (célula produtora de surfactante). Tipo histológico mais frequente em indivíduos fumantes e não fumantes. As rotas para carcinogênese para fumantes e não fumantes é diferente. Disseminação: linfática, hematogênica e espaços alveolares. É feito o teste do EGFR: marcador molecular de resposta ao tratamento → EGFR-TK. Mesmo se tabagista é testado para essa mutação. Lesão precursora: hiperplasia adenomatosa atípica. Alvéolos com parede espessada e composta por células cromófobas (roxas). Mutação no pneumócito do tipo II → proliferação →substituição dos pneumócitos do tipo I pelos pneumócitos do tipo II (atípicos) → hiperplasia adenomatosa atípica. Sintoma característico: dor torácica pela invasão da pleura. Critérios para diagnóstico: formação tubular ou secreção glandular. Neoplasia → não é possível identificar os alvéolos. CLASSIFICAÇÃO Adenocarcinoma tipo acinar: formação tubular → desaparecimento do alvéolo. Adenocarcinoma tipo papilífero: projeção com tecido conjuntivo no centro e revestida por tecido epitelial (célula neoplásica) → formação de muco (secreção). UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - TXXXI MIWA MARUYAMA Adenocarcinoma tipo micropapífero: papilas menores e mais abundantes. Adenocarcinoma tipo mucinoso: células mais claras cheias de muco. Adenocarcinoma de pulmão tipo sólido: é necessário utilizar coloração especial → mucicarmin: cora a secreção mucinosa. ADENOCARCINOMA PULMONAR IN SITU Adenocarcinoma que ainda não invadiu, está restrito à membrana basal. Sinônimo: lepídico. Adenocarcinoma in situ não mucinoso: ADENOCARCINOMA PULMONAR MINIMAMENTE INVASIVO Adenocarcinoma com maior eixo medindo até 3 cm com área invasiva de até 0,5 cm. ADENOCARCINOMA PREDOMINANTEMENTE LEPÍDICO Adenocarcinoma com maior eixo medindo até 3 cm com crescimento predominantemente lepídico com área invasiva maior que 0,5 cm. Ou adenocarcinoma predominantemente lepídico maior que 3 cm com componente invasor até 0,5 cm. CARCINOMA EPIDERMOIDE Neoplasia maligna com graus variados de diferenciação epidermoide/escamosa. 90% em fumantes. Lesão precursora: metaplasia escamosa brônquica com displasia. Localização central: obstrução brônquica. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - TXXXI MIWA MARUYAMA Manifestações clínicas: ● hemoptise (neoplasia prolifera dentro da luz do brônquio → lesão grande com necrose e hemorragia no centro). ● tosse: neoplasia produz um fenômeno irritativo. ● obstrução total do brônquio: colabamento dos alvéolos pulmonares → atelectasia. ● estase de secreção pulmonar: proliferação bacteriana → pneumonia de repetição; Diferenciação epidermóide/escamosa: pérolas de queratina (queratinização), pontes intercelulares. Bem diferenciado: menor o grau de anaplasia, região mais clara ao redor da queratinização → pontes queratinosas. Moderadamente diferenciado: Pobremente diferenciado: pior prognóstico. CARCINOMA DE PEQUENAS CÉLULAS Neoplasia maligna com diferenciação neuroendócrina. Geralmente células com função parácrina. Metástases precoces para linfonodos, medula óssea, fígado e adrenais. Prognóstico ruim. Localização central: rouquidão e paralisia das pregas vocais → infiltração de mediastino com destruição do nervo laríngeo recorrente. Produzem hormônios em resposta a estímulo de neurotransmissores → síndromes paraneoplásicas (efeitos sistêmicos em decorrência de substâncias produzidas pelas células neoplásicas). UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - TXXXI MIWA MARUYAMA Histologia: pequenas células com citoplasma escasso → “oat cell” → grãos de aveia. Parênquima destruído e substituído pelas células neoplásicas; CARCINOMA DE GRANDES CÉLULAS Neoplasia maligna composto por grandes células multinucleadas. Não confundir com granuloma. SINAIS E SINTOMAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS SÍNDROME DA VEIA CAVA SUPERIOR Neoplasia obstrui a veia cava → edema e estase jugular. SÍNDROME DE HORNER Neoplasia de pulmão acontece no ápice pulmonar e destrói o plexo simpático cervical. ● Ptose palpebral; ● Miose pupilar; ● Anidrose; SÍNDROME PARANEOPLÁSICA Célula neoplásica começa a produzir alguns hormônios que têm ação sistêmica. Acantose nigricans: neoplasia produz fatores de crescimento de hiperpigmentação em localizações anormais. Síndrome de Cushing: neoplasia produz quantidades enormes de cortisol. METÁSTASES PULMONARES Representam fator de mau prognóstico: a via de disseminação é hematogênica. UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO MEDICINA - TXXXI MIWA MARUYAMA LESÕES MENOS COMUNS Carcinóides: lesões de células neuroendócrinas com localização central - diarreia, cianose e rubor. Hamartoma: coleção de tecidos do pulmão dispostos de forma desorganizada, formando uma massa tecidual. Hamartoma de pulmão: neoplasia benigna.
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